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NEOLIBERALISMO SOB A HEGEMONIA NORTE AMERICANA, FINANÇAS MUNDIALIZADA INTRODUÇÃO: Nova fase do capitalismo: Neoliberalismo Hegemonia financeira Transição dos anos 70 – 80 tendo como ponto de partida: 1979: FED eleva taxa de juros ao nível requerido para eliminar a inflação, não importando os custos aos países periféricos. Consequências foram: controle dos salários, erosão gradual dos sistemas de proteção social, onda de desemprego, crescimento lento e crises recorrentes nos países da periferias, deslocalização das empresas, elevação das tensões internacionais e do militarismo. Primeiros anos da década 2000 marcaram uma ruptura no sistema neoliberal Crise norte-americana Crise argentina O que é a nova ordem Neoliberal? Hegemonia financeira Considerada do ponto de vista das relações internacionais, pode ser caracterizada como um imperialismo contemporâneo. “A hegemonia neoliberal da finança se soma e se combina à hegemonia do país dominante (...)”. NOVO PODER FINANCEIRO: Neoliberalismo possui características específicas entre elas a que mais se destaca é a reafirmação e as formas de um poder de classe. Estados e classes Neoliberalismo remete à liberdade dos mercados (liberdade do capital), mas não se pode deduzir que o Estado tenha perdido toda função. Neoliberalismo se impôs sob a proteção do estado. Neoliberalismo corresponde à reafirmação do poder da finança depois de um período de perda de hegemonia, trata-se do segundo período da finança. No capitalismo a propriedade dos meios de produção define a classe dominante, mas essa propriedade pode se manifestar sob diferentes formas institucionais, que se modificam ao longo do tempo. A relação de propriedade evoluiu até a propriedade financeira das sociedades, em que o poder se concentra nas instituições financeiras. Hegemonia das finanças (propriedade financeira=títulos) Instituições financeiras e de classe O Estado é a instituição que encarna o poder da classe dominante, por meio da dominação ao resto da sociedade. Permanecem ainda as classes dos trabalhadores e dos administradores, onde se perpetua a separação entre a propriedade e gestão. O neoliberalismo corresponde a uma configuração de poder com seus próprios compromissos estabelecidos com a fração superior dos executivos e com a classe possuidora de haveres financeiros. Traços gerais do neoliberalismo nos EUA e na Europa Crises estrutural na década de 70 permite o “renascimento” das finanças Crise promoveu forte desaceleração do crescimento, o aumento da instabilidade macroeconômica, o crescimento do desemprego e da inflação. Principal problemas: queda gradual da taxa de lucro nos principais países capitalistas desde a década de 60. Efeito combinado da queda da produtividade do capital e da diminuição da parte dos lucros. Neoliberalismo permite a formação de fluxos de renda favoráveis a classes ricas, permite distribuição de dividendos. Contraste entra a crise estrutura (década de 70) e o neoliberalismo (década de 90): Naquele os lucros eram reduzidos e as empresas financeiras distribuíam pequena parte, neste havia a distribuição de volumes considerados de dividendos incentivados pela nova política de valor ao acionista. O desempenho do neoliberalismo em termos de crescimento e acumulação do capital foi desfavorável. Das reduzidas taxas de acumulação decorre a onda de desemprego que se elevou entre 1975-85. A ECONOMIA DO IMPERALISMO NORTE-AMERICANO Qual a contribuição dos fluxos de renda provenientes do estrangeiro para remuneração do capital nos EUA, comparado com os lucros do próprio país? Um traço característico das décadas neoliberais, relacionados a abertura para o exterior, é a mudança na configuração do imperialismo norte-americano que passa a desviar a demanda interna para consumo nos EUA. “ O desenvolvimento dos EUA como potência imperial doravante estigmatiza o afluxo de capitais para esse país e o déficit crônico de sua balança comercial” EUA impõe ao mundo exportações de sua mercadorias e capitais, importam simultaneamente massa de mercadorias superiores ás suas exportações e deixando o capital estrangeiro financiar suas despesas. EUA possui uma assimetria nas relações com resto mundo em função da distância das aplicações financeiras que os agentes norte-americanos fazem no exterior e o rendimento das aplicações estrangeiras nos EUA. Neoliberalismo ocasionou mudanças brutais : Queda da taxa de poupança americana Queda da taxa de investimento americana Déficit no balanço em conta corrente financiamento externo Propensão elevada ao consumo “Assim chega-se a um quadro muito edificante: Neoliberalismo criou formidáveis fluxos de rendas em benefícios das camadas mais ricas Estabeleceram-se poderosos sistemas de drenagem de rendas no plano mundial Engajaram num consumo maluco e O investimento, reduzido no neoliberalismo, manteve nível superior ao ditado pela poupança graças ao aporte da poupança internacional que financiou a despesa nos EUA”. CONTRADIÇÕES DE UMA TRAJETÓRIA MACROECONÔMICA Crise no centro Durante o longo boom dos anos 90 a taxa de investimento norte-americana, que havia caído muito anteriormente, não parou de crescer, atingindo níveis anteriores ao neoliberalismo. A partir de 1997: Crescimento da taxa de acumulação apesar da queda da taxa de lucros retidos. O que ocorre? Aumento excepcional do fluxo financeiro de investimento direto proveniente do exterior Ampliação do recurso ao endividamento Queda da rentabilidade Carga de juros tornou-se pesada ao re-endividamento Custo salarial aumento significativamente A partir de 2002: Taxa de crescimento da produção volta a subir, mas o investimento e a taxa de utilização do capital nas indústrias não... Desequilíbrios crescentes Acrescenta-se alguns desequilíbrios, que não são característicos da recessão dos anos 2000, mas de transformações de longo prazo. Endividamento das famílias Fenômeno geral de financeirização Dívidas totais aumentaram fortemente, mas a diferença dessas divida e o conjunto de ativos financeiros, que se pode chamar de divida liquida, diminuiu. As ameaças do endividamento das empresas provem da presença de ativos financeiros duvidosos Desequilíbrios do balanço em conta corrente revela forte degradação Fluxo crescente de renda em direção aos EUA e que dele saem. Contudo, a diferença entre os dois fluxos de renda teve tendência decrescente. O beneficio liquido que os EUA recebia do exterior reduziu e o país passou a pagar rendas ao exterior iguais ou superiores as que recebia. A onde de consumo das classes mais ricas matou a galinha dos ovos de ouro! Papel da América Latina: América latina paga rendas financeiras aos EUA, mas também recebe consideravelmente. Superposição de dois fluxos de capitais: Os bancos americanos emprestam para os países latino-americanos, mais os capitais privados fogem maciçamente da região para serem aplicados nos EUA. Pode-se resumir este movimento da seguinte maneira: os EUA se transformaram num centro de coleta e redistribuição de lucros. De uma parte, obtém elevadas rendas do resto do mundo por meio de investimento e aplicações particularmente rentáveis e de outra, remuneram o capital estrangeiro a uma taxa inferior.
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