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DEFESA INQUÉRITO DISCIPLINAR RONAM

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ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO CONSELHO DISCIPLINAR DA PENITENCIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL I
INQUÉRITO DISCIPLINAR Nº: 0190/ 2016
		RONAM DE SOUZA RODRIGUES, já qualificado nos autos do inquérito em epígrafe, por intermédio de seus advogados do núcleo de prática da faculdade UPIS, procuração anexa, vem, à presença de Vossa Senhoria, com fundamento nos artigos 59 e 81 da Lei de Execuções penais e no artigo 110 do Regime Interno dos Estabelecimentos Prisionais do Distrito Federal, apresentar
DEFESA ADMINISTRATIVA
com base nos fatos e fundamentos que passa a expor:
DOS FATOS
Narra os autos do inquérito disciplinar em apreço que no dia 02 de novembro do ano de 2016, no bloco D, internos da cela 3, atearam fogo em colchões e incitaram movimento para subverter a ordem ou a disciplina. 
Que, de acordo com os autos, o interno Ronam foi um dos participantes, ainda que no mesmo dia, foi retirado das celas alguns dos internos e levado para isolamento.
Esse é o breve relato dos fatos.
DO DIREITO
Art. 86 do RIEP/DF – “Não haverá pena disciplinar em razão de dúvidas ou suspeitas.”.
Ilustríssimo Senhor Presidente, de acordo com os autos do inquérito disciplinar, o fato acorreu em consequência de movimento grevista dos agentes e, que os internos não estavam recebendo visitas, por isso o movimento de reivindicação era generalizado não podendo o ora acusado se colocar em desacordo com os demais internos, haja vista que se assim o fizesse, colocaria em risco sua própria integridade física. 
Não houve por parte do ora acusado vontade de praticar qualquer ato atentatório contra a ordem do presídio. 
Sendo assim, nobre julgador, não há dolo em sua conduta, pois não praticou atos atentatórios por vontade, e sim, estava na cela no momento das manifestações e foi retirado para servir de exemplo para os demais detentos. 
Ora, Douto julgador, não se pode individualizar a conduta dos que participaram do movimento reivindicatório, mesmo por que nem mesmo os agentes sabem ao certo quem praticou que atos. 
É o que se extrai da leitura dos autos do inquérito disciplinar em apreço.
Sendo assim, fica evidente que resta dúvidas sobre a autoria dos fatos, e, de acordo com o artigo 86, supracitado, não se pode punir quando o fato delituoso praticado não puder ser individualizado.
Ademais, um princípio que baliza todo o ordenamento jurídico penal brasileiro, deixa claro que na dúvida deve-se decidir a favor do réu para que se possa alcançar uma justa punição. Princípio do IN DUBIO PRO REO. 
Entende a melhor doutrina que é tão importante à observação de tal principia que estaríamos colocando em risco o estado democrático de direito caso não se observe a correta aplicação dos princípios balizadores da LEX.
Além do que, o indiciado está privado de seus benefícios, haja vista que o inquérito disciplinar ainda esta pendente, que os fatos ocorreram a mais de nove meses, por isso, fica evidente a afronta ao texto Constitucional ao teor do artigo 5º, LXXVIII, afronta ao principio da razoável duração do processo, aplicável ao processo administrativo.
DO PEDIDO 
Diante do exposto, requer a defesa:
Seja o interno absolvido pela atipicidade da conduta;
Se não for esse o entendimento, sejam consideradas suficientes as restrições administrativas já impostas.
E que se exclua este apontamento sobre os assentamentos do interno, a fim de que não sirva à sua classificação comportamental. 
 Termos em que, pede deferimento.
Brasília-DF, 18 de outubro de 2017.
UPIS – UNIÃO PIONEIRA DA INTEGRAÇÃO SOCIAL 
DEPARTAMENTO DE DIREITO
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA JOSAPHAT MARINHO
UPIS - UNIÃO PIONEIRA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL
DEPARTAMENTO DE DIREITO
NPJ - Núcleo de Prática Jurídica Josaphat Marinho
SEPS 712/912 Bloco A | Brasília | CEP: 70390-125 | Contato: (61) 3445 - 6748
HANNA KARLA GOMES PINTO
Advogada-Orientadora NPJ/UPIS
OAB-DF 48.763
ROGÉRIO DA LUZ FONTELE
Estagiário NPJ/UPIS
OAB-DF 15.573/E

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