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Aula 4 Aquisição e perda da propriedade cond. 2017

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DIREITO DAS COISAS
Cod. Disc. CCJ0015
Professor Pedro Augusto Scerni é Advogado militante, com escritório próprio atuando como consultor jurídico e advogado contencioso em diversas áreas do direito. Atua na assistência judiciária gratuita (Convênio OAB/Defensoria Pública) desde 2006, membro da COMISSÃO DE DIREITO E PRERROGATIVAS DOS ADVOGADOS DE SP exercendo a função de coordenador de prerrogativas, atuou como Conselheiro Seccional de Prerrogativas durante a gestão 2013/2015 e foi reconduzido ao conselho na presente gestão (2016/2018). Atuou junto ao TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB/SP 6ª Turma Disciplinar, onde exerceu as funções de instrutor e conciliador na gestão 2010/2012 e Membro vogal Relator na gestão 2013/2015, sendo nomeado Assessor da 4ª Câmara do Conselho Secional da OAB/SP (2016/2018). Atuou como diretor tesoureiro da 100ª Subseção da OAB/SP (Ipiranga) durante a gestão 2013/2015, acumulando com a presidência das comissões de prerrogativas e de Ética. PROFESSOR UNIVERSITÁRIO no curso de Direito da UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ SP, ministrando aulas de Direito Civil, Direito Penal, Direito Administrativo, Financeiro e tributário, Ética Geral e Profissional e Pratica Jurídica. Atuou como Coordenador do Núcleo de Praticas Jurídicas do campus Conceição (2015/2016). Palestrante do Departamento de Cultura e Eventos da OAB/SP.
AULA 4
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL PELA USUCAPIÃO
Conceito usucapião 
A usucapião é um modo de aquisição de propriedade e de outros direitos reais (usufruto, uso, habitação, enfiteuse, servidões prediais) pela posse prolongada da coisa com a observância dos requisitos legais. 
Fundamento 
Visa garantir a estabilidade e segurança da propriedade, fixando um prazo além do qual não se pode mais levantar dúvidas ou contestações a respeito, e sanar a ausência de título do possuidor, bem como os vícios intrínsecos do título que esse mesmo possuidor tiver. 
Requisitos 
Pessoais 
Exigências em relação ao possuidor que pretende adquirir o bem e ao proprietário que o perde (CC, arts. 1.244, 197 a 202).  
Reais 
Alusivos aos bens e direitos suscetíveis de ser usucapidos, pois nem todas as coisas e nem todos os direitos podem ser adquiridos por usucapião. 
Formais 
Compreendem os elementos necessários e comuns do instituto, como posse mansa, pacífica e contínua, lapso de tempo fixado em lei, sentença judicial (CPC, arts. 941 e 945), bem como os especiais, como justo título e boa-fé. 
Espécies 
Extraordinária (CC, art. 1.238) 
Posse mansa, pacífica e contínua, exercida com animus domini. 
Decurso do prazo de 15 ou 10 anos (paragrafo único_. 
Dispensa de prova de justo título e boa-fé. 
Sentença declaratória de aquisição do domínio que deverá ser levada ao cartório imobiliário para registro. 
Ordinária (CC, art. 1.242) 
Posse mansa, pacífica e ininterrupta, exercida com a intenção de dono. 
Decurso do tempo de 10 ou 5 anos (CC, art. 1.242 e parágrafo único). 
Justo título e boa-fé. 
Sentença judicial que lhe declare a aquisição do domínio, registrada no Cartório de Imóveis (CC, art. 1.241, parágrafo único). 
Especial urbana
Constituição Federal, art. 183, §§ 1 º a 3º; Código Civil, art. 1.240 e §§ 1º e 2º, Lei 10.257/2001, arts.9º, §§ 1º a 3º, 10 e 14.
Pro labore ou especial rural
Constituição Federal, art. 191, parágrafo único, e Código Civil, art. 1.239. 
PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL
Modos voluntários 
Alienação
É a forma de extinção subjetiva do domínio em que o titular do direito, por vontade própria, transmite a outrem seu direito sobre a coisa (CC, art. 1.275, I e parágrafo único). 
