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Núcleo de Telessaúde Técnico-Científico do Rio Grande do Sul Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - PPGEPI Faculdade de Medicina - FAMED Curso de Odontopediatria Comunicação e relacionamento com o paciente infantil - Módulo 1 Silvana Gonçalves Bragança | Jonas de Almeida Rodrigues Relacionamento • Principal diferença no atendimento de um adulto e de uma criança; • Adulto - relação de um para um - dentista e paciente; • Criança - relação de um para dois - dentista, paciente infantil e seus pais ou seus responsáveis. Atendimento • O profissional que atende crianças deve estar acostumado com a utilização das estratégias de manejo do comportamento - implementação natural - sem interferência na realização do procedimento; • Importante: necessidade de o dentista aprender a observar seu próprio comportamento e de que forma ele é afetado pela variabilidade dos comportamentos apresentados pelos pacientes. Atendimento • Comunicação do dentista - fator primordial na satisfação e colaboração do paciente; • Comunicar-se com crianças impõe desafios especiais ao dentista; • O nível de desenvolvimento cognitivo da criança ditará o nível e a quantidade de intercâmbio de informação que pode ocorrer; • Profissional: compreensão básica do desenvolvimento cognitivo da criança - uso do vocabulário apropriado, passando mensagens que sejam compatíveis com o seu nível de desenvolvimento intelectual. A criança pode apresentar 3 tipos de comportamentos durante o atendimento: • Comportamento cooperativo: a criança está preparada, ajuda durante toda a consulta; • Falta de capacidade cooperativa: existe uma dificuldade em se estabelecer comunicação com a criança, o que é comum com crianças de pouca idade e pacientes especiais; • Comportamento potencialmente não cooperativo: caracterizado pela criança tímida ou envergonhada, por uma cooperação tensa, comportamento incontrolado, rebelde ou teimoso, por choro contínuo ou por comportamento estoico. Comportamento Infantil no Consultório Odontológico Comportamento x Faixa Etária x Conduta FAIXA ETÁRIA CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO CONDUTA DO PROFISSIONAL 0 – 2 anos Fase de total dependência da mãe. Tratar no colo. • Verbalização contínua, contar histórias; • Nunca deixar a criança sozinha; • Duração rápida do procedimento; • Orientação dos pais. 2 – 4 anos Fase de transição para meninice. Tratar com paciência. 4 – 6 anos Fase dos porquês. Usar a imaginação e o bom senso. 6 – 8 anos Fase de grande crescimento cognitivo da sociabilidade e desenvolvimento. Estabelecer um bom nível de interação com a criança. Estimular a confiança e a autoestima. 8 – 12 anos Fase de consolidação e independência. Não tratá-la de maneira infantilizada. Explicar procedimentos e dialogar sobre condutas inadequadas. • Qualidade no tratamento odontológico = cooperação; • A falta de cooperação é levada por um desejo de se tentar evitar uma sensação dolorosa ou desagradável; • Fatores que contribuem para a falta de cooperação: medos transmitidos dos pais, experiência odontológica ou médica anterior desagradável, preparo inadequado para o primeiro encontro no ambiente odontológico; • Profissional: conseguir encontrar uma solução imediata para resolver os problemas de ansiedade, medo ou qualquer outro tipo de comportamento negativo apresentado por seus pacientes. Cooperação Considerando-se que a cooperação e o comportamento são dependentes da história de interação de cada criança com os eventos ocorridos nas experiências odontológicas anteriores, é fundamental destacar o quão importante é programar contingências que tornem a situação a menos aversiva possível, fazendo com que a criança não associe o atendimento odontológico a uma experiência ruim. Cooperação Atendimento Odontológico e a Presença dos Pais • Pais: apoio e segurança necessários à criança durante o atendimento. • Consulta: oportunidade ideal para a educação dos pais sobre a saúde bucal dos seus filhos. • Primeira consulta: momento de o dentista conversar com os pais - acordo sobre a sua presença no consultório, explicação sobre o atendimento, conscientização e autorização sobre as técnicas de manejo que poderão ser utilizadas. • Separação imediata e arbitrária dos pais = problema de adaptação comportamental na criança. Atendimento Odontológico e a Presença dos Pais A decisão de se permitir a presença dos pais é baseada nos sentimentos individuais do dentista e na possibilidade de cooperação dos pais durante o atendimento. • Todas as tentativas para envolver os pais e fazer com que eles participem das decisões durante todo o tratamento odontológico devem