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Meios de Contraste Radiológico Os Meios de Contrastes Radiológicos, caracterizam-se por conterem em sua estrutura química átomos de elevado número atômico e alta densidade, capazes de absorver radiação e promover a visualização de estruturas com características semelhantes ao seu redor. Classificação dos MCI Os meios de contraste são classificados quanto à: capacidade de absorção dos raios x. composição química. capacidade de dissolução. vias de administração. Capacidade de absorver radiação Positivos ou radiopacos: quando presentes em um órgão absorvem mais radiação que as estruturas vizinhas. Negativos ou radiotransparentes: é o caso de ar e dos gases que permitem a passagem dos RX mais facilmente servindo assim como contraste negativo. (ex: radiografias de duplo contraste, ar e bário). Composição química Iodados: são os que contem iodo (I) como elemento radiopaco em sua fórmula. Não iodados: não contem iodo, mas utiliza substâncias como bário (Ba2SO4) ou gadolínio em sua fórmula. Capacidade de dissolução Hidrossolúveis: dissolve-se em água. Lipossolúveis: dissolve-se em lipídios (gordura). Insolúveis: não se dissolvem. Ex: sulfato de bário. Vias de administração Oral: quando o meio de contraste é ingerido pela boca. Parenteral: quando o meio de contraste é ministrado por vias endovenosas ou artérias. Endocavitário: quando o meio de contraste é ministrado por orifícios naturais que se comunicam com o meio externo. (ex: uretra, reto, útero, etc.). Intracavitário: quando o meio de contraste é ministrado via parede da cavidade em questão. (ex: fístula). Sulfato de Bário (Ba2SO4) O sulfato de bário (Ba2SO4), conhecido como bário, é um sal insolúvel que, misturado a água, é utilizado como meio de contraste radiológico radiopaco. Os contrastes baritados conferem excelente opacidade e, por serem inertes (não são absorvidos pelo organismo) tem uma ótima aderência à parede do tubo digestório. A eliminação do contraste de bário se dá in natura. O bário pode ser encontrado de duas formas: bário ralo e bário denso. Indicações e Contraindicações O sulfato de bário é indicado nos estudos radiológicos de todo o tubo digestório (esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso). O contraste baritado não deve ser usado quando houver possibilidade dessa mistura escapar para a cavidade peritoneal ou a mediastinal. Portanto, em pós-operatório imediato de alguma cirurgia do tubo digestivo, suspeita de alguma perfuração intestinal ou esofagiana, ou em algum caso em que o paciente deva ser operado logo após a realização do estudo radiológico o bário deve ser suspenso e, em seu lugar deve-se usar o contraste iodado hidrossolúvel. A hipersensibilidade ao contraste de bário é muito rara, mas algumas reações podem ser causadas com o seu uso: Digestivos constipações, diarreias, dores abdominais do tipo cãibra, foram relatados raríssimos casos de apendicite, fecaloma baritado oclusão intestinal. No caso do extravasamento do sulfato de bário para o peritônio, pode ocorrer: peritonites, granulomas, aderências que podem ser fatais, necessitando de intervenção cirúrgica em no máximo 6 horas. Respiratórios pode ocorrer após inalação acidental. ou durante vômitos pneumopatias. Precauções e Advertências Nos estudos radiológicos que envolvem o estômago ou o intestino grosso, decorrido algum tempo do exame, a suspensão baritada em contato com as secreções gástricas ou dos colóns pode perder sua adesão à mucosa e ficar aglomerada em flocos, sendo este aspecto denominado floculação do meio de contraste baritado. O sulfato de bário tende a se tornar endurecido nas fezes, dificultando sua evacuação. Para evitar este inconveniente, o paciente deve ser orientado após o exame a aumentar a ingestão de líquidos e, se houver necessidade, fazer uso de laxantes, tendo como parâmetro pelo menos uma evacuação por dia nos dois dias consecutivos ao exame. Ar O ar ambiente ou o dióxido de carbono (CO2) são usados comumente como meios de contrastes radiotransparentes e, estão geralmente associados ao bário nos exames do tubo digestório, quando utiliza a técnica de duplo contraste (bário + ar). O ar utilizado pode ser o natural ou através da ingestão de cristais produtores de gás como o citrato de cálcio e o citrato de magnésio. Estes cristais ao alcançarem o estômago formam uma grande bolha de gás que se mistura ao bário forçando-o contra a mucosa gástrica, fornecendo melhor cobertura da mucosa e, portanto, maior detalhamento na imagem. Meios de contraste Iodado Os meios de contraste iodados são substâncias radiodensas, capazes de melhorar a definição das imagens obtidas em exames radiológicos. É o meio de contraste mais utilizado no setor de radiodiagnóstico