Renúncia 
É ato unilateral, pelo qual o proprietário declara expressamente o seu intuito de abrir mão de seu direito sobre a coisa (CC, art. 1.275, II e parágrafo único). 
Abandono 
É ato unilateral em que o titular do domínio se desfaz voluntariamente do seu imóvel, porque não quer continuar sendo, por vários motivos, seu dono (CC, arts. 1.275, III, e 1.276, §§ 1º e 2º). 
Modos involuntários 
Perecimento do imóvel 
CC, art. 1.275, IV. 
Desapropriação administrativa 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello é, juridicamente, o procedimento pelo qual o Poder Público, compulsoriamente, por ato unilateral despoja alguém de um certo bem, fundado em necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, adquirindo-o, mediante prévia e justa indenização, pagável em dinheiro.
Renúncia 
É ato unilateral, pelo qual o proprietário declara expressamente o seu intuito de abrir mão de seu direito sobre a coisa (CC, art. 1.275, II e parágrafo único). 
Abandono 
É ato unilateral em que o titular do domínio se desfaz voluntariamente do seu imóvel, porque não quer continuar sendo, por vários motivos, seu dono (CC, arts. 1.275, III, e 1.276, §§ 1º e 2º). 
Modos involuntários 
Perecimento do imóvel 
CC, art. 1.275, IV. 
Desapropriação administrativa 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello é, juridicamente, o procedimento pelo qual o Poder Público, compulsoriamente, por ato unilateral despoja alguém de um certo bem, fundado em necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, adquirindo-o, mediante prévia e justa indenização, pagável em dinheiro.
Requisição 
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello é o ato pelo qual o Estado, em proveito de um interesse público, constitui alguém de modo unilateral e autoexecutório, na obrigação de prestar-lhe um serviço ou ceder-lhe, transitoriamente, o uso de uma coisa, obrigando-se a indenizar os prejuízos que tal medida, efetivamente, acarretar ao obrigado (CC, art. 1 .228, § 3º, 2ª I parte; CF, art. 5º, XXv, 139, VII; Dec.-Lei n, 4.812/42; Dec.-Lei n. 5.275/43; Dec.-Lei n. 6.045/43; Lei n. 4.737/65; Dec. n. 52.795/63; Dec.-Lei n. 2/66). 
Desapropriação judicial 
Pelo CC, art. 1.228, §§ 4º e 5º, a posse pro labore admite a desapropriação judicial. 
CONDOMÍNIO
Conceito 
Segundo Caio M. S. Pereira, temos condomínio quando a mesma coisa pertence a mais de uma pessoa, cabendo a cada uma delas igual direito idealmente sobre o todo e cada uma de suas partes. Cada consorte é proprietário da coisa toda, delimitado pelos iguais direitos dos demais condôminos, na medida de suas quotas. 
Classificação
Quanto à origem 
Convencional 
Se resultar de acordo de vontade dos consortes. 
Incidente ou eventual 
Quando vier a lume, em razão de causas alheias à vontade dos condôminos (herança deixada a vários herdeiros). 
Forçado ou legal 
Quando derivar de imposição de lei (condomínio em paredes, cercas, muros e valas). 
Quanto ao objeto 
Universal 
Se compreender a totalidade do bem, inclusive frutos e rendimentos. 
Particular 
Se se restringir a determinadas coisas ou efeitos, ficando livres os demais. 
Quanto à sua necessidade 
Ordinário ou transitório 
Se puder cessar a qualquer momento. 
Permanente 
Quando não pode extinguir-se em razão de lei ou de sua natureza indivisível (condomínio forçado). 
Quanto à forma 
Pro diviso 
A comunhão existe juridicamente mas não de fato (condomínio em edifícios de apartamentos). 
Pro indiviso 
A comunhão perdura de fato e de direito. 
Direitos e deveres dos condôminos 
Quanto às suas relações internas 
 (CC, art. 1.314 e parágrafo único). Cada consorte pode usar livremente a coisa conforme seu destino e sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão. Daí as responsabilidades que lhes decorrem dos arts. 1.315 e 1.319 do Código Civil. 
Cada condômino pode alhear a respectiva parte indivisa (CC, art. 1.314), respeitando o direito preferencial reconhecido aos demais (CC, arts. 504, parágrafo único, e 1.322 e parágrafo único). 
