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SISTEMA ADESIVO

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SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
86
 
SISTEMAS ADESIVOS - ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
 
 
 
 
André Figueiredo Reis 
 
Ÿ Professor Adjunto, Área de Dentística, Centro de Pós-Graduação Pesquisa e 
Extensão, Universidade Guarulhos 
 
 
 
 
Patrícia Nóbrega Rodrigues Pereira 
 
Ÿ Professora Assistente, Universidade Católica de Brasília e University of North 
Carolina at Chapel Hill 
 
 
 
 
Marcelo Giannini 
 
Ÿ Professor Associado, Departmento de Odontologia Restauradora, Faculdade de 
Odontologia de Piracicaba, UNICAMP 
 
 
 
 
 
Este capítulo é parte integrante do eBook lançado durante o 25º Congresso Internacional 
de Odontologia de São Paulo – 25º CIOSP (janeiro de 2007) e distribuído gratuitamente 
pelo site www.ciosp.com.br, pertencente 
à Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas – APCD. 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
87
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A adesão de materiais resinosos aos 
tecidos dentais está presente em grande 
parte dos procedimentos restauradores 
realizados na prática clínica odontológica. 
As observações de diversos pesquisadores 
associadas ao conhecimento acumulado 
nos últimos 50 anos proporcionaram o 
desenvolvimento da Odontologia Adesiva 
(Buonocore, 1955). A evolução das 
técnicas e materiais poliméricos 
permitem o restabelecimento da estética 
e função aos tecidos dentais debilitados 
por cárie, fratura, alterações de cor, mal-
formações ou mal-posicionamento. Os 
procedimentos adesivos são utilizados em 
diversas áreas da Odontologia, podendo 
ser usados em restaurações diretas e 
indiretas, na aplicação de selantes, na 
fixação de braquetes ortodônticos, na 
cimentação de pinos intra-radiculares, na 
esplintagem de dentes periodontalmente 
comprometidos, e têm sido recentemente 
indicados para a obturação de canais 
radiculares. 
Por definição, a função primordial dos 
sistemas adesivos é manter unidos dois 
materiais de natureza igual ou distinta, 
aderindo à superfície de contato de cada 
um. Como citado anteriormente, os 
agentes de união estão indicados em 
diferentes aplicações. Desta forma, em 
todo procedimento restaurador adesivo 
existem sempre no mínimo dois materiais 
aderentes (biológicos ou sintéticos) a ser 
unidos por intermédio de um adesivo (Fig. 
1). As características estruturais e 
ultramorfológicas de cada parte envolvida 
na adesão têm um papel importante no 
desempenho das interfaces. Portanto, é 
de fundamental importância que o 
cirurgião-dentista tenha conhecimento 
não apenas dos sistemas de união 
disponíveis no mercado e do seu 
mecanismo de ação, mas também dos 
substratos e materiais envolvidos na 
adesão e o mecanismo de união a cada 
um destes, para que se consiga o máximo 
desempenho do procedimento 
restaurador adesivo realizado. 
 
Figura 1 - Esquema representativo das diferentes interfaces que podem ser formadas pelos diferentes 
substratos e materiais envolvidos nos procedimentos restauradores adesivos. 
 
Esmalte ou 
Dentina 
Sistema adesivo 
Resina Composta ou Cimento 
Resinoso 
Cerâmica, Metal, Resina Indireta, 
Pinos Pré-fabricados 
 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
88
 
O esmalte e a dentina são os substratos 
biológicos envolvidos nos procedimentos 
adesivos, e dentre os materiais sintéticos 
envolvidos nos procedimentos 
restauradores encontram-se a resina 
composta, os cimentos resinosos, os 
materiais ionoméricos, as porcelanas e os 
metais. Cada um destes substratos 
apresentam características peculiares e 
diferentes modos de interação com os 
sistemas adesivos. Os substratos 
biológicos são mais complexos e 
certamente a dentina apresenta-se como 
o maior desafio para os procedimentos 
adesivos, devido ao seu alto conteúdo 
orgânico e umidade em relação ao 
esmalte. Existem no mercado diferentes 
estratégias de união aos tecidos dentais 
duros. Neste capítulo serão abordados os 
aspectos relacionados aos tecidos dentais 
e aos materiais restauradores, e as 
estratégias de união a estes substratos. 
 
2. COMPOSIÇÃO DOS SUBSTRATOS DENTAIS 
ASPECTOS RELACIONADOS À UNIÃO 
 
Para uma melhor compreensão dos 
procedimentos de união aos substratos 
dentais é de fundamental importância 
que o cirurgião-dentista tenha 
conhecimento das características dos 
tecidos dentais envolvidos nos 
procedimentos adesivos. Devido ao seu 
alto conteúdo mineral, os procedimentos 
adesivos no esmalte são considerados 
mais previsíveis. O esmalte é composto 
por aproximadamente 88% de mineral, 
2% de matriz orgânica e 10% de água 
(em volume). 
Por outro lado, a adesão à dentina é 
considerada um procedimento mais 
complexo. A maior parte do dente é 
composta pela dentina, um substrato 
formado por aproximadamente 50% de 
material inorgânico e 30% de matéria 
orgânica, que apresenta túbulos 
preenchidos por prolongamentos 
odontoblásticos e fluido dentinário, que 
respondem por 20% do volume total, 
proporcionando-lhe uma característica 
úmida (Marshall et al., 1997). A parte 
orgânica é composta por colágeno, que 
responde por 95% do total, e os outros 5% 
são as proteínas não-colagenosas, que 
apesar de estarem presente em pequena 
quantidade, são de fundamental 
importância na manutenção da estrutura 
e reexpansão da rede de fibrilas de 
colágeno expostas pelo condicionamento 
ácido (Pereira et al., 2006). A parte 
inorgânica consiste de cristais de 
hidroxiapatita (Gage et al., 1989). 
Os túbulos são uma das características 
mais marcantes da dentina, e a 
permeabilidade deste tecido é uma 
conseqüência direta de sua presença 
(Gage et al., 1989). A luz dos túbulos é 
circundada por uma dentina altamente 
mineralizada, denominada dentina 
peritubular contendo uma grande 
quantidade de cristais de hidroxiapatita e 
pouca matriz orgânica (Marshall et al., 
1997). Os túbulos são separados pela 
dentina intertubular composta por uma 
matriz de colágeno reforçada por cristais 
de hidroxiapatita. 
A microestrutura da dentina e suas 
propriedades são os principais 
determinantes de boa parte das 
operações em Odontologia Restauradora. 
Por ser um complexo biológico hidratado, 
a dentina sofre mudanças fisiológicas, 
pelo envelhecimento e devido à doença 
cárie, produzindo diferentes formas de 
dentina devido a alterações nos 
componentes fundamentais da estrutura, 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
89
determinadas por mudanças no seu 
arranjo, inter-relações ou química 
(Marshall et al., 1997). Estas formas de 
dentina são, de certa forma, as mais 
importantes com relação aos 
procedimentos restauradores adesivos. 
Os túbulos dentinários representam o 
caminho percorrido pelos odontoblastos 
da câmara pulpar até a junção amelo-
dentinária ou cemento. Os túbulos 
apresentam formato cônico e convergem 
para a polpa, desta forma sua distribuição 
e densidade variam dependendo da 
localização e de alterações no tecido 
dentinário (Giannini et al., 2001). A 
densidade tubular na dentina profunda é 
de aproximadamente 45.000 
túbulos/mm2 enquanto na dentina 
superficial esta densidade diminui para 
aproximadamente 20.000 túbulos/mm2; 
o diâmetro dos túbulos varia de 2,5 µm 
em dentina profunda a 0,9 µm próximo à 
junção amelo-dentinária (Garberoglio & 
Brännström, 1976). Estes valores são 
inversamente proporcionais à resistência 
de união, já que o mecanismo de adesão 
depende, em sua maior parte, da 
retenção micromecânica produzida pela 
infiltração e polimerização dos 
monômeros resinosos na região de 
dentina desmineralizada (Giannini et al., 
2001). 
 
