MEMORIAL PESQUISA E PRÀTICA V

Prévia do material em texto

Introdução
	Meu nome é Ana Celia Oliveira Lima, nascida na cidade de Serrolândia Bahia no dia 06/03/1974, casada mãe de uma filha e hoje aluna no curso de pedagogia no Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo, unidade Interlagos. 
Venho através deste memorial fazer um breve relato das minhas experiências vivenciadas na caminhada escolar do 1º ano primário até o 5º semestre do curso de pedagogia. 
Desenvolvimento:
Ingressei-me na escola pública em 1982 aos 8 anos de idade, Escola Profª Deniolmar Alves Silva Lima, no primeiro ano do ensino fundamental, que antigamente era 1ª série. Lembro-me da professora Nide, uma professora muito carinhosa com os alunos, sua maior preocupação era nos ensinar a ler e escrever. Meu sonho era aprender a ler a cartilha, a cada leitura feita pela professora e acompanhada pelos alunos eu ficava maravilhada com o mundo da leitura. Pedia para que minhas irmãs lessem a cartilha para eu ouvir, e acabava decorando os textos.
Ao chegar à segunda série meus pais mudaram de cidade. Saímos de Serrolândia para morarmos em Feira de Santana, pois nesse período meu pai estava trabalhando em Feira de Santana. E como a cidade fica distante não dava para ele voltar para casa todos os dias, e por isso ele não teve opção fomos obrigados a mudar de cidade, afinal ele não podia ficar desempregado, e arrumar serviço de carpintaria que era o que ele sabia fazer, era muito difícil na cidade. E assim meus pais mudaram de uma cidade pequena do interior da Bahia para outra bem maior que é Feira de Santana em 1983, na época com 7 filhos, embora somos em 8 irmãos. Em 1986 minha mãe teve a última filha.
A escola que minha mãe conseguiu para que estudássemos era longe de casa. Escola Monsenhor Mário Pessoa, foi lá que fiz a segunda e terceira série. Íamos a pé, meus pais não tinha dinheiro para pagar a condução para tanta criança. Mas nenhuma dificuldade nos impediu de frequentar a escola. Amava ir à escola, brincava bastante com meus irmãos no parquinho público que tinha do lado da escola. Todos os dias quando saímos da escola íamos ao parquinho brincar. Minha mãe ficava preocupada com a demora, embora soubesse dos nossos pequenos momentos de diversão. Todas as tardes eu ia para casa da minha amiga brincar de escolinha, e ensinávamos as nossas irmãs mais novas.
Em 1985 tivemos que retornar a nossa cidade natal (Serrolândia) meu pai tinha ficado desempregado.
Fui estudar a 4ª série no grupo escolar Otávio Mansur de Carvalho.
Posso afirmar que meu primeiro ciclo do ensino fundamental I que antigamente era da 1ª a 4 ª série foi maravilhoso , e a 4ª série só de falar me dá saudades de tudo que vivi com meus colegas, todos adolescentes, minha maravilhosa professora Noelia sempre sorridente, e para compensar a escola ficava a menos de 5 minutos de distância da minha casa. Mesmo o ensino sendo tradicional, as minhas professoras foram maravilhosas, não eram ditadoras. Na minha memória ficou uma impressão de que elas eram apaixonadas pela a profissão, pela sala de aula, pelos seus alunos etc.
Em fim 5ª série, colegial chamado, tudo mudou. Não estudava mais com os mesmos colegas, usava um só caderno várias disciplinas e professores. Confesso que me senti frustrada. Não conseguia aprender matemática por nada, tinha medo até do professor. Alcançava as notas arrastadamente, componentes curriculares da época eram diferentes dos de hoje. Fazia parte do currículo Ed.Moral e Cívica, OSPB, ensino Religioso etc. Os professores, a prática de ensino em fim tudo era diferente e cansativo.
E assim foi passando o tempo, 6ª,7ª,8ª série. Na oitava série foi a minha primeira formatura do 1º grau. Meus pais fizeram um esforço grandioso para eu participar da festa de formatura.