Cada consorte tem direito de gravar a parte indivisa (CC, art. 1.314), sendo evidente que não pode gravar a propriedade sob condomínio em sua totalidade sem o consentimento dos outros condôminos (CC, art. 1.420, § 2º). 
Se um dos consortes contrair dívida em proveito da comunhão responderá pessoalmente pelo compromisso assumido, mas terá contra os demais ação regressiva
(CC, art. 1.318), e, se a dívida tiver sido contraída por todos, aplica-se o disposto no art. 1.317 do Código Civil. 
Quanto às suas relações externas 
Cada consorte pode reivindicar de terceiro coisa comum (CC, art. 1.314) e pode defender sua posse contra outrem (CC, art. 1.199). 
A nenhum condômino é lícito (CC, art. 1.314, parágrafo único), sem anuência dos outros, dar posse, uso e gozo da propriedade a estranho. Pode pedir a retomada de imóvel locado, desde que se configurem as circunstâncias legalmente previstas (CC, art. 1.323). 
Administração 
Todos os consortes poderão usar da coisa, dentro dos limites de sua destinação econômica, auferindo todas as vantagens sem prejuízo de qualquer deles. Se impossível o uso do bem cabe a eles deliberar se deve ser vendido, alugado ou administrado (CC, arts. 1.323, 1.324, 1.325 e 1.326). 
Extinção 
Divisão 
Em se tratando de condomínio ordinário as partes podem exigir, a qualquer tempo, sua divisão (CC, arts. 1.320 e 1.321). Essa divisão pode ser: amigável, efetivando-se por escritura pública quando todos os consortes forem maiores e capazes, ou judicial, quando não houver acordo ou qualquer um deles for incapaz (CPC, arts. 561 e seg.). 
Venda
Amigável 
Basta que um deles queira vender, venda esta que não se efetivará se a unanimidade dos condôminos entender que não é conveniente (CC, art. 1.322, 1ª parte). 
Judicial 
CC, art. 1.322, in fine; CPC, arts. 730. 
Condôminos especiais 
Condomínio em paredes, cercas, muros e valas (CC, arts. 1.327, 1.297, § 1º, 1.329 e 1.330). 
Condomínio em edifício de apartamentos 
Origem 
Surgiu após a I Guerra Mundial, ante a crise de habitações, quando, com o desenvolvimento das cidades, houve necessidade de melhor aproveitar o solo. Foi regulamentado pela Lei n. 4.591/64, com as alterações da Lei n. 4.864/65, e atualmente o é pelo Código Civil, arts. 1.331 a 1.358. 
Natureza jurídica 
Caracteriza-se, juridicamente, pela justaposição de propriedades distintas e exclusivas ao lado do condomínio de partes do edifício forçosamente comuns (Planiol, Ripert, Baudry-Lacantinerie) (CC, art. 1.331, §§ 1º a 5º). 
Venda
Amigável 
Basta que um deles queira vender, venda esta que não se efetivará se a unanimidade dos condôminos entender que não é conveniente (CC, art. 1.322, 1ª parte). 
Judicial 
CC, art. 1.322, in fine; CPC, arts. 730. 
Condôminos especiais 
Condomínio em paredes, cercas, muros e valas (CC, arts. 1.327, 1.297, § 1º, 1.329 e 1.330). 
Condomínio em edifício de apartamentos 
Origem 
Surgiu após a I Guerra Mundial, ante a crise de habitações, quando, com o desenvolvimento das cidades, houve necessidade de melhor aproveitar o solo. Foi regulamentado pela Lei n. 4.591/64, com as alterações da Lei n. 4.864/65, e atualmente o é pelo Código Civil, arts. 1.331 a 1.358. 
Natureza jurídica 
Caracteriza-se, juridicamente, pela justaposição de propriedades distintas e exclusivas ao lado do condomínio de partes do edifício forçosamente comuns (Planiol, Ripert, Baudry-Lacantinerie) (CC, art. 1.331, §§ 1º a 5º). 
Instituição (CC, art. 1.332, I a III) 
Por destinação do proprietário do edifício, mediante escritura pública, sendo que a venda das unidades autônomas pode ser realizada antes ou depois de concluída a obra. 
