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Metodologia Ext Rural

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Metodologia de Extensão Rural 
 
 
 
 
 
Supervisão de Metodologia e Capacitação 
Goiânia, Goiás 
EDITOR: Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa 
Agropecuária- EMATER. 
2 
 
. 
EQUIPE DE ELABORAÇÃO : 
 
Duanei Rodrigues de Oliveira 
Essy de Oliveira 
Fátima Musse eSilva 
Daiton Jairo Garcia 
Hilda Maria Coimbra 
Irenil Pereira Campos 
 
Atualização – 2009 
 
Júlio César de Moraes 
 
 
Distribuição: Supervisão de Metodologia e Capacitação 
Rua 227 Nº 331, Setor Leste Universitário, CEP 74610-155, Goiânia – GO. 
Telefone: (62)- 3201-8748 
Home Page: www.emater.go.gov.br ; 
 
 
 
 
 
3 
 
ÍNDICE 
 
A teoria de conhecimento de Jean Piaget ................................................................... 04 
A influência de Piaget na concepção pedagógica construtivista ................................. 07 
A teoria piagetiana aplicada à prática pedagógica do extensionista ........................... 08 
Método pedagógico de Paulo Freire ........................................................................... 09 
O método de educação de Paulo Freire aplicado à prática extensionista .................. 11 
A didática de “aprender a aprender”- Pedro Demo .................................................... 12 
A didática de “aprender a aprender” aplicada à ação extensionista........................... 13 
O processo da comunicação – Princípios básicos ...................................................... 14 
Metodologia em extensão rural ................................................................................... 18 
Classificação dos métodos ......................................................................................... 18 
Contato ........................................................................................................................ 22 
Visita ........................................................................................................................... 23 
Entrevista ..................................................................................................................... 26 
Técnicas de dinamização de grupo/tempestade de ideias .......................................... 29 
Mesa redonda ou grupo de trabalho ............................................................................ 30 
Philips 66 ou fracionamento ......................................................................................... 31 
Painel ........................................................................................................................... 32 
Painel integrado ........................................................................................................... 33 
Workshop ..................................................................................................................... 34 
Rodada de negócios .................................................................................................... 36 
Dramatização ou simulação ......................................................................................... 36 
Grupo de verbalização/observação/avaliação ............................................................. 37 
Simpósio ...................................................................................................................... 38 
Seminário ..................................................................................................................... 40 
Publicação educativa ................................................................................................... 42 
Carta circular ................................................................................................................ 43 
Jornal em extensão rural ............................................................................................. 44 
Rádio em extensão rural .............................................................................................. 46 
Vídeo em extensão rural .............................................................................................. 49 
Reunião com informação – RI ..................................................................................... 51 
Reunião com demonstração – RD ............................................................................... 54 
Excursão ...................................................................................................................... 60 
Dia de campo ............................................................................................................... 65 
Curso ........................................................................................................................... 71 
Torneio leiteiro ............................................................................................................. 76 
Convenção do encontro ............................................................................................... 77 
Unidade de demonstração ........................................................................................... 79 
Unidade de observação ............................................................................................... 81 
Demonstração de resultados ....................................................................................... 85 
Semana ........................................................................................................................ 91 
Exposição .................................................................................................................... 94 
Campanha ................................................................................................................... 97 
Anexo – Calendário de atividades ............................................................................... 102 
Bibliografia ................................................................................................................... 105 
 
4 
 
A TEORIA DO CONHECIMENTO DE JEAN PIAGET 
 
Jean Piaget (1896-1980) nasceu em Neuchâtel, Suiça. É considerado como o 
principal autor da epistemologia genética. E o termo genética é atribuído à sua teoria pelo 
reconhecimento de que o saber tem uma gênese, uma origem. A principal preocupação 
de Jean Piaget era compreender como aumentarmos os conhecimentos, isto é, como ao 
longo da vida os ser humano amplia sua capacidade de pensar, sentir e agir sobre si, os 
outros, a natureza e a sociedade. O termo epistemologia significa, etmologicamente, 
estudo da verdade (“episteme”=verdade, “logus”=conhecimento e “ia”= arte de). E 
também a qualifica como genética fazendo referência a sua consideração de que esse 
saber tem uma gênese. 
Ao longo de mais de meio século de pesquisas, Piaget elaborou uma matriz 
explicando sua compreensão de que cada sujeito elabora seus saberes. Parte do 
princípio de que o indivíduo estabelece uma relação de troca com o meio (físico, pessoas, 
conhecimento) num sistema de relações vivenciadas e significativas. Esse intercâmbio 
resulta num processo constante de assimilação e acomodação de conhecimentos, ao que 
denominou mecanismos de equilibração. A forma da espiral tem sido para dar visibilidade 
e demonstrar a estrutura, dinâmica e conteúdo dessa matriz. Na figura abaixo podemos 
ver os principais conceitos utilizados por Piaget para explicar como construímos 
conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Nessa perspectiva não há começo absoluto e muito menos um fim para essa 
construção. Seremos sempre uma espiral se algo não afetar o movimento. Nossa mente 
sempre funcionará em termos de esquema prévio; desequilíbrio; assimilação; 
acomodação e esquema reelaborado, se o processo interativo que estabelecermos 
permitir essa construção.Aqui vale considerar uma questão importante na teoria 
piagetiana: somente seremos espirais se encontrarmos possibilidade de nos 
construirmos enquanto tal. 
 
Saber prévio 
Na perspectiva piagetiana não existe um novo conhecimento sem que o sujeito já 
tenha um conhecimento anterior para assimilá-lo e transformá-lo. Em nenhum momento 
de nossa existência seremos um terreno "liso" onde se edificará um muro ou um canteiro 
de sementes pronto para germinar. Teremos sempre um nível de conhecimento sobre um 
determinado assunto. O bebê nasce com um saber prévio que lhe permite agarrar, chorar, 
sugar, movimentar, dentre outras ações. Ao longo da vida esse saber vai-se modificar e 
ampliar e em poucos anos ele estará agarrando e se alimentando das mais diversas 
formas. Isto é, outras habilidades vão sendo construídas aos poucos a partir do saber que 
detinha ao nascer. 
Desequilíbrio 
Segundo Piaget, em determinado momento, o sujeito, impulsionado por fatores 
maturacionais, experiência ativa, interação social e busca por equilibração realizada pelo 
psiquismo, encontra-se em situação em que seu saber prévio torna-se insuficiente. 
Vamos deixar Piaget (2004:16) nos falar sobre o desiquilíbrio: "Ele existe quando 
qualquer coisa, fora de nós ou em nós, se modificou. A cada instante, pode-se dizer, a 
ação é desequilibrada pelas transformações que aparecem no mundo, exterior ou interior. 
 Se algo ocorre e não estamos preparados para entender e agir, sentimo-nos 
desequilibrados em relação ao saber prévio. Nesse momento tomar algumas decisões. Se 
for possível, evitamos o que nos desequilibra. Mas só podemos fazer isso quando a 
situação nos permite a alternativa de escolher. O desequilíbrio, numa perspectiva 
piagetiana, aparece como o momento da construção da motivação para a aprendizagem. 
Talvez uma das tarefas mais difíceis, dado que a motivação terá relação muito estreita 
com a forma como aconteceu o desequilíbrio do saber prévio. 
Uma outra questão fundamental no desequilíbrio é a articulação entre saber-
sentir-agir. É o momento onde podemos ver com mais nitidez as teias da afetividade, bem 
como a relação cotidiana de cada um com o objeto do conhecimento. Tomar decisões 
sobre a ampliação ou não dos nossos conhecimentos e ações no mundo o sobre ele 
envolve uma relação conosco e com os outros e com a realidade que nos cerca. A 
pergunta “para que aprender algo” se coloca como um imperativo quando estamos 
seguindo as trilhas piagetianas. 
O motor que dá energia a esse espiral é o desequilíbrio, isto é, a compreensão 
pelo sujeito de que aquilo que sabe, pensa e faz é insuficiente para resolver os seus 
6 
 
desafios. Daí a compreensão de que o sujeito nessa perspectiva é ativo, isto é, precisa 
compreender o quê, por quê, para quê e como se aprende. Se aceitar o desequilíbrio, o 
sujeito irá de uma forma ou de outra ampliar o saber. Para Piaget alguns desequilíbrios 
são inerentes ao ser humano, não há como evitá-los. Por exemplo: necessidade de 
respirar ao nascer, crescimento físico, produção hormonal na adolescência, os limites 
colocados pelo meio social, necessidades básicas relacionadas à fome, sede, frio, sono e 
afeto. 
Assimilação 
 Assimilar é o processo cognitivo pelo qual uma pessoa integra um novo saber 
nos esquemas preexistentes. Teoricamente, a assimilação não resulta em mudanças de 
saberes, mas garante o conteúdo necessário para que isso ocorra. Podemos comparar o 
esquema a um balão e a assimilação ao ato de encher o balão de ar. O balão fica maior 
(crescimento por assimilação), mas ele não muda sua forma. 
Assimilar e acomodar são processos inseparáveis. Quando buscamos algo que 
não está em nós o fazemos com nossas estruturas internas. Tendo assimilado, já 
estamos dialogando com essas estruturas, isto é, acomodando. Mas certamente o 
primeiro movimento é buscar fora de nós as informações necessárias. 
Acomodação 
Para Piaget, o processo de acomodação é simultâneo ao de assimilação, mas 
são distintos. Acomodar é dialogar sobre as informações obtidas com o que já sabíamos 
antes, é reelaborar o saber prévio. Esse é o movimento de decidir sobre o que é possível 
alterar, manter ou descartar. Muitas informações podem ser descartadas porque são 
incompatíveis com os saberes prévios. Nenhum comportamento é só assimilação ou só 
acomodação. Todo comportamento reflete ambos os processos, embora alguns 
expressem, relativamente, mais um processo do que o outro. 
Saber reelaborado 
Quando consegue reelaborar um saber o sujeito ingressa no que Piaget 
denomina de equilíbrio. Mas é sempre um desequilíbrio momentâneo, pois este saber 
reelaborado é sempre um saber prévio que a qualquer momento será desequilibrado. 
Nessa perspectiva, a mente está sempre em movimento. Equilíbrio é um processo de 
passagem do desequilíbrio para o equilíbrio. 
De qualquer forma é sempre bom ter em mente que, para compreender a 
reelaboração, teremos que voltar ao saber prévio. A aprendizagem seria avaliada em 
termos do que e como foi alterado. Na perspectiva piagetiana não existe um estado de 
conhecimento estável sobre o qual poderíamos dizer que sabemos isso ou aquilo. Mas 
sim que sabemos isso ou aquilo em função do que sabíamos antes. Aqui vale ressaltar 
que a participação daqueles que aprendem no processo de construção da espiral bem 
como da avaliação do que foi reelaborado torna-se condição imprescindível. 
O desequilíbrio é de quem aprende, por isso, ele é considerado como sujeito ativo 
na construção de sua experiência como aprendiz. 
7 
 