 
 
 
3. MECANISMOS DEUNIÃO AOS SUBSTRATOS DENTAIS 
 
 
A união aos substratos dentais ocorre 
principalmente através da interação 
micromecânica do agente de união com o 
esmalte condicionado e com as fibrilas 
colágenas expostas na dentina. Para que 
se consiga uma união ao substrato 
dentinário com resinas adesivas, é preciso 
aplicar um ácido para que a camada 
superficial da dentina tenha a fase 
mineral totalmente ou parcialmente 
removida. Em seguida, esta região que 
era antes ocupada por mineral é 
substituída pela solução do adesivo. O 
agente de união precisa infiltrar nesta 
rede de fibrilas colágenas e polimerizar in 
situ, formando o que se denomina 
camada híbrida (Fig. 2) (Nakabayashi et 
al., 1982). A qualidade da adesão está 
diretamente relacionada à eficiência da 
penetração dos monômeros nos espaços 
interfibrilares, ao completo envolvimento 
pela solução adesiva das fibrilas 
colágenas expostas pelo condicionamento 
ácido (Figs. 3 e 4), e ao grau de conversão 
do adesivo. Para a obtenção da união ao 
esmalte aplica-se um ácido para se 
promover um aumento na área e na 
energia livre de superfície através da 
desmineralização (Fig. 5). A união 
depende também da retenção 
micromecânica entre a resina adesiva e 
as porosidades promovidas pelo 
condicionamento ácido ao redor e no 
centro dos prismas de esmalte (Fig. 6). 
 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
90
 
Figura 2 - Fotomicrografia eletrônica de transmissão ilustrando a formação 
da camada híbrida (CH). (RC) resina composta, (AD) adesivo, (D) dentina. 
 
 
Figura 3 - Fotomicrografia eletrônica de transmissão de uma secção transversal da dentina após a aplicação 
do ácido fosfórico a 37% por 15 segundos. A região entre as setas representa uma zona desmineneralizada 
de aproximadamente 4 µm. Após a aplicação do ácido fosfórico, esta zona precisa ser infiltrada pelo sistema 
AD
CH
D 
RC
D
TD 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
91
adesivo para que seja forma a camada híbrida. (D) dentina, (TD) túbulo dentinário. 
 
 
Figura 4 - Fotomicrografia eletrônica de varredura ilustrando a superfície dentinária 
após a aplicação do ácido fosfórico a 37% por 15 segundos. Note a rede de fibrilas 
colágenas disponíveis para promover a formação da camada híbrida. (TD) túbulo dentinário. 
 
 
Figura 5 - Fotomicrografia eletrônica de varredura ilustrativa da superfície do esmalte após o 
TD
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
92
condicionamento com ácido fosfórico 37%. A aplicação do ácido promove 
um aumento na área e na energia livre de superfície. 
 
 
Figura 6 - Fotomicrografia eletrônica de varredura demonstrativa da interface de união resina-esmalte. Note 
a formação dos tags de resina ao redor dos prismas de esmalte. (RC) resina composta, (AD) adesivo, (E) 
esmalte. 
 
 
 
3.1. Técnicas para união aos substratos dentais 
 
Existem atualmente em uso três 
diferentes maneiras para se promover a 
união aos substratos dentais. A primeira 
delas necessita de um condicionamento 
ácido prévio. Normalmente utiliza-se o 
ácido fosfórico, de 30 a 40%, para se 
condicionar o esmalte e a dentina 
previamente à aplicação do adesivo. A 
segunda técnica baseia-se na aplicação 
de monômeros ácidos, sem a 
necessidade de utilização de um agente 
condicionante, lavagem e controle da 
umidade na superfície do dente 
previamente a aplicação da resina 
adesiva. Desta forma, espera-se que a 
desmineralização e a infiltração dos 
monômeros ocorram simultaneamente. 
Existe ainda uma terceira forma de se 
obter união aos tecidos dentais, que é 
através da utilização de ionômeros de 
vidro modificados por resina. Além de 
formarem uma união micromecânica com 
o substrato, também unem-se 
quimicamente à hidroxiapatita presente 
no substrato (De Munck et al., 2005). 
A técnica que utiliza o condicionamento 
ácido prévio foi por algum tempo 
chamada de técnica do condicionamento 
total. No entanto, a aplicação deste 
conceito não é adequada, pois a técnica 
A
D 
E 
RC
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
93
do condicionamento total foi inicialmente 
descrita por Fusayama et al. (1979) como 
sendo a técnica para condicionamento 
simultâmeo do esmalte e da dentina, 
quando o condicionamento da dentina 
ainda não era recomendado. Seguindo 
este princípio, os adesivos que utilizam 
monômeros auto-condicionantes também 
realizam o condicionamento total. 
Ao se aplicar o ácido fosfórico na técnica 
do condicionamento ácido prévio, a 
dentina e o esmalte são desmineralizados 
a uma profundidade de 3 a 6 µm. A união 
ao esmalte é um procedimento mais 
previsível, no entanto a união à dentina é 
uma tarefa mais complexa, sendo ainda 
bastante questionada quanto à 
durabilidade (Reis et al., 2004; Giannini et 
al., 2003). Após a desmineralização da 
dentina, recomenda-se a utilização da 
técnica úmida de união para se evitar o 
colabamento da rede de fibrilas 
colágenas, o que poderia dificultar a 
infiltração dos monômeros resinosos 
(Kanca et al., 1992). No entanto, a técnica 
úmida tem sido considerada uma técnica 
crítica, pois uma infiltração deficiente 
pode ocorrer se a dentina estiver 
demasiadamente seca, ou o “overwet 
phenomenon” pode ocorrer na presença 
de umidade excessiva. A Figura 7 ilustra o 
aspecto da dentina após a 
desmineralização com o ácido fosfórico 
por 15 segundos, sendo que a Figura 7A 
ilustra o aspecto da dentina úmida, onde 
pode-se observar os espaços 
interfibrilares para a infiltração dos 
monômeros resinosos, e na Figura 7B 
observa-se a dentina desidratada, onde 
houve o colapso das fibrilas colágenas, o 
que dificulta a infiltração dos monômeros 
e formação da camada híbrida. 
 
 
Figura 7 - Fotomicrografias eletrônicas de varredura da superfície dentinária após a desmineralização com o 
ácido fosfórico por 15 segundos. A Figura 7A ilustra o aspecto da dentina úmida, onde pode-se observar os 
espaços interfibrilares para a infiltração dos monômeros resinosos. Na Figura 7B observa-se a dentina 
desidratada, onde houve o colapso das fibrilas colágenas, o que dificulta 
a infiltração dos monômeros e formação da camada híbrida. 
 
