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- 71 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 CIRCEL - CAP V - CORRENTE ALTERNADA 1- Definições de Tensão e Corrente al ternada; Definições de valor médio, ef icaz, amplitude, período, velocidade angular e freqüência . INTRODUÇÃO: Consideremos um fio condutor enrolado na forma de uma bobina com n espiras , submetido à ação de um campo magnético externo. Imaginemos ainda que esta bobina, com n espiras seja forçada a girar com uma velocidade angular no interior deste campo magnét ico