Por incorporação imobiliária, que é o negócio jurídico que tem o intuito de promover e realizar a construção, para a alienação total ou parcial de edificações compostas de unidades autônomas. 
Por testamento, em que se recebe, por herança, um prédio que deverá ter essa configuração. 
Por constituição do regime por vários herdeiros. 
Por arrematação em hasta pública, doação, compra de frações do edifício. 
Por sentença judicial, em ação de divisão. 
Constituição 
CC, arts. 1.333 e 1.334. 
Direitos dos condôminos 
Estão definidos na "Convenção de Condomínio", que é um ato-regra gerador do direito estatuário ou corporativo, aplicável não só aos que integram a comunidade, como também a todos que nela se encontrem na condição permanente ou ocasional de ocupantes, e no art. 1.335 do Código Civil. 
Deveres dos condôminos (CC, arts. 1.336 e seg.) 
Observar as regras de boa vizinhança. 
Não alterar o prédio externamente a não ser com licença dos consortes. 
Não decorar as partes e esquadrias externas com tons diversos dos empregados no conjunto da edificação. 
Não destinar a unidade a utilização diversa da finalidade do prédio. 
Não praticar ato que ameace a segurança do prédio ou prejudique a higiene. 
Não embaraçar o uso das partes comuns. 
Não alienar a garagem a pessoa estranha ao condomínio. 
Submeter-se às sanções se transgredirem seus deveres. 
Concorrer com sua quota para as despesas do condomínio, sob pena de sofrer sanções. 
Administração 
Síndico é a pessoa que defende os direitos e interesses comuns dos condôminos, que os representa, que admite e demite empregados, que arrecada contribuições deliberadas pela assembleia. 
Administrador é a pessoa a quem o síndico delega certas funções administrativas. 
Subsíndico é o auxiliar do síndico. 
Conselho Fiscal, composto por três membros que dão pareceres sobre as contas do síndico. 
Órgão Deliberativo, Assembleia Geral, constituída por todos os condôminos. 
Extinção 
Desapropriação do edifício (CC, art. 1.358). 
Confusão, se todas as unidades autônomas forem adquiridas por uma só pessoa. 
Destruição do imóvel por qualquer acontecimento, incêndio, por exemplo (CC, art. 1.357). 
Demolição voluntária do prédio (CC, art. 1.357). 
Alienação e reconstrução de todo o prédio (CC, art. l.357, §§ 1º e 2º). 
Multipropriedade imobiliária 
Propriedade de tempo compartilhado de locais de lazer. 
Condomínio fechado 
Lei n. 4.591/64, art. 8º. 
RESTRIÇÕES AO DIREITO DE PROPRIEDADE
Na verdade, é mais correto falar em delimitações ao direito de propriedade, pois tais limites acabam por lhe conferir os seus contornos. São várias as restrições, impostas pela Constituição Federal, pelo Código de Mineração, Florestal, Lei de Proteção ao Meio Ambiente etc. 
Há ainda limitações que decorrem dos direitos de vizinhança e de cláusulas impostas voluntariamente nas liberalidades, como inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade.
Todo esse conjunto traça o perfil da propriedade no direito brasileiro, afastando em parte a idéia de propriedade como direito absoluto e enfatizando o seu viés social.
Fundamento das limitações à propriedade 
Encontra-se no interesse coletivo ou público sobre o individual e na função social da propriedade, visando proteger o interesse público social e o interesse privado e coexistência pacífica. 
Natureza 
Trata-se de obrigação propter rem, porque tanto o devedor como o credor são titulares de um direito real, pois ambos os direitos - o do credor e o do devedor incidem sobre a mesma coisa, só que não são oponíveis erga omnes nem interessam a terceiros. 
Restrições à propriedade em virtude de interesse social 
Conceito 
Pressupõem a ideia de subordinação do direito de propriedade privado aos interesses públicos e às conveniências sociais. 
São restrições imprescindíveis ao bem-estar coletivo e à própria segurança da ordem econômica e jurídica do país. 
Restrições Constitucionais 
CF, arts. 5º, XXII, XXIV, 182, §§ 3º e 4º, I e II, 184, 185, 177, 173, § 4º, 216, I a V, §§ 1º a 5º, 23, III, IV, 24, VII, 216, V, 243, 5º, LXXIII. 
