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Caso 12

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 8ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA / PR
	BOM IMOVEL CONSULTORIA E GESTÃO, já qualificado nos autos do processo, vem respeitosamente a ilustre presença de vossa excelência por meio de seu advogado Benicio Pedrosa, inscrito na OAB/CE sob o n° 00000, com escritório na Avenida C, n° 678, CEP: 00000, Curitiba E-mail: b@hotmail.com, oferecer
 
Contestação,
	A ação de anulação de Negocio Jurídico, que tramita pelo rito ordinário, movida por Gustavo já devidamente qualificado nos autos, pelas seguintes razões a seguir expostos.
DA JUSTIÇA GRATUITA:
	Requer-se o beneficio da justiça gratuita, para a parte requerida conforme previsão legal.
DOS FATOS:
	A empresa Bom Imóvel Consultoria e Gestão, jamais celebrou Contrato Particular de Constituição de Sociedade em Conta de Participação com o pai do autor, mas sim, no pretérito dia 12 de janeiro de 2010, foi firmado Contrato de Compra e Venda, do imóvel acima citado, sendo as chaves entregues 60 dias após a celebração do mesmo, tudo devidamente comprovado através de documentos.
DAS PRELIMINARES:
Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização:
	Neste caso ocorre a falta de capacidade em relação à parte que propôs a ação, conforme preceitua o art. 337, IX, NCPC.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização.
	Verificados os defeitos da falta da capacidade, o juiz deverá determinar a extinção do processo sem resolução de mérito.
DO MERITO: 
	Como a ação foi proposta no mês de agosto de 2014, e o negocio jurídico ocorreu em 12 de janeiro de 2010, tendo como base o art. 148, CC. Houve decadência do pedido do autor devido ao prazo ser superior a 4 (quatro) anos.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
	Segundo Francisco Amaral, decadência é a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período determinado em lei.  Os direitos potestativos são aqueles que influem ou determinam mudanças na esfera jurídica de outrem, por ato unilateral, sem que haja dever correspondente, apenas uma sujeição.
	A jurisprudência já reconheceu de tal instituto de forma a resolver o mérito:
EMENTA: AÇÃO PAULIANA - NEGÓCIOS JURÍDICOS CELEBRADOS ENTRE 21/05/2003 E 28/11/2003 - AÇÃO INTERPOSTA EM 26/03/2008 - DECADÊNCIA QUADRIENAL CONFIGURADA - ARTIGO 178, II DO CC - RECONHECIMENTO DE OFÍCIO - INTELIGÊNCIA DO ART. 210 DO CC - PROCESSO EXTINTO COM JULGAMENTO DE MÉRITO NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CPC. Tendo os negócios jurídicos, cuja anulação pretende o apelado, sido celebrados entre 21/05/2003 e 28/11/2003 e tendo a presente Ação Pauliana sido interposta somente em 26/03/2008, há que se reconhecer, inclusive de ofício, como autoriza o art. 210 do CC, a configuração da decadência do direito do apelado, cujo prazo é de 4 (quatro) anos, conforme preceitua o art. 178, II daquele mesmo diploma legal. Configurada a decadência, deve o processo ser extinto com julgamento de mérito, nos termos do art. 269, IV do CPC.
APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0474.08.036319-2/001 - COMARCA DE PARAOPEBA - APELANTE (S): TRANSPORTES IRMAOS FERNANDES LTDA. E OUTRO (A)(S) - APELADO (A)(S): POSTO DIAMANTINENSE LTDA - RELATOR: EXMO. SR. DES. ARNALDO MACIEL
ACÓRDÃO
Vistos etc., acorda, em Turma, a 18ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, sob a Presidência do Desembargador GUILHERME LUCIANO BAETA NUNES , incorporando neste o relatório de fls., na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de votos, EM DE OFÍCIO, RECONHECER A DECADÊNCIA E JULGAR PREJUDICADO O RECURSO.
Belo Horizonte, 09 de fevereiro de 2010.
