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caso concreto aula 14 Prática simulada I

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 12ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Processo n.º 
 		ROBERTO,nacionalidade, viúvo, , funcionário público, portador do RG n°, inscrito sob o n° de CPF, residente e domiciliado à rua, bairro, Rio de Janeiro, RJ, CEP, vem, por seu advogado abaixo assinado, com escritório na Rua nº, bairro, cidade/Estado, CEP:, para onde desde já requer que sejam remetidas futuras intimações, perante Vossa Excelência, apresentar a presente
CONTESTAÇÃO
 										à AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO que é movida per MARINA, absolutamente incapaz, representada por sua genitora JANDIRA, já qualificada nos autos em epígrafe, pelo procedimento comum, pelas razões de fato e de direito que passa a expor a seguir:
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
 				Inicialmente, afirma nos termos da Lei nº 1.060/50 com as alterações da Lei 7.510/86, ser pessoa juridicamente pobre, sem condição de arcar com as custas judiciais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento ou de sua família, motivo pelo qual faz jus a gratuidade de justiça e à assistência gratuita integral.
DA SINTESE DA INCIAL
				A AUTORA, representada por sua genitora alega que sendo filha do RÉU, conforme certidão de nascimento acostada aos autos, este não poderia dispor de quase todo o seu patrimônio em favor dos seus outros dois filhos, Cláudio e Carlos, tendo por fundamento o artigo 549 CC/02 c/c artigo 166, VII, CC/02 que dispõem ser nula a doação quando exceder a parte que o doador poderia dispor em testamento. Esclarece ainda a Autora que jamais concordou com tais doações.
DAS PRELIMINARES
I- Incompetência Absoluta em razão da matéria 
				 
				Vem à presença de V. Excelência requerer com base nos artigo 337, inciso II c/c Artigo 64,§3°, ambos do Novo Código de Processo Civil, que os autos sejam remetidos à vara competente, qual seja Vara Civil uma vez que o objeto da lide não é de competência da 12º Vara de Família da comarca da Capital de Estado do Rio de Janeiro como fora proposta. Neste caso faz-se necessário distribuir a demanda para uma das Varas Cíveis deste Juízo. 
				
				Competência nada mais é do que a fixação das atribuições de cada um dos órgãos jurisdicionais, isto é, a demarcação dos limites dentro dos quais podem eles exercer a jurisdição. Neste sentido, “juiz competente” é aquele que, segundo limites fixados pela Lei, tem o poder para decidir certo e determinado litígio
				
				A Incompetência absoluta em razão da matéria é quando a matéria objeto da lide não cabe dentro das atribuições de um determinado Juízo, pode ser alegada a qualquer tempo e deve ser declarada de ofício. Acolhida os autos serão remetidos ao juízo competente e os atos proferido pelo juiz incompetente serão conservados até pronúncia do juízo competente. 
Art. 42.  As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
Art. 64.  A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência.
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
II – Da ausência de legitimidade Ativa
				
				Requer o RÉU a extinção do processo sem resolução do mérito na forma do artigo 337, XI, c/c com art. 485,VI, ambos do NCPC, pelo fato da AUTORA não ser legitimada para demandar contra o RÉU visto que este não é o pai da AUTORA, conforme se verifica em sentença proferida na ação negatória de Paternidade c/c Anulação de Registro de Nascimento que tramitou perante a Segunda Vara de Família da Comarca de Nova Iguaçu, tendo sido julgado procedente o pedido restando reconhecido, em virtude de exame de DNA, que o RÉU não é genitor da Menor. 
				