A epistemologia genética apresenta-se como uma possibilidade de compreender 
a aprendizagem como processo. A imagem da espiral cria possibilidades de compreender 
os sujeitos que estão em movimento, participando da construção de suas próprias 
histórias. Remete-nos também à questão de que essa construção não é um trabalho 
solitário e sim realizado na relação com o outro. 
A INFLUÊNCIA DE PIAGET NA CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA 
CONSTRUTIVISTA 
Jean Piaget é considerado o precursor da visão construtivista, a qual se difunde 
especialmente a partir da epistemologia genética por ele desenvolvida. Ou seja, a partir 
da explicação da gênese do pensamento – que para Piaget é o resultado de um processo 
de construção que tem sua origem na lógica das ações do sujeito sobre o meio. 
Para Piaget o conhecimento não está no sujeito, nem no objeto , ele é construído 
na interação do sujeito com o objeto. É a medida que o sujeito interage (e portanto age e 
sofre a ação do objeto) que vai produzindo também o próprio conhecimento. Esta é a 
razão de a teoria piagetiana ser chamada de construtivismo. É um construtivismo 
interacionista. 
O construtivismo tem como base o fato de que a aprendizagem é uma constante 
procura do significado das coisas. Portanto, aprender, bem como ensinar, significam 
construir um novo conhecimento, descobrir nova forma para significar algo, baseando-se 
em experiências e conhecimentos existentes. Ao reconstruir o conhecimento existente, 
o sujeito estabelece relações significativas entre o novo conhecimento e a realidade em 
que está inserido. 
Alguns princípios básicos considerados numa concepção pedagógica 
construtivista: 
● As aprendizagens ativas e duradouras relativas ao mundo que nos cerca ocorrem 
somente através de um intercâmbio ativo entre o mundo e o sujeito do conhecimento; 
●Todos nós construímos a nossa própria concepção do mundo em que vivemos a partir 
da reflexão sobre as nossas próprias experiências. Assim, a realidade é construída 
(inventada) pelo sujeito que conhece (cognocente), ela não é um dado pronto para ser 
descoberto; 
● O conhecimento significativo – aquele que é utilizável – é fruto de uma elaboração 
(construção) pessoal, resultado de um processo interno de pensamento durante o qual o 
sujeito coordena diferentes noçõesentre si atribuindo-lhes um significado organizando-as 
com as outras anteriores; 
● O conhecimento é uma produção social e se faz na interação com o outro pela 
linguagem, dando sentido às experiências humanas. 
 
8 
 
 
A TEORIA PIAGETIANA APLICADA À PRÁTICA PEDAGÓGICA DO 
EXTENSIONISTA. 
 
 
Buscaram-se nos princípios da teoria piagetiana as contribuições consideradas 
relevantes para a compreensão da ação educativa na extensão rural. Nesse sentido, tanto 
o papel extensionista como os demais atores sociais precisam ser refletidos e 
reorientados. 
A teoria piagetiana nos convida a pensar sobre muitos aspectos presentes na 
prática extensionista. Que saberes detém o técnico? Que saberes detém o agricultor? 
Que saberes estarão construindo? O técnico motiva o agricultor a aprender ou a 
reconhecer a necessidade de aprender? É possível desequilibrar o saber prévio sem 
desvalorizá-lo? Como avaliar levando-se em consideração o saber prévio? 
O extensionista, atuando numa visão piagetiana, tem um papel diferenciado e 
mais exigente do ponto de vista da sua postura como educador. É preciso reconhecer que 
o processo de produção do conhecimento (cognitivo), se dá no campo pessoal e particular 
do indivíduo e, ao mesmo tempo, no campo social, pois se estabelece nas relações do 
sujeito com o meio. 
Como mediador do processo de produção do conhecimento, o extensionista 
precisa adotar, em sua prática cotidiana, uma postura investigativa, estimulando a adoção 
dessa mesma postura também pelos atores sociais. Isso possibilitará a sua atuação como 
facilitador do processo educativo, uma vez que as observações realizadas servirão como 
base para a problematização da realidade e organização das ideias, com o grupo 
envolvido. A capacidade de observação vai sendo aprimorada à medida que as 
informações obtidas forem apropriadas pelos observadores num constante processo de 
reflexão e ação. 
Essas observações devem privilegiar a análise do cotidiano dos agricultores, das 
agricultoras e extensionistas e ao mesmo tempo o dinamismo das mudanças no contexto 
das relações sociais, econômicas e políticas. Isso requer dos atores sociais uma postura 
de respeito aos ritmos diferenciados de cada um, permitindo que o pensamento de quem 
aprende siga o curso imprescindível para converter os conhecimentos prévios em 
conhecimentos re-elaborados e, portanto ressignificados. 
A prática extensionista fundamentada no construtivismo terá então como um 
ponto de partida os conhecimentos prévios já construídos no processo histórico social e 
como ponto de chegada os conhecimentos ressignificados pelos atores no processo de 
aprendizagem (agricultores e extensionistas). Vale ressaltar que o ponto de chegada se 
constitui sempre num saber prévio para o próximo desafio. 
9 
 
 MÉTODO PEDAGÓGICO DE PAULO FREIRE 
 
A Teoria do conhecimento desenvolvida por Paulo Freire reinterpreta a concepção 
de educação e de conhecimento e traz ao centro do debate a intencionalidade da 
educação. Ou seja, a certeza de que a educação não é neutra. Para ele, todo processo 
educativo é um ato político, uma ação que resulta numa relação de domínio ou de 
liberdade entre as pessoas. 
Paulo Freire rejeitava o tipo de ensino que denomina de “educação bancária” – a 
qual se caracterizava pela figura do professor que depositava os conhecimentos e do 
aluno, depositário desses ensinamentos. Contrário à passividade do educando e à 
superioridade do professor, Paulo Freire defende que uma prática nesses moldes não 
contribui para a formação de sujeitos ativos e críticos. Ao contrário, favorece a alienação e 
incapacidade de ler o mundo de forma crítica. 
Em sua teoria, Paulo Freire destaca que ensinar não é transferir conhecimentos, 
mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. E que 
educar é uma relação entre pessoas, sobretudo, entre gerações. Como seres de relação 
que somos, só nos educamos em relação com os outros seres humanos. Por isso é 
preciso compreender a dimensão de continuidade que envolve as relações humanas e 
compromisso que cada geração tem com a formação das gerações futuras. 
A compreensão de que o destino do homem é criar e transformar o mundo, o 
coloca como sujeito da ação e favorece a formação da consciência da responsabilidade 
individual e coletiva. Resgatar na memória coletiva dos grupos sociais essa identidade 
histórica socialmente construída é essencial para que haja o reconhecimento da 
capacidade criativa e transformadora, tão necessária num projeto de educação 
libertadora. É preciso saber o que fomos e o que somos, para saber o que seremos. 
 Para compreender o pensamento e a prática pedagógica, Paulo Freire faz-se 
necessário conhecer alguns princípios que os fundamentam: 
 Respeitar ao outro 
Na sua trajetória de educador: revelou uma profunda crença na pessoa humana e 
na sua capacidade de educar-se como sujeito da História. E toda a sua obra está focada 
na valorização do homem. Exalta que todo ser humano é único. Tem saberes, tem 
história, cultura e valores que devem ser reconhecidos e respeitados. Assim, o respeito à 
autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos 
ou não conceder uns aos outros. 
As sensibilidades para com as adversidades culturais, humanas, sociais, de 
grupos étnicos, de idades, de vivências, de memória, dentre outros, é um traço marcante 
no pensamento e na postura pedagógica de Paulo Freire. 
 