DES. ARNALDO MACIEL - Relator
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. DES. ARNALDO MACIEL:
VOTO
Trata-se de recurso de apelação interposto por TRANSPORTES IRMÃOS FERNANDES LTDA E OUTROS contra a sentença de fls. 117/119, que julgou procedente a Ação Pauliana ajuizada pelo POSTO DIAMANTINENSE LTDA, para reconhecer a ocorrência de fraude contra credores, anulando as alienações dos veículos descritos na petição inicial e determinando o consequente retorno dos bens ao patrimônio do apelante TRANSPORTES IRMÃOS FERNANDES LTDA, condenando ainda os réus no pagamento das custas e honorários, estes no importe de 20% do valor atribuído à causa.
Nas razões recursais de fls. 120/124, suscitam os apelantes o excesso de execução, ao argumento de ser o valor cobrado muito superior à dívida real, e afirmam que sempre agiram de boa-fé, tanto ao pactuarem com o apelado um termo de confissão de dívida, como também nas alienações dos veículos descritos na inicial, alegando que não teriam sido considerados os valores já quitados e nem a existência de outros bens que poderiam cobrir a dívida, pleiteando a denunciação da lide do Unibanco e a redução dos honorários advocatícios para 10% do valor da causa, por não terem sido, no seu entendimento, fixados de forma justa.
Intimado, ofertou o apelado as contrarrazões de fls. 128/131, afirmando que a decisão de 1º grau não merece qualquer reparo.
Preparo efetuado e comprovado pelos apelantes às fls. 126.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso e passo à sua análise.
Do mérito
Verifica-se dos autos que foi reconhecida, pelo digno Magistrado a quo, a fraude contra credores praticada pelos apelantes em prejuízo do apelado, em face das alienações dos veículos descritos às fls. 11, vendas estas que foram realizadas entre 21/05/2003 e 26/11/2003, época em que o apelante Transportes Irmãos Fernandes Ltda já tinha pleno conhecimento da dívida que há algum tempo já vinha se acumulando perante o apelado e tendo, dois dias após a última alienação, ou seja, em 28/11/2003, firmado com este último um termo particular de confissão de dívida, através do qual obrigou-se a quitar de forma parcelada o débito até então existente, que já atingia o montante de R$105.000,00 (cento e cinco mil reais).
Em que pesem as alegações tecidas por ambas as parte e o judicioso entendimento abraçado pelo digno Juiz primevo, não há como fechar os olhos para o fato de que a pretensão buscada com a presente Ação Pauliana, por meio da qual objetiva-se o reconhecimento da prática de fraude contra credores, foi atingida pela decadência.
Isso porque, como claramente estabelece o art. 178 do CC, "é de 4 (quatro) anos o prazo de decadência para a pleitear-se a anulação de negócio jurídico", como aqueles noticiados nos autos, dispondo ainda, especificamente, o inciso II deste artigo, que referido prazo decadencial conta-se no caso de "erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico".
A respeito, válido citar os seguintes julgados deste Eg. Tribunal:
EMENTA: AÇÃO PAULIANA - PRAZO DECADENCIAL. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação de negócio jurídico praticado em fraude contra credores (CC/2002, art. 108, III). O prazo para ajuizamento da Ação Pauliana é fatal, ou seja, não é susceptível de suspensão ou interrupção. (APELAÇÃO CÍVEL N. 406.657-1 - COMARCA DE BETIM - APELANTE (S): ANA MARIA DUARTE - APELADO (A) (OS) (AS): ORGEM DE OLIVEIRA - RELATOR: EXMO. SR. DES. DÁRCIO LOPARDI MENDES).