por possuir uma excelente absorção pelo organismo. Porém, possui características muito mais complexas que as do bário. Características específicas As características dos meios de contraste estão relacionadas com as propriedades de segurança, eficácia e estabilidade durante a realização do exame. Alguns fatores interferem no comportamento fisiológico dos meios de contraste, tais como: densidade, lipofilia, osmolalidade e viscosidade. Densidade É o número de átomos de iodo por mililitro de solução. Quanto maior a densidade dos meios de contraste mais difícil sua administração e, consequentemente maior a probabilidade de reações adversas. Torna-se imprescindível o aquecimento dos meios de contraste para reduzir a sua densidade e os seus efeitos adversos. Lipofilia A lipofilia representa a afinidade de uma molécula por um ambiente lipofílico (gorduroso). Viscosidade É o atrito interno de um fluido. Devido à viscosidade, deve-se exercer uma força para fazer uma camada de fluido deslizar sobre a outra, ou uma superfície escorregar sobre a outra, se entre ambas houver uma camada de fluido. O coeficiente de viscosidade depende de maneira acentuada da temperatura. Para os líquidos a viscosidade diminui com o aumento da temperatura. A viscosidade é uma propriedade física importante aos meios de contraste, influenciando na facilidade com que o mesmo é injetado. Osmolalidade É uma função definida pelo número de partículas de uma solução. Se a solução apresentar a mesma osmolalidade do plasma sanguíneo (em torno de 300 mOsm/kg), será denominada isotônica; se for maior, hipertônica, se menor, hipotônica. Quanto maior a osmolalidade, maior a intolerância e a probabilidade de reação alérgica. Contrastes iônicos têm maior osmolalidade do que os não iônicos. Indicações Os contrastes iodados possuem indicações para vários tipos de estudos radiográficos, pois possuem uma excelente absorção pelo organismo, permitindo o estudo dos sistemas urinário, vascular, linfático, reprodutor feminino, reprodutor masculino, entre outros. A indicação do uso de MCI em exames radiológicos depende da solicitação médica. O cliente deve ser comunicado sobre as características, os benefícios e os riscos que podem surgir durante sua administração. Este procedimento é uma obrigação ética do médico radiologista (Código de Ética Médica, arts. 49 e 59, e Código de Defesa do Consumidor, arts. 6, 14 e 31). Contra indicações pacientes com função renal comprometida, ou seja, com níveis de ureia elevados (normal em adulto 15 a 38,5 mg/dL) e níveis de creatinina elevados (normal para adulto masculino 0,8 a 1,3 mg/dL; feminino 0,6 a 1 mg/dL), a não ser, que estejam em programa de diálise. Pacientes diabéticosem uso de cloridrato de metformina não devem receber contraste iodado, pois a associação dessas duas drogas pode determinar o desenvolvimento de insuficiência renal aguda. Cuidados na Armazenagem do MCI Os meios de contrastes iodados necessitam de alguns cuidados especiais para seu armazenamento, sendo eles: Local escuro (os MCI são fotossensíveis); Longe de aparelhos de raios x (a radiação quebra as partículas de iodo); Temperatura ideal entre 15 e 25° (em temperaturas baixas pode ocorrer cristalização); Recipiente manter em cabine aquecida a 37° por tempo que não exceda 3 meses; Não utilizar frascos e ampolas abertas por mais de 24 horas; A solução aspirada não pode retornar ao frasco original; Verificar prazo de validade (em geral, 2 a 3 anos). Reações Adversas Alguns pacientes podem apresentar reações adversas ao MCI, estes efeitos devem-se as alterações da circulação sanguínea, por uma substância “estranha” ao organismo administrada via endovenosa, que produz manifestações clínicas, modificando o mecanismo de funcionamento de alguns órgãos e sistemas. Sendo assim, as reações adversas podem manifestar-se desde o início da injeção do contraste na via EV, até algumas horas após o término do exame e podem aparecer uma única vez ou várias vezes. Tipos de reações adversas Baseia-se no mecanismo de ação das alterações clínicas desencadeadas pela administração do MCI, podendo ser: Pseudoalérgicas ou anafilactoides Idiossincráticas: são reações que ocorrem em determinados indivíduos pela ação direta dos meios de contraste sobre as células do organismo. Não dependem da dose do contraste e se assemelham a reações alérgicas, como: urticária, edema, asma, rinite e choque. Quimiotáxicas: relaciona-se com as características físico-químicas dos meios de contrastes iodados. Este tipo de reação está associado ao volume de contraste administrado e pode apresentar-se em todas as pessoas. Dividi-se em 3 grupos: Tipo A: previsíveis e comuns, relacionadas com a atividade farmacológica da droga; Tipo B: imprevisíveis e