10 
 
 A natureza do homem 
A essência da educação está em reconhecer que o homem pode refletir sobre si 
mesmo e descobrir-se como ser inacabado que está em constante busca. O homem se 
sabe inacabado e por isso se educa. Em todo homem existe um ímpeto criador. O ímpeto 
de criar nasce da inconclusão do homem. Somos seres sociais, históricos, inacabados. 
A educação é mais autêntica quanto mais desenvolve esse ímpeto ontológico de 
criar, educar implica, portanto, considerar o homem sujeito de sua própria educação. Por 
isso, ninguém educa ninguém. Ninguém educa a si mesmo. As pessoas se educam 
entre si, mediatizadas pelo mundo. 
 Postura investigativa 
A prática investigativa deve sempre estimular a curiosidade crítica. Estar sempre 
à procura da ou das razões de ser dos fatos. Deve estimular o exercício constante da 
capacidade de pensar, de indagar, de duvidar, de experimentar hipóteses de ação, de 
programar e não de apenas seguir os programas propostos e impostos. 
Essa prática torna-se fundamental para desenvolver a capacidade do ser humano 
de avaliar, comprar, escolher, decidir e, finalmente, intervir no mundo. 
 Dialogicidade 
A aproximação, fundamental numa prática educativa, se faz com o diálogo franco, 
adotando uma postura de reciprocidade no falar, ouvir e de receptividade em aprender. 
Somente quem escuta paciente e criticamente e o outro fala com ele, mesmo que, em 
certas condições, precise de falar a ele. O educador que escuta aprende a difícil lição de 
transformar o seu discurso, às vezes necessário, em uma fala com o outro. 
 Aprendizagem 
Aprender não é acumular conhecimento. O que não é superável é a capacidade 
de aprender sempre. Só aprendemos quando aquilo que é objeto de conhecimento tem 
sentido na nossa vida. Temos que aprender com as experiências concretas. O importante 
é aprender a pensar. 
 Educação 
A educação não é neutra. Tanto pode estar a serviço da decisão, da 
transformação do mundo, da inserção crítica nele, quanto a serviço da imobilização, da 
permanência possível das estruturas injustas, da acomodação dos seres humanos à 
realidade tida como intocável. 
 
 
11 
 
 Educador 
É o profissional que orienta, que dá sentido, que constrói sentido, um organizador 
de aprendizagens. O educador tem a tarefa de orientar o processo educativo- mas como 
um ser que busca, como o aluno. Ele também é um aprendiz. 
 Dialética 
A dialética é o modo de pensarmos as contradições da realidade. O modo de 
compreendermos a realidade como essencialmente contraditória e em permanente 
transformação. 
A referência à dialética está presente em toda a obra de Paulo Freire. É sempre 
utilizada na perspectiva da construção do espírito crítico e autocrítico, reconstruindo os 
caminhos da curiosidade. O pensamento dialético estimula a revisão do passado à luz do 
que está acontecendo no presente; ele questiona o presente em nome do futuro; o que 
está sendo em nome do que "ainda não é". 
A dialética permite reconhecer o saber da História como possibilidade e não como 
determinação. O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa, 
inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente nos relacionamos. Nosso 
papel no mundo não é só de quem constata o que ocorre, mas também o de quem 
intervém como sujeito de ocorrências. A educação como especificidade humana é um ato 
de intervenção no mundo. 
Nesse sentido a produção do conhecimento no método pedagógico de Paulo 
Freire é compreendida enquanto processo em construção. O saber se faz através de uma 
superação constante. O saber superado já é uma ignorância. Todo saber humano tem em 
si o testemunho do novo saber que já anuncia. Todo saber traz consigo sua própria 
superação. Portanto, não há saber nem ignorância absoluta: há somente uma 
relativização do saber ou da ignorância. 
 
O MÉTODO DE EDUCAÇÃO DE PAULO FREIRE APLICADO NA 
PRÁTICA EXTENSIONISTA 
A aplicação dos princípios de educação defendidos por Paulo Freire, na prática 
pedagógica do extensionista, implica compreender as especificidades da ação educativa 
e dos atores sociais envolvidos nessa prática. É necessário, inicialmente, reconhecer que 
aprender significa construir um novo conhecimento, descobrir novos significados, sem 
desprezar o conhecimento existente. A experiência, o conhecimento prévio dos 
agricultores e agricultoras, deve ser sempre a ponto de partida para a reconstrução do 
conhecimento, gerando novos significados e, portanto, um novo conhecimento. 
Por isso é tão necessário o investimento do extensionista na compreensão dos 
conceitos que envolvem a prática educativa. E, a partir deles, mediar o processo 
pedagógico de reelaboração do conhecimento, numa perspectiva dialética, ou seja, de 
busca da superação do próprio conhecimento construído. 
12 
 
Nesse sentido, a grande relevância da ação extensionista é poder partilhar a 
construção do conhecimento como produção social. Extensionistas, agricultores e 
agricultoras, se vendo como seres sociais, que constroem e reconstroem a história num 
processo dinâmico, interativo e dialógico. 
Extensionistas, agricultores e agricultoras participam de um mesmo projeto 
enquanto atores sociais, uma vez que ambos estão construindo um novo olhar sobre a 
realidade. Nela não existem verdades absolutas. Ao mesmo tempo em que se faz 
necessário desenvolver um sentimento de perplexidade diante dos fatos - estimulando 
processo de busca infindável do conhecimento - é importante que se adote também uma 
postura de paciência com os ritmos e as respostas nem sempre rápidas dos sujeitos 
envolvidos no processo. Exige de cada um reaprender a juntar a teoria e a prática, a parte 
e o todo, o ser e o viver. 
Paulo Freire apresenta um novo sentido para a teorização, destacando a sua 
importância na reorientação da "práxis (prática - teoria - prática).Não se trata de uma 
busca explicativa da prática, mas de uma elaboração dupla onde a teoria contribui para 
explicar a prática e esta realimenta a teoria. Esse exercício requer, antes de tudo, a 
valorização das capacidades individuais, o reconhecimento da ação reflexiva e criativa do 
ser humano. Para isso é necessário que agricultores, agricultoras e extensionistas sejam 
estimulados a aprimorar sempre a prática da teorização, a investigar na perspectiva de 
desvelar o encoberto e a desafiar os limites impostos. 
Outra contribuição da técnica pedagógica de Paulo Freire, que podemos apropriar 
à extensão rural, é a grande importância atribuída ao homem como sujeito da sua própria 
educação, da sua história. Esse princípio constitui a base da construção de um processo 
participativo de desenvolvimento rural sustentável que, em suas múltiplas dimensões, 
coloca o ser humano como centro da ação e, portanto, protagonista do seu próprio 
desenvolvimento. 
 
A DIDÁTICA DO "APRENDER A APRENDER" - PEDRO DEMO 
As ideias de Pedro Demo agregadas a esta proposição metodológica dizem 
respeito à sua contribuição no debate sobre os desafios atuais da educação e à 
participação da sociedade civil no campo das políticas públicas. 
Pedro Demo se refere à participação como conquista, um processo infindável, em 
constante vir a ser, sempre se fazendo. Assim, participação é essencialmente 
autopromoção e existe enquanto conquista processual, que precisa ser cotidianamente 
reconquistada. Não existe participação suficiente, nem acabada. A participação, é, 
portanto um fenômeno político e se constitui num dos pilares das políticas públicas. 
Nesse sentido, a educação constitui um dos canais essenciais para o exercício da 
participação. Pedro Demo defende, para isso, que a educação precisa ir além do mero 
ensino e aprender, ou seja, superar o processo de “ensino/aprendizagem”, o que se 
restringe à absorção de conhecimentos, permanecendo o educando como objeto 
13 
 
receptivo e domesticado. Nesse contexto de educação não existe ambiente favorável para 
que a participação política possa emergir. 
Para tanto, um princípio fundamental da educação está na formação de cidadãos 
críticos, donos de um saber construído socialmente, o que os torna capazes de questionar 
e intervir na realidade de modo crítico e criativo. Uma proposta pedagógica adequada a 
estes propósitos é a didática do “aprender a aprender”, cujo enfoque está na sua 
metodologia emancipatória, traduzida em competência e habilidades. 
Na didática do “aprender a aprender”, a pessoa torna-se capaz de saber pensar, 
avaliar, criticar e criar, assumindo o papel de sujeito histórico do processo capaz de 
conceber e implementar um projeto próprio de desenvolvimento. Aprender a aprender, é, 
portanto, uma metodologia crítica ancorada na atitude de pesquisa. Permite uma 
constante produção e renovação do conhecimento, o qual se dá em contato com o 
mundo, com a sociedade, de forma interativa e produtiva. 
Na perspectiva do aprender a aprender, não se produz ciência, como a 
entendemos academicamente, mas produz-se saber, na perspectiva da formação da 
consciência crítica e da reconstrução do conhecimento, evidenciando nisso um processo 
de autonomia crescente. É, portanto, a ação investigativa, questionadora, que qualifica a 
intervenção na realidade. A intervenção na realidade se dá num processo participativo, 
em que os atores sociais, através do diálogo, analisam, interpretam, sistematizam e 
definem suas estratégias de ação. 
 
