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Semana 4 Recurso Ordinário

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ______________.
TÍCIO, já qualificado nos autos do pedido de mandado de segurança n. ..., por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com o venerando acórdão denegatório da ordem, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, interpor RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL, com fulcro no artigo 105, inciso II, alínea “a”, da Constituição Federal e artigo Art. 18 da Lei 12.016 de 7 de agosto de 2009, pelas razões anexas.
Requer seja recebido e processado o presente recurso e encaminhado, com as inclusas razões, ao Colendo Superior Tribunal de Justiça.
Requer a juntada da inclusa guia de preparo devidamente recolhida.
Termos em que pede deferimento.
Município X, 28 de agosto de 2014.
Advogado
OAB n.
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
Recorrente: Tício
Recorrida: Justiça Pública
Mandado de Segurança n°
	Superior Tribunal de Justiça,
	Colenda Turma,
DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
Tendo em vista tratar-se de ato de Ministro de Estado, a impetração do mandado de segurança contra o ato de demissão do recorrente dirigiu-se ao Colendo Superior Tribunal de Justiça por força do art. 105, inciso I, alínea “b”, da CRFB, sendo competente para julgá-lo esse Pretório Excelso:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
II – julgar, em recurso ordinário:
a) b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal.
Ainda o art. 539, II, “b” do CPC e o art. 105, II, “c” da CF/88 estabeleceram mais uma competência para o STJ em sede de recurso ordinário constitucional, qual seja, nas decisões, QUAISQUER QUE SEJAM SUA NATUREZA OU CONTEÚDO, proferidas nas causas em que forem partes, de um lado, estado estrangeiro ou organismo internacional, e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no país.
Destarde, o presente recurso é próprio, tempestivo, as partes são legítimas e estão devidamente representadas, portanto, preenchido os pressupostos de admissibilidade.
I – DOS FATOS
O recorrente solicitou acesso a documentos no município X, tendo o seu direito constitucional violado, tais como, o direito de petição, acesso à justiça e os atinentes à administração publica, tendo impetrado mandado de segurança perante o Tribunal de Justiça local, órgão competente para conhecer e julgar a questão.
Ocorre que tal mandado de segurança foi denegado.
DO DIREITO
A decisão proferida pelo respeitável órgão não pode prosperar visto que não há respaldo legal e nem constitucional, uma vez que o recorrente teve seu direito lesado.
O recorrente teve seu pedido negado por atitude severa do Governador de Estado, que violou diversos artigos constitucionais, no qual estabelece o direito de todos receberem dos órgãos públicos documentos ou informações pertinentes à segurança do Estado e proteção da coletividade. 
Discorre o artigo 5° inciso XXXIV, alíneas a e b da Constituição Federal:
Art. 5°. XXXIV. São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Desse modo, não há dúvida que é um mandamento constitucional o direito à informação, seja para a defesa individual ou para a defesa do bom funcionamento da administração.
No presente caso, o Recorrente está inconformado com ato praticado pelo Governador do seu Estado de origem, que negou acesso a elementos que permitissem a certificação de situações capazes de gerar vindoura ação popular.
Ainda neste sentido, possui entendimento jurisprudencial do Estado de Santa Catarina:
ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - PEDIDO DE COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS COM CRÉDITOS PROVENIENTES DE PRECATÓRIO - INÉRCIA DO PODER PÚBLICO - DIREITO À ANÁLISE DO PEDIDO - DEVER DO ENTE ESTATAL1. "A Constituição da República assegura o direito de petição (art. 5º, XXXIV, a), que compreende o de receber resposta aos requerimentos administrativos no 'prazo improrrogável de quinze dias, contado do registro do pedido no órgão expedidor' (Lei 9.051/95, art. 1º)" (ACMS nº 2003.023129-3, Des. Newton Trisotto). 2. Tendo o impetrante formulado requerimento administrativo buscando autorização para compensar débitos tributários com créditos provenientes de precatórios, não pode o Poder Judiciário substituir-se à autoridade administrativa e concedê-la. Pode, no entanto, deferir a segurança parcialmente e fixar prazo para o impetrado decidir o pedido, sob pena de multa diária, pela qual responderá pessoalmente. Não ocorre, na hipótese, julgamento extra petita, pois "o pedido é o que se pretende com a instauração da demanda e se extrai da interpretação lógico-sistemática da petição inicial, sendo de levar-se em conta os requerimentos feitos em seu corpo e não só aqueles constantes em capítulo especial ou sob a rubrica 'dos pedidos" (REsp nº 284.480, Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira). (TJSC, Apelação Cível em Mandado de Segurança n. 2008.054182-3, da Capital, rel. Des. Newton Trisotto, j. 27-02-2009).
Por não ter seu direito assegurando o recorrente ajuizou mandado de segurança, uma vez este é o remédio constitucional, previsto no artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal de 1988, como garantia fundamental de natureza processual. O assento na Constituição lhe qualifica como "remédio ou writ constitucional", haja vista sua destinação na proteção judicial de direito líquido e certo não amparado por HC ou HD em face de ilegalidades ou abusos de poder cometidos por autoridade pública.
O Governador do Estado é uma autoridade pública e ao negar acesso a elementos que permitissem a certificação de situações capazes de gerar ação popular violou vários dispositivos constitucionais e legais.
Discorre o § 4º do artigo 1º da Lei nº 4.717/1965 que para instruir a inicial, o cidadão poderá requerer às entidades as certidões e informações que julgar necessárias, bastando para isso indicar a finalidade das mesmas.
Já o § 5º do artigo 1º da Lei nº 4.717/1965 dispõe sobre a previsão de que as certidões e informações solicitadas deverão ser fornecidas dentro de 15 (quinze) dias da entrega, sob recibo, dos respectivos requerimentos, e só poderão ser utilizadas para a instrução de ação popular.
DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido, para reformar a decisão, julgando procedente por conseguinte o mandado de segurança, tendo em vista as razões acima mencionadas.
São Jose, 28 de agosto de 2013.
Advogado
OAB n.

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