incomuns, dependentes das características do paciente. Incluindo manifestações de intolerância a fármacos, reações idiossincráticas e reações alérgicas; Tipo C: relacionadas a ocorrência de uma doença em pacientes expostos a um medicamento frente à sua frequência basal (frequência cardíaca). Tempo de Ocorrência Está dividida em 2 grupos: Agudas: ocorrem até 30 minutos após a administração do meio de contraste; Tardias: ocorrem após 30 minutos até 7 dias após a administração do contraste. Severidade das Reações Adversas Baseia-se nos sintomas e na necessidade de intervenção médica. São divididas de 3 maneiras: Leves Apresentam-se em 60% dos exames com meios de contraste, incluem sintomas como: ansiedade; náuseas; calor generalizado em face; membros inferiores e região genital; prurido; leve urticária; dor no local da punção venosa; tosse; calafrios; Sudorese; cefaleia discreta. As reações do tipo leve, normalmente são de curta duração, autolimitadas e geralmente não requerem tratamento específico, apenas observação. Intermediárias ou Moderadas Representam 1% do total dos exames. Apresentam- se como: urticária extensa; aumento do edema facial; broncoespasmo leve; laringoespasmo; vômitos intensos; hipotensão e hipertensão. O paciente que manifestar um destes sintomas necessita de tratamento na própria sala de exame, e seu aparecimento pode ser mais tardio, ou seja, após 10 minutos da administração do contraste ou no término do exame. Graves ou Severas trata-se de urticária generalizada; edema de glote; dispneia; edema pulmonar; broncoespasmo severo ou choque. Pacientes que apresentam reações graves ou severas necessitam de intervenção médica imediata, pois, o paciente está em risco de morte. Eventualmente, pode levar à morte por: insuficiência respiratória; severas arritmias cardíacas; alterações neurológicas irreversíveis por convulsões; hipotensão; hipóxia; parada cardíaca. Sala de Exames A sala de exames para realização de exames contrastados não difere muito de uma sala de exames da radiologia convencional, a não ser pelo fato, de que o aparelho ideal a ser utilizado nestes procedimentos é uma vídeoescopia ou fluoroscopia. Equipe Envolvida na Realização de Exames Contrastados A equipe que está envolvida na realização dos exames contrastados é formada por médico radiologista, enfermagem e técnico / tecnólogo em radiologia Médico Radiologista: Deve estar presente em todos os procedimentos da radiologia contrastada. É este profissional que autoriza ou não a realização do procedimento e a administração do contraste, por isso nenhum procedimento contrastado deve ser realizado, sem a autorização prévia do médico radiologista e, sem a presença do mesmo no setor. Enfermagem: Composto por enfermeiro, técnicos e auxiliares, tem como função realizar a punção venosa ou passagem de sonda, verificar os sinais vitais do paciente e realizar a administração do contraste via endovenosa. Técnico/Tecnólogo em radiologia: Tem como função posicionar o paciente e realizar o procedimento radiográfico, sempre sob orientação do médico radiologista. O ar e bário sofrem modificações conforme o posicionamento radiográfico realizado. Em estudos do estômago se o paciente estiver em DD o bário se localizará no fundo do estômago e o ar no corpo do estômago. Se o paciente estiver em DV isto se inverterá, ficando o fundo do estômago cheio de ar e o corpo cheio de bário. Caso o exame seja realizado em ortostático haverá um nível hidroaéreo bem definido separando o ar (no fundo o estômago) do bário (no corpo do estômago). Anatomia do estômago Em estudos do intestino grosso com o paciente em DD o bário irá contrastar os cólons ascendentes e descendentes, ficando os cólons transversos e sigmoide cheios de ar. Se o paciente estiver em DV os cólons ascendentes e descendentes estarão cheios de ar juntamente com o reto, e os cólons transversos e sigmoide cheios de bário. Anatomia do intestino grosso Inerte: 1. sem atividade ou movimento próprios. 2. desprovido de movimento, que não dá sinal de vida; imóvel, inanimado, "corpo i., sob o efeito das drogas“ Granuloma: de tipo corpo estranho, é uma forma de reação inflamatória a um material imunologicamente inerte. Pneumopatias: é o nome dado às doenças que afetam os pulmões, elas podem ter diversas origens. Doença autoimune: condição em que o sistema imunológico do corpo volta-se contra si mesmo, atacando células saudáveis, exemplos: Choque anafilático: causado por uma alergia grave. Reação idiossincrática: condição em que o sistema imunológico reage de forma incomum a uma substância estranha. Laringoespasmo é a oclusão da glote devido à contração dos músculos laríngeos. É uma das principais causas do afogamento.
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