Restrições Administrativas 
As que proíbem demolição de monumentos históricos (Dec.-lei n. 25/37). 
As que protegem a lavoura (Dec.-Lei n. 3.855/41). 
As que defendem a Economia Popular. 
As que têm finalidades urbanísticas (Dec.-lei n. 8.938/46, arts. 29 e 36). 
As que, baseadas no interesse da saúde pública, proíbem culturas nocivas, impedem habitações em locais insalubres e a venda de certos remédios. 
As do Código de Mineração (Dec.-Lei n. 227/67, arts. 27 e 60). 
As do Código Florestal. 
Limitações à propriedade rural 
Estatuto da Terra (Lei n. 4.504/64). 
Ato Complementar n. 45/69;
Lei n. 5.709/71 e Decreto n. 74.965/74. j 
CF, art. 191 e parágrafo único, e CC, art. 1.239. 
Restrição em razão de Lei Eleitoral 
A do art. 135, § 3º, do Código Eleitoral (Lei n. 4.737/65). 
Art. 135. Funcionarão as mesas receptoras nos lugares designados pelos juizes eleitorais 60 (sessenta) dias antes da eleição, publicando-se a designação.
§ 3º A propriedade particular será obrigatória e gratuitamente cedida para esse fim.
Limitações ao domínio baseadas no interesse privado 
Fundamento 
Inspiram-se no propósito de coexistência harmônica e pacífica de direitos, fundando-se no próprio interesse do titular do bem ou de terceiro, a quem este pretende beneficiar, não afetando, dessa forma, a extensão do exercício do direito de propriedade; caracteriza-se por sua bilateralidade ante o vínculo recíproco que estabelece. 
Casos 
Servidões prediais (CC, arts. 1.378 a 1.389). 
A do art. 548 do Código Civil. 
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
A do art. 550 do Código Civil. 
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
As da Lei do Inquilinato (Lei n. 8.245/91). 
As da Lei n. 6.766/79. (Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Providências. )
As dos arts. 1.327 a 1.330 e 1.336 do Código Civil.
Art. 1.327. O condomínio por meação de paredes, cercas, muros e valas regula-se pelo disposto neste Código (arts. 1.297 e 1.298; 1.304 a 1.307).
Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a estremar um imóvel com paredes, cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na parede, muro, valado ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do que atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupado (art. 1.297).
Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da obra, será este arbitrado por peritos, a expensas de ambos os confinantes.
Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da meação, enquanto aquele que pretender a divisão não o pagar ou depositar, nenhum uso poderá fazer na parede, muro, vala, cerca ou qualquer outra obra divisória.
Art. 1.336. São deveres do condômino:
As relações de direito de vizinhança 
Conceito 
Direitos de vizinhança são limitações impostas por normas jurídicas às propriedades individuais, com o escopo de conciliar interesses de proprietários vizinhos, reduzindo os poderes inerentes ao domínio e de modo a regular a convivência social (Daibert). 
Restrição do domínio quanto à intensidade do seu exercício 
Uso anormal e uso normal da propriedade (CC, arts. 1.277 a 1.281; CPC, art. 275, II, j; Decreto-Lei n. 3.688/41, arts. 30, 38 e 42). 
Fatores que devem ser apreciados 
Grau de tolerabilidade. 
Usos e costumes locais. 
Natureza do incômodo. 
Pré-ocupação. 
Limitações legais à propriedade, similares às servidões 
Árvores limítrofes (CC, arts. 1.282 a 1.284). 
Passagem forçada 
É o direito que tem o dono de prédio rústico ou urbano, que se encontra encravado em outro, sem acesso para via pública, nascente ou porto, de reclamar do vizinho que lhe deixe passagem, fixando-se a esta judicialmente o rumo quando necessário (CC, arts. 1.285, §§ 1 º a 3º, e 1.389, III). 
Passagem de cabos e tubulações (CC, arts. 1.286 e 1.287) 
Águas 
CC, arts. 1 .288 a 1 .296; Cód. de Águas (Dec.-Lei n. 24.643/34, com modificações do Dec.-Lei n. 852/38), arts. 69, 71, 78, 90, 92 e parágrafo único, 94, 103 e parágrafo único, 105, 107 e parágrafo único, 117 e 121; CP, art. 161, § 1º, I. 