				Tal sentença foi confirmada pelo 2º grau de jurisdição, já tendo o acórdão transitado em julgado há mais de um ano e tendo sido anulado o registro de nascimento anterior de Marina onde constava o réu como seu pai.
Art. 17.  Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
Art. 337.  Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
 XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; Art. 485.  O juiz não resolverá o mérito quando: 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
III – Da falta de interesse processual
				
				Requer o RÉU a extinção do processo sem resolução do mérito na forma do artigo 337, XI, c/c com art. 485,VI, ambos do NCPC, pelo fato da AUTORA não incluir no polo passivo os filhos do RÉU. Pois o fato é que, caso esta tivesse legitimidade para propor a Ação, esta deveria propô-la em face dos filhos do RÉU também, formando um litisconsórcio passivo, visto que o negócio jurídico fora firmado entre o RÉU e seus dois filhos.
				O caso em tela trata-se de um litisconsórcio necessário na forma do artigo 114 do NCPC, onde uma sentença atingirá não só o RÉU mas também seus filhos.
Art. 114.  O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
DO MÉRITO
				
				Caso se entendam superadas as preliminares arguidas, o que se admite somente por hipótese, cumpre-se demonstrar que não procedem as alegações da AUTORA pois o RÉU agiu dentro dos parâmetros legais ao fazer a doação aos seus filhos, pois não ultrapassou o limite legal de 50%.
				Conforme dispõe o Código Civil as doações em vida para terceiros estão subordinadas às mesmas regras da disposição de bens pela via do  testamento, ou seja, o doador que tiver herdeiros necessários não poderá doar a terceiros mais que cinquenta por cento dos bens que possuir na data da doação.
				Contudo é oportuno ressaltar que o RÉU doou tais bens aos seus herdeiros necessários, as doações para os filhos e cônjuge têm características legais diferentes em relação aos demais interessados, ora chamados de terceiros.
				As doações para filhos e cônjuge são entendidas pela lei como uma  antecipação da herança. Sendo assim,  quando do falecimento do doador,  os bens que tiverem sido doados aos filhos e ou ao cônjuge deverão ser arrolados no inventário como antecipação da legítima  e compensados nas suas respectivas  quotas em relação aos demais herdeiros.
 Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
DOS PEDIDOS
 			Sendo assim, a RÉ vem requerer à Vossa Excelência:
 
 que seja deferido o pedido de Gratuidade de Justiça pleiteada no preâmbulo desta exordial
o acolhimento da preliminar de Incompetência Absoluta em razão da matéria nas base nos artigo 337, inciso II do Novo Código de Processo Civil, com declinação da competência, devendo o processo ser remetido para vara cível, com fundamento nos art. 64, § 3º do NCPC, posto que a ação declaratória de Nulidade de Negócio Jurídico fora proposta em vara de juízo incompetente para apreciação da lide em tela. 
o acolhimento da preliminar da ausência de legitimidade Ativa com extinção do processo sem resolução do mérito nas bases do artigo 337, XI, c/c com art. 485,VI, ambos do NCPC, posto que a AUTORA não possui legitimidade para figurar no polo ativo uma vez que restou comprovado por exames de DNA não ser filha do RÉU;
o acolhimento da preliminarde falta de interesse processual com extinção do processo sem resolução do mérito nas bases do artigo 337, XI, c/c com art. 485,VI, ambos do NCPC,pelo fato da ação ter sido proposta somente em face de Roberto, excluindo do polo passivo os filhos do RÉU e o caso em tela e tratar de litisconsórcio necessário, conforme preceitua o artigo 114 do CNPC;
não acolhida as preliminares, que seja acolhido o mérito, julgando improcedente o pedido formulado pela AUTORA no instrumento da demanda, na medida em que não são verídicos os fatos narrados não encontrando fundamento no ordenamento jurídico brasileiro ;
a condenação da AUTORA em custas processuais e honorários advocatícios.
DAS PROVAS
 
		Protesta, ainda, a produção de todos os meios de prova em direito admissíveis, especialmente documental, testemunhal e depoimento pessoal da AUTOR, sob pena de preclusão. 
Rol de Testemunhas (se tiver):
1 – nome
 endereço completo
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Local, Data
NOME DO ADVOGADO
OAB/RJ N°

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