 
O desenvolvimento dos sistemas auto-
condicionantes surgiu com o intuito de 
reduzir as dificuldades da técnica úmida 
de adesão e simplificar os procedimentos 
clínicos de aplicação dos adesivos. Nesta 
técnica, primers auto-condicionantes 
compostos de monômeros ácidos são 
aplicados sobre a dentina coberta pela 
smear layer sem a necessidade de 
remoção do material com água 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
94
subsequentemente. Após este passo 
simultâneo de condicionamento e 
infiltração, uma camada de resina 
adesiva hidrófoba é então aplicada sobre 
a dentina tratada. Acredita-se que os 
sistemas adesivos auto-condicionantes 
desmineralizam a dentina e infiltram seus 
monômeros simultaneamente, evitando o 
colapso das fibrilas de colágeno pela 
secagem com ar e também, a ocorrência 
de fibrilas desprotegidas pela resina 
aplicada (Tay & Pashley, 2001; Carvalho 
et al., 2005). Recentemente, uma técnica 
auto-condicionante de adesão que 
consiste em um passo único de aplicação 
foi introduzida. Os adesivos de passo 
único reúnem as etapas de 
condicionamento, infiltração e adesão em 
um único procedimento. Apesar destes 
sistemas de união serem comercializados 
como simplificados, devido ao menor 
número de passos de aplicação, eles são 
na realidade misturas complexas de 
monômeros resinosos hidrófilose 
hidrófobos, solventes, água e outros 
aditivos (Tay & Pashley, 2001; Reis et al., 
2006). 
 
3.2. Classificação dos sistemas adesivos 
 
Existem na literatura diversas 
classificações para os sistemas adesivos. 
Eles podem ser classificados por gerações 
(1ª, 2ª, 3ª etc); de acordo com o tipo de 
solvente (a base de água, álcool ou 
acetona); presença ou ausência de 
partículas de carga inorgânica; tipo de 
ativação (física, química ou dual); modo 
de ação (condicionameto ácido prévio ou 
auto-condicionamento); número de 
passos de aplicação (um, dois ou três 
passos); ou número de frascos (frasco 
único, dois frascos). Os adesivos auto-
condicionantes podem ainda ser 
classificados de acordo com o pH dos 
monômeros ácidos e agressividade das 
soluções em fracos (pH ~ 2) ou fortes (pH 
< 1). 
A classificação dos adesivos por gerações 
foi utilizada por muitos anos, e 
acompanha a evolução dos sistemas 
adesivos. No entanto, ela não descreve o 
que os adesivos realmente representam e 
já está em desuso (Bayne et al., 2005). 
Devido a rápida evolução dos materiais e 
técnicas, fica difícil atualizar este sistema 
de classificação. De acordo com a 
classificação por gerações já temos 
disponíveis no mercado a 7ª geração de 
adesivos, que é representada pelos 
adesivos auto-condicionantes de passo 
único que são condicionados em um 
único frasco. Como exemplo de marcas 
comerciais deste grupo de adesivos 
temos o i-Bond (Heraeus-Kulzer), o 
OptiBond All-In-One (Kerr Denatl) e o 
Clearfil S3 Bond (Kuraray Medical). 
Atualmente em uso no mercado 
encontramos adesivos de 4ª, 5ª, 6ª e 7ª 
gerações. 
No momento existe uma classificação 
preferencial, que se baseia na estratégia 
de ação (condicionamento ácido prévio – 
etch and rinse; ou auto-condicionamento 
– self-etching) e no número de passos 
utilizados durante o procedimento adesivo 
(Fig. 8). Dependendo de como os três 
passos fundamentais de 
condicionamento, aplicação do primer e 
aplicação da resina adesiva são 
realizados ou combinados, os adesivos 
estão disponíveis em sistemas de três 
passos, dois passos, ou de passo único. O 
substrato pode ser tratado através da 
utilização do ácido fosfórico ou de 
monômeros ácidos, que condicionam e se 
infiltram simultaneamente. 
Como pode ser observado na Figura 8, a 
combinação das etapas de aplicação dos 
adesivos resultou na diminuição do 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
95
número de passos, e consequentemente 
na simplificação dos procedimentos 
adesivos. Esta simplificação dos 
procedimentos ganhou rapidamente a 
aceitação dos clínicos. No entanto, é 
importante ressaltar que esta 
simplificação não resulta 
necessariamente em uma melhor união 
aos tecidos dentais. 
 
 
Figura 8 - Representação esquemática da classificação dos sistemas adesivos baseada na estratégia de 
ação (condicionamento ácido prévio – etch and rinse; ou auto-condicionamento – self-etching) e no número 
de passos utilizados durante o procedimento adesivo. Dependendo de como os três passos fundamentais de 
condicionamento, aplicação do primer e aplicação da resina adesiva são realizados ou combinados, os 
adesivos estão disponíveis em sistemas de três passos, dois passos, ou de passo único. 
 
 
4. COMPOSIÇÃO DOS SISTEMAS ADESIVOS 
 
Cada sistema adesivo apresenta uma 
composição própria, com características 
peculiares que influenciam diretamente 
na efetividade da união. É importante 
conhecer quais componentes básicos de 
um sistema adesivo e suas características 
para saber selecionar e indicá-los nas 
diferentes situações clínicas. 
 
4.1. Monômeros 
 
A composição monomérica dos adesivos 
é um dos fatores determinantes no 
desempenho da união. Para que se 
obtenha união a um substrato úmido 
como a dentina, a utilização de 
monômeros hidrófilos é indispensável. 
Um dos monômeros hidrófilos mais 
utilizados é o HEMA (2-hidroxietil 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
96
metacrilato). Este monômero hidrófilo 
está presente principalmente na 
composição dos primers de adesivos de 
três passos e dois passos que utilizam o 
condicionamento ácido prévio, sendo 
também encontrado em sistemas auto-
condicionantes. Este monômero 
apresenta um radical hidrófilo, que tem 
afinidade pelo substrato úmido, e um 
radical hidrófobo que irá promover a 
polimerização com outros monômeros. 
Este monômero monofuncional de baixo 
peso molecular é de fundamental 
importância para permitir a infiltração do 
adesivo no substrato dentinário. No 
entanto, este monômero, por si só não é 
capaz de promover a formação de uma 
rede polimérica com propriedades 
mecânicas adequadas para a união aos 
tecidos dentais. 
Assim, monômeros hidrófobos 
bifuncionais são necessários para 
promover a união dos materiais resinosos. 
Os monômeros hidrófobos mais 
comumente utilizados são o Bis-GMA 
(bisfenol-A diglicidil eter dimetacrilato) e o 
UDMA (uretano dimetacrilato). Estes 
monômeros hidrófobos estão presentes 
em maior concentração na composição 
do adesivo ou bond (terceiro passo dos 
sistemas que utilzam o condicionamento 
ácido prévio e segundo passo dos 
sistemas auto-condicionantes). Mas 
também são encontrados em menores 
proporções nos outros frascos. Nos 
sistemas de dois passos que empregam o 
condicionamento ácido prévio e nos 
sistemas auto-condicionantes de passo 
único estão misturados com os outros 
componentes na mesma solução. 
Nos sistemas auto-condicionantes 
encontramos os monômeros ácidos. A 
capacidade “auto-condicionante” destes 
sistemas decorre da incorporação de 
monômeros que contêm radicais 
derivados do ácido carboxílico, fosfórico 
ou seus ésters, ou da incorporação de 
ácidos orgânicos ou minerais como 
aditivos. (Tay & Pashley, 2001). Estes 
monômeros desmineralizam a dentina e o 
esmalte e infiltram no tecido 
simultaneamente. Dentre os monômeros 
auto-condicionantes disponíveis nos 
produtos comerciais podemos citar como 
exemplo o MDP (10-ácido fosfórico 
metacriloiloxidecametileno), MAC10 (10-
ácido metacriloiloxidecametileno 
malônico) e o 4-MET (4-ácido trimelítico 
metacriloiloxietil). 
 