Iniciei o 1º ano do segundo grau com formação de magistério com duração de 3 anos. Cursei o 1º ano do segundo grau em 1990, no Colégio estadual de Serrolândia. 
Em 1991, fui mais uma vez estudar em Feira de Santana. Fui morar com meus tios. Minha tia estava passando por um período difícil, tinha três crianças, trabalhava ela e meu tio e eles precisavam de ajuda para cuidar das crianças para que pudessem continuar trabalhando. Estudava na parte da tarde no Instituto de Educação Gastão Guimarães, instituição vinculada à rede Estadual de educação. Foi um ano bastante difícil, estava estudando em uma das melhores instituições de ensino da rede pública com o a formação também para o magistério. Os professores eram excelentes professores, incentivadores, comprometidos etc. Aprendi muito com as aulas de jogos e recreação, pois elas eram aulas práticas. E com muito esforço consegui passar de ano. 
 Em 1992, retornei para minha cidade natal, e iniciei o 3º ano do 2º grau no Colégio Municipal Arionete Guimarães Souza. Foi aqui que comecei ouvir com mais profundidade sobre Paulo Freire seu método de alfabetização etc. Também sobre o construtivismo e muitos componentes que faziam parte da formação do magistério. Meu primeiro contato com a sala de aula foi no período do estágio obrigatório do curso do magistério.
Cumpri o estágio supervisionado, que era 40 dias letivos em sala de aula.
Os papéis se invertiam, o professor passava ser observador e o estagiário o professor. No final do estágio era o professor que dava a nota final das observações que tinham sido feitas na prática do estagiário. 
Foi desafiador assumir uma classe de alfabetização, todos os dias tinha que chegar à sala de aula com plano de aula pronto, e colocar em prática a teoria aprendida em sala de aula. No final foi gratificante demais. Aprendi com a professora, com os alunos e com todas da escola que me apoiaram. Em 1992 conclui o 2º grau com formação do magistério.
Em fim a tão sonhada formatura do magistério. E mais uma vez meus pais fazendo mais um sacrífico enorme para que eu participasse desse momento tão importante que é a conclusão de um curso.
Quando terminei o curso meu sonho era conseguir uma escola para ensinar ou fazer uma faculdade. Mas não era fácil conseguir nem uma coisa nem a outra. Primeiro que morava em uma cidade pequena e o campo da educação era bastante pequeno e concorridíssimo. Para conseguir uma vaga teria que esperar a época do concurso, passar e torcer para ser chamada. Em segundo lugar naquele momento não tinha faculdade na minha cidade, e se tivesse seria particular o que continuaria sendo um impedimento para seguir com meus sonhos, pois não teria dinheiro para pagar. Resumindo, fiquei triste, pois sabia que meus pais não podiam fazer mais nada além do que já tinham feito por mim e isso já me deixava bastante agradecida. Minha prima tinha uma loja de roupas na cidade, minha irmã trabalhava na loja e minha prima me ofereceu uma porcentagem para vender as roupas de porta em porta. Essa era a única maneira de aumentar as vendas.
E como o tempo voa foram passando os anos, comecei a me incomodar com a vida do interior, por ser uma pessoa que gosto de coisas novas, e sair do comodismo é bom para qualquer pessoa. Foi aí que resolvi vir embora para São Paulo em 1998. Meus pais me apoiaram por saber que estava vindo à procura de algo melhor. Vir morar na casa dos meus tios, mas sabia que tinha que arrumar emprego urgente. Como não tinha experiência nenhuma de emprego registrado foi difícil arrumar emprego em firma. Na área da educação naquele momento achei que fosse impossível recém-chegada da Bahia, só com formação de magistério etc. 
Fui trabalhar cuidando de criança em casa de família. Um ano depois que cheguei a São Paulo conheci meu esposo, começamos a namorar e juntos construímos a nossa casa, nos casamos e em 2002 Deus nos presenteou com uma linda filha.