Restrições oriundas das relações de contiguidade entre dois prédios 
Limites entre prédios (CC, arts. 1.297 e § 1 º e 1.298; CPC, arts. 946, I, 950 a 966). 
Direito de tapagem (CC, arts. 1.297, §§ 1 º e 2, 1.298, 1.304 a 1.307, 1.328, 1.330, 936, 1.313, II, §§ 2º e 3º, CPC, art. 275, II, d e g; CP, arts. 161, 164). 
Direito de construir (CC, arts. 1.299 a 1.313; CPC, art. 934). 
FORMAS DE AQUISIÇÃO E PERDA DA PROPRIEDADE MÓVEL
Noções gerais
O Direito das Coisas disciplina a aquisição e perda da propriedade móvel, embora apresentando normas concernentes à aquisição do referido domínio, isto porque, se de um lado alguém adquire um direito de propriedade, de outro lado, em regra, alguém perde, concomitantemente, a titularidade desse direito. 
Modalidades aquisitivas e extintivas da propriedade mobiliária 
Modos originários 
Ocupação
É o modo aquisitivo originário de coisa móvel ou semovente, sem dono, por não ter sido ainda apropriada ou por ter sido abandonada, não sendo essa apropriação defesa por lei (CC, art. 1.263; Dec.-lei n. 8.439/45, art. 23, a; Dec.-lei n. 466/38, art. 57, parágrafo único). 
Formas 
Ocupação propriamente dita 
Tem por objeto seres vivos e coisas inanimadas. Suas principais manifestações são: 
A caça (lei n. 5.197/67); 
A pesca (Dec.-lei n. 221/67); 
Lei n. 7.653/88 (Proteção da fauna). 
Descoberta 
Relativa a coisas perdidas, sendo o achado de coisa móvel perdida pelo dono, com a obrigação de restituí-la a seu dono ou legítimo possuidor (CC, arts. 1.233 a 1.237; CPC, art. 746; Dec. n. 5.573/28 e 60.417/67, art. 66). 
O descobridor ou inventor fará jus a recompensa de no mínimo 5% (cinco por cento) sobre o valor do bem encontrado, mais as despesas com conservação e transporte. A recompensa, denominada de achádego, deverá ser fixada conforme o esforço do descobridor para encontrar o dono, as possibilidades que o dono teria de encontrar e a situação econômica de ambos (art. 1.234, CC/2002). Caso o descobridor danifique dolosamente o bem, responderá pelos prejuízos causados.
Tesouro 
É concernente à coisa achada, sendo o depósito antigo de moedas e coisas preciosas enterrado ou oculto, de cujo dono não haja memória (CC, arts. 1.264 a 1.266; CP, art. 169, parágrafo único, I). 
Modos Originários - Usucapião 
Ordinária 
Quando alguém possuir como sua uma coisa móvel, ininterruptamente e sem oposição, durante 3 anos, com base em justo título e boa-fé (CC, art. 1 .260). 
Extraordinária 
Basta posse pacífica e contínua por 5 anos de um bem móvel, sem justo título e boa-fé para que o possuidor lhe adquira o domínio (CC, art. 1.261). 
Obs: Polêmica sobre a possibilidade de usucapião de bens furtados ou roubados pelo adquirente de boa-fé. 
Posição da jurisprudência:
Recurso Especial. Usucapião ordinário de bem móvel. Aquisição originária. Automóvel furtado. Não se adquire por usucapião ordinário veículo furtado. Recurso Especial não conhecido. (STJ, Terceira Turma. REsp 247345 / MG. Rel. Min. Nancy Andrighi. Publicação em DJ 25/03/2002)
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. PRELIMINARES DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM E DE IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. REJEITADAS. USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL. PRESSUPOSTOS DE DIREITO MATERIAL. VEÍCULO FURTADO. AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE POR TERCEIRO DE BOA-FÉ. POSSIBILIDADE.
Confusão 
Mistura de coisas líquidas, pertencentes a pessoas diversas. 
 
Comistão 
Mescla de coisas sólidas ou secas, pertencentes a donos diversos. 
Adjunção
Justaposição de coisas pertencentes a proprietários diversos, de tal forma que é impossível destacar a acessória da principal. 
