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Resenha Douglas North

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Os capítulos anteriores analisam o papel das instituições, sua importância e consequências. Segundo o autor as instituições são o determinante subjacente do desempenho de longo prazo da economia. O presente capítulo trata das instituições, da teoria econômica e seu desempenho. 
Na primeira seção do capítulo 12 são especificadas as mudanças que devem ser feitas na teoria neoclássica para incorporar a análise institucional. O postulado da racionalidade instrumental da teoria neoclássica assume que os atores possuem informações necessárias para avaliar corretamente as alternativas e, em consequência, fazer escolhas que irão atingir os fins desejados. Na verdade, tal postulado tem implicitamente a existência de um determinado conjunto de instituições e de informação. Um postulado de racionalidade processual não só pode explicar os mercados incompletos e imperfeitos que caracterizem a maior parte do presente e do mundo passado, mas também leva o pesquisador a questões fundamentais de o que é que faz com que os mercados sejam imperfeitos. Devido à assimetria e os custos da informação surgem custos de transação, mesmo que os atores desenvolvam instituições para a regulação dessa estrutura ainda há algum nível de imperfeição dos mercados. Para conseguir aproximar de um modelo eficiente de economia de troca com o custo de transação próximo a zero, a legislação deveria ser promulgada de forma que aumentasse a demanda agregada e os ganhos compensem as perdas, para que o custo de transação seja baixo o suficiente para que em conjunto valham a pena. Segundo North, para realizar essa troca é necessário que: as partes afetadas devem ter a informação e o modelo correto para saber que são afetados pela conta e saber o valor dos ganhos, os resultados podem ser comunicados ao agente o qual irá votar de acordo, os votos serão ponderados pelos ganhos e perdas líquidas de forma que o resultado seja acertado e as perdas sejam compensadas, a troca deve ser realizada a um custo de transação baixo o suficiente para que valha a pena. A estrutura institucional mais favorável para aproximar tais condições foi o sufrágio universal na sociedade moderna democrática. Ainda assim, ao olharmos para dentro desse sistema notamos falhas que mostram uma grande diferença entre o melhor e o eficiente. O autor propõe que é necessário enfatizar duas condições essenciais que avultam. As partes afetadas devem ter tanto a informação e modelo correto para avaliar com precisão as consequências e que todas as partes afetadas tenham igual acesso no processo de decisão. Em grande parte dos casos, as restrições informais irão contribuir para as consequências de desincentivo a essas políticas o que faz com que seja muito difícil encontrar mercados que trabalham e até se aproximam do ideal neoclássico no mundo moderno. 
Na seção dois deste capítulo são delineadas as implicações para a análise estática do desempenho econômico. O autor resume as consequências das instituições na análise econômica contemporânea. Primeiramente, as restrições institucionais específicas ditam as margens no qual as organizações operam e, consequentemente, torna inteligível a interação entre as regras do jogo e o comportamento dos atores. Além disso, uma incorporação autoconsciente de instituições forçará os economistas a questionar os modelos de comportamento que fundamentam suas disciplinas e, em consequência, para explorar mais sistematicamente as implicações dos custos e de informações assimétricas para o comportamento dos atores. Outro ponto trata que as ideias e ideologias são importantes e as instituições tem um importante papel na determinação dessas influencias. As ideias e ideologias são capazes de moldar as construções subjetivas mentais que os indivíduos utilizam para interpretar o mundo à sua volta e fazer escolhas. Por fim, North diz que a política e a economia estão interligadas em qualquer compreensão do desempenho de uma economia e, portanto, surge a necessidade de desenvolver uma verdadeira disciplina de economia política. Um conjunto de restrições institucionais define as relações de troca entre os dois e, portanto, determina a forma como um sistema econômico político funciona. 
Na terceira parte do capítulo são exploradas as implicações da análise institucional para a construção de uma teoria dinâmica da economia de troca no longo prazo. A integração da análise institucional na teoria neoclássica estática implica em modificações no corpo da teoria existente. A “dependência de trajetória” (path dependence) é a chave para o entendimento analítico da economia de troca de longo prazo. Esta vem dos mecanismos de retornos crescentes que reforçam o sentido em um determinado caminho. As alterações no caminho provem de imprevistas consequências de escolhas, efeitos externos, e algumas vezes forças exógenas do quadro analítico. Essas alterações citadas podem provocar a reversão de trajetória, mas normalmente esta ocorre devido a mudanças na política. O autor expande as características da dependência de trajetória através do contraste entre a trajetória norte-americana britânica e a latino-americana espanhola, a qual foi tratada com mais detalhes no capítulo 11. O caminho divergente estabelecido pela Inglaterra e Espanha no novo mundo não convergiram, apesar dos fatores mediadores de influências ideológicas comuns. No primeiro caso, um quadro institucional foi envolvido, o qual permitiu a troca impessoal complexa necessária para a estabilidade política e para capturar os potenciais ganhos econômicos da tecnologia moderna. Neste último, as relações personalistas ainda são a chave para a maior parte da troca política e econômica. Eles são uma consequência de um quadro institucional envolvente que produz nem estabilidade política, nem realização consistente do potencial da tecnologia moderna.
	No capítulo 13 de sua obra Douglas North tem o intuito de explorar as características específicas de mudanças históricas na economia. Para o autor as instituições fornecem a estrutura básica para a criação de ordem ao longo da história e a redução da incerteza. Elas são a chave para se compreender a inter-relação entre a política e a economia e as conseqüências dessa inter-relação para o crescimento ou estagnação econômica. O argumento apresentado no estudo é que as atuais formas de organização política, econômica e militar e maximizando suas direções são derivadas da estrutura institucional que, por sua vez evoluiu de forma incremental. Porém, é necessário mencionar que nenhuma evolução ocorreu. 