4.2. Solventes 
 
Todos os sistemas adesivos apresentam 
algum tipo de solvente em sua 
composição. Os solventes mais 
comumente utilizados são a água, o 
etanol e a acetona. Sua principal função é 
facilitar o molhamento da superfície 
dental pelos monômeros resinosos. 
Nos sistemas que empregam o 
condicionamento ácido prévio, após o 
condicionamento com ácido fosfórico os 
solventes, por serem hidrófilos, penetram 
na dentina úmida, agindo como 
carreadores de monômeros. Em seguida, 
se unem com as partículas de água, 
elevando sua pressão de vapor. Ao aplicar 
um leve jato de ar (recomendado por 
todos os fabricantes), os solventes 
evaporam, removendo a água que estava 
presente no substrato e deixando no 
substrato os monômeros que serão 
polimerizados para formar a camada 
híbrida (Reis et al., 2003). 
O passo de aplicação de um leve jato de 
ar após a aplicação do adesivo não pode 
ser negligenciado, pois a não evaporação 
do solvente e da água do substrato pode 
prejudicar a polimerização, 
comprometendo a performance do 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
97
adesivo. Outro fato importante, e que 
deve ser levado em consideração pelos 
clínicos é a importância dos solventes 
para a promoção da adesão, como 
descrito no parágrafo acima. Os solventes, 
especialmente a acetona, são altamente 
voláteis em temperatura ambiente. Desta 
forma, é importante que o adesivo seja 
dispensado apenas no momento de sua 
utilização, pois a sua volatilização 
previamente aaplicação pode 
comprometer a infiltração dos 
monômeros na zona desmineralizada 
(Reis et al., 2003). É importante ressaltar, 
que os adesivos à base de acetona 
normalmente apresentam uma alta 
concentração de solvente e baixa 
concentração monomérica em sua 
composição. Assim é importante aplicar 
várias camadas de adesivo até que se 
perceba que toda a superfície dental está 
brilhante após a aplicação do jato de ar. 
A grande vantagem de se utilizar primers 
misturados em água (disponível nos 
sistemas de 3 passos), é a possibilidade 
de se reexpandir a rede de firbrilas 
colágenas, caso ela tenha sido colapsada 
pela secagem com ar após a lavagem do 
ácido fosfórico (Fig.7). Este é um dos 
fatores que contribui para os bons 
resultados observados para os sistemas 
de 3 passos (De Munck et al., 2005). 
Nos sistemas auto-condicionantes, o 
solvente utilizado normalmente é a água 
e alguns sistemas apresentam também o 
etanol em pequena quantidade. A 
presença de água é essencial para 
permitir a ionização dos monômeros 
ácidos e a desmineralização do esmalte e 
dentina subjacente (Tay & Pashley 2001). 
Uma maior concentração de água no 
primer ou no adesivo auto-condicionante 
resulta em uma maior agressividade 
(capacidade de desmineralização) 
(Hiraishi et al., 2005). Mais uma vez é 
importante ressaltar a importância da 
aplicação de um jato de ar para a 
evaporação desta água, que apesar de 
importante durante a aplicação do 
adesivo, pode ser prejudicial à união e 
reduzir a vida clínica da restauração.
 
 
4.3. Modo de ativação 
 
Os sistemas adesivos são em sua maioria 
fotoativados. Os sistemas ativados por luz 
apresentam nas suas composições o 
sistema de aminas aromáticas e 
fotoiniciadores, como a canforoquinona, 
para que a reação de polimerização 
ocorra através da ativação por luz. No 
entanto, existem situações clínicas nas 
quais é impossível utilizar a luz com 
intensidade suficiente para se iniciar a 
polimerização do adesivo, como na 
cimentação de pinos pré-fabricados e de 
algumas restaurações indiretas. Nestes 
casos, optamos por sistemas adesivos 
que apresentam ativação química ou 
dual. 
Os sistemas adesivos “duais” ou de dupla 
presa foram desenvolvidos para os 
procedimentos de cimentação de 
restaurações indiretas e pinos pré-
fabricados. A principal vantagem desta 
classe de adesivos é permitir melhor 
união da peça protética ao preparo 
cavitário minimizando os problemas de 
adaptação nas margens e na região 
interna do preparo. Os adesivos duais são 
aplicados nas estruturas dentais, não 
fotoativados e interagem com o cimento 
resinoso aplicado. Todo o conjunto é 
fotopolimerizado de uma só vez e a luz 
idealmente deveria ter a capacidade de 
atravessar a peça protética e atingir o 
cimento resinoso e o adesivo com 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
98
intensidade suficiente para promover alto 
grau de conversão dos materiais. Nos 
casos onde a luz não consegue ser 
aplicada em intensidades adequadas, o 
mecanismo químico de polimerização 
deve assegurar a conversão monomérica 
(Menezes et al., 2006). Outra indicação 
clínica desses adesivos é na cimentação 
de núcleos ou pinos pré-fabricados nos 
canais radiculares, cuja fonte luminosa do 
aparelho fotopolimerizador não consegue 
atingir as regiões mais profunda do canal 
(Foxton et al., 2003). 
A maioria dos sistemas de cura dual 
apresenta além do sistema de aminas 
aromáticas e fotoiniciadores encontrados 
nos adesivos fotoativados, o peróxido de 
benzoíla e aminas terciárias, que geram 
radicais livres para que a reação de 
polimerização ocorra mesmo na ausência 
da fonte de luz. Outros sistemas adesivos 
de dupla ativação contêm sulfinatos 
aromáticos de sódio, componentes 
diferentes da reação peróxido-amina 
(Arrais et al., 2006). As soluções do sal de 
sulfinato de sódio são utilizadas em 
adesivos de frasco único como o 
Prime&Bond NT Dual Cure 
(Dentsply/Caulk) e Optibond Solo Plus 
Dual Cure (Kerr Dental). O sistema 
peróxido-amina tem sido utilizado nos 
adesivos convencionais, os quais 
apresentam o primer e o adesivo em 
frascos separados. São exemplos os 
sistemas Scotchbond Multipurpose Plus 
(3M Espe), All Bond 2 (Bisco) e Optibond 
FL Dual Cure (Kerr Dental). O sistema 
Scotchbond Multipurpose Plus apresenta 
também um frasco Ativador para o primer 
que contem o sal sulfinato. 
 
 
 
4.4. Partículas de carga 
 
 
 
Além dos componentes orgânicos nos 
sistemas adesivos, componentes 
inorgânicos também podem ser 
adicionados com a intenção de se 
melhorar as propriedades mecânicas das 
interfaces. Alguns fabricantes especulam 
que as partículas podem infiltrar na 
camada híbrida, o que poderia melhorar 
as propriedades mecânicas desta. Porém 
análises em Microscopia Eletrônica de 
Transmissão demonstram que esta 
infiltração é muito difícil de ocorrer (Fig. 
9). As partículas normalmente 
aglomeram-se no topo da camada híbrida 
e na embocadura dos túbulos dentinários. 
A adição de partículas de carga contribui 
principalmente na diminuição da hidrofilia 
das interfaces. O tamanho, distribuição e 
tratamento das partículas varia entre os 
sistemas, mas existe uma tendência para 
a utilização de partículas nanométricas de 
sílica (entre 5 a 20 nm para alguns 
adesivos) na tentativa de se infiltrar as 
partículas na camada híbrida. 
As partículas de carga podem estar no 
resina hidrófoba “bond”, como nos 
adesivos auto-condicionantes de dois 
passos Clearfil SE Bond (Kuraray Medical), 
Clearfil Protect Bond (Kuraray Medical) e 
Unifil Bond (GC Inc.) ou pode ser 
encontrada também nos adesivos de dois 
passos que utilizam o condicionamento 
ácido prévio Adper Single Bond Plus (3M 
Espe), Prime&Bond NT (Dentsply/Caulk) e 
Optibond SOLO Plus (Kerr Dental). 
Adesivos auto-condicionantes de passo 
único como o Clearfil S3 Bond (Kuraray 
Medical) também apresentam partículas 
de carga em sua composição. 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
99
 
 
Figura 9 - Fotomicrografia eletrônica de transmissão ilustrando a interface de união resina-dentina produzida 
por um sistema adesivo de dois passos que utiliza o condicionamento ácido prévio e apresenta 
nanopartículas de carga em sua composição (Prime&Bond NT). Note o acúmulo das partículas de carga no 
topo da camada híbrida e na embocadura do túbulo dentinário (círculo pontilhado). (AD) adesivo, (CH) 
camada híbrida, (D) dentina. 
 
