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fundamentos psicologicos da educação

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As ideias são a expressão das relações e atividades reais do homem, estabelecidas no processo de produção de sua existência. Elas são a representação daquilo que o homem faz, da sua maneira de viver, da forma como se relaciona com os outros homens, do mundo que o circunda e das suas próprias necessidades.
Assim, como Max e Engels (1980), aquilo que o homem faz, em que acredita, o que conhece e o que pensa sofre interferência das ideias anteriormente elaboradas, ao mesmo tempo em que novas representações produzem transformações em sua existência. Para tanto precisamos compreender um pouco dessas três áreas do conhecimento ao longo da história do pensamento humano no ocidente para, em seguida, perceber como essa tríade irá permear as relações de ensino – aprendizagem no campo da pedagogia.
A filosofia: das raízes aos movimentos contemporâneos
A mais antiga das três áreas do conhecimento é a filosofia. O termo filosofia vem do grego filos, que traduz a ideia de AMOR, e de Sofia que significa “SABEDORIA”. Assim a filosofia contém em si duas significações: “ o homem que possui certo saber e o homem que vive e se comporta de um modo peculiar. (Marias, 2004, p 3). Conforme Abbagnano (2007), pautado na definição do Eutidemo de Platão, a filosofia é o uso do saber em proveito do homem.
Segundo Marias (2004 p.3) é necessário compreender a filosofia de modo tal que na ideia que dela se tenha caibam, simultaneamente, as duas coisas. Ambas são, afinal verdadeiras, uma vez que construíram a própria realidade filosófica, ou seja, segundo o autor, “a filosofia é um modo de vida, um modo essencial que, justamente, consiste em viver numa certa ciência e, portanto, a postula e a exige. É, portanto, uma ciência que determina o sentido da vida filosófica.
A filosofia ocupou um lugar proeminente na cultura ocidental. Pode-se até mesmo dizer que ela foi uma das principais forças dessa cultura, pois todo conhecimento cientifico e técnico que se encontra na base do edifício de nossa civilização, emergiu sob essa modalidade filosófica, lá na Grécia clássica cerca de 500 anos antes da nossa era.
Podemos dividir a filosofia ocidental por séculos, subdividos por períodos, que vão desde a Idade Antiga (séculos IV a. C ao V d. C), passando pela idade média (séculos V ao XV), Idade moderna (séculos XV ao XVIII) e Idade Contemporânea (séculos XVIII ao XIX), até chegar a atualidade (século XXI)
A antiguidade também denominada de período arcaico, é marcada por uma grande transformação na história do pensamento humano, pois foi nesse período que a civilização grega se viu obrigada a criar técnicas e métodos voltados para o processo de ensino aprendizagem, desligando-se pouco a pouco do pensamento mítico. 
O pensamento mítico constituiu a primeira tentativa realizada pelo ser humano, de explicar o mundo, ou seja, durante a antiguidade, o homem interpretava e explicava a realidade por meio do mito (mythos), da palavra, do que se dizia e, nesse sentido, antes do surgimento da escrita, as histórias eram passadas de geração para geração por meio da cultura oral.
O mito é o ponto de partida para a compreensão do ser. Em outras palavras, tudo o que pensamos e queremos se situa inicialmente no horizonte da imaginação, nos pressupostos míticos, cujo sentido existencial serve de base para todo trabalho posterior da razão. Como o mito é a nossa primeira leitura do mundo, o advento de outras interpretações da realidade não exclui o fato de ele ser raiz da inteligibilidade. 
Desde a tomada de consciência humana, por meio da escrita, do pensamento reflexivo e da utilização da razão, o pensamento do homem passou a ser “teorizante”, ou seja, a se apoiar em teorias logicas, baseadas nas experiências e nos experimentos científicos, e não mais em fantasias, contos mitológicos e metáforas. A nova forma de compreensão do mundo dessacraliza o pensamento e a ação, isto é, retira dele o caráter de sobrenaturalidade, fazendo surgir a filosofia, a ciência, a técnica.
Ainda na antiguidade temos o PERIODO CLASSICO E HELENISTICO, no primeiro deles destacamos os chamados sofistas, considerados por muitos os “charlatões da filosofia”, acusados de pregar falso raciocínio capcioso, de má fé e com intenção de enganar o outro.
No segundo período, o helenístico, podemos mencionar os maiores ícones da filosofia grega, considerados seus precursores: Sócrates (469 a. C. – 399 a. C), Platão (427 a. C. – 437 a.C.) e Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) esses gregos foram responsáveis por desenvolver as ideias filosóficas e deixaram marcas definitivas na evolução do pensamento humano, tornando-se assim os grandes pilares da cultura ocidental.