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO PAULIANA - PRAZO DECADENCIAL - DOAÇÃO DO DEVEDOR A SEUS FILHOS REALIZADA SOB A ÉGIDE DO CÓDIGO CIVIL DE 1916 - DECADÊNCIA VERIFICADA. A ação para anulação de atos jurídicos em virtude da ocorrência de fraude contra credores, nos termos do art. 178, inciso II, do Código Civil, possui prazo decadencial de 4 (quatro) anos para o seu exercício. Sendo o prazo para o ajuizamento da Ação Pauliana decadencial, não há que se falar em qualquer tipo de interrupção ou suspensão de seu fluxo. (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.0313.08.262177-9/001 - COMARCA DE IPATINGA - AGRAVANTE(S): VALDO FIRMINO DE SOUZA E OUTRO (A)(S) - AGRAVADO (A)(S): NEVITON PEDRO DA SILVA - RELATOR: EXMO. SR. DES. NILO LACERDA)
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO PAULIANA - CARÊNCIA DE AÇÃO - NULIDADE DE DOAÇÃO - PRESCRIÇÃO - ARTIGO 178, § 9º, INCISO V, ALÍNEA B, DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO - OCORRÊNCIA - PROCESSO EXTINTO, COM JULGAMENTO DO MÉRITO, COM FULCRO NO ARTIGO 269, INCISO IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - SENTENÇA MANTIDA. À inteligência do artigo 178, § 9º, alínea b, do Código Civil Brasileiro, prescreve em 4 (quatro) anos a ação para anular ou rescindir os contratos, para a qual não tenha estabelecido menor prazo, contado este no de erro, dolo, simulação ou fraude, do dia em que se realizar o ato ou o contrato. Com fulcro no artigo 269, inciso IV, do Código de Processo Civil, extingue-se o processo, com julgamento do mérito quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição. (APELAÇÃO CÍVEL N. 371.076-5, DA COMARCA DE ALTO RIO DOCE, SENDO APELANTE (S): ESPÓLIO DE MARIA DAS DORES COUTO DAMASCENO E APELADO (A) (OS) (AS): ANTÓBIO COUTO DAMASCENO E SUA MULHER - RELATOR: EXMO. SR. DES. BATISTA FRANCO)
Na hipótese dos autos, observa-se que a ação foi interposta em 26/03/2008, de modo que, seja tomando-se por base a data da última alienação, ocorrida em 26/11/2003, como dão conta os documentos de fls. 41/44, seja considerando-se a data do termo de confissão de dívida de fls. 45/46, firmado em 28/11/2003, há que se reconhecer a configuração da decadência e a qual deve ser declarada inclusive de ofício, conforme determina o art. 210 do CC, por tratar-se de hipótese prevista em lei.
De tal sorte, configurada a decadência, fica em consequência, prejudicada a análise do mérito da ação, a qual deverá ser extinta de ofício e com julgamento de mérito, nos termos do art. 269, IV do CPC.
Ante todo o exposto, RECONHEÇO DE OFÍCIO A DECADÊNCIA, DOU POR PREJUDICADO o recurso interposto e julgo extinto o presente processo, com julgamento de mérito e com fundamento nos artigos 178, IIe 210, ambos do CC, bem como no artigo 269, IV do CPC.
Condeno o apelado no pagamento das custas e despesas processuais de ambas as instâncias, bem como em honorários advocatícios, os quais arbitro em R$5.000,00 (cinco mil reais), ponderando-se a complexidade da causa e as peculiaridades do caso em análise.
Votaram de acordo com o (a) Relator (a) os Desembargador (es): GUILHERME LUCIANO BAETA NUNES e MOTA E SILVA.
SÚMULA : DE OFÍCIO, RECONHECERAM A DECADÊNCIA E JULGARAM PREJUDICADO O RECURSO.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0474.08.036319-2/001
	Desta forma deverá o juiz resolver de mérito conforme o art. 487,II,NCPC.
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer:
Seja concedido o Beneficio da justiça gratuita.
O acolhimento da preliminar de ilegitimidade ativa, extinguindo o processo sem resolução do mérito.
Em não sendo acolhida a preliminar acima suscitada, seja aceita a decadência, extinguindo o processo com resolução do mérito.
A improcedência total dos pedidos autorais.
A condenação do autor no pagamento dos ônus sucumbenciais.
DAS PROVAS:
	Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial, documental, documental superveniente, testemunhal, pericial e depoimento pessoal da parte autora.
Nestes termos,
Pede o deferimento
Fortaleza, 23 de Novembro de 2016
Benicio Pedrosa do Nascimento
OAB n° X

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