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DOENÇAS INFECCIOSAS Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4 Brucelose Doença infectocontagiosa, causada por bactérias gram negativa (Brucella spp) Requer o abate sanitário, sacrifício dos animais. É uma doença de caráter zoonótico, na sintomatologia há distúrbios reprodutivos. Nas fêmeas cursa com aborto infeccioso no terço final da gestação, surto de aborto es novilhas principalmente na primeira cria. O agente etiológico normalmente se instala nas cotilédones, causando placentite necrótica, assim faltam nutrientes para o bezerro pois este é um período crítico de grande aporte nutricional. Na cria posterior (2ª cria) a vaca pare um feto fraco, visto que na primeira cria já houve o abortamento, nas próximas crias (da 3ª em diante) os fetos são portadores assintomáticos e clinicamente saudáveis, porém podem apresentar descargas uterinas que contaminam o pasto e instalações, e o leite proveniente desses animais pode contaminar o homem e os bezerros, por isso deve ser pasteurizado, no caso de Brucella abortus. A vacinação é feita em animais com 3 até 8 meses de vida. O leite de uma vaca sadia deve apresentar de 4 a 4,5% de gordura e ter temperatura de 38,5°C. A brucelose como zoonose não leva a mortalidade de humanos adultos, apenas leva ao aborto. Em machos a brucelose causa orquite (aumento testicular), o animal passa a andar com as pernas abertas, sentir dores articulares severas, apresenta picos febris recirculantes, pode ter esterilidade temporária e perda da libido. A brucelose canina em mulheres pode causar o abortamente e infertilidade, e pode ser uma zoonose ocupacional ligada a médicos veterinários que não usam as luvas como medidas de proteção e higiene, além de manejo obstétrico sem luvas ou o consumo de leite in natura (sem pasteurização). A porta de entrada pode ser oral, nasal, etc. Brucella abortus bovinos, bubalinos e equinos (+ comuns) Brucella melitensis caprinos (é a mais patogênica) Brucella suis suínos Brucella ovis ovinos Brucella canis cães Sinonímia: Brucelose ou Febre de Malta. A cinomose e brucelose são refratárias em gatos, devido as suas características anatomofisiológicas. Pode acometer todos os demais animais (?) Sinais clínicos: distúrbios no trato respiratório. Em bovins apresenta tropismo pelas glândulas mamárias, causando mastites secundárias, com abcessos nas glândulas parecido com o quadro de infestação por Mycobacterium (tuberculose). Nos esquinos causa abcessos na região da cernelha. (Mal da Cernelha) Patogênese: *Descreva a patogênese e inter-relacione com os sinais clínicos da doença X. Porta de entrada: boca / via oral, por alimentos ou água contaminada. A primeira replicação bacteriana se dá nas tonsilas palatinas e amigdalas, a segunda ocorre por via hematolinfática, e segue para os órgãos alvos (placenta, úbere, feto, testículos e articulações). Vias de eliminação: sêmen, descargas uterinas. O sêmen é a maior das formas de transmissão da doença Na monta natural não há contaminação da vaca pelo sêmen contaminado. Nos suínos e homens pode haver contaminação via monta natural, pois o macho ejacula diretamente no útero. A prevenção é feita pela vacinação das fêmeas de 3 a 8 meses com a cepa B19. Métodos diagnósticos: Triagem (AAT – teste do antígeno acidificado ou soro aglutinação em placa / ou rosa de bengala) A aglutinação em placa serve para todos os animais. No teste de triagem há alta sensibilidade, alta chance de dar resultados falsos positivos. Confirmatório (2-mercaptoetanol), somente os positivos, pois o teste apresenta alta especificidade, alto número de falsos negativos. Não há condenação da carcaça dos animais que apresentam brucelose. Questionário de 25/30 linhas sobre a vacinação da Brucelose Brucelose Bovina Doença infecto contagiosaprovocada por bactérias do gênero Brucella. Zoonose de distribuição mundial Que ocasiona vários prejuízos econômicos e sanitários, as manifestações clínicas como abortamentes e nascimentos prematuros, esterilidade e baixa produção leiteira, levam a diminuição do rendimento produtivo do rebanho. Pode ainda causar problemas articulares e abcessos cutâneos. É uma doença de notificação obrigatória com programa de controle específico (PNCEBT) Sinonímia: aborto infeccioso, Doença de Bang (aborto bovino por B. abortus), ou Febre de Malta. Agentes etiológicos: Brucella abortus bovinos, bubalinos e equinos (+ comuns) Brucella melitensis caprinos (é a mais