Na IDADE MÉDIA, destacamos as instituições escolares, nas quais os ensinamentos tinham como base a supremacia da fé católica em detrimento da razão. Os principais expoentes desse pensamento foram Santo Agostinho (354 d.C. – 430 d.C.) – que, apesar de ter falecido no início do século V, deixou um enorme legado, desenvolvido com base no platonismo dos fins da antiguidade – e São Tomás de Aquino (1226 – 1274) – que no século XIII d.C. elaborou sua teoria sobre os ensinamentos de Aristóteles 
Nesse período o papel filosófico estava “subordinado à teologia, dogmatizando e interpretando a Bíblia sem propriamente criar novas concepções de mundo, mas buscando com intensa força elaborar sínteses de pensamento já existente”. Esse foi um longo período histórico, que durou aproximadamente 1000 anos (do século V ao XV), caracterizado pelo monopólio eclesiástico de ensino e pela difusão do modelo cristão de educação.
Esse modelo constituiu-se por meio das escolas, as quais eram organizadas pela igreja, ligadas ao ensino religioso e à leitura de textos canônicos (reunido em torno da figura da imitação do Cristo), com regras rigorosas e fixadas por intermédio de DOGMAS (verdades impostas e inquestionáveis), que pregavam “o desprezo do mundo”, a humildade, a solidão, e o silencio, o amor de Deus e a consciência do pecado”.
Na IDADE MODERNA, que vai de meados do século XV ao final do século XVIII, vários nomes de filósofos ficaram conhecidos, entre esses filósofos, destacamos o inglês Francis Bacon (1561-1626) com seu método experimental – e o francês René Descartes (1596-1650) com sua visão mecanicista e racional do homem. Bacon foi reconhecido como o pensador do Renascimento, porque sua máxima era a de que, para descobrir algo, é preciso conhecer, e para conhecer é preciso experiênciar. Assim bacon ressalta a observação, a comparação, a repetição e a análise das experiências, e reúne estas na direção do conhecimento.
Por outro lado, Descartes contribui significativamente no que diz respeito ao processo de “libertação” da pesquisa w da investigação cientifica, dominada, durante a Idade Média, pelos rígidos dogmas teológicos. Descartes representou a passagem da Renascença para o período moderno da ciência e, segundo alguns autores, representou também os primórdios da psicologia moderna.
Nesse período encontramos ainda o suíço Jean Jacques Rousseau (1712 – 1778), que foi uma figura de transição dentro do iluminismo: de um lado acentuou as exigências de liberdade presentes no movimento, de outro, abriu caminho para o romantismo, criticando excessos racionalistas. Nessa época, os grandes estudiosos propuseram que se priorizasse a aprendizagem por meio da razão, da investigação cientifica e da pesquisa experimental, abandonando-se o argumento da fé presente na Idade Média.
Ainda nesse período, vivia-se um momento de transição, em que havia, por um lado, o desejo pela liberdade de ideias, de uma libertação do homem, social, cultural e religiosamente, e por outro lado uma ação governamental constante, que procurava moldar profundamente o indivíduo, tornando- o produtivo para o Estado. 
Na IDADE CONTEMPORANEA (século XIX), podemos destacar nomes de filósofos como alemães Georg W. F. Hegel (1770 – 1831), Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895). Os dois últimos realizaram uma crítica ao primeiro, invertendo sua filosofiaidealista e voltando-se para a realidade e para os indivíduos em suas ações e condições reais de vida e de trabalho na sociedade.
Com o crescente nível de alfabetização da população, permitiu-se estabelecer diferenças “entre o que se diz nos textos, e o que se escreve, o que o leitor entende, o que agrega em sua interpretação, distinção sem a qual a ciência moderna não teria sido possível.
A partir desse momento, passamos a ter as correntes filosóficas do século XX: o EXITENCIALISMO, o ESTRUTURALISMO, a FENOMENOLOGIA, a ESCOLA DE FRANKFURT etc. Essa diversidade se deve ao fato de autores do século XX terem sido influenciados por várias correntes filosóficas anteriores, em certos casos até por múltiplas correntes ao mesmo tempo, como é o caso dos franceses Maurice Merleau-Ponty (1908 – 1961) e Jean-Paul Sartre (1905 – 1980).
O mesmo ocorre em relação às correntes do século XXI, que são ainda mais difíceis de serem definidas e classificadas, por se tratar de um período recente e não termos suficiente distanciamento para análises objetivas. 
Do senso comum a consciência filosófica: a filosofia na educação.
Nosso pensamento e nossas atitudes caracterizam-se por crenças de origem diversas, que variam com as nossas próprias experiências de vida. No entanto, esses pensamentos e essas atitudes podem ser incoerentes, contraditórias, irrefletidos e ingênuos. A ciência chama isso de senso comum.