 
4.5. Liberação de Flúor 
 
A propriedade de liberação de fluoretos 
por materiais ionoméricos e seus 
benefícios no aumento da resistência à 
desmineralização e inibição de cáries 
recorrentes são bem conhecidos. 
Propriedade esta que é desejável a todos 
os materiais restauradores. Baseado 
neste princípio, diversos fabricantes 
buscaram desenvolver tecnologias para 
que seus materiais também possam 
apresentar liberação de Flúor. Dentre os 
sistemas adesivos disponíveis no 
mercado que apresentam incorporação 
de algum composto de Flúor podemos 
citar o OptiBond SOLO FL (Kerr Dental), 
One-up Bond F (Tokuyama), Prime&Bond 
NT (Dentsply/Caulk), Reactmer Bond 
(Shofu Inc.) e Clearfil Protect Bond 
(Kuraray Medical). 
Diferentes formas de incorporação de 
Flúor são utilizadas por cada fabricante, o 
que pode influenciar no modo e 
quantidade de Flúor liberado. O Flúor 
pode ser incorporado em partículas de 
vidro de Fluoraluminiosilicato (One-up 
Bond F, Reactmer Bond), cristais de 
Fluoreto de Sódio (Clearfil Protect Bond), 
hidrofluoreto de cetilamina (Prime&Bond 
NT), entre outros. Em um estudo recente, 
Hara et al. (2005) detectaram a liberação 
de Fluor em diferentes sistemas adesivos. 
No entanto, foi demonstrado que mesmo 
liberando Flúor, algunsadesivos não 
AD 
CH 
D 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
100
foram capazes de impedir a formação de 
cáries recorrentes. 
O sistema adesivo Clearfil Protect Bond 
que apresenta incorporação de um 
monômero antibacteriano no primer e de 
partículas de Fluoreto de Sódio na solução 
do adesivo mostrou resultados 
promissores em relação à estabildade da 
união ao longo do tempo tanto in vitro 
quanto in vivo (Donmez et al., 2005). 
Especula-se que a liberação de Flúor 
também pode ser importante para inibir a 
ação de enzimas (MMPs) nas interfaces 
(Donmez et al., 2005). 
 
5. CARACTERÍSTICAS ULTRAMORFOLÓGICAS DAS INTERFACES 
 
Como citado anteriormente, existem 
diferentes modos de se promover a união 
aos tecidos dentais. É importante que o 
clínico tenha em mente como cada 
sistema de união interage com o esmalte 
ou a dentina, para saber qual a melhor 
estratégia de união em cada situação. 
Por utilizarem um ácido mais agressivo 
(pH~0.2) os sitemas que empregam o 
ácido fosfórico 37% formam uma camada 
híbrida de aproximadamente 5 µm (Fig. 
2), cerca de dez vezes mais espessa que a 
camada híbrida formada por sistemas 
auto-condicionantes que apresentam um 
pH em torno de 2. Estes monômeros 
ácidos mais “moderados” formam uma 
camada híbrida de aproximadamente 0,5 
µm (Fig. 10), o que não resulta 
necessariamente em uma resistência de 
união inferior. No entanto, alguns estudos 
têm demonstrado que este 
condicionamento mais brando poderia 
comprometer a união ao esmalte quando 
ele não foi desgastado durante o preparo 
cavitário, pois a superfície exposta ao 
meio oral apresenta-se mais resistente à 
desmineralização, e consequentemente 
mais resistente à ação dos monômeros 
auto-condicionantes mais brandos. 
 
 
AD 
D 
2 µm 
SP
CH
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
101
Figura 10 - Fotomicrografia eletrônica de transmissão ilustrando a interface de união resina-dentina 
produzida por um sistema adesivo auto-condicionante de passo único (Clearfil S3 Bond). A camada híbrida 
(CH) formada é de aproximadamente 0,5 µm de espessura. Note a presença do smear plug (SP). (AD) 
adesivo, (D) dentina. 
 
Por outro lado, esta menor 
desmineralização por parte dos sistemas 
auto-condicionantes mais brandos 
apresenta algumas vantagens quanto à 
união à dentina. Por apresentar uma 
menor desmineralização do substrato, a 
dentina é apenas parcialmente 
desmineralizada. Assim, é comum 
observar a presença de “smear plugs” 
(parte da smear layer que permanece na 
embocadura dos túbulos dentinários), o 
que contribui na redução da sensibilidade 
pós-operatória e também diminui a 
permeabilidade dentinária (Fig. 10). 
Cada adesivo auto-condicionante (tanto 
os de dois passos quanto os de passo 
único) apresenta em sua composição um 
monômero funcional específico, que 
exerce um papel fundamental na sua 
performance (Yoshida et al., 2004). A 
fórmula molecular específica do 
monômero funcional e a taxa de 
dissolução do sal de cálcio formado 
influenciam a eficiência e a estabilidade 
da união. O potencial de interagir 
quimicamente com a hidroxiapatita 
presente na interface pode ser um auxílio 
importante na obtenção de uma união 
duradoura. Esta interação ocorre somente 
com adesivos auto-condicionantes mais 
brandos, que desmineralizam a superfície 
dentinária parcialmente. Foi relatado que 
o 10-MDP, monômero funcional dos 
adesivos auto-condicionantes de dois 
passos Clearfil SE Bond, Clearfil Protect 
Bond e do adesivo auto-condicionante de 
passo único Clearfil Tri-S Bond (Kuraray), 
pode interagir quimicamente com a 
hidroxiapatita formando um sal bastante 
estável. Por outro lado, o potencial de 
união química do 4-MET, foi descrito como 
substancialmente menor (Yoshida et al., 
2004). 
 
 
6. MECANISMOS DE UNIÃO AOS MATERIAIS RESTAURADORES 
 
Os sistemas adesivos foram inicialmente 
desenvolvidos para promover a união das 
resinas compostas ao esmalte e à 
dentina. Após a adequada aplicação e 
polimerização do sistema de união, existe 
ainda uma camada fina (entre 10 e 20 
µm) na superfície, de monômeros não-
polimerizados devido à inibição da 
polimerização pelo oxigênio. Esta camada 
apresenta grupos vinílicos reativos que 
vão reagir com a resina composta 
permitindo a copolimerização, e 
consequentemente a união a este 
material (Nakabayashi & Pashley, 2000). 
Deve-se tomar cuidado para não haver 
nenhuma contaminaçao da superfície 
aderida previamente à aplicação do 
compósito. 
Um mecanismo similar ao descrito para a 
resina composta acontece para os 
cimentos resinosos (que também são 
resinas compostas, porém com menor 
quantidade de carga e maior quantidade 
de monômeros diluentes pra se obter 
uma menor viscosidade). Porém, 
recentemente foi descoberta a ocorrência 
de incompatibilidade entre cimentos 
resinos e resinas compostas para núcleo 
de preenchimento com sistemas adesivos 
auto-condicionantes de passo único e 
adesivos de frasco único que apresentam 
baixo pH (Tay et al., 2003a). 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
102
O mecanismo de união às cerâmicas 
odontológicas pode variar dependendo da 
composição do material (Soares et al., 
2005). O tratamento mais comum para o 
condicionamento das porcelanas é a 
utilização do ácido hidrofluorídrico a 9,5%. 
A aplicação do ácido hidrofluorídrico 
promove microretenções na superfície da 
porcelana (Fig. 11 A-B); em seguida, 
aplica-se um agente silano que irá 
promover uma união química da 
porcelana ao material resinoso de 
cimentação. Este tratamento é indicado 
para cerâmicas feldspáricas 
convencionais (2 minutos) (Noritake, 
Duceram), reforçadas por leucita (60 
segundos) (IPS Empress, Cergogold), ou 
reforçadas por disilicato de Lítio (20 
segundos) (IPS Empress II). Por outro lado, 
as cerâmicas reforçadas por alumina ou 
zircônia (In Ceram Alumina, In Ceram 
Zirconium, Procera AllCeram) não são 
condicionadas pelo ácido hidrofluorídrico, 
devido ao seu baixo conteúdo de sílica. 
Para o preparo da superfície interna 
destas cerâmicas tem sido recomendado 
o jateamento com partículas de Al2O3 de 
50 µm ou cobertura com sílica (Rocatec, 
3M Espe). Além disso, recomenda-se a 
utilização de cimentos resinosos que 
apresentam em sua composição o 
monômero 10-MDP (ex.: Panavia F, 
Kuraray Medical) ou o monômero 4-META 
(SuperBond C&B, Sun Medical). 
 