ser realizadas; • Em geral, prefere-se que os pais permaneçam na consulta, pela segurança que isso pode dar à criança. No entanto, quando o dentista percebe que a presença dos pais pode prejudicar o comportamento da criança durante o atendimento, isso pode ser conversado com os pais. Atendimento Odontológico e a Presença dos Pais • A mãe deve estar preparada para deixar o consultório quando a criança não se comportar bem; • Acordo: estabelecido entre a mãe e o dentista e antes que a criança sente na cadeira odontológica; • É importante também que a criança esteja ciente sobre o acordo, ou seja, ela deve saber que, caso não colabore, os pais sairão da sala; • Os pais na sala operatória, eles devem ser aconselhados sobre a maneira de se comportarem, de modo que a equipe possa assegurar que a criança permanecerá no centro das atenções. Atendimento Odontológico e a Presença dos Pais Em Odontopediatria é fundamental a manutenção de uma relação de cumplicidade com os pais, eles são os maiores aliados do dentista tanto na instalação e manutenção de hábitos saudáveis bem como na prevenção e enfrentamento de novas situações, como no caso do atendimento odontológico. Superproteção com Superindulgência: • Comportamento dos pais que dá liberdade à criança sem nenhuma exigência; • A criança se mostra nervosa durante o atendimento; • É dominadora, apresenta crises de birra e superioridade; • É resistente ao tratamento: agressiva, chora muito, tenta dominar o ambiente. Comportamento: pais e criança Superproteção com Dominação: • Comportamento dos pais que dá uma liberdade vigiada; • A criança se mostra tímida, insegura e com inferioridade; • É resistente ao tratamento: não é agressiva, mas chora muito com muitas lágrimas; • Sente-se ameaçada. Comportamento: pais e criança Ansiedade: • Preocupação exagerada dos pais com o bem-estar físico da criança; • A criança se mostra tímida, insegura e com inferioridade; • Sente-se ameaçada. Comportamento: pais e criança Rejeição: • A criança é afastada do convívio com os pais. • Mostra-se hostil, agressiva ou submissa. • Resiste ao tratamento: – Desconfiança; – Apatia e indiferença. Comportamento: pais e criança Abandono: • Os pais gostam da criança, mas não se envolvem; • A criança é negligenciada, não se sente desejada; • Mostra-se agressiva ou submissa durante o atendimento. Comportamento: pais e criança Superautoridade: • Os pais fazem exigências excessivas: ordem, limpeza, obediência, bom comportamento; • É uma criança ultra disciplinada, que tem medo de ser criticada; • Submete-se passivamente ao tratamento e dificilmente expressa o que sente. Comportamento: pais e criançaÉ importante conhecer estas relações pai x filho, pois, sabendo-se dessa relação, nós, como profissionais, poderemos dar a melhor orientação possível aos pais e à criança para que o atendimento possa ser realizado da melhor forma para ambas as partes. Comportamento: pais e criança Devemos explicar previamente tudo o que pode acontecer durante o atendimento, como: • Curiosidade apresentada pela criança; • Não se inquietar com o choro, é uma reação normal; • Agressividade; • Acompanhamento não é o ideal, talvez ele seja convidado a se retirar do consultório; • Os pais serão solicitados quando necessário; • Permitir a conversa entre seu filho e o dentista. Orientações aos Pais É importante explicar aos pais o que pode ajudar durante o tratamento anteriormente ao início do atendimento: • Nunca enganar ou fazer promessas à criança; • Evitar relatos desagradáveis em casa; • Controlar seus temores. Orientações aos Pais Essas orientações dadas aos pais facilitam muito o atendimento e diminui a sua ansiedade pelo que pode acontecer durante o tratamento. Assim, os pais ficam mais seguros sobre as técnicas que serão utilizadas e podem ser um fator que contribui para o comportamento colaborativo da criança. Orientações aos Pais Comportamento Pais X Comportamento Criança Pais Atitude da Criança Seguros e confiam no CD Tratamento mais fácil Insergurança, deixam-se dominar Manhosa Permissivos Mimada e indisciplinada – Agridem o CD Muito disciplinadores Extremamente tímida: dificuldade de relacionamento. Choro baixo e soluço Insensíveis e não carinhosos Agressiva, rebelde e desobediente Núcleo de Telessaúde Técnico-Científico do Rio Grande do Sul Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - PPGEPI Faculdade de Medicina - FAMED Rua Dona Laura, 320 • 11º andar • CEP 90430.090 Porto Alegre/RS - Brasil Telefone: (+5551) 3333.7025 E-mail: telessauders@ufrgs.br Skype: projeto.telessauders Site: www.ufrgs.br/telessauders Twitter/Facebook/Youtube: TelessaudeRS
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