	North começa a descrever a evolução no mercado a partir do câmbio local dentro de uma aldeia ou até mesmo a troca simples de caça e coleta. A especialização neste mundo é rudimentar e a auto-suficiência caracteriza a maioria dos agregados familiares. Assim a evolução e o desenvolvimento do comércio de longa distância são caracterizados por uma clara mudança na estrutura econômica. A etapa subseqüente consiste em economias de escala e resulta no início da hierarquização produzindo organizações, com os trabalhadores em tempo integral e um processo de produção seqüencial. Na última etapa a especialização tem aumentado e a agricultura é uma pequena porcentagem da força de trabalho, é uma sociedade predominantemente urbana.
	No item dois do mesmo capítulo, o principal objetivo de North é fornecer uma história diferente sobre as características dos estágios de desenvolvimento do comércio e examinar que tipo de instituições são necessárias para permitir que o custo das transações se transforme em um nível que permitirá a este uma crescente especialização, além, que divisão do trabalho a ocorra. O fundamental na evolução é reduzir os custos de informação e de economias de escala juntamente com o desenvolvimento de uma melhor execução dos contratos. Dessa forma, as organizações têm o incentivo para adquirir conhecimentos e informações que irão levá-las a evoluir nas mais produtivas direções. O autor ressalta que nem todas as economias evoluíram da mesma forma e que mesmo na atualidadeainda há resquícios das formas primárias de intercâmbio. 
	Em suas primeiras formas, o intercâmbio humano poderia ocorrer, mesmo sem uma linguagem falada comum entre as partes. As trocas existiam sem uma regulação estatal e eram organizadas por grupos familiares e as comunidades eram governadas por um delicado equilíbrio de poder. Uma segunda forma de troca existe há milhares de anos, entretanto ainda hoje existe no Norte da África e no Oriente Médio. É caracterizada por uma troca generalizada, relativamente impessoal e com altos custos de transação. São empresas de pequeno porte que utiliza boa parte da força de trabalho da cidade com uma divisão do trabalho bem delineada e um número robusto de pequenas transações. As organizações voluntárias evoluíram para proteger os comerciantes das incertezas e das informações assimétricas.
	Segundo Douglas North a organização tribal o e comércio de caravanas são característicos de padrões estáveis de cooperação muito limitada que têm persistido ao longo da história. Em cada caso, as habilidades e os conhecimentos necessários para o sucesso na parte de organizações ou indivíduos envolvidos não induziu modificações produtivas estrutura institucional básica, as fontes de mudança institucional foram externas. A história do comércio de longa distância no início da Europa moderna foi a mais complexa história de organização seqüencial que, eventualmente, levou ao surgimento do mundo ocidental. A partir disso o autor começa a descrever as inovações e, em seguida, explorar algumas de suas fontes subjacentes.
	História é a construção de uma face da condição humana através do tempo. Tal construção só existe na mente humana. Não cabe ao ser humano recriar o passado, cabe a ele, construir histórias sobre o passado. De tal forma, a incorporação de instituições permite que a história seja contada de uma forma bem melhor e mais verossímil e a história econômica foi construída com base nessas instituições e conseguiu nos oferecer uma imagem de continuidade. A construção da história econômica baseia-se em uma interminável luta entre os seres humanos para resolver os problemas de cooperação, de modo que eles podem aproveitar as vantagens não só de tecnologia, mas também de todas as outras facetas da atividade humana que constituem a civilização.
	A ênfase na tecnologia fez uma contribuição salutar para a escrita da história econômica. Uma série de estudos pós -Segunda Guerra Mundial por Kuznets e Solow, levou à exploração das fontes de crescimento econômico em termos de análise de mudança produtividade. Ou seja, a tecnologia forneceu um limite superior para realização do crescimento econômico. A estrutura institucional implícita produz mercados competitivos e eficientes na economia, impulsionados pelos retornos ou acumulação de capital crescentes. O crescimento de uma economia imperialista ocorre como um resultado de uma estrutura institucional que explora as economias dependentes ou periféricas. Pois, as economias históricas e atuais contêm exemplos de economias em crescimento e estagnadas ou em declínio econômico. 
	Em seu capítulo final North procura demonstrar que os questionamentos feitos nos capítulos anteriores foram respondidos. Para ele, os incentivos são os determinantes subjacentes do desempenho econômico. Eles estão implícitos nas teorias que são empregadas e assumidas para ter um efeito e uma forma especial. Ao redirecionar a ênfase modifica as implicações da racionalidade, incorporando idéias e ideologias em nossa análise, estudar explicitamente os custos de transação para o funcionamento dos mercados políticos e econômicos, e compreender as conseqüências da dependência para a evolução histórica das economias. A mistura de estabilidade subjacente e mudança incremental podem nos dar profundamente mais satisfação que a história.
	North conclui então que a existência de instituições relativamente produtivas s em algum lugar do mundo e as informações de baixo custo sobre as características de desempenho resultantes dessas instituições é um poderoso incentivo para mudar para economias de baixo desempenho. Isso parece ser o caso das mudanças marcantes nas sociedades do Leste Europeu no ano 1989. A análise fornece pontos sobre dois recursos da matriz institucional das economias: os constrangimentos informais e os custos de transação inerentes do processo político. Fica-se com instituições eficientes por um sistema político que foi construído com incentivos a fazer cumprir os direitos de propriedade eficientes. Não é por acaso que os modelos econômicos do sistema político desenvolvido na literatura da escolha pública caracterizam o Estado como um Laviatã, o mesmo, em seguida, torna-se nada mais do que uma máquina de redistribuir a riqueza e renda. O estudo sobre as instituições é inicial e ainda tem muito a se desenvolver.

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