 
Figura 11 - As fotomicrografias eletrônicas de varredura demonstram o aspecto da superfícia de uma 
cerâmica reforçada por disilicato de Lítio (IPS Empress II) antes (A) e após (B) o condicionamento com ácido 
hidrofluorídrico a 9,5% por 20 segundos. 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
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103
 
 
7. APLICAÇÃO CLÍNICA 
 
Os casos apresentados ilustram a aplicação dos procedimentos adesivos em duas 
situações distintas. 
 
7.1. Restauração direta em resina composta 
 
No primeiro caso (Figs 12-27), foi 
realizada uma restauração direta em uma 
cavidade profunda de um dente vital. 
Neste caso, é importante levar em 
consideração que a aplicação de uma 
proteção pulpar indireta com um cimento 
a base de Hidróxido de Cálcio na região 
mais profunda da cavidade pode reduzir a 
permeabilidade dentinária nesta região, 
evitando o contato de monômeros 
sintéticos com a polpa, o que poderia 
acontecer após a aplicação do ácido 
fosfórico. Este procedimento ajuda a 
reduzir a possibilidade de sensibilidade 
pós-operatória. É importante ressaltar que 
a proteção pulpar deve ser realizada antes 
da aplicação do ácido fosfórico. No caso 
de uma cavidadeextensa, recomenda-se 
iniciar a plicação do ácido fosfórico pela 
margem de esmalte, e em seguida, 
extender para a superfície dentinária, 
desta forma evita-se o 
sobrecondicionamento da dentina. A 
lavagem do ácido deve ser realizada pelo 
mesmo tempo de aplicação, 15 
segundos. A manutenção da umidade 
após a remoção do excesso de água é, 
sem dúvida, um dos passos mais críticos 
da técnica. O excesso de umidade deve 
ser removido por capilaridade com papel 
absorvente ou com uma bolinha de 
algodão. A desidratação da dentina bem 
como o excesso de água podem 
prejudicar a união. A aplicação do 
adesivo deve ser seguida de um leve jato 
de ar para evaporação dos solventes, 
juntamente com a umidade 
remanescente. 
 
 
Figura 12 - Aspecto inicial de uma restauração 
de amálgama que apresentava-se 
com lesão de cárie recorrente. 
Figura 13 - Isolamento absoluto 
 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
104
 
Figura 14 - Início da remoção da restauração com 
uma ponta diamantada. 
Figura 15 - Remoção do tecido cariado com uma 
broca carbide. 
 
 
Figura 16 - Aspecto da cavidade após a remoção da 
dentina infectada por cárie. 
Figura 17 - Aplicação de um cimento de Hidróxido de 
Cálcio como protetor pulpar indireto. 
 
 
Figura 18 - Aspecto da superfície dentinária após a 
aplicação do cimento de Hidróxido de Cálcio. 
Figura 19 - Início da aplicação do ácido fosfórico pela 
margem de esmalte. 
 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
105
 
Figura 20 - Extensão da aplicação do ácido fosfórico 
para a superfície dentinária por 15 segundos. 
Figura 21 - Após a lavagem do ácido o excesso de 
água foi removido com uma cânula de sucção. Deve-
se tomar cuidado para não desidratar a dentina. O 
excesso de umidade deve ser removido por 
capilaridade com uma bolinha de algodão ao um 
pedaço de papel absorvente. 
 
 
Figura 22 - Aplicação do adesivo. 
Figura 23 - Após a aplicação de um leve jato de ar 
para evaporação dos solventes, a superfície da 
cavidade deve estar brilhante. 
 
 
Figura 24 - A inserção da resina composta 
deve ser realizada em incrementos 
de no máximo 2 mm de altura. 
Figura 25 - Realização da escultura. 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
106
 
 
Figura 26 - Aspecto inicial da restauração de 
amálgama deficiente. Figura 27 - Aspecto final da restauração concluída. 
 
A aplicação da resina composta 
incrementalmente também é importante 
para diminuir as tensões geradas pela 
contração de polimerização da resina 
composta, o que contribui para preservar 
a união promovida pelo sistema adesivo. 
A técnica incremental também garante 
melhores propriedades mecânicas à 
resina composta, pois incrementos 
maiores que 2 mm não são 
adequadamente ativados pela fonte de 
luz.
 
7.2. Restauração indireta 
 
As Figuras 28 a 39 ilustram os passos de 
cimentação de um pino pré-fabricado de 
fibra de vidro, construção de um núcleo 
de preenchimento com resina composta e 
cimentação de duas coroas de cerâmica 
(IPS Empress 2). Previamente à 
cimentação dos pinos pré-fabricados, os 
condutos radiculares foram condicionados 
com ácido fosfórico a 37% durante 15 
segundos. Em seguida, foram lavados 
abundatementes e o excesso da umidade 
foi removido com pontas de papel 
absorvente. Devido à dificuldade de 
fotoativação nesta região, foi utilizado um 
sistema adesivo com ativação dual. Após 
a cimentação dos pinos, os dentes foram 
reconstruídos com resina composta, para 
que fossem realizados os preparos, 
provisórios e os procedimentos de 
moldagem. 
 
 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
107
Figura 28 - Aspecto pré-operatório dos 
dentes 11 e 21. 
Figura 29 - Os condutos foram preparados para a 
cimentação resinosa de dois pinos pré-fabricados de 
fibra de vidro. 
 
 
Figura 30 - Aspecto imediatamente após a 
cimentação dos pinos. Figura 31 - Aspecto dos preparos realizados. 
 
 
Figura 32 - Condicionamento ácido por 15 segundos. Figura 33 - Aplicação do sistema adesivo. 
 
 
Figura 34 - Condicionamento das peças de porcelana 
(IPS Empress II) com ácido hidrofluorídrico por 20 
segundos. 
Figura 35 - Aspecto interno das peças após o 
condicionamento. 
 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
108
 
Figura 36 - Aplicação do agente de silanização. Figura 37 - Aspecto após a cimentação. 
 
 
Figura 38 - Aspecto do sorriso da paciente 
previamente ao tramento. Figura 39 - Aspecto pós-operatório. 
 
As Figuras 32 e 33 ilustram os 
procedimentos de condicionamento e 
aplicação do adesivo. Nas Figuras 34 a 36 
pode-se observar o preparo das peças 
previamente à cimentação: 
condicionamento da porcelana com ácido 
hidrofluorídrico durante 20 segundos, e 
aplicação do agente de silanização. A 
Figura 37 ilustra o aspecto logo após a 
cimentação das peças. O aspecto antes e 
após o tratamento pode ser observado 
nas Figuras 38 e 39. 
 