patogênica) Brucella suis suínos Brucella ovis ovinos Brucella canis cães Brucella neotomae rato do deserto Brucella maris / sepsis mamíferos marinhos. A brucella suis é a mais patogênica para o homem, e presente no Brasil. Não temos a melittensis A principal forma de transmissão para o homem é pelo parto dos animais. A brucella spp é uma bactéria gram negativas, com formato de cocobacilos, imóveis e parasitas facultativos intracelulares. Foram confirmadas no BR até 1985 A brucelose pode ser causada por diferentes sorovares/sorotipos: B. abortus: biosorovares 1, 2 e 3 B suis: biosorovar 1 B ovis B canis A prevalência da Brucelose no Brasil: MG > MS > RJ = PR > RS > SC Doença Cosmopolita, porém mais comum em animais de países subdesenvolvidos. RJ é o estado de maior número de casos no RJ. MG e MS erradicaram. Porque brucelose é uma doença de países subdesenvolvidos, que negligenciam profilaxia e controle? Morbidade: alta taxa de transmissibilidade entre uma população Mortabilidade: alta capacidade de levar a morte. 55 A epidemiologia: Perdas econômicas decorrem de Bovinos e bubalinos: Baixos índices reprodutivos, abortamentos, aumento do IP, morte de bezerros, perdas de linhagens geneticamente boas. Homem: Custos de diagnóstico e tratamento, ausência do trabalho. Economia: 25% da produção de leite e carne, 15% da produção de bezerros. Resistência: Condição Ambiental Tempo de Sobrevivência Luz solar direta Solo seco Solo úmido Baixas temperaturas Fezes Dejetos Água Fetos à sombra Exsudatos uterinos 4 a 5h 4 dias 66 dias 151 a 185 dias 120 dias 4h a 700 dias 5 a 150 dias 180 dias 200 dias Fatores de risco: Aquisição de animais, convivência entre espécies de animais, densidade populacional do rebanho, tipo de exploração. Mecanismo de transmissão: Vias de eliminação: parto (fluidos e anexos fetais), abortamentos, leite cru e derivados, sêmen Contaminam pastagens, rações e água. Vias de infecção: trato digestivo, olfato (só por cheirar o feto abortado, pode ser transmitido), mucosas oral, nasal e ocular. Pele e partos. Vias orofaríngeras. O período de incubação pode ser desde poucas semanas, até anos é inversamente proporcional ao tempo de gestação, quando mais adianta a gestação menos será o período de incubação. A transmissão pelo coito é de pouca importância para os bovinos, o sêmen depositado na vagina gera defesas específicas, porém o sêmen contaminado é de risco, pois na inseminação artificial é depositado no útero. Patogenia: Transmissão via digestiva multiplica-se intracelularmente nas tonsilas localiza-se nos linfonodos, nos machos se localiza nos testículos, e nas femeas no útero e úbere gestantes primíparas leva ao abortamento do 5º ao 6º mês de gestação placentite e retenção placentária ou nascimentos de crias fracas. Sinais clínicos: Em femeas causa abortamento no 7º mês de gestação, caso primíparas do 5º ao 6º mês. Com placentite necrótica, retenção placentária e a cria pode nascer fraca ou natimorta. Em machos causa orquite uni ou bilateral, que pode ser transitória ou permanente. Em equinos causa o chamado “mal da cernelha”, e orquite em suínos Podem haver lesões necróticas ainda nos placentomas. Pode ainda causar mastite abcedante nas fêmeas, formam nódulos no úbere bovino. Animais positivos, são marcados com a letraP no lado direito na face, para indicar que ele é positivo. Serve apenas para animais positivos para Brucelose ou Tuberculose. A brucelose é uma doença de animais adultos sexualmente. Tipos de lesões: São comuns processos autolíticos nos fetos abrotados ou broncopneumonias supurativas. Nos machos há degeneração testicular, e nos animais reagentes podem haver lesões articulares, em rebanhos com infecção crônica, os abortos concentram-se nas fêmeas primíparas e nos animais sadios recentemente introduzidos no rebanho. Métodos diagnósticos da Brucelose Bovina: Diretos: Presença do agente etioógico – isolamento do agente em meios de cultura, ou em imunohistoquímica, detecção do agente pela extração do dna (PCR) Indiretos: Pesquisa de anticorpos específicos, por meio de soroaglutinação com antígeno acidificado tamponado, e prova do Rosa de bengala AAT. Teste de anel em Leite (TAL), teste do 2 mercaptoetanol (2ME), teste de fixação do complemento (FC) Testes de triagem: Apresentam alta sensibilidade e baixa especificidade, detectando resultados falso positivos. Teste do 2 mercaptoetanol (2ME) e teste de fixação do complemento (FC) Material coletado Conservação Exame solicitado Feto