Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 12ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Processo n.º ROBERTO,nacionalidade, viúvo, , funcionário público, portador do RG n°, inscrito sob o n° de CPF, residente e domiciliado à rua, bairro, Rio de Janeiro, RJ, CEP, vem, por seu advogado abaixo assinado, com escritório na Rua nº, bairro, cidade/Estado, CEP:, para onde desde já requer que sejam remetidas futuras intimações, perante Vossa Excelência, apresentar a presente CONTESTAÇÃO à AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO que é movida per MARINA, absolutamente incapaz, representada por sua genitora JANDIRA, já qualificada nos autos em epígrafe, pelo procedimento comum, pelas razões de fato e de direito que passa a expor a seguir: DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA Inicialmente, afirma nos termos da Lei nº 1.060/50 com as alterações da Lei 7.510/86, ser pessoa juridicamente pobre, sem condição de arcar com as custas judiciais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento ou de sua família, motivo pelo qual faz jus a gratuidade de justiça e à assistência gratuita integral. DA SINTESE DA INCIAL A AUTORA, representada por sua genitora alega que sendo filha do RÉU, conforme certidão de nascimento acostada aos autos, este não poderia dispor de quase todo o seu patrimônio em favor dos seus outros dois filhos, Cláudio e Carlos, tendo por fundamento o artigo 549 CC/02 c/c artigo 166, VII, CC/02 que dispõem ser nula a doação quando exceder a parte que o doador poderia dispor em testamento. Esclarece ainda a Autora que jamais concordou com tais doações. DAS PRELIMINARES I- Incompetência Absoluta em razão da matéria Vem à presença de V. Excelência requerer com base nos artigo 337, inciso II c/c Artigo 64,§3°, ambos do Novo Código de Processo Civil, que os autos sejam remetidos à vara competente, qual seja Vara Civil uma vez que o objeto da lide não é de competência da 12º Vara de Família da comarca da Capital de Estado do Rio de Janeiro como fora proposta. Neste caso faz-se necessário distribuir a demanda para uma das Varas Cíveis deste Juízo. Competência nada mais é do que a fixação das atribuições de cada um dos órgãos jurisdicionais, isto é, a demarcação dos limites dentro dos quais podem eles exercer a jurisdição. Neste sentido, “juiz competente” é aquele que, segundo limites fixados pela Lei, tem o poder para decidir certo e determinado litígio A Incompetência absoluta em razão da matéria é quando a matéria objeto da lide não cabe dentro das atribuições de um determinado Juízo, pode ser alegada a qualquer tempo e deve ser declarada de ofício. Acolhida os autos serão remetidos ao juízo competente e os atos proferido pelo juiz incompetente serão conservados até pronúncia do juízo competente. Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. § 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. § 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. § 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. § 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. II – Da ausência de legitimidade Ativa Requer o RÉU a extinção do processo sem resolução do mérito na forma do artigo 337, XI, c/c com art. 485,VI, ambos do NCPC, pelo fato da AUTORA não ser legitimada para demandar contra o RÉU visto que este não é o pai da AUTORA, conforme se verifica em sentença proferida na ação negatória de Paternidade c/c Anulação de Registro de Nascimento que tramitou perante a Segunda Vara de Família da Comarca de Nova Iguaçu, tendo sido julgado procedente o pedido restando reconhecido, em virtude de exame de DNA, que o RÉU não é genitor da Menor. Tal sentença foi confirmada pelo 2º grau de jurisdição, já tendo o acórdão transitado em julgado há mais de um ano e tendo sido anulado o registro de nascimento anterior de Marina onde constava o réu como seu pai. Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; III – Da falta de interesse processual Requer o RÉU a extinção do processo sem resolução do mérito na forma do artigo 337, XI, c/c com art. 485,VI, ambos do NCPC, pelo fato da AUTORA não incluir no polo passivo os filhos do RÉU. Pois o fato é que, caso esta tivesse legitimidade para propor a Ação, esta deveria propô-la em face dos filhos do RÉU também, formando um litisconsórcio passivo, visto que o negócio jurídico fora firmado entre o RÉU e seus dois filhos. O caso em tela trata-se de um litisconsórcio necessário na forma do artigo 114 do NCPC, onde uma sentença atingirá não só o RÉU mas também seus filhos. Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. DO MÉRITO Caso se entendam superadas as preliminares arguidas, o que se admite somente por hipótese, cumpre-se demonstrar que não procedem as alegações da AUTORA pois o RÉU agiu dentro dos parâmetros legais ao fazer a doação aos seus filhos, pois não ultrapassou o limite legal de 50%. Conforme dispõe o Código Civil as doações em vida para terceiros estão subordinadas às mesmas regras da disposição de bens pela via do testamento, ou seja, o doador que tiver herdeiros necessários não poderá doar a terceiros mais que cinquenta por cento dos bens que possuir na data da doação. Contudo é oportuno ressaltar que o RÉU doou tais bens aos seus herdeiros necessários, as doações para os filhos e cônjuge têm características legais diferentes em relação aos demais interessados, ora chamados de terceiros. As doações para filhos e cônjuge são entendidas pela lei como uma antecipação da herança. Sendo assim, quando do falecimento do doador, os bens que tiverem sido doados aos filhos e ou ao cônjuge deverão ser arrolados no inventário como antecipação da legítima e compensados nas suas respectivas quotas em relação aos demais herdeiros. Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. DOS PEDIDOS Sendo assim, a RÉ vem requerer à Vossa Excelência: que seja deferido o pedido de Gratuidade de Justiça pleiteada no preâmbulo desta exordial o acolhimento da preliminar de Incompetência Absoluta em razão da matéria nas base nos artigo 337, inciso II do Novo Código de Processo Civil, com declinação da competência, devendo o processo ser remetido para vara cível, com fundamento nos art. 64, § 3º do NCPC, posto que a ação declaratória de Nulidade de Negócio Jurídico fora proposta em vara de juízo incompetente para apreciação da lide em tela. o acolhimento da preliminar da ausência de legitimidade Ativa com extinção do processo sem resolução do mérito nas bases do artigo 337, XI, c/c com art. 485,VI, ambos do NCPC, posto que a AUTORA não possui legitimidade para figurar no polo ativo uma vez que restou comprovado por exames de DNA não ser filha do RÉU; o acolhimento da preliminarde falta de interesse processual com extinção do processo sem resolução do mérito nas bases do artigo 337, XI, c/c com art. 485,VI, ambos do NCPC,pelo fato da ação ter sido proposta somente em face de Roberto, excluindo do polo passivo os filhos do RÉU e o caso em tela e tratar de litisconsórcio necessário, conforme preceitua o artigo 114 do CNPC; não acolhida as preliminares, que seja acolhido o mérito, julgando improcedente o pedido formulado pela AUTORA no instrumento da demanda, na medida em que não são verídicos os fatos narrados não encontrando fundamento no ordenamento jurídico brasileiro ; a condenação da AUTORA em custas processuais e honorários advocatícios. DAS PROVAS Protesta, ainda, a produção de todos os meios de prova em direito admissíveis, especialmente documental, testemunhal e depoimento pessoal da AUTOR, sob pena de preclusão. Rol de Testemunhas (se tiver): 1 – nome endereço completo Nestes Termos, Pede deferimento. Local, Data NOME DO ADVOGADO OAB/RJ N°
Compartilhar