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Semana 11 Ação Popular

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA___ VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE CORDEIRO/UF
ALAOR MOREIRA, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do RG nº...., inscrito no CPF nº....., residente e domiciliado na rua..., vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu procurador cuja procuração segue anexa, com escritório profissional na Rua, onde recebe suas intimações e notificações, com fulcro no artigo 5º, inciso LXXIII da Constituição Federal e na Lei 4.717/65, impetrar:
AÇÃO POPULAR
em face de FULANO DE TAL, (nacionalidade), (estado civil), Secretário Municipal De Desenvolvimento Social e Econômico do Município de Cordeiro, portador do RG nº...., inscrito no CPF nº....., residente e domiciliado na rua...; do MUNICÍPIO DE CORDEIRO, pessoa jurídica de direito público interno com sede na Rua ...; e IMOBILIÁRIA X, pessoa jurídica de direito privado, portador do CNPJ n., situada na rua..., pelos fatos e fundamentos a seguir:
1) DOS FATOS
O autor, passando por um terreno municipal, verificou a existência de placas de aviso de venda de unidades, descobrindo que o imóvel público havia sido cedido para uso particular de um Shopping Center.
Inconformado, o autor procurou o Secretário Municipal de Desenvolvimento Social e Econômico de Cordeiro (1º réu) requerendo o cancelamento da cessão do terreno feita a Imobiliária (3ª ré), tendo recebida resposta negativa, razão pela qual não lhe resta outra alternativa senão ingressar com a ação via judiciária.
2) DO DIREITO
A ação popular, nos termos do artigo 5° LXXIII, é o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a anulação de atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio público, à moralidade pública e outros bens jurídicos indicados no texto constitucional.
No presente caso, percebe-se que não houve observância da regra prevista no artigo 17, I, da Lei 8.666/93, a qual dispõe que qualquer alienação de bens imóveis da Administração Pública, subordinada sempre à existência de interesse público devidamente justificado, dependerá de avaliação prévia e licitação na modalidade de concorrência.
Assim, tem-se que a lesão ao patrimônio público no caso em tela é cristalina, isto porque, a uma, o bem público foi cedido a um ente particular a título gratuito e sem a observância dos requisitos formais para sua alienação, a duas porque, notoriamente, não há qualquer utilidade pública em tal negociação, mas tão somente interesse particular.
Além do prejuízo econômico, a moralidade pública encontra-se seriamente abalada, uma vez que o 1° réu, ao ceder a título gratuito um bem do povo a uma entidade particular, qual seja a 3° ré, não resguardou o interesse público com o qual estaria obrigado, deixando de lado a honestidade e honradez com que deveria exercer suas funções de Secretário do Município.
De igual modo, o princípio da impessoalidade, estampado no artigo 37, caput, da Constituição Federal também restou ferido, sendo que, nas palavras do nobre doutrinador Carvalho Filho (2010, p. 53), para que se possa haver uma verdadeira impessoalidade, “deve a Administração voltar-se exclusivamente para o interesse público, e não para o privado, vedando-se, em consequência, sejam favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros e prejudicados alguns para favorecimento de outros”. [1: (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 24. Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010)]
Logo, comprovada a prática de atos ilegais e lesivos à coletividade, toma-se imprescindível a intervenção do Poder Judiciário para proceder a anulação da cessão do bem público e condenação dos responsáveis pelas perdas e danos sofridas pelo Município e sua população.
Por fim, em consonância com o art. 5º, § 4º da Lei 4717/65 é cabível a concessão de liminar para cancelar a cessão gratuita do terreno em questão para a 3ª ré, pois a pretensão desta é construir em área pública empreendimento para fins particulares, o que, consequentemente, ferirá o patrimônio público.
3) PEDIDO
Por todo o exposto requer:
A) que seja concedida a gratuidade de justiça, eis que o art. 5º LXXIII CF/88 confere isenção nas custas judiciais para as ações populares;
B) que seja concedida a liminar inaudita altera pars, para anular a cessão gratuita do terreno para a 3ª. ré;
C) a citação dos 1° e 3° Réus, para, querendo, contestar a presente ação, no prazo de 20 dias, sob pena de aplicação dos efeitos da revelia;
D) a citação do Município de Cordeiro em separado, na forma do art. 6°, §3° da Lei 4.717/65;
E) a intimação do ilustre representante do Ministério Público, na forma do artigo 82, III do Código de Processo Civil;
F) que, ao final, seja julgado integralmente procedente o pedido, tornando-se definitiva a liminar anteriormente pleiteada, com a anulação da cessão do terreno público;
G) que sejam condenados os réus em custas judiciais e honorários advocatícios em 20% do valor da condenação.
Atribui-se a causa o valor de R$ .......... (valor do terreno)
Local, data.
Dr. Tício Caio
OAB nº

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