 A DIDÁTICA DO “APRENDER A APRENDER” APLICADA À AÇÃO 
EXTENSIONISTA 
 
A prática pedagógica de extensão rural, na perspectiva didática do aprender a 
aprender, deve estar orientada pelos princípios da ação transformadora do homem sobre 
a realidade, ou seja, na sua capacidade de mudar e aprender com as mudanças. Constitui 
um esforço ético de contraposição às tendências excludentes historicamente vivenciadas 
no espaço rural. 
Assim, para uma intervenção crítica e criativa dos atores sociais na realidade em 
que estão inseridos, é necessária a implementação de processos participativos integrados 
às dinâmicas locais, buscando viabilizar as condições para o exercício da cidadania. 
Nesse sentido, a ação extensionista, tendo como de partida a realidade da agricultura 
familiar, deveprivilegiar a construção participativa de processos de desenvolvimento 
sustentável, na perspectiva do fortalecimento de suas formas organizativas e de sua 
participação efetiva na formulação e implementação de políticas públicas. 
Vale destacar que, no processo de organização dos grupos, deve ser assegurado 
o respeito à identidade, à participação da mulher, do jovem, do idoso, dos grupos étnicos, 
enfim, a legitimidade e representatividade dos atores sociais envolvidos. 
14 
 
 
PROCESSO DA COMUNICAÇÃO – PRINCÍPIOS BÁSICOS 
 
Extensão Rural é Comunicação. Comunicação-educação, transferência de 
tecnologia que pressupõe um planejamento cuidadoso, baseado em conhecimento 
das situações e das clientelas. Com o objetivo de levar aos produtores e suas 
famílias os meios (informações técnicas) que lhes permitam as melhores tomadas 
de decisão em prol de seu desenvolvimento. 
Se dos extensionistas, que lidam diretamente com as famílias e as 
comunidades rurais, é esperado um conhecimento técnico suficiente ao sucesso 
de sua tarefa, é também esperado um bom domínio da metodologia apropriada a 
essa transferência de conteúdo, um bom domínio das técnicas e meios de 
comunicação já provados nesse processo educativo. 
A comunicação humana segue o padrão “alguém diz alguma coisa a 
alguém”, ao qual se pode acrescentar “com algum objetivo” e “com uma 
conseqüência” (esta, sempre de acordo com o objetivo). Temos aqui os 
componentes básicos do processo de comunicação, desenvolvido com maior ou 
menor detalhamento por vários estudiosos, em modelos mais ou menos 
complicados. 
Um dos modelos mais conhecidos é desenvolvido por David Berlo, que de 
certa forma enfatiza os aspectos psicológicos envolvidos na comunicação 
humana, destacando a FONTE e o RECEPTOR. 
Tendo em mente que o processo da comunicação é um complexo de 
acontecimento operando em várias dimensões de tempo, espaço, dinâmico e não 
estático – podemos analisar brevemente os vários elementos ou componentes do 
modelo. 
O Processo de Comunicação – Princípios Básicos 
CODIFICA INTERPRETA 
FONTE MENSAGEM CANAL RECEPTOR 
Habilidade de 
comunicação 
Código Sentidos Habilidades de 
comunicação 
Conhecimento Conteúdo Meios Conhecimento 
Atitude Tratamento Técnicos Atitude 
Nível sócio-cultural Nível sócio-cultural 
 Resposta ou Feedback 
 
 
 15 
 
A FONTE 
 
Toda situação de comunicação envolve uma FONTE, que pode ser um 
indivíduo, um grupo, uma instituição. No caso específico de Extensão Rural, a 
fonte via de regra é o extensionista, o técnico em contato direto com sua clientela. 
De qualquer forma, o técnico é sempre o responsável pela informação que 
veicula ao longo do seu trabalho. 
A habilidade de comunicação da Fonte é fator determinante do sucesso 
da comunicação. A habilidade para escrever, falar, ilustrar, demonstrar, 
argumentar, dialogar varia, no entanto de indivíduo para indivíduo. 
O conhecimento que a Fonte possui sobre o assunto comunicado e sobre 
os fatores mais relevantes de sua clientela é imprescindível para o sucesso da 
comunicação. Uma fonte mal informada sobre seu assunto e sobre as 
características básicas do público terá certamente muito mais dificuldade de se 
sustentar no meio em que deve atuar. 
A atitude demonstrada pela Fonte com relação ao assunto, ao público, ao 
meio em que trabalha à instituição ou grupo que representa, às políticas e 
diretrizes e seu trabalho e do universo político-social em que as ações se 
desenvolvem, é decisiva para o processo de comunicação. As atitudes, pró ou 
contra, sempre se transmitem, e não deve haver conflito entre o sentido e o 
comunicado. 
O nível sócio-cultural em que se encontra a Fonte é geralmente a 
“moldura” onde são enquadrados os acontecimentos, a referência pela qual são 
avaliadas as situações. Consciente de seu próprio nível, a Fonte poderá com mais 
facilidade situar-se em relação aos receptores, no processo da comunicação. As 
experiências prévias, a bagagem cultural resultante de sua educação formal e 
informal, os hábitos sociais de comunicação (exposição a meios de massa, a 
livros, a situações de treinamento especializado), constituem esse nível sócio -
cultural da Fonte. 
 
O RECEPTOR 
 
Toda situação de comunicação pressupõe a existência de um RECEPTOR, 
ao qual é dirigida a comunicação, porém que não a recebe passivamente, 
interagindo e reagindo aos estímulos originados na Fonte. 
A habilidade de comunicação pode afetar o processo na medida em que 
é o que permite à Fonte verificar até que ponto a mensagem foi efetiva (através da 
resposta ou “(feedback),” e é também o que determina a forma pela qual a 
mensagem é interpretada. É importante para a Fonte conhecer a habilidade para 
ler, ouvir, interpretar, associar, dialogar, do seu público. 
O conhecimento do Receptor sobre o assunto da comunicação é básico 
para a construção da mensagem. Quando um assunto é completamente novo 
temos uma situação de comunicação diferente de quando o assunto já é de 
alguma forma conhecido. 
As atitudes do Receptor podem condicionar a eficiência da comunicação a 
 
 16 
 
fatores às vezes completamente independentes do assunto. Uma atitude negativa, 
de prevenção, dificulta muito o processo da comunicação educativa, obrigando a 
sua análise mais profunda das causas, ás vezes nem sempre declaradas, nem 
presentes (por “ouvir dizer”, por temor generalizado). 
O nível sócio-cultural do Receptor pode representar barreiras graves à 
comunicação, caso a Fonte ignore a herança cultural do seu público, seu 
comportamento social, suas experiências prévias, as regras dos grupos 
dominantes. 
 
A MENSAGEM 
 
Código – é o primeiro fator a ser considerado. Todas as mensagens 
envolvem algum código: o idioma usado (Português, Francês, Alemão), o jargão 
ou gíria empregando linguagem especial de um determinado ramo de atividade ou 
grupo – “o economês”, a linguagem médica são jargões, linguagem fora do 
alcance dos que não pertencem ao grupo a que são peculiares. 
Conteúdo e código – estão intimamente associados; enquanto o código 
expressa a forma básica, o conteúdo exprime a essência das idéias contidas na 
situação de comunicação. Assim como deve selecionar o código apropriado para 
sua comunicação, a Fonte deve também selecionar o conteúdo adequado à sua 
clientela. 
Tratamento – é o arranjo dos elementos da comunicação de forma a que 
se obtenha o efeito desejado. Este é o trabalho do redator, do diretor de cinema, 
do artista criativo. Tratamento envolve o arranjo de frases, de ilustrações, a 
aparência e o impacto do produto final. 
É no tratamento que se expressa o propósito da comunicação com fins 
educativos. No caso da Extensão Rural, esses propósitos são INFORMAR, 
MOTIVAR, ENSINAR, e a mensagem deve ser construída de forma a tender ao 
propósito específico para o momento. (informar, ou motivar, ou ensinar). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INFORMAÇÃO: Aquisição de dados 
MOTIVAÇÃO – Avaliação das vantagens relativas 
ENSINO – APRENDIZAGEM -Desenvolvimento 
de habilidades para ação 
ILUSTRAÇÃO 

 
 17 
 
CANAL 
 
Canal – é o veículo da mensagem. Podemos considerar os sentidos 
humanos (visão, audição, tato, olfato e paladar) como canais; podemos considerar 
canais ou meios físicos de que a fonte se utiliza para veicular a sua mensagem 
(orais, visuais, audiovisuais, sensoriais) ou as técnicas empregadas (recursos tais 
como livros, fotografias, rádio, jornal, televisão, cinema). Via de regras, quando a 
Fonte utiliza mais de um Canal de comunicação, geralmente é aumentada a 
chance de ter sucesso – os Receptores tendem a reter mais informação do que se 
fosse utilizado apenas um Canal; daí a grande eficiência dos métodos complexos(Campanha, Exposição, Unidade Demonstrativa), que utilizam-se de várias formas 
e recursos para veicular a mensagem principal. 
 
BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO 
 
Barreiras ou “ruídos” podem se encontrar a qualquer momento ao longo do 
processo de comunicação humana, e podem ser de vários tipos. 
A maior parte das pessoas está bastante familiarizada com as dificuldades 
semânticas, mas poucas dão a devida atenção às barreiras psicológicas e às 
físicas, muito embora sejam esses três tipos encontrados com igual frequência 
no trabalho de comunicação dirigida com cunho educativo. 
 
Barreiras Semânticas 
 
Ocorrem, geralmente, na comunicação verbal e trans-cultural, no caso de 
estabelecer uma situação de comunicação entre indivíduos de níveis culturais 
diferentes (como é o caso na Extensão Rural, por exemplo). Não apenas os 
vocabulários são diferentes, como o sentido atribuído às palavras difere 
grandemente entre os indivíduos no processo. Geralmente, como agravante, 
existe uma falta de habilidade de “traduzir” os significados de um vocabulário a 
outro. 
Podem ser superadas pela conscientização da necessidade de uso de um 
código ou linguagem mais simples e clara, de exemplos concretos. Também 
símbolos não-verbais, como fotografias, ilustrações, demonstrações, modelos, 
podem dar suporte à comunicação, esclarecendo e nivelando os conceitos. 
 
Barreiras Psicológicas 
 
Tão real quanto ás barreiras semânticas, as barreiras psicológicas nem 
sempre se apresentam claramente, de forma que os indivíduos dificilmente as 
percebem como causas dos “ruídos” ou “vazamentos” da comunicação. 
As diferenças de status ou posição na escala social (reais ou imaginadas) 
podem interferir e causar problemas sérios à comunicação trans-cultural. Se, por 
 
 18 
 
exemplo, o produtor acredita que o técnico é muito superior a ele, pode bloquear 
fluxo da comunicação. As diferenças de interesse também podem distorcer a 
comunicação, cada um enfocando a mensagem de um ponto de vista diferente. 
Por exemplo, um de tendência comercial, mercantilista, em comunicação com um 
de tendência filantrópica, discutindo preços de gêneros alimentícios. 
 