Tradição 
Conceito 
É a entrega da coisa móvel ao adquirente com a intenção de lhe transferir o domínio, em razão do título translativo da propriedade (CC, arts. 1.267 e 1.268). 
PROPRIEDADE RESOLÚVEL
Conceito 
Segundo Clóvis é aquela que encerra, no próprio título constitutivo, o princípio que a tem de extinguir, realizada a condição resolutória, ou vindo o termo extintivo, seja por força da declaração de vontade, seja por determinação de lei. Ex.: CC, arts. 505, 509, 504 e 1.953. 
Efeitos 
Ex tunc 
Se a causa de resolução da propriedade constar do próprio título constitutivo, nos termos do art . 1.359 do Código Civil. 
Corpóreos e incorpóreos. 
Ex nunc 
Conforme disposto no art. 1.360 do Código Civil, se a sua extinção
se der por motivo superveniente. Ex.: CC, arts. 557 e 563 . 
PROPRIEDADE LITERÁRIA, CIENTÍFICA E ARTÍSTICA
Natureza 
O direito autoral é uma modalidade de propriedade. É uma propriedade incorpórea, imaterial ou intelectual (Kohler, Ihering, Dernburg, Ahrens, Dabin, Caselli). É um poder de senhoria de um bem intelectual que contém poderes de ordem pessoal e patrimonial. Qualificando-se como um direito pessoal - patrimonial (CF, arts. 5º, XXII, IX, XIII, XXIX, XXVII e XXVIII, b; Lei n. 9.610/98). 
Conceito 
Para Antônio Chaves é o direito de autor um conjunto de prerrogativas de ordem não patrimonial e de ordem pecuniária que a lei reconhece a todo criador de obras literárias, artísticas e científicas de alguma originalidade, no que diz respeito à sua paternidade e ao seu ulterior aproveitamento, por qualquer meio durante toda sua vida e aos sucessores, ou pelo prazo que ela fixar. 
Direitos Autorais 
Conteúdo 
Lei n. 9.610/98, arts. 7º, 8º, 9º, 10, 12, 14 a 17, 19, 23, 32 e 42. 
Direitos do autor 
Direitos morais 
São aqueles em que se reconhece ao autor a paternidade da obra, sendo, portanto, inseparáveis de seu autor, perpétuos, inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis, uma vez que são atributos da personalidade do autor. 
Direitos patrimoniais 
São direitos de utilizar-se economicamente da obra, publicando-a, difudindo-a, traduzindo-a, transferindo-a, autorizando sua utilização, no todo ou em parte, por terceiro.
Limitações aos direitos do autor
Lei n. 9.610/98, arts. 46, 68, 70, 76 e 79. 
Duração dos direitos do autor 
Lei n. 9.610/98, arts. 41 a 45. 
Cessão dos direitos do autor 
Lei n. 9.610/98, arts. 49, 50 e 52; CP, art. 185. 
Sanções à violação dos direitos autorais 
Lei n. 9.610/98, arts. 102 a 110; CP, art. 184, §§ 1º a 4º. 
Desapropriação de obras publicadas 
Decreto-Lei n. 3.365/41, art. 5º; CF, art. 216, III, § 1º. 
BIBLIOGRAFIA DIREITO CIVIL IV
DINIZ, Maria Helena. Curso De Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva. 
FARIAS, Cristiano Chaves de e ROSENVALD, Nelson. Direitos Reais. Rio de Janeiro: Lúmen Júris.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, vol. 5, Rio de Janeiro: Saraiva.
MELO, Marco Aurélio Bezerra de. Direito das Coisas. Rio de Janeiro: Lumen Juris.
RIZZARDO, Arnaldo. Condomínio edilício e incorporação imobiliária. Rio de Janeiro: Forense.
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Coisas. Rio de Janeiro: Forense.
TARTUCE, Flávio. Direito das Coisas. Rio de Janeiro: Forense.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. vol. 5, São Paulo: Atlas.
VIANA, Marco Aurelio S. Curso de Direito Civil Direito das Coisas. Rio de Janeiro: Forense.
WALD, Arnaldo. Direito Civil – Direito das Coisas. vol. 4, São Paulo: Saraiva.

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