abortado Refrigerado / formol Isolamento, PCR, imunohistoquimica Conteúdo estomacal, placenta Refrigerado / formol Isolamento, PCR, imunohistoquimica Leite Refrigerado Ring-test Soro Sanguíneo Refrigerado AAT, 2ME, FC Diagnóstico bacteriológico da brucelose: Meio de Farell: ágar triptose + soro 5% + antibióticos. Material da vaca: linfonodos, cotilédones, swab vaginal e leite. Material do feto: conteúdo bronquial, conteúdo estomacal, baço, fígado, pulmão e swab retal. Teste do antígeno acidificado tamponado (AAT): é a prova oficial do PNCEBT Material: Antigeno par AAT, soros a serem testados, micropipetadores de 30 microlitros, ponteiras, placas com quadrados de 4 cm delimitados, misturadores de plástico ou de metal, soro controle positivo, soro controle negativo, marcador de tempo. Resultado: se positivo hemólise, se negativo aglutinação. Teste do anel de leite: Material: Antigeno para TAL, amostra de leite, micropipetadores de 100 microlitros, ponteiras, bateria com tubos de hemólise de 10 mm, estufa bacteriológica ou banho marinha, tempo de duração 1h à 37ºC. Prova de 2 – Mercaptoetanol: A formação de anticorpos vacinais é primariamente de IgM, o mercaptoetanol destrói o IgM, de modo que a prova só detecta a presença de IgG, que são os anticorpos gerados em casos de infecção natural. Triagem: AAT, ou Rosa de Bengala, Ring Test Alta Sensibilidade, baixa especificidade. Gera muitos falsos positivos Testes confirmatórios: 2 Mercaptoetanol, Fixação em Complemento Baixa Sensibilidade, Alta Especificidade. Pode Gerar falsos negativos. Diagnósticos diferenciais: Campilobacteriose, Avrinebacterioses ?, Tricomonose, leptospirose, abortamentos por causas não infecciosas, traumáticas ou tóxicas. Vacinação contra a Brucelose: Cepa B19 da Brucella abortus É de reduzida virulência, é estável e causa reações mínimas, protege cerca de 70% dos animais, a imunidade é garantida por aproximadamente 7 anos, é uma dose única de aplicação e não tem ação curativa, apenas preventiva. A vacinação das fêmeas deve ocorrer entre 3 a 8 meses de idade, pode haver a persistência de anticorpos em animais vacinados acima de 8 meses de idade, a vacinação em vacas adultas se dá com RB51, deve haver o sacrifício dos animais reagentes e exame periódico do rebanho. Se vacinar machos, haverá quadro de orquite, se vacinar fêmeas gestantes, há abortamentos, se vacinar animais com + de 8 meses, pode haver interferência no diagnóstico sorológico aos 24 meses de vida. O homem pode se infectar no momento da vacinação, caso não use luvas, máscaras, óculos, e descarte inadequadamente as seringas e frascos vacinais. O combate a brucelose bovina se dá com educação sanitárias, vacinação, rotinas de testes sorológicos, abate sanitário ou destruição dos animais reagentes, além da correta desinfecção do ambiente, instalações e destruição dos retos placentários. Fetos abortados e secreções destruídos, piquetes maternidade devem ser cuidadosamente desinfectados, e colocar em quarentena animais que serão introduzidos ao rebanho, além dos exames de saúde das pessoas envolvidas no manejo desses animais. Debate em aula: Roteiro: Definicão O que é a doença? Qual o agente causal? Quais as espécies acometidas? Quais os principais sinais clínicos. É uma doença infectocontagiosa, de origem bacteriana causada por bactérias do gênero Brucella, que acomete bovinos, suínos, cães, ovinos, equinos, caprinos, tendo também importância em saúde pública, pois possui potencial zoonótico (doença de mamíferos). Sinais clínicos reprodutivos, Brucella melitensis é a mais patogênica em seres humanos, o indivíduo tem quadro septicêmico e falência múltipla de órgãos, antes de apresentar quaiquer sinais reprodutivos. Todo aborto de origem infecciosa ocorre geralmente no terço final da gestação. Faltam nutrientes para o feto, devido a placentite necrótica, ocorre por fim o abortamento. É uma doença silenciosa, as vacas na maioria das vezes são portadoras assintomáticas. As vacas conseguem levar a nova gestação a frente (2ª cria), devido a reepitelização dos placentomas somadas a formação de anticorpos, assim o animal consegue levar a gestação até o final. Características do Agente, tratamento caro e prolongado, possível não remissão e cura completa do agente. Sinonímia Histórico Agente Aspectos epidemiológicos (espécie, reservatórios, coeficientes) Patogenia detalhada Sintomatologia Diagnóstico Prognóstico Profilaxia e Prevenção
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