Barreiras Físicas 
Extremamente simples, comuns, mas nem por isso menos prejudiciais à 
comunicação, barreiras físicas são, talvez, as menos consideradas pelo 
comunicador desavisado. 
As condições em que ocorrem a comunicação, podem gerar esse tipo de bloqueio 
– sala mal iluminada, muito quente ou muito fria, barulhos externos, cadeiras 
desconfortáveis, horário impróprio, são algumas condições negativas que nem 
sempre se tem a preocupação de observar e corrigir. 
Uma barreira física muito importante é a apresentação confusa, desordenada, da 
mensagem pelo comunicador. 
 
METODOLOGIA EM EXTENSÃO RURAL 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A Extensão Rural, para melhor se comunicar com o seu público, especialmente 
com a família rural, desenvolveu, adaptou e vem utilizando uma série de métodos 
e de meios de comunicação rural. 
É através da conjugação dos métodos e dos meios, utilizados corretamente que a 
extensão motiva, ensina, envolve a participação, conhece a realidade, atinge o 
publico desejado e, principalmente, procura atender as reais necessidades e 
interesses da família rural. 
Para eficiência na comunicação em extensão rural, os extensionistas necessitam 
conhecer, selecionar, planejar e utilizar corretamente os métodos e os meios e em 
função do publico, dos objetivos e do assunto e/ou mensagem é ser transmitida. 
 
2. CONCEITO 
 
Metodologia é o estudo e a sistematização dos métodos adaptáveis ao trabalho de 
extensão rural. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS 
 
A classificação dos métodos, objetiva possibilitar melhor seleção, combinação, 
balanceamento e uso. 
Nesta classificação, serão utilizados os seguintes critérios: 
 
 19 
 
 
Quanto ao Alcance: 
 Individual 
 Grupal 
 Massal 
 
Quanto ao efeito: 
 Motivacional 
 Ensinamento técnico (prático) 
 
Quanto ao uso: 
 Simples 
 Complexo 
 
 
1. QUANTO AO ALCANCE 
Refere-se ao número de pessoas atingidas em uma mesma ação metodológica. 
 
1.1 Métodos de alcance individual: contato, visita, entrevista e unidade de 
observação. 
Os métodos de alcance individual atingem, diretamente, indivíduos isolados em 
cada ação. 
Estes métodos são importantes para conhecer a realidade rural; eles possibilitam 
á delimitação de comunidades e grupos, a identificação de líderes, a obtenção da 
confiança e informações por parte da família rural, o treinamento e 
acompanhamento de líderes comunitários e condutores de unidades de 
demonstração ou observação. 
Devem ser utilizados com moderação e objetivos claramente definidos, por 
apresentarem custos bastante elevados, devido ao seu alcance limitado. 
Com exceção de contato, todos os métodos individuais exigem plane jamento. 
 
1.2 Métodos de alcance grupal: Curso, excursão, Dia de Campo/dia especial, 
reuniões (RI e RD), unidade demonstrativa, demonstração de resultados, 
convenção / encontro, mutirão, concurso / torneio. 
Os métodos de alcance grupal atingem, diretamente, indivíduos em grupos. 
Estes métodos são importantes porque estimulam a participação e a organização 
grupal: possibilitam a troca de experiências e solução de problemas comuns, o 
desenvolvimento técnico em agropecuária, bem-estar social e outros. 
Devem ser utilizados com maior ênfase em relação aos métodos de alcance 
individual. 
Todos os métodos grupais exigem planejamento e condução grupal. 
 
 
 20 
 
1.3 Métodos de alcance massal: campanha, semana, exposição. 
Os métodos de alcance massal, atinge indiretamente o público de um modo geral, 
sem distinção. 
Estes métodos são importantes para formar opinião pública, transmitir 
informações técnicas simples e motivar a mudança de comportamentos. 
Devem ser utilizados quando os problemas ou necessidades forem comuns, 
envolvendo grupos e comunidades. 
Todos os métodos massais exigem planejamento muito bem feito. 
 
2 QUANTO AO EFEITO 
Refere-se ao efeito da ação metodológica nas pessoas atingidas. 
 
2.1 Métodos com efeitos “motivacionais,”contato, visita com informação, 
excursão, Dia de Campo, reunião com informação, semana, campanha, 
exposição, convenção / encontro. 
Os métodos com predominância motivacional são importantes porque despertam, 
divulgam, motivam. Podem até, em alguns casos, levar alguns inovadores ou 
curiosos à ação. 
De modo geral, estes métodos não permitem maior aprofundamento e nem 
garantem a aprendizagem, seja pelas informações rápidas e/ou teóricas que 
transmitem, seja por serem usados para grupos grandes e heterogêneos. 
 
2.2 Métodos para “ensinamento técnico prático” visita com demonstração, 
curso, reunião com demonstração, unidade demonstrativa, unidade de 
observação, demonstração de resultado. 
Os métodos com predominância de ensinamento técnico prático, são importantes, 
porque eles ensinam realmente, através de aulas práticas, a pessoa ou grupo de 
pessoas com interesses e objetivos comuns. 
 
3 QUANTO AO USO 
Refere-se à forma como são utilizados os métodos. 
 
3.1 Métodos simples: contato, visita, entrevista, reunião com informação, 
reunião com demonstração, excursão. 
São considerados métodos simples aqueles que na sua execução não exigem 
outros métodos. Isolados, denotam trabalhos não estruturados. 
Apesar da facilidade na utilização destes métodos, exceto contato, todos os 
métodos simples exigem planejamento. 
 
3.2 Métodos Complexos: curso, dia de campo , unidade demonstrativa, 
unidade de observação, demonstração de resultados, campanha, semana, 
exposição. 
São considerados métodos complexos aqueles que na sua execução exigema 
integração de dois ou mais métodos simples. Denotam maior 
 
 21 
 
organização. 
Todos os métodos complexos exigem planejamento. 
 
4. RECOMENDAÇÃO: 
 
FAZER BALANCEAMENTO DE MÉTODOS. 
 
4.1 No planejamento e na execução do Plano Anual de Trabalho, é necessário 
o equilíbrio dos métodos “BALANCEAMENTO”, quanto ao alcance, ao efeito 
e ao uso. 
O balanceamento deve ser estabelecido em função do estágio da população rural 
a ser atingida, e ainda, da fase de estruturação do trabalho de extensão na área 
de ação, especialmente nas comunidades rurais selecionadas. 
4.2 Para se conseguir o balanceamento, o extensionista precisa fazer: 
SELEÇÃO e COMBINAÇÃO de métodos. 
- Seleção de métodos; 
Exemplo: 
- Público – desinformado sobre a prática X; 
- Objetivo (da ação) – informar / motivar; 
- Métodos – VI, RI (dinamização e palestra), rádio; 
- Combinação de métodos. 
 
Exemplo: 
- Seqüência – VI, RI excursão, curso, outros; 
- Utilizar as bases físicas metodológicas: UD e DR, localizadas na área 
de ação local e regiona l. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS 
MÉTODO ALCANCE EFEITO USO 
 INDIV. GRUP. MASSAL MOTIV. ENSINAM. 
TEC. PRÁT. 
SIMP. COMPLEXO 
Contato X X X 
Visita com 
informação (VI) 
X X X 
Visita com 
demonstração 
(VD) 
 
X 
 
X 
 
X 
 
Curso X X X 
Excursão X X X 
Dia de campo X X X 
 
 22 
 
Reunião com 
informação(RI) 
 X X X 
Reunião com 
Demonstração 
(RD) 
 
X 
 
X 
 
X 
 
Unidade de 
Observação (UO) 
 
X 
 
X 
 
X 
 
Unidade de 
Demonstração 
(UD) 
 
X 
 
X 
 
X 
Demonstração 
resultado (DR) 
 
X 
 
X 
 
X 
Convenção/ 
/Encontro 
 X X X 
Concurso/ 
Torneio 
 X X X 
Campanha X X X 
Semana X X X 
Exposição X X X 
Workshop X X X 
Tele 
Conferência. 
 X X X 
Unidade de 
Demonstração 
 X X X 
Oficina Trabalho X X X 
 
CONTATO 
 
Conceito 
É um método não planejado de comunicação individual, que ocorre em situações 
imprevistas para o extensionista em diferentes locais, onde ele é procurado por 
algum cliente ou beneficiário direto ou indireto de sua ação. 
 
Objetivos 
Obter orientação técnica e/ou informação. 
 
Vantagens: 
 - Por não exigir deslocamento do extensionista, não tem custos; 
 - Permite a transmissão de informações e orientações técnicas simples; 
 - Permite a divulgação dos trabalhos da Unidade Local ao interessado; 
 
 
 23 
 
Limitações: 
 - Não permite a seleção de local e hora apropriada; 
 - Não permite orientações técnicas mais complexas; 
 - Por não ser planejado, pode ser, às vezes, inoportuno para o 
extensionista; 
 - Alcance restrito; 
 
Realização: 
- Dar atenção ao cliente; 
- Dar as orientações solicitadas ou encaminha-la a fonte certa; 
- Ser objetivo 
- Procurar envolver o cliente nos trabalhos desenvolvidos pela Unidade 
Local; 
 
Avaliação: 
- Fazer autocrítica sobre as orientações dadas; 
- Conferir se o cliente ficou satisfeito com as orientações recebidas; 
 
 
VISITA 
 
 
1. Conceito 
A visita é um método de comunicação individual e ação planejada, utilizada em 
Extensão para conhecer a realidade rural, levar orientações técnicas e obter 
cooperação. 
A visita pode ser informativa – “visita com informação”, ou ser com demonstração 
de prática – “visita com demonstração”. 
 