 
8. DURABILIDADE DOS PROCEDIMENTOS ADESIVOS 
 
Apesar dos avanços alcançados pelos 
adesivos, trabalhos apontam para uma 
possível degradação da união da resina 
composta aos tecidos dentais ao longo do 
tempo na presença de água (Giannini et 
al., 2003). A redução da resistência de 
união de sistemas adesivos à dentina é 
atribuída à degradação das fibrilas 
colágenas e/ou da resina adesiva. 
As taxas de sorção de água e solubilidade 
apresentadas pelos sistemas adesivos 
após a sua polimerização são importantes 
na determinação da longevidade e 
qualidade marginal da restauração. Sabe-
se que a umidade presente no meio oral 
ou de armazenagem tem um papel 
importante no processo de degradação 
química dos polímeros, apresentando um 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
109
efeito deletério para a interface resina-
dentina (Göpferich, 1996). Trabalhos 
recentes demonstram que os sistemas 
adesivos auto-condicionantes de passo 
único são os mais susceptíveis à 
degradação hidrolítica ao longo do tempo 
(Reis et al., 2004). Observando os 
resultados obtidos com os adesivos auto-
condicionantes de passo único, pode-se 
notar que ao se aumentar a acidez da 
solução do adesivo, o conteúdo dos 
monômeros ácidos e de água são 
aumentados, o que resulta em maior 
hidrofilia, conduzindo à maior taxa de 
sorção de água, e consequentemente, 
menor estabilidade hidrolítica (Tay et al., 
2003b). Uma característica importante 
dos adesivos auto-condicionantes de dois 
passos que pode contribuir para a melhor 
performance destes sistemas quando 
comparados aos sistemas de passo único, 
é a camada de resina hidrófoba que é 
aplicada sobre o primer, e pode reduzir a 
sorção de água (Reis et al., 2004). 
Foi demonstrado que os adesivos de dois 
passos que utilizam o condicionamento 
ácido prévio estão mais susceptíveis à 
degradação que os sistemas de três 
passos (De Munck et al., 2003). A 
aplicação do adesivo em três passos 
(ácido, primer e adesivo) favorece a 
copolimerização do primer, e a menor 
hidrofilia da resina polimerizada pode 
resultar em uma melhor hibridização e 
menor susceptibilidade à degradação 
hidrolítica. De Munck et al. (2005), após 
realizarem uma extensa revisão da 
literatura a respeito da durabilidade da 
união produzida por diferentes técnicas 
de desmineralização e infiltração no 
substrato dental, concluíram que a 
técnica mais eficiente para se produzir 
uma união duradoura aos tecido dentais 
ainda é a técnicade três passos que 
utiliza o condicionamento ácido prévio. 
Assim, qualquer simplificação nos 
procedimentos adesivos resultaria em 
uma redução na eficiência da união. 
Segundo os autores, a única técnica que 
se aproxima deste padrão é a técnica 
auto-condicionante de dois passos. 
As interfaces de união resina-dentina se 
degradam em três estágios. Primeiro, a 
água é absorvida pelo polímero, 
desencadeando a degradação química 
(Göfperich, 1996). Segundo, produtos de 
degradação, monômeros não reagidos e 
oligômeros são removidos da camada 
híbrida e da camada de adesivo. Terceiro, 
as fibrilas de colágeno expostas podem 
ser degradadas por metaloproteinases 
(MMPs) presentes na dentina ou saliva 
(Pashley et al., 2004).
 
 
8.1. Nanoinfiltração 
 
O termo “nanoinfiltração” foi introduzido 
para se descrever a ocorrência de espaços 
nanométricos dentro da camada híbrida, 
mesmo na ausência de uma fenda na 
interface de união (Sano et al., 1995). 
Esta técnica utiliza um traçador de baixo 
peso molecular como o nitrato de prata 
(AgNO3) para evidenciar tais porosidades 
na interface. Posteriormente, esta área de 
união é observada em microscocopia 
eletrônica. A deposição de grãos de prata 
na camada híbrida dos sistemas que 
utilizam o condicionamento ácido prévio é 
atribuída à existência de regiões onde as 
fibrilas colágenas não foram totalmente 
envolvidas pela resina adesiva, ou onde a 
resina não foi adequadamente 
polimerizada (Fig. 40). A degradação da 
união tem sido atribuída à penetração de 
fluidos nestas porosidades. 
Recentemente, uma nova forma de 
manifestação da nanoinfiltração nas 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
110
interfaces foi relatada (Tay et al., 2002). A 
deposição de grãos de prata foi observada 
não só na camada híbrida, mas também 
na camada de adesivo (Fig. 41). Devido ao 
aspecto de manifestação da 
nanoinfiltração nestes adesivos se 
assemelharem ao aspecto observado na 
degradação da resina epóxica utilizada 
para o isolamento de cabos de 
transmissão de energia elétrica, o termo 
water-trees (ou árvores de água) foi 
atribuído. As diferenças na hidrofilia e no 
conteúdo de água dos adesivos podem 
influenciar diretamente os padrões de 
nanoinfiltração observados. 
 
 
 
 
 
 
Figura 40 - Fotomicrografia eletrônica de transmissão ilustrativa da manifestação da nanoinfiltração em uma 
interface resina-dentina produzida por um sistema adesivo de 2 passos que uliza o condicionamento ácido 
prévio. (CH) camada híbrida, (RC) resina composta, (AD) adesivo, (D) dentina. 
 
SISTEMAS ADESIVOS – ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
Reis, AF; Pereira, PNR; Giannini, M 
 
 
 
111
 
Figura 41 - Fotomicrografia eletrônica de transmissão ilustrativa da manifestação da nanoinfiltração em uma 
interface resina-dentina produzida por um sistema adesivo auto-condicionante de passo único. As pontas de 
setas apontam a formação das “water-trees”. (CH) camada híbrida, (RC) resina composta, 
(AD) adesivo, (D) dentina. 
 