 Em 2010 fiz a prova para agente de serviços escolares, passei e fui chamada para trabalhar contratada pelo governo por um 1 ano. Deus me permitiu trabalhar na mesma escola que minha filha estuda. Foi um período bastante gratificante conhecer melhor a escola que minha filha estuda como funciona etc. A vontade de voltar a estudar estava sempre me incomodando. Quando terminouo contrato consegui trabalho em uma loja de utilidades em Santo amaro São Paulo. Trabalhei de vendedora e depois supervisora. Por conta das baixas vendas a loja fechou. Quando saí da loja falei com meu esposo que estava pensando em fazer uma faculdade de pedagogia, pois não me via em outro curso, ele me deu total apoio e finalmente me matriculei no primeiro semestre 2014. Iniciei o curso com 40 anos. Com o pouquinho de dinheiro que recebi quando sai da loja economizei para esse momento. Sabia que só conseguiria pagar a faculdade por uns meses, mas mesmo assim encarei. O inicio do primeiro semestre foi no dia 14/03/2014, lembro-me muito bem da primeira aula que foi aspectos antropológicos e sociológicos da educação. Gostei do professor assim que o vi, pois ele transmitia bastante tranquilidade, paciência e no decorrer do semestre ele continuou sendo o mesmo. Confesso que tive dificuldade de entendimento nas disciplinas por ser tudo novo, ambiente novo, novos conhecimento, novo círculo de amizade. Todas as disciplinas são de grande importância para a formação acadêmica, e por isso não desprezarei nenhuma delas. Obvio que nesse primeiro período de aprendizagem houve vários conflitos em sala de aula, afinal eram quase cem alunas na mesma sala, muito barulho etc. Tive dificuldades por estar a tanto tempo sem estudar, não conseguia organizar as ideias. Achava que não ia conseguir vencer o 1º semestre. Mas estava decidida a não desistir. E mesmo algumas disciplinas sendo mais difíceis do que outras os professores estavam sempre nos incentivando, nos apoiando, e despertando o senso crítico, nos levando a pesquisar através dos trabalhos propostos a conhecer a ciência da educação. Posso dizer que tive professores que jamais me esquecerei deles. Tive dificuldades de me familiarizar com o ambiente virtual, pois tinha pouco conhecimento de internet. E lembro-me que foi bastante complicado acessar a disciplina on-line. Mas, como só aprendemos quando queremos procurei ajuda e acabei conseguindo acessar as minhas aulas on-line. Tivemos ajuda também da equipe de apoio da Estácio. Não consegui alcançar as notas desejadas, mas isso não me desmotivou a continuar, também não fiquei em nenhuma DP. As disciplinas da grade do semestre foram:
Analise textual, Psicologia da Educação, Filosofia da Educação, e Prática I, Plano de Carreira e sucesso Profissional, Aspectos antropológicos e Sociológicos da Educação, História da Educação.
No segundo semestre aos poucos comecei a me adaptar a rotina da vida acadêmica, continuava tendo dificuldades em algumas disciplinas, porém já estávamos socializando na sala de aula, compartilhávamos as dificuldades que tínhamos no processo ensino aprendizagem umas com as outras. Algumas disciplinas foram os mesmos professores do primeiro semestre que continuaram a aplicar: Psicologia da Educação, Filosofia da Educação, Pesquisa e Prática II. Confesso que gostei de saber que seriam os mesmos professores a continuar aplicando as disciplinas, a oportunidade de aprender mais sobre a disciplina, adquirir novos conhecimentos com professores que tem uma metodologia de ensino fantástica foi muito enriquecedor para minha formação. Na disciplina de didática nos foi ensinado as teorias e métodos de ensino aprendizagem com um professor inesquecível, não só didática, mas também História da Educação, e todas as outras disciplinas. Aprender Raciocínio lógico com o professor foi uma superação, pois tinha aversão a matemática. Pela primeira vez em toda minha caminhada escolar foi prazeroso aprender matemática. Meu rendimento no segundo semestre foi um pouco melhor que o primeiro. 