2. Pré-Requisitos 
Sendo a visita um método de custo bastante elevado, exige que o extensionista 
considere: 
- A conveniência na utilização da visita em relação a outros métodos, 
consultando os objetivos, as vantagens e as limitações; 
- As informações e/ou anotações que possui sobre o público a ser 
visitado, como: interesse, necessidade, oportunidade; 
- As distâncias a serem percorridas e a possibilidade de realizar outras 
ações na mesma comunidade ou rota, para aproveitar melhor o 
percurso. 
 
 
 
 24 
 
3. Objetivos 
- Conhecer a realidade rural, o que é realizado, como e por que; 
- Introduzir, reforçar ou melhorar novas técnicas ou práticas; 
- Obter a cooperação do público ao alcance dos objetivos previstos. 
 
4. Vantagens 
- Eficaz na introdução de novas técnicas ou práticas; 
- Permitir a assistência técnica especializada; 
- Facilita a obtenção da cooperação e participação. 
 
5. Limitações 
- Custo elevado; 
- Alcance restrito; 
- Concentração de visitas nas mesmas pessoas. 
6. Planejamento: 
- Ao planejar uma visita, o extensionista necessita: 
 Determinar os objetivos a serem alcançados; 
 Elaborar um roteiro das visitas e ou ações a serem desenvolvidas 
na mesma viagem; 
 Planejar bem cada visita, organizando informações a serem 
prestadas, materiais e equipamentos necessários e aspectos a 
serem observados, considerando os contatos e as visitas 
anteriores; 
 Prever a duração objetiva de cada visita; 
 Avisar os interessados sobre a data e hora da visita, para evitar 
perda de tempo e/ou desencontros. 
 
7. Realização 
Durante a realização da visita, o extensionista deve usar a sua influencia para 
estimular, orientar e não para dirigir o pensamento da pessoa visitada. 
Iniciar a visita interessando-se pelo que a pessoa estiver realizando no momento, 
levando-a gradativamente ao objetivo da visita. 
Procurar ouvir e observar a pessoa visitada, para conhecer seus reais problemas 
e procurar orientá-la. 
Ser cortês, simples, objetivo e eficiente. 
Gastar o tempo necessário, sem atropelos ou demoras excessivas. 
Encerrar a visita convidando-o a participar de trabalhos em grupos na 
comunidade, e, se possível, entregar material impresso ou recomendações 
técnicas sobre o assunto tratado. 
 
8. Avaliação 
O extensionista deve avaliar as visitas realizadas, para aperfeiçoar a utilização do 
 
 25 
 
método, considerando: 
- Tempo gasto; 
- Qualidade das informações e/ou demonstrações; 
- Alcance dos objetivos; 
- Impacto das tecnologias, das práticas e das informações na motivação, 
adoção e/ou envolvimento das pessoas visitadas. 
 
9. Recomendações Diversas 
- Utilizar especialmente e oportunamente as visitas com: líderes, 
autoridades, multiplicadores e demonstradores; 
- Procura reduzir a quantidade de visitas e melhorar a qualidade das 
realizadas; 
- Não realizar visitas sem planejamento e sem objetivo; 
 
PLANO DE VISITA COM INFORMAÇÃO (EXEMPLO) 
1. Público: 
2. Assunto: Uso de adubo orgânico. 
3. Local: 
4. Data: 
5. Horário de Início: 09 h da manhã. 
6. Duração: 02 h 
 
7. Objetivo: Motivar e conscientizar o produtor a utilizar os dejetos dos animais 
(bovinos, suínos e aves), como adubo orgânico nas culturas e pastagens de sua 
propriedade, aumentando consequentemente sua produção/renda. 
 
8. Justificativa: 
- O esterco não está sendo aproveitado na propriedade; 
- O adubo orgânico produzido na propriedade é um adubo barato; 
- De fácil aplicação; 
- Não exige equipamentos sofisticados; 
- Contém matéria orgânica que é essencial na composição do solo; 
- Aproveitamento da mão-de-obra ociosa na propriedade; 
- Ajuda a manter higiene nas instalações; 
- Pode ser usado em qualquer tipo de cultura e pastagens. 
 
9. Material: 
- Construção de Esterqueira; 
- Utilização da Adubação Orgânica. 
 
 
 26 
 
10. Informação Técnica: 
- Coleta do esterco e armazenamento para curtir; 
- Uso e distribuição do adubo orgânico; 
- Comentar os informativos distribuídos. 
 
11. Recomendações: 
- Adubar de acordo com as informações técnicas recebidas;- Divulgar em sua comunidade sobre a utilização da adubação orgânica; 
- Entrar em contato com a professora e com seus vizinhos para marcar a 
data da reunião sobre o preparo de canteiros na horta escolar. 
 
12. Síntese: 
- Importância da adubação orgânica; 
- Como produzir adubo orgânico; 
- Onde e como usar o adubo. 
 
13. Avaliação: 
- Durante o regresso, fazer a auto-avaliação quanto ao uso do método e a 
tecnologia informada aos produtores. 
 
14. Responsável: 
 
 
 
ENTREVISTA 
 
Conceito 
 
É um método planejado, de comunicação individual – realizado no escritório, na 
sede ou no campo – para conhecer a realidade rural ou divulgar um determinado 
assunto. 
 
Pré – requisitos: 
 
Antes de qualquer iniciativa, o extensionista deverá definir: 
O que perguntar – levando em consideração os objetivos da entrevista; 
A quem perguntar – definido por amostragem representativa, conforme o assunto 
a ser pesquisado. 
O que concluir – determinado após análise em função dos objetivos. 
 
 
 27 
 
Objetivos: 
 
- Identificar problemas; 
- Estudar situações; 
- Avaliar e divulgar trabalhos desenvolvidos. 
 
Vantagens: 
 
- Permitir conhecer a realidade rural, após a coleta de informações; 
- Ajuda na seleção do público e da comunidade a ser trabalhada; 
- Garante provas, através dos questionários e dos informantes 
selecionados; 
- Possibilita divulgar bons trabalhos realizados. 
 
Limitações: 
 
- Por ser um método individual, o seu custo é elevado; 
- Exige preparo adequado e confiabilidade do entrevistador; 
- Exige sinceridade nas respostas do entrevistado; 
- Exige boa aplicação e análise dos questionários; 
- O resultado é demorado. 
 
 
Planejamento: 
 
Ao planejar a entrevista, o técnico deverá seguir os itens abaixo: 
- Elaborar ou estudar os questionários; 
- Determinar o número de pessoas a serem entrevistadas; 
- Escolher a melhor época para realização da entrevista; 
- Fazer “amostragem representativa” quanto ao público e comunidade; 
- Envolver colaboradores. 
 
Realização: 
 
- Divulgue a realização e os objetivos da entrevista; 
- Aplique os questionários; 
- Comece a entrevista pelas perguntas mais simples; 
- Colha as informações, seguindo a lógica; 
- Domine bem as perguntas; 
 
 28 
 
- Pergunte sem induzir a resposta; 
- Esgote cada assunto, antes de passar para outro; 
- Controle o tempo e fale só o necessário. 
 
Avaliação: 
 
A avaliação das entrevistas pelos extensionistas deve abranger os seguintes 
aspectos: 
- Objetividade dos dados obtidos; 
- Sua atuação como entrevistador; 
- Seleção adequada das pessoas entrevistadas; 
- Época da entrevista; 
- Tempo gasto; 
- Qualidade dos questionários. 
 
 
Recomendações Diversas: 
 
- Preparar a pessoa para a entrevista; 
- Ser simples e não abreviar palavras; 
- Tabular e analisar todos os questionários após o encerramento da 
entrevista; 
- Garantir o caráter confidencial e o anonimato. 
 
 
ENTREVISTA (Exemplo) 
 
I. IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTOR 
1. Nome: ______________________________________________________ 
Como é conhecido: ______________________________________________ 
2. Ocupação principal: _______________________ 3. Nível de 
escolaridade,__________________ 4. Nº de filhos,________ 5. Trabalha na 
propriedade, _______________cite o endereço completo para sua localização: 
 ______________________________________________________________ 
7. Tipo de posse e uso da terra: 
proprietário ( ) arrendatário ( ) parceiro ( ) meeiro ( ) posseiro ( ) 
comodatário ( ) 
8. Quem administra a propriedade? 
Proprietário ( ) gerente ( ) 
 
 
 29 
 
II. APOIO INSTITUCIONAL 
1. Assistência Técnica 
1.1 É assistido tecnicamente? 
Sim ( ) Não ( ) 
De quem? _____________________________________________________ 
1.2 Você participa das reuniões e/ou demonstrações de práticas agrícolas? 
Sim ( ) Não ( ) 
1.3 Fontes de informações agropecuárias? 
Rádio ( ) jornal ( ) TV ( ) revista ( ) 
1.4 Recebe informativo Agropecuário? 
Sim ( ) Não ( ) 
Em caso positivo, qual? __________________________________________ 
1.5 Faz anotações sobre receitas e despesas de sua propriedade? 
Sim ( ) Não ( ) 
Em caso negativo, por que não faz? 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
TÉCNICAS DE DINAMIZAÇÃO DE GRUPO 
 
TEMPESTADE DE IDÉIAS 
 
1. Conceito 
É uma técnica de dinamização grupal, utilizada em alguns métodos, para estimular 
a criatividade e a participação de um grupo de pessoas, gerando idéias e 
informações para solucionar os problemas individuais e comuns dos participantes. 
As ideias são expostas livremente pelos participantes, sem a preocupação se 
serão ou não aproveitáveis. 
São participantes da Tempestade de Idéias, o grupo e o técnico que conduz a 
reunião. 
 