 
9. FALHAS COMUNS QUE PODEM PREJUDICAR A UNIÃO 
 
Existem algumas falhas que ocorrem com 
certa freqüência durante as atividades 
clínicas que se evitadas ou contornadas, 
podem certamente contribuir para uma 
maior longevidade dos procedimentos 
restauradores. A Tabela 1 ilustra estas 
falhas. 
Uma falha bastante comum é sem 
dúvida, a contaminação do campo 
operatório por saliva ou sangue durante o 
procedimento restaurador. O ideal é que o 
isolamento absoluto seja utilizado sempre 
que possível, mas em alguns casos o 
isolamento relativo pode também ser 
indicado. No entanto, a manutenção de 
um campo seco e livre de contaminantes 
é de fundamental importância. Outro 
problema que pode acontecer durante a 
aplicação dos sistemas que utilizam o 
condicionamento prévio com ácido 
fosfórico é a desidratação da dentina. 
Nestes casos, a técnica úmida de união 
estaria comprometida, pois o 
colabamento das fibrilas colágenas pode 
comprometer a infiltração dos 
monômeros resinosos e formação da 
camada híbrida. Este problema pode ser 
contornado pela aplicação dos primers 
hidrófilos nos sistemas de 3 passos. Por 
serem compostos principalmente de água 
e HEMA, eles possuem a capacidade de 
reexpandir a rede de fibrilas colágenas, 
facilitando a infiltração dos monômeros e 
formação da camada híbrida. Para os 
sistemas de dois passos, pode-se utilizar 
alguns produtos disponíveis no mercado 
AD 
D 
5 µm 
CH 
RC 
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112
como o Gluma (Heraeus Kulzer), no 
entanto, a reumidificação com água é 
suficiente para promover a reexpansão 
das fibrilas colágenas. Assim como a falta 
de umidade pode prejudicar a união, o 
“overwet phenomenon” ou excesso de 
umidade também pode ser prejudicial à 
interface (Hashimoto et al., 2006). O 
excesso de umidade pode promover a 
diluição da solução de adesivo, 
prejudicando a polimerização e 
diminuindo a qualidade da interface. 
Deve-se tomar cuidado especialmente nos 
ângulos da cavidade pois a àgua tende a 
acumular-se nestas regiões. 
O controle da contração de polimerização 
das resinas compostas é um fator 
importante na manutenção da adesão. Se 
a tensão de contração de polimerização 
exceder a resistência de união do adesivo 
a união pode se romper. Um importante 
conceito introduzido por Feilzer et al. 
(1987) diz respeito à configuração 
cavitária. Os autores estudaram as 
tensões de contração geradas durante a 
polimerização da resina composta em 
função da formato da cavidade. Foi 
descrito o fator de configuração cavitária 
ou Fator-C, que é a razão entre as 
superfícies aderidas e não-aderidas de 
uma restauração de resina composta. Em 
outras palavras, quanto maior o Fator-C, 
maiores as tensões transmitidas à 
interface. Desta forma, recomenda-se o 
uso de técnicas incrementais para 
inserção da resina composta na cavidade 
(Reis et al., 2003). 
Em cavidades profundas, devido à alta 
permeabilidade pulpar, recomenda-se a 
aplicação de um forramento cavitário 
para proteção pulpar indireta, como o 
Hidróxido de Cálcio ou ionômero de vidro 
(Costa et al., 2003). A falta desta proteção 
pode promover reações inflamatórias na 
polpa o que pode causar sensibilidade 
pós-operatória. A aplicação do forramento 
deve ser restrita à região de dentina mais 
profunda, pois a aplicação nas demais 
regiões do preparo é desnecessária e o 
excesso de aplicação pode prejudicar a 
união da resina composta à cavidade. 
Apesar do capeamento pulpar direto com 
sistemas adesivos ser indicado por alguns 
autores, até a presente data evidências 
científicas nos levam a contra-indicar este 
tipo de procedimento (Teixeira et al., 
2006). 
 
 
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113
 
 
 
10. PERSPECTIVAS PARA O FUTURO 
 
Com o avanço das pesquisas no campo 
dos materiais restauradores adesivos, as 
limitações destes procedimentos têm sido 
conhecidas ao mesmo tempo que novas 
tecnologias vêm sendo desenvolvidas 
para tornar os procedimentos mais 
simples, mais previsíveis e 
principalmente, mais duradouros. 
A aplicação dos sistemas adesivos vem 
sendo simplificada de uma forma 
acelerada nos últimos anos. Há poucos 
anos atrás os sistemas mais utilizados 
estavam disponíveis em 3 passos de 
aplicação, posteriormente surgiram os de 
dois passos, os de passo único, e mais 
recentemente, surgiram no mercado os 
materiais auto-adeivos que não 
necessitam da aplicação de nenhum 
sistema adesivo para se aderirem à 
estrutura dental. Estes materiais são 
utilizados na cimentação de restaurações 
indiretas e pinos pré-fabricados. Como 
exemploencontramos o RelyX Unicem 
(3M ESPE). Novos materiais deste tipo 
provavelmente estarão no mercado em 
breve. 
A adesão às estruturas dentais se deu 
início com a união ao esmalte. Em 
seguida, com a evolução dos 
procedimentos adesivos, a união à 
dentina tornou-se um procedimento 
bastante utilizado. Hoje, o novo desafio é 
a adesão à dentina intra-radicular. Os 
núcleos metálicos fundidos estão 
gradativamente sendo substituídos por 
pinos pré-fabricados de fibra de vidro, que 
podem ser unidos à estrutura dental por 
intermédio dos cimentos resinosos. 
Recentemente, os materiais resinos 
passaram a ser indicados inclusive para a 
obturação radicular nos tratamentos 
endodônticos (Teixeira et al., 2004). 
O grande desafio da Odontologia Adesiva 
é promover uma união estável ao longo 
do tempo. No entanto, a degradação dos 
materiais resinosos é um evento 
previsível. Para reduzir a velocidade de 
degradação, os fabricantes tentam 
produzir materiais menos hidrófilos e com 
melhores propriedades mecânicas após a 
sua polimerização. Ao mesmo tempo, 
tenta-se reduzir a contração volumétrica 
das resinas compostas durante a sua 
polimerização, para que menos tensões 
sejam transmitidas às interfaces resina-
dentina/resina-esmalte. 
Muito tem se falado a respeito da 
degradação dos materiais resinosos 
adesivos, e da possivel degradação das 
fibrilas colágenas expostas na interface 
por MMPs. Hebling et al. (2006) 
demonstraram recentemente, que a 
utilização de clorexidina como inibidor de 
MMPs, aplicada após o condicionamento 
com ácido fosfórico, resultou na 
paralização da degradação das camadas 
híbridas em dentes decíduos. Carrilho et 
al. (2006) demonstraram um efeito 
positivo na preservação da camada 
híbrida in vivo em dentes permanentes. 
Recentemente, Bedran-Russo et al. 
(2006) sugeriram um tratamento capaz 
de reforçar a estrutura orgânica da 
dentina, aumentando o número de 
ligações cruzadas entre as fibrilas de 
colágeno, o que poderia deixá-las mais 
resistentes contra a degradação, além de 
melhorar as suas propriedades 
mecânicas. 
Com o intuito de se obter uma união mais 
resistente, alguns cientistas buscaram 
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114
inspiração na nautereza, para tentar 
desvendar e mimetizar o mecanismo pelo 
qual alguns crustáceos conseguem se 
aderir a outros materiais na condição 
mais adversa possível: de baixo d’água. 
Análogos sintéticos contendo o 
polipeptídeo DOPA=L-3,4-
dihidroxifenilalanina, que mimetizam as 
proteínas adesivas naturais destes 
animais marinhos foram formulados 
recentemente. Adesivos baseados nesta 
idéia já estão em aplicação em algumas 
áreas da medicina, e no futuro espera-se 
que sejam aplicados também na 
Odontologia (Tay et al., 2002). 
Um entendimento físico-químico dos 
processos de degradação e erosão dos 
polímeros, assim como da degradação do 
colágeno do tipo I é a chave para a 
melhor compreensão dos problemas 
relacionados à longevidade das 
restaurações adesivas, e provavelmente, 
para a sua solução. O esforço combinado 
da biologia molecular e química de 
polímeros certamente contribuirá 
bastante na promoção de um selamento 
resistente e durável dos tecidos dentais. 
 
AGRADECIMENTOS 
Os autores agradecem: ao Prof. Dr. Gilberto Borges Soares e à Prof. Dr. Ana Maria Spohr por 
terem gentilmente cedido as imagens apresentadas na Figura 7; ao Prof. Adriano Sapata e 
ao CD aluno do curso de mestrado em Dentística da Universidade Guarulhos Marcos 
Kirihata pela realização do caso apresentado nas Figuras 12 a 27; à CD Aline Ramett Pucini 
e ao CD Paulo Moreira Vermelho participantes do curso de atualização em Dentística da 
ACDC pela realização do caso apresentado nas Figuras 28 a 39; e ao Prof. Dr. Elliot W. 
Kitajima (NAP/MEPA, ESALQ/USP) pelo suporte técnico para realização das 
fotomicrografias eletrônicas de varredura. 
 
 
 
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