E nesse mesmo ritmo veio o 3º semestre. Novas disciplinas que permeiam os âmbitos do saber, novos conhecimentos adquiridos, novos desafios a serem vencidos. A única disciplina que continuou nos acompanhando desde o 1º semestre e que continuará até o final do curso é Pesquisa e Prática. Só que no terceiro semestre a disciplina foi aplicada por outra professora que deu continuidade aos aprendizados anteriores. A contribuição da disciplina Prática de Ensino é de fundamental importância dentro do processo de construção de diferentes saberes sobre ensino – aprendizagem, em conjunto com as outras disciplinas. Esse foi mais um semestre bastante desafiador, porém rico em conhecimentos e aprendizados. Apresentamos em grupo o nosso primeiro projeto na disciplina Conteúdo Metodológico e Prática de Ensino de Creches e Ed. Infantil, um trabalho bastante desafiador. Aprendemos teoria e prática como se trabalhar projetos na Ed. Infantil etc. Em metodologia e Prática de Alfabetização e letramento aprendemos sobre a tarefa de alfabetizar, metodologia e prática de alfabetização etc. Em Conteúdo metodológico e prática do ensino da Arte, as aulas também eram maravilhosas, aprendíamos teoria e prática. O mesmo professor que aplicava a disciplina de Artes também aplicava Sociologia. Tivemos nesse semestre Educação Especial on-line. Foi de fundamental importância aprender um pouco sobre a educação especial. Educação é um direito de todos, e por isso é preciso adaptar-se a ela.
Mesmo diante de muitas dificuldades para me manter na faculdade, dá conta dos trabalhos, ter um bom rendimento nas avaliações, consegui vencer mais um semestre e com um rendimento melhor que os anteriores.
E finalmente o 4º semestre. Chegamos à metade do curso. No final de 2014 eu tinha feito o ENEM e passei. Inscrevi-me em 2015 para concorrer à bolsa do curso e consegui no segundo semestre ser comtemplada. Agradeço a Deus por ele ter me ajudado a conquistar algo que tanto batalhei e aos e aos ensinamentos dos professores da Faculdade.
O 4º semestre também tivemos várias disciplinas de metodologias: 
Conteúdo Metodológico e Prática de Ensino de Língua Portuguesa, a disciplina foi aplicada pelo mesmo professor que aplicou Alfabetização e letramento no semestre anterior um maravilhoso professor. Grandes foram as contribuições da disciplina para	 atua em diferentes contextos da prática profissional, escolares. Vale também para as disciplinas: Prática do Ensino da Matemática, Pedagogia Hospitalar, Conteúdo Metodológico e Prática de ed. Física, Pesquisa e prática em Educação IV. 
A Disciplina Pesquisa e Prática em Educação IV foi aplicada por outra professora, aprendemos muito com ela tudo que está relacionada a disciplina. E vale lembrar que essa professora é uma verdadeira estimuladora, orientadora do processo ensino- aprendizagem. Está sempre nos levando a construir conceitos, habilidades, criticidade, valores etc.
Entre os semestres anteriores esse foi o mais puxado por causa do Estágio Supervisionado. Faz parte da disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência nos anos iniciais do Ensino Fundamental. 
Realizei o Estágio Supervisionado do Curso de Licenciatura em Pedagogia no segmento Municipal da Educação Infantil na EMEI Maria Eugênia Fakhoury, no segundo semestre do ano 2015. Foi mais uma experiência desafiadora, entretanto muito significativa e prazerosa de realizar. “O estágio possibilita o conhecimento da realidade, é uma oportunidade para os alunos do curso ter contato com as crianças, interagir, observar suas relações com professores, as atividades desenvolvidas, refletir sobre o que aprendem no curso, saber se de fato querem trabalhar no âmbito educacional, no ambiente escolar ou mais precisamente na instituição de educação infantil, pensar sobre a relação teoria e prática e vivenciar diferentes momentos, bons e ruins, mas que fazem parte da rotina diária de uma escola”.
Fomos muito bem orientadas pelo professor de Prática de Ensino de Estágio, que esteve o tempo todo tirando nossas dúvidas e nos ensinado a ver a educação com um novo olhar. E assim concluímos mais um semestre.