2. Realização 
A dinâmica consiste em solicitar-se ao grupo que, durante 3 a 5 minutos, emita o 
maior número de ideias possíveis, independente dos resultados que poderão 
surgir. 
Enquanto as ideias vão surgindo espontaneamente, o técnico vai relacionando-os, 
para posterior discussão. 
Quando o tempo estiver esgotado, procura-se discutir com os participantes cada 
ideia que foi exposta, procurando fazer seleção das melhores contribuições. 
Para se obter melhores resultados, deve-se criar um clima de informalidade, a fim 
de que os participantes expressem suas opiniões livremente. 
 
 30 
 
3. Vantagens 
 
A dinâmica aplica-se a grandes grupos. É um bom exercício para aumentar o 
número de ideias, fazendo com que todos os participantes da reunião alcancem as 
melhores soluções para seus problemas. 
 
4. Limitações 
Pode haver o domínio de alguma pessoa sobre as demais, impedindo que todos 
expressem suas opiniões. 
 
 
 
 
MESA REDONDA OU GRUPO DE TRABALHO 
 
 
 
1. Conceito 
 
É uma técnica de dinamização grupal, utilizada em determinados métodos, onde 
um pequeno número de pessoas discute informalmente um assunto. Chama-se 
mesa redonda porque todos os participantes estão no mesmo nível de igualdade. 
A dinâmica é utilizada para provocar a participação de todos os presentes, na 
discussão, decisão e ou planejamento de um determinado assunto ou problema. 
 
2. Realização 
 
Comumente, um grupo pequeno assenta-se em mesa e trata informalmente do 
assunto ou problema em questão. 
Havendo um número maior de pessoas, divide os participantes em pequenos 
grupos, em caráter bastante informal, de modo que todos possam participar da 
discussão. O grupo discute durante determinado tempo, e após, apresenta suas 
conclusões ao grande grupo. O assunto é discutido sem formalismo ou preparação 
anterior. 
 
3. Vantagens 
 
O caráter sem formalismo da discussão cria um clima propicio à franca 
troca de ideias. 
 
 
 31 
 
4. Limitações 
 
Muito tempo pode ser perdido com assuntos sem importância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PHILLIPS 66 OU FRACIONAMENTO 
 
1. Conceito 
É uma técnica de dinâmica grupal, na qual um grupo grande se divide em 
subgrupos de 6 pessoas, os quais discutem o mesmo assunto, durante 6 minutos, 
chegando cada subgrupo a uma conclusão final. 
As conclusões dos subgrupos são debatidas no grupão e chega-se à conclusão 
final. 
2. Objetivos da Técnica 
- Permitir e promover a participação ativa de todos os membros do 
“grupão”; 
- Obter as opiniões de todos os membros em um tempo muitocurto; 
- Superar as inibições para falar diante de outros; 
- Desenvolver a capacidade de síntese e concentração; 
- Agilizar raciocínio; 
- Criar uma atitude mental de receptividade, favorável à aprendizagem. 
3. Ação do Moderador 
- Dar instruções gerais sobre a técnica; 
- Estimular o interesse pela atividade; 
- Anunciar e marcar o tempo disponível (6 minutos); 
- Movimenta-se entre os grupos para qualquer esclarecimento e para 
observar como trabalham; 
- Prorrogar o tempo, se necessário e se houver interesse, mas só alguns 
minutos; 
- Nas primeiras experiências com o grupo, pedir aos relatores que leiam 
suas conclusões e em seguida fazer as sínteses. Neste caso, chegar à 
conclusão final, com participação de grupos, sem interferir no 
julgamento das ideias apresentadas; 
- Atuar sempre com simplicidade e naturalidade. 
1A 1B 
 
1D 1C 
1 
2A 2B 
 
2D 2C 
2 
3A 3B 
 
3D 3C 
3 
4A 4B 
 
4D 4C 
4 
5A 5B 
 
5D 5C 
5 
 
 32 
 
4. Desenvolvimento 
1a. Fase – O responsável pela reunião (moderador) apresenta ao grupo, com 
precisão, a pergunta ou o assunto objeto de discussão. 
2a. Fase – O moderador divide o “grupão” em grupos de 6 e pede que cada grupo 
escolha o seu coordenador (A) e o relator (B), iniciando os debates. 
3a. Fase – O relator de cada grupo apresenta as conclusões. Cada relator (B) 
escreverá no quadro as conclusões do seu grupo, sintetizadas. 
4a. Fase – O moderador dirigirá os debates, para chegar a uma conclusão final, 
com ajuda do plenário. 
 
Observação: 
O tema de discussão é sempre o mesmo para todos os grupos. 
 
PAINEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Conceito 
É uma técnica em que 4 a 6 pessoas, entendidas em um assunto, discutem entre 
si, em forma de diálogo ou conversação, bem informal, diante de um grupo. 
 
2. Objetivos da Técnica 
- Dar conhecimento ao grupo de um assunto determinado, com maior 
profundidade; 
- Conseguir um consenso geral do grupo sobre um assunto, quando há 
 
 33 
 
desacordo de opiniões; 
- Forçar o grupo a enfrentar-se com um assunto controvertido e 
interessar-se pela solução do problema; 
- Desenvolver o sentido de responsabilidade, levando os membros do 
painel (quando são alunos) a pensarem e a pesquisarem dados ou 
fatos. 
 
3. Ação do Moderador 
- Planejar a reunião, providenciando tudo que seja necessário; 
- Abrir a reunião; 
- Apresentar o Painel ao grupo; 
- Formular perguntas ao Painel, que possam contribuir para o 
esclarecimento do assunto; 
- Encerrar a reunião. 
4. Ação do Coordenador do Painel 
- Reunir os membros do painel, previamente, para coordenar o programa; 
- Controlar o tempo da discussão; 
- Dividir as áreas de discussão; 
- Verificar a melhor disposição dos membros, ou seja: 
o Os mais entusiastas devem sentar-se nas extremidades; 
o Os mais tranqüilos no centro. 
- Intervir para efetuar nova pergunta sobre o assunto; 
- Orientar os debates e superar situações de tensão; 
- Apresentar ao grupo uma síntese final, passando a palavra ao 
responsável pela reunião (moderador) para iniciar os debates. 
 
5. Desenvolvimento 
1a. Fase – O moderador constitui o painel, expõe o tema, apresenta os integrantes 
do painel ao plenário e explica a técnica. 
2a. Fase – Plenário assiste a discussão do painel e formula as questões, para a 
fase do debate. 
3a. Fase – Encerrada a discussão, faz-se primeira pergunta ao painel, para iniciar 
os debates. 
4a. Fase – A partir da 1a. pergunta feita, o coordenador estimula os debates, a fim 
de chegar a conclusões objetivas, com a participação ativa do plenário. 
 
 
PAINEL INTEGRADO 
 
É uma técnica que permite dinâmica no trabalho de grupo, forçando a participação de 
 
 34 
 
todos os componentes de um grupo grande, fracionando-o em grupos menores. Pela sua 
complexidade, o painel integrado exige certo nível de escolaridade dos participantes. 
Deve-se utilizar o painel integrado quando sé deseja ler um documento denso, de 
interesse do grupo, de maneira dinâmica e não cansativa, com o objetivo de 
aprendizagem. 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
1° MOMENTO 
1. Orientar o grupo maior sobre a técnica e as regras a serem seguidas; 
2. Fracionar o grupo maior em tantos grupos menores quantas forem as partes em que for 
dividido o documento a ser tido, numerando-os; 
3. Cada membro dos grupos menores será identificado com uma das primeiras letras do 
alfabeto, sendo a última letra correspondente ao número total de grupos; 
4. Caso algum grupo possua mais componentes que o número total dos grupos, deve-se 
repetir a última letra, sendo que esta identifica dois membros no grupo; 
5. Entregar uma cópia do documento para cada participante; 
6. Determinar os capítulos que deverão ser lidos, discutidos e resumidos por cada grupo; 
7. Proceder a eleição de um coordenador e um cronometrista; 
8. Cada membro do grupo terá que fazer o papel de relator, cujo resumo completará o 
trabalho no segundo momento; 
9. Estabelecer o prazo para os grupos concluírem a tarefa. 
 
2° MOMENTO 
1. Os componentes dos grupos anteriores, identificados com a mesma letra, formarão 
novos grupos; 
2. Serão formados tantos grupos quantas forem as letras; 
3. Cada um levará o resumo dos diferentes capítulos do documento, que deverá ser 
apresentado e lido para o grupo, que o aprovará ou o complementará; 
4. Proceder a eleição de um coordenador, um relator e um cronometrista; 
5. O relator, com a ajuda de todos, deverá juntar os vários resumos em um único trabalho, 
que será apresentado por ele, no 3° momento, na forma de painel; 
6. Estabelecer o prazo para os grupos concluírem a tarefa. 
 
3° MOMENTO 
1. O relator de cada grupo sentará á mesa, fazendo o papel de especialista do painel; 
2. Como os trabalhos serão muito parecidos, quase iguais, recomenda-se que cada 
relator apresente uma parte, com os demais complementando, se for o caso; 
3. Concluída a apresentação, todos terão lido e discutido o documento na sua íntegra, por 
mais de uma vez, de maneira dinâmica e agradável, o que facilitará o processo da 
aprendizagem. 
 