Se fizermos a análise etimológica das palavras que formam o termo senso comum, verificaremos que senso, palavra de origem latina (sensos 1813) refere-se a faculdade de apreciar, ao entendimento, ao juízo, enquanto a palavra comum, também de origem latina (communis, século XIV), significa o que pertence a todos ou a muitos. Ao se juntarem ambas as palavras formando um único termo, podemos significa-los como sendo o entendimento ou o juízo que pertence a todos e que não tem, na maioria das vezes, preocupação com o cientifico, com a ciência, mas com o juízo de um grupo que compartilha do mesmo entendimento.
Consciência filosófica
Verificamos que o termo senso comum foi amplamente explorado pelas diversas áreas do saber, que nos revela que ele foi modificado ao longa da história. Sabemos, também, que ele não é suficiente para que possamos expressar o que pensamos, discutimos ou analisamos. Para tanto, é necessário a utilização de conceitos que abarquem tanto o campo filosófico quanto o cientifico para que possamos ser entendidos de fato por toda uma sociedade.
Por outro lado, Cotrim (2002 p.5), ao contrário do senso comum, a exigência da clareza e de livre crítica é própria do percurso filosófico.
Por outro lado, Morin (2004 p. 23) nos lembra que, ao contrário da postura ingênua adotada no senso comum, “a filosofia deve contribuir eminentemente para o desenvolvimento do espirito problematizador. A filosofia é, acima de tudo, uma força de interrogação e de reflexão dirigida para os grandes problemas do conhecimento e da condição humana.
Diante de tal discussão, gostaríamos de refletir um pouco sobre o nosso sistema educacional, questionando-nos se estamos atuando mais no campo do senso comum ou da consciência filosófica. Afinal se nos remetermos ao conceito inicial da filosofia de que ela é o uso do saber em proveito do homem – não podemos nos esquecer de que cada povo tem um processo de educação pelo qual transmite a cultura, seja de maneira informal, seja por meio de instituição como a escola. No entanto, nem sempre o home reflete especificamente de maneira rigorosa sobre o ato de educar. Isso ocorre porque, muitas vezes, a educação é fornecida de maneira espontânea, tendo como base o senso comum e repetindo costumes transmitidos de geração para geração.
Assim, é nesse momento que a filosofia exercerá importante papel dentro da educação, pois se aquela é considerada como uma ciência que determina o sentido da vida filosófica, e mais, que realiza uma reflexão radical, rigorosa e de conjunto... a partir dos problemas propostos pelo nosso existir, é inevitável que entre esses problemas estejam os que se referem a educação.
Afinal ao analisarmos reflexiva e criticamente a ação pedagógica, de forma a promover a passagem da educação do senso comum, assistemática, para a educação sistematizada, que alcança o nível da consciência filosófica, devemos nos indagar “a respeito do homem que quer se formar, quais os valores emergentes que se contrapõem a outros, já decadentes, e quais os pressupostos do conhecimento subjacentes aos métodos e procedimentos utilizados”
Concluímos que cabe a filosofia, portanto, examinar que concepção de homem orienta cada ação pedagógica, para que não se ensine com base na noção abstrata do que é ser criança e do que é ser homem. Isso porque as ideias estabelecidas no processo de produção da existência humana são expressas nas relações e nas atividades reais do homem – nesse sentido, nada melhor do que uma análise filosófica capaz de refletir a respeito dos fenômenos pedagógicos. 
Psicologia e pedagogia: desenvolvimento como ciência moderna
Ao afirmarmos que a psicologia e a pedagogia são ciências modernas, pode surgir um paradoxo, já que as primeiras investigações sobre elas nos remetem as obras filosóficas e teológicas dos pensadores gregos antigos.
Da paideia à pedagogia: contribuições aos processos de ensino-aprendizagem
Sabe-se que os primeiros indícios históricos da pedagogia datam, aproximadamente, do século XVII, quando o tcheco Comênio (1592-1670) afirmou que tanto a criança quanto o jovem mereciam cuidados especiais para a efetivação de uma aprendizagem mais produtiva e deleitosa, pois para esse estudioso, era necessário “ensinar tudo a todos”. Contudo, para chegarmos a essa definição historicamente divulgada, é preciso, primeiramente, conhecer a origem da palavra pedagogia, para que posteriormente, compreender sua história desde os mais remotos tempos até os dias de hoje.
A palavra pedagogia, composta pelos termos gregos paidós (criança), agein (conduzir) e lógos (ciência) refere-se ao “ensino das crianças”, à “ciência de ensinar”. A pedagogia compreende um conjunto de princípios e métodos pautados na filosofia (concepção de vida) e em algumas ciências humanas (psicologia e sociologia, entre outras). 
Apesar da ausência de tratados e registros que de fato definam a pedagogia, concordamos com Cambi (1999, p.50) quando enfatiza que não podemos esquecer de tais aspectos da educação antiga conferiam vida aos modelos que permeavam toda a formação do homem antigo, bem como alimentavam, e alimentam, a história da pedagogia e da educação, feita de muitos modelos teóricos, de diversas atitudes formativo – educativas (partindo dos sofistas, passando pelos socráticos, aristotélicos até chegar às escolas helenísticas). 
As bases da educação antiga
Dois filósofos, que representam bem a realidade da educação antiga: Sócrates, considerado o pensador que mais se destacou na Grécia Antiga, e Platão, o primeiro a estabelecer uma filosofia da educação na cultura ocidental.
Sócrates, ministrava seus ensinamentos aos jovens em praça pública e instigava-os a pensar por si próprios. Sua celebre afirmação “conhece-te a ti mesmo” era uma espécie de provocação para que cada pessoa fosse capaz de descobrir por si mesma a própria ignorância e, também, sua capacidade de supera-la. 
Como relata Carpigiani (2000 p.14) ao pensar juntamente com os jovens. Sócrates promovia o desenvolvimento da subjetividade e da crítica, separando o sistema moral da religiosidade e enfatizando a conduta moral ancorada na consciência responsável. Ele entendia que se fosse possível ensinar o Homem a ver, clara e inteligência, a causa e o resultado de seus atos, talvez isso bastasse para que ele trilhasse um caminho bom.
Surge com Sócrates uma nova maneira de pensar, que revolve a forma e o significado da busca do conhecimento. Embora não tenha desprezado os métodos de entendimento daqueles que o precedem, ele exercitou a intelectualidade numa nova direção, colocando o homem como o objetivo realmente digno de compreensãoe de estudo. Para esse filosofo não existiria Filosofia enquanto o ser humano não se voltasse reflexivamente para si próprio. 
Na antiguidade de acordo com Cambi (1999) o modelo da paideia era dos mais lineares e densos, o próprio Sócrates reconheceu que o caráter pessoal da formação era constituído por um processo carregado de tensões e de tendências ao autodomínio e a auto direção, além de ser uma tarefa continua. “A pedagogia da consciência individual orientada pela filosofia (típica de Sócrates) qualifica-se como, talvez, o modelo mais móvel e original produzido pela época clássica.
Quanto a Platão, discípulo e herdeiro das ideias de Sócrates, além de ter elaborado um grandioso sistema filosófico de base idealista, que deu ênfase às ideias em relação ao “ser-experiência” e desenvolveu uma especulação que visava reconquistar a pureza e a função teológica das ideias, coube a ele o feito de ter fundado, em Atenas, por volta do ano 387.a.C., a Academia, uma das primeiras instituições de ensino do mundo ocidental.
Em sua teoria, verificamos um pensamento pautado em dois tipos de paideias: uma mais socrática, ligada à formação da alma individual, e outra mais política, “ligada aos papéis sociais dos indivíduos, distintos quanto às qualidades intrínsecas da sua natureza que os destinam a outra classe social e política. Platão foi o primeiro a estabelecer uma filosofia da educação na cultura ocidental. Afinal ele via a educação como a necessária formação do espirito. Ao ensino cabia o conhecimento em geral, mas a educação visava uma boa conduta de vida, a virtude. A grande questão era, como formar homens de bem e leva-los ao conhecimento do bem assim como à sua pratica. 
Sobre a paideia, podemos afirmar que a transformação historiográfica que ocorreu da pedagogia ao costume educativo nos restituiu, segundo Cambi (1999) uma imagem mais completa da educação dos antigos, permitindo no fixar os pluralismos dos modelos, a articulação social e a diacronia temporal, ligadas às teorias, mas também às práxis.
Os rumos e os avanços da psicologia: uma área de conhecimento que contribui para a educação
O termo psicologia vem do grego psykhologuía, composto por psykhé (psique, alma, mente) e logos (palavra, razão, estudo). É a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais ou, em outras palavras a ciência que se dedica a estudar tudo o que a pessoa faz, assim como as experiências subjetivas indeferidas por meio de comportamento.
Se a psicologia é regida por leis baseadas em um método cientifico, ela é, portanto, uma ciência, uma ciência que busca um conhecimento pautado em fatos empíricos, que possibilitam o estudo do comportamento o qual, por sua vez, é entendido e visto como uma atividade observável, tanto nos seus aspectos internos quanto nos seus aspectos internos.
As pesquisas sobre a natureza e o comportamento humano, remontam ao século V a.C., quando os filósofos gregos, como Platão e Aristóteles, empenhavam-se para resolver muitos dos problemas de interesse dos psicólogos de hoje. Tais como a memória, a aprendizagem, a motivação, o pensamento, a percepção e o comportamento anormal.
A psicologia e, também, a sua história têm início nos antigos textos filosóficos a respeito desses temas, que foram incluídos posteriormente na disciplina que formalmente conhecemos como Psicologia. Segundo Schultz (2000, p. 17), “embora os percursores intelectuais da psicologia sejam tão remotos quanto os de qualquer disciplina, a moderna abordagem psicológica teve início há pouco mais de cem anos”.
Devemos lembrar que, apesar de a história da psicologia ter se desenvolvido a partir da filosofia, o que distingue a disciplina mais antiga da filosofia da psicologia moderna são a abordagem e as técnicas usadas, que detonam a emergência desta última como um campo de estudo próprio, essencialmente cientifico”. 
Evolução histórica das escolas de pensamento psicológico 
A primeira escola de pensamento psicológico, que teve seu início no começo do século XIX, foi o ESTRUTURALISMO, uma corrente psicológica fundada pelo alemão Wilhelm Wundt (1832-1920) e por seu aluno inglês Edward Bradford Titchener (1867- 1927). O objeto de estudo do Estruturalismo era a experiência consciente subordinada ao sujeito que a vivencia, voltava-se para os fatos estruturais da mente, sendo este, o movimento que deu base para o surgimento da psicologia experimental.
Entretanto, na virada do século XIX para o século XX, o estruturalismo assumiu, nos Estados Unidos, um caráter próprio, distinto da vertente de Wundt e Titchener. Seu foco era a operação dos processos conscientes por parte dos organismos vivos, em suas permanentes tentativas de se adaptarem ao ambiente. Esse movimento denominado FUNCIONALISMO pelo próprio Titchener, levou os psicólogos a se interessar pela aplicação da psicologia a problemas do mundo real (pragmatismo).
Nesse período, ganharam destaque, os trabalhos do biólogo inglês Charles Darwin (1809-1822), que, com sua teoria da seleção natural, publicada em 1859, estremeceu a sociedade, que, por muitos séculos, teve como certo o relato bíblico sobre a criação das espécies. Destacaram-se, ainda, as ideias do também inglês Francis Galton (1822-1991), que estudou os problemas da herança mental e as diferenças individuais na capacidade humana, realizando os primeiros estudos sobre o comportamento animal.
Paralelamente, a essas escolas de pensamento, Sigmund Freud funda a PSICANALISE, que se distinguia das demais tanto em relação aos objetivos quanto no tocante aos métodos e ao objeto de estudo. A psicanalise tem como objeto de estudo a psicopatologia, o comportamento anormal e o inconsciente, adotando como principal método a observação clínica.
Outra concepção que tem suas origens na filosofia empirista é o BEHAVIORISMO ou comportamentalismo. O grande nome da psicologia behaviorista estadunidense é Burrhus Frederic Skinner se pautou no desenvolvimento da psicologia como ciência experimental, principalmente ao priorizar uma abordagem que buscava investigar o comportamento humano como algo possível de ser observado e quantificado.
De acordo com essa linha de pensamento, o ambiente influencia imensamente o desenvolvimento humano. O homem é considerado um ser completamente “plástico”, moldado pelo meio em que vive, sendo que todo conhecimento humano provém do ambiente externo, isto é, vem de fora para dentro.
Concomitantemente ao behaviorismo, temos a Escola da GESTALT, que tinha como base, segundo Carpigiani (2000), o pensamento do filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804). Essa escola desenvolveu uma teoria da percepção com base em um rigoroso método experimental, que possibilitou a compreensão de como se ordenam, em nosso cérebro, as formas que percebemos. Os psicólogos da GESTALT enfatizavam que o homem percebe objetos e figuras como um todo completo, e não como pedaços ou partes isoladas de informação sensorial; isso explica o fato de a percepção ser capaz de entender as partes a partir do todo, nunca o todo a partir das partes.
A PSICOLOGIA HUMANISTA “toma forma e ganha força na década de 1960e, assim como o behaviorismo, também se desenvolve nos Estados Unidos. Além disso, tem suas origens filosóficas na teoria do alemão Gottfried Wilhelm von Leibniz (1646-1716), cujo pensamento sobre o homem abriu uma nova perspectiva, influenciando as obras de filósofos como Sören Kierkegaard (1813-1855), Edmund Husserl (1859-1983), Martin Heidegger (1809-1976) e Jean-Paul Sartre (1905-1982)
Em linhas gerais a psicologia humanista tinha como objetivo final uma descrição completa do que significa estar vivo como ser humano (Associação Americana de Psicologia, citada por Carpigiani, 2000). Essa linha de pensamento psicológico teve importante papel na educação e em seus principais expoentes foi o estadunidense Carl Ramson Rogers (1902-1987).
A história da psicologia, é marcada por cruzamentos e interfaces com disciplinas diversas, como a filosofia, a física, a fisiologia, a teoria da evolução e as ciências sociais. A partirda segunda metade do século XX, observa-se, portanto, que os movimentos revolucionários da psicologia se dedicam a conversar com mais uma ciência, a ciência cognitiva. Nas palavras de Schultz e Schultz (2006, p.427), “ a psicologia progredira muito além dos desejos e dos planos de Watson e de Skinner. Uma nova escola de pensamento estava surgindo”: A PSICOLOGIA COGNITIVA.
A retomada do interesse pela consciência, pela atividade criativa da mente, pela importância das variáveis cognitivas, assim como pelo modo como os indivíduos percebem, aprendem, lembram e representam as informações que recebem do mundo, são os pontos principais que diferenciam a psicologia cognitiva das demais. O movimento cognitivo não surgiu de uma hora para outra. Muitas características já haviam surgido antes.
O movimento psicológico identificado como o mais recente na linha da história da psicologia é o EVOLUCIONISTA. Nele afirma-se que: os indivíduos são criaturas “ligadas” ou programadas pela evolução para se comportarem, pensarem e aprenderem segundo as formas que favoreceram a sobrevivência ao longo de várias gerações passadas. É baseada na afirmação de que as pessoas com certas tendências comportamentais e cognitivas têm mais chances de sobreviver, perdurar e criar proles.
Por fim, a PSICOLOGIA POSITIVA, outro movimento também recente na psicologia, teve início por volta do ano de 1998, quando o psicólogo Martin Seligman assumiu a presidência da APA (American Psychological Assossiation), que tinha por objetivo retomar os estudos sobre os aspectos virtuosos e as forças pessoais que todos os seres humanos têm. A psicologia positiva pretende contribuir para o florescimento e funcionamento saudável das pessoas, grupos e instituições, preocupando-se em fortalecer competências ao invés de corrigir deficiências.
As correntes da psicologia apresentam uma infinidade de possibilidades e formatos para compreensão do humano e dos fatores que contribuem para sua constituição. 
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
A psicologia da educação dedica-se, entre outras coisas, ao estudo dos processos de ensino-aprendizagem. Com suas importantes contribuições à educação, essa psicologia pode ser considerada como um pano de fundo para educadores, psicólogos, psicopedagogos e todos aqueles que se interessam pelos processos educacionais, pois visa auxiliar a compreensão de tais processos e o desenvolvimento de relações saudáveis no âmbito educativo.
Podemos destacar na psicologia da educação alguns estudos e teorias que fornecem ampla fundamentação teórica aos profissionais da educação, oferecendo também subsídios para o trabalho e para as pesquisas na área da educação.
PSICOLOGIA SOCIAL
A psicologia social, fundamental aos nossos estudos sobre as teorias da aprendizagem, surgiu influenciada pelo movimento filosófico denominado materialismo histórico e dialético – ou, como é mais conhecido, marxismo, o qual tem como fundamento as teorias de Karl Marx (1818 – 1883) e de Friedrich Engels (1820 – 1895). Essa visão filosófica enfatiza o caráter concreto da consciência como elemento para o entendimento do indivíduo e da sociedade. Assim, esse princípio marxista influenciou o desenvolvimento da psicologia social, que tem como uma de suas principais bases a teoria do bielorrusso Lev Semenovicth Vigotski (1896-1934).
Vigotski se propôs a construir uma “nova psicologia”, capaz de unificar as perspectivas das correntes psicológicas que dicotomizam o sujeito e o objeto. Assim, para esse estudioso, devia-se buscar uma nova unidade de análise, que explicasse desde as relações estimulo – resposta até a mais elevada produção humana: a cultura. Como era adepto das ideias de Marx e Engels, Vigotski as utilizou para postular a constituição das sociedades e do próprio homem por meio da análise do trabalho. Ele almejava, portanto, compreender o desenvolvimento dos processos psicológicos que constituem o homem ao longo de sua própria história e de toda a sua espécie. Vigotski tornou-se assim, o fundador da escola soviética de psicologia, corrente que, recentemente deu origem a uma perspectiva crítica na psicologia. 
OS PRECURSORES DO BEHAVIORISMO
Do temo inglês behaviour ou do americano behavior, behaviorismo significa, de forma ampla, as teorias do comportamento que se inserem dentro da psicologia. Ou, como descreve o dicionário Psicologia da American Psychological Association – APA (2010, p.134), “é a abordagem psicológica, formulada em 1913 por John B Watson, baseada no estudo de fatos objetivos, observáveis e não em processo de subjetivos, qualitativos, tais como os sentimentos, motivos e consciência”.
Em tempos em que o funcionalismo era muito mais evolucionário do que revolucionário, o ano de 1913 marca uma espécie de “guerra” entre as concepções antigas e atuais sobre a psicologia. Os líderes que encabeçavam esse movimento não desejavam modificar o que já estava escrito no passado – o que pretendiam, de fato, era buscar “uma psicologia cientifica que lidasse exclusivamente com os atos comportamentais observáveis e passiveis de descrição objetiva, por exemplo, em termos de estimulo e resposta. A esse movimento revolucionário dava-se o nome de behaviorismo, sendo seu principal líder o psicólogo americano John B. Watson.
De acordo com Schultz e Schultz (2006), Watson, além de defender a questão da observação e da objetividade, rejeitava qualquer termo ou conceito mentalista, pois, em seu entendimento, imagem, sensação, mente e consciência, por exemplo, não tinham valor nem significavam nada para a ciência do comportamento. Afinal, como ninguém jamais havia visto, tocado, cheirado, experimentado ou transferido de um lugar a outro a consciência, as introspecções a respeito da existência da consciência eram, para ele, irrelevantes.
Para Watson, portanto, a psicologia deveria ser uma ciência do comportamento, não o estudo introspectivo da consciência; deveria ser puramente objetiva, uma ciência natural experimental. Ela teria de investigar tanto o comportamento humano como o animal. Os psicólogos precisariam deixar de lado as ideias mentalistas e empregar apenas os conceitos do comportamento, tais como o estimulo e a resposta. As metas da psicologia deviam ser a previsão e o controle do comportamento.
As ideias básicas e iniciais do behaviorismo não tiveram suas origens com Watson; elas já vinham sendo desenvolvidas. Watson, na verdade, soube como organizar e promover suas ideias para o Zeitgeist intelectual da época e, nesse sentido, reuniu alguns dos principais conceitos em discussão para formar sua psicologia behaviorista:
A tradição filosófica objetivista e mecanicista;
A psicologia animal
A psicologia funcional 
No que se refere à TRADIÇÃO FILOSOFICA OBJETIVISTA E MECANICISTA, Schultz e Schultz (2006) destacam que, pelo fato de as ideias de Watson já estarem tão impregnadas pelas influencias objetivistas, mecanicistas e materialistas, a origem da sua nova psicologia já estava pautada em um enfoque somente do visível, audível ou palpável, resultando, assim, de uma ciência do comportamento que enxergava muitas vezes o ser humano como uma máquina. Afinal para Watson, ao acreditar que o comportamento humano era igual ao de uma máquina, por exemplo, tornava-se possível prever e controlar o comportamento das pessoas como consumidoras, assim como se previa o funcionamento de qualquer máquina, bastava apenas apresentar-lhe um estímulo emocional ou condicional.
Com relação à PSICOLOGIA ANIMAL, crê – se que o behaviorismo proposto por Watson é resultado direto dos estudos do comportamento animal realizados durante a primeira década do século XX. Desse modo, segundo Schultz e Schultz (2006, p. 229), pode-se “afirmar que o principal antecessor do programa de Watson foi a psicologia animal, resultante da teoria evolucionista e que levou à tentativa de se demonstrar (1) a existência da mente nos organismos inferiores e (2) a continuidade entre mente animal e humana.
Seguindo essa linha de pensamento, Pavlov, por exemplo, com seu trabalho sobre a aprendizagemcomo transferência de ideias subjetivas para eventos psicológicos quantificáveis e objetivos, proporcionou a Watson um método para estudar e tentar controlar e modificar o comportamento. Afinal, a pesquisa de Pavlov “influenciou na mudança do enfoque da psicologia em direção a uma maior objetividade, tanto de objeto de estudo como de métodos empregados, além de ter reforçado a propensão às práticas funcionais.
Cabe destacar que as técnicas de condicionamento de Pavlov proporcionaram um elemento básico de comportamento à psicologia, possibilitando segundo Schultz “a redução do comportamento humano complexo a unidades concretas passiveis de estudo para, assim, submete-la a experiências em condições laboratoriais”.
Pavlov apresentava o estimulo condicionante: acendia-se a luz. Imediatamente, era apresentado o estimulo incondicionado: a comida. Após determinado número de pareamentos da luz acesa e da comida, o cachorro passava a salivar com a simples visão da luz, formando-se, assim, uma associação entre a luz e a comida. O animal, consequentemente, era condicionado a responder mediante a apresentação do estimulo condicionado. Vale lembrar que, para que esse condicionamento ou aprendizagem ocorra, é necessário o REFORÇO, ou seja, aquilo que aumenta a probabilidade de uma resposta, nesse caso, receber a comida.
Outro tema estudado por Pavlov e de significativa importância para a teoria behaviorista foi a distinção dos fenômenos de excitação e inibição na atividade do sistema nervoso. Pavlov compreendia a por EXCITAÇÃO o processo ativo que fundamentava a produção das respostas apresentada por um organismo e por INIBIÇÃO o processo oposto da excitação, ou seja, o impedimento de uma resposta ou diminuição de sua força.
Cabe lembrar que a pesquisa de Pavlov é apenas um exemplo entre outras. Não podemos deixar de destacar os trabalhos de Thorndike descritos em Inteligência animal, de 1898, ou a publicação, em 1901, do primeiro estudo de Small sobre o comportamento dos ratos em labirinto, com vistas a estudar a inteligência e a aprendizagem animal, entre outros.
Em relação a PSICOLOGIA FUNCIONAL, deve-se destacar que, embora não fosse uma escola de pensamento totalmente objetiva, era a que mais apresentava objetividade se comparada às suas predecessoras. Há relatos de que alguns psicólogos funcionalistas eram bastante específicos ao exigirem uma psicologia objetivista. James Mckeen Cattel, por exemplo, em seu discurso durante uma feira mundial, afirmou que não estava convencido de que a psicologia devia se limitar ao estudo da consciência.
O objeto de estudo do behaviorismo de Watson
Assim como as demais áreas da psicologia, o behaviorismo também tentou adaptar os métodos naturais científicos às próprias necessidades e, nesse sentido, Watson insistiu que era preciso limitar-se ao estudo objetivo do comportamento; consequentemente, apenas métodos de investigação objetivos rígidos deviam ser adotados. Entre esses métodos, incluíam-se: a observação, com e sem o uso de instrumentos; os métodos de teste; o método de relato verbal; e o método do reflexo condicionado.
Apesar da OBSERVAÇÃO já ser a base fundamental para outros métodos de testes objetivos, Watson propunha que os resultados obtidos durante os testes deveriam servir apenas de amostragens do comportamento, e não como indicadores das qualidades mentais, pois “para ele, o teste não media a inteligência nem a personalidade, ao contrário, simplesmente media as respostas do indivíduo a situação do estímulo de ser submetido ao teste”. Com relação ao RELATO ORAL, apesar de muitas controvérsias, Watson afirmava que as reações orais, por serem observados de forma objetiva, eram significativas para o behaviorismo, assim como as respostas motoras. Em suas palavras: “Falar é fazer, ou seja, comportar-se. 
No que se refere especificamente ao METODO DO REFLEXO CONDICIONADO, adotado em 1915, Watson foi o principal responsável por sua ampla aplicação na psicologia americana. Ele descrevia o condicionamento em termos de substituição de estímulo. Portanto, no seu modo de ver, a resposta tornava-se condicionada quando associada ou conectada a um estimulo diferente daquele que a originou, ou seja, ele propôs ligações estímulo-resposta. Contudo, apesar de a meta ser a unidade S-R, o behaviorismo também media esforços para compreender o organismo em sua totalidade, ou seja, o organismo em relação ao seu ambiente.
Posto isso, e no que tange aos métodos e ao objetivo de estudo, segundo Schultz e Schultz (2006, p.268), o “behaviorismo de Watson foi uma tentativa de construir uma ciência livre de noções e métodos subjetivos, ou seja, uma ciência tão objetiva quanto a física.
Neobehaviorismo: o segundo estágio do behaviorismo
O neobehaviorismo compreendeu o período entre 1930 e 1960 (aproximadamente), englobando os trabalhos de Tolman, Hull e Skinner. O que havia em comum entre esses três behavioristas que os levou a mudar e avançar nos conceitos e nas estruturas do behaviorismo? (1) os três tinham como tópico principal o estudo da aprendizagem; (2) afirmavam que, em sua maioria, os comportamentos poderiam ser entendidos pelas leis do condicionamento; (3) acreditavam que a psicologia deveria adotar o princípio do operacionalismo.
O OPERACIONISMO “tinha por objetivo proporcionar uma linguagem e uma terminologia mais objetiva e precisas à ciência e livra-la dos pseudoproblemas, ou seja, dos problemas não observáveis ou não demonstráveis fisicamente.
Edward Chace Tolman
Durante suas pesquisas sobre a aprendizagem feita com ratos, Tolman já insatisfeito com a forma de behaviorismo proposta por Watson, decidiu desenvolver uma forma própria de conduzir as pesquisas referentes ao comportamento: o BEHAVIORISMO INTENCIONAL, que, em uma breve definição, seria um sistema que combinava “o estudo objetivo do comportamento com a ponderação da intenção ou a orientação do próprio comportamento” em outras palavras para Tolman, o comportamento é sempre impregnado de identificação, com o objetivo de atingir um objetivo ou de aprender a alcançar uma meta.
Tolman afirmava que sua visão era behaviorista e que ele, de forma alguma, tentava impor o conceito de consciência à psicologia, mas sim demonstrar que a “intencionalidade do comportamento pode ser definida em termos comportamentais objetivos sem recorrer à introspecção ou aos relatos das sensações do indivíduo em relação à experiência”. Parecia obvio para Tolman que toda ação visava um objetivo. Assim o principal enfoque do behaviorismo intencional estava na aprendizagem e nos problemas que envolviam esse processo.
Com esse posicionamento, ao iniciar seus estudos, Tolman relacionou cinco variáveis independentes como causas do comportamento:
Estimulo ambiental
Impulsos fisiológicos 
Hereditariedade
Treinamento prévio
Idade
Para ele p comportamento deveria ser considerado como uma função dessas cinco variáveis; nesse sentido, entre as variáveis independentes e o comportamento de resposta resultante se “presumia a existência de um conjunto de fatores não observáveis, as quais denominou variáveis intervenientes, que são as verdadeiras determinantes do comportamento”.

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