 
WORKSHOP 
 
1. DEFINIÇÃO 
 
Termo inglês para definir uma oficina de trabalho. É um evento dividido em duas partes: 
 
 35 
 
teórica e prática. Os participantes são de uma mesma área e de um mesmo segmento de 
trabalho, e se reúnem para debater, praticar e tentar encontrar soluções para o terna 
proposto. 
 
2. OBJETiVO 
 
Familiarizar os participantes sobre um determinado assunto para um maior dinamismo, 
aliando a teoria com a prática. 
 
3. DURAÇÃO 
 
De 8 a 30 horas, com no mínimo 3 horas e no máximo 8 horas diárias. 
 
4. PÚBLICO ALVO 
 
Interno ou externo. 
 
 
5. USO 
 
 Pode ser implementado paralelo a outro evento, como sua parte prática; 
 É necessário credenciamento, entrega de pasta contendo material técnico, 
 bloco de anotações e caneta; 
 Ao final cio evento, atendidas as exigências de participação, é entregue um 
certificado; 
 Recomendam-se no máximo 30 participantes. 
 
 
 36 
 
RODADA DE NEGÓCIOS 
 
 
1. DEFINIÇÃO 
 
Evento em que se reúnem empresários de determinado segmento, devidamente inscritos 
para vender ou comprar produtos e serviços. 
 
2. OBJETIVO 
 
Apresentar ao público-alvo as tecnologias, serviços e produtos disponíveis para 
comercialização. 
 
3. DURAÇÃO 
 
Hoje é muito variável. 
 
4. PÚBLICO ALVO 
 
Parceiros e clientes potenciais. 
 
5. USO 
 A organização do evento estabelece horário de encontro entrevendedores e 
compradores para que possam fechar seus negócios. 
 Em geral, ocorre simultaneamente a grandes eventos (exposições, feiras, etc.) 
 É recomendável a produção de materiais informativos atualizados, com enfoque 
comercial das tecnologias, serviços e produtos disponíveis. 
 
 
DRAMATIZAÇÃO OU SIMULAÇÃO 
 
A dramatização ou simulação é uma técnica de dinamização grupal. O 
desempenho de vários participantes é uma das formas mais antigas de 
comunicação humana, mas o emprego estruturado e planejado deste meio como 
técnica de grupo apresenta muitos elementos novos. A dramatização é um dos 
meios mais eficazes que se conhecem para comunicar, educar e motivar o grupo. 
Consiste, em geral, na representação de uma breve “cena” de relações humanas, 
por duas ou mais pessoas, numa situação hipotética em que os papeis são 
apresentados da maneira que devem acontecer na vida real. Revela a 
dramatização, imediatamente, um conjunto de dados altamente representativos 
que podem ser estudados pelos atores, os assistentes e todo o grupo. Os atores, 
em geral membros do grupo, podem tornar-se profundamente influenciados pelos 
seus papéis transferindo essa influencia para o grupo através da interpretação 
vigorosa. O método deve ser usado com cautela pelos grupos mais formais devido 
à dificuldade de conter ou limitar a intensidade psicológica e a da dramatização. 
 
 37 
 
 
GRUPO DE VERBALIZAÇÃO/ OBSERVAÇÃO/ AVALIAÇÃO 
 
É uma técnica de dinamização grupal, que possibilita o fracionamento de um grupo maior 
em três grupos menores, obtendo a participação de todos os seus membros. 
 
PASSOS 
 
1° MOMENTO 
 
1. Dividir o grupo maior em três grupos menores, dando-lhes os nomes de grupo de 
verbalização — GV, grupo de observação — GO e grupo de avaliação — GA; 
2. Distribuir cópia do tema a ser lido e resumido para cada membro dos grupos; 
3. Esclarecer que a técnica visa obter a participação de todos, na tarefa; 
4. Orientar os grupos a elegerem o coordenador, relator e cronometrista e dizer a função 
de cada um deles; 
5. Estipular o tempo para a execução da tarefa; 
6. Orientar o GO que, além da tarefa de ler, discutir e resumir o tema, ele terá que avaliar 
a qualidade do resumo, bem como o grau de participação dos membros do GV; 
7. Orientar o GA que, além da tarefa de ler, discutir e resumir o tema, ele terá que avaliar 
a qualidade dos resumo-s do GV e do GO, bem como o grau de participação dos seus 
respectivos membros. 
 
2° MOMENTO 
 
1. Colocar o GV para formar um pequeno círculo, no centro da sala; colocar o GO em sua 
volta, fazendo um círculo maior; colocar o GA em volta do GO, fazendo um círculo ainda 
maior; 
2. Estipular o tempo de apresentação da tarefa do GV, bem como para avaliação do GO e 
do GA; 
3. O GV deverá fazer a apresentação de seu trabalho, iniciando pela dinâmica adotada no 
grupo e seu funcionamento, concluindo com o conteúdo do resumo do tema; 
4. O GO deverá apresentar a dinâmica adotada no seu grupo e seu funcionamento; 
deverá relatar as observações da dinâmica adotada pelo GV, seus pontos fortes e fracos. 
Deverá fazer ainda um relato sobre o resumo feito pelo GV, se ficou bem feito ou se tem 
alguns pontos importantes que deixaram de ser abordados; 
5. O GA fará o mesmo que o GO, em relação ao GV e fará ainda o mesmo em relação ao 
GO. 
 
OBSERVAÇÃO: Essa é uma excelente técnica de dinamização grupal. Para que 
ela funcione como tal, recomenda-se que os membros dos grupos GV e GO não 
retruquem as críticas porventuras recebidas, pois aqui não são avaliadas as 
pessoas e sim sua conduta dentro do grupo. 
 
 
 38 
 
SIMPÓSIO 
 
Método mais complexo do que a palestra, o simpósio exige a presença de mais 
especialistas à frente do grupo. O Serviço de Extensão Rural do Paraná, em seu 
“Manual de Metodologia” dá uma boa definição sobre esse método: “forma de 
reunião, em que um grupo de especialistas ou pessoas conhecedoras do assunto, 
sob a direção de um coordenador, apresenta a uma assistência uma série de 
palestras, preleções, discussões, em forma seqüenciada, de partes de 
determinado assunto-problema’. 
A duração sugerida para o simpósio é de uma hora a uma hora e meia, sendo que 
cada especialista fala em média de 15 a 20 minutos. O método permite uma 
exposição das ideias de forma sistemática, relativamente completa e ininterrupta, 
porém o interesse e a participação da audiência dependem da afinidade do orador 
com o assunto ou do debate dos pontos de vista. Este fator limita o uso da 
técnica. 
Simpósio deve ser utilizado quando: desejarmos apresentar informações básicas 
sobre determinado assunto: houver certeza de que o nível de comunicação dos 
oradores será compreendido pelo grupo: houver o desejo de apresentar diferentes 
pontos de vista sobre o assunto escolhido; a interação entre participantes não for 
necessária; desejamos prestar informações de forma direta e informal; 
dispusermos de pessoas com preparação adequada e a prática necessária no 
emprego deste método. 
Os componentes de um simpósio são: coordenador, expositores (especialistas) e 
assistência ou plateia, público. 
O coordenador abre os trabalhos, apresentando o assunto e os oradores, bem 
como a participação de cada orador no assunto. Continuando, o coordenador faz 
um resumo do problema existente e dos objetivos da realização do simpósio, 
criando uma atmosfera de atenção no auditório. 
A seguir, passa a palavra aos especialistas, controlando o tempo de exposição de 
cada um. 
Quando o último expositor finalizar sua parte, o coordenador retoma a palavra, 
resumindo todas as informações dadas e as perguntas. 
A assistência possui um tempo determinado para as perguntas, ao final das quais 
o presidente encerra o simpósio, agradecendo a participação de todos. 
No livro citado anteriormente, Bodenave recomenda o seguinte arranjo físico para 
a realização de um simpósio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORADORES 
 
 
 
 
 PRESIDENTE 
TRIBUNA 
PUBLICO 
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO 
o 
 
 39 
 
 
 
 
 
1. Arranjo físico para a realização de um “Simpósio”. 
 
 
 
 
1a) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1b) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40 
 
SEMINÁRIO 
 
 
Conceito 
Seminário é um método de aprendizagem ativa, no qual um grupo de pessoas 
estuda, em sessões planejadas, um tema de interesse comum, em busca de 
soluções para problemas, ou, de alternativas de soluções para os mesmos. 
 
Tema 
Para possibilitar o aprofundamento das discussões em torno do problema e 
alcançar maior objetividade nas conclusões é conveniente que o tema de um 
seminário seja dividido em partes (subtemas). Um tema como Feijão, por exemplo, 
poderia ser dividido da seguinte maneira: Sementes Melhoradas, Tratos Culturais, 
Aspectos Sanitários, Comercialização, Conservação e Armazenamento. 
Todavia, esta divisão deverá ser feita em função do objetivo de trabalho da 
entidade promotora e dos problemas existentes que possam ser esclarecidos, 
equacionados ou pesquisados em decorrência dos trabalhos desenvolvidos 
durante a atividade. 
 
Participantes 
Normalmente, os seminários comportam três tipos de participantes: 
Convidados: que são especialistas ou pessoas com vivencia maior em aspectos 
parciais do tema; eles se encarregam de elaborar trabalhos escritos sob o aspecto 
do tema no qual tenham maior experiência e indicar fontes de informações sobre o 
mesmo. 
Efetivos: que são pessoas com interesse geral sobre o tema do Seminário, que 
participarão de grupos de discussão e elaboração das conclusões do conclave. 
Assistentes: que possuem, também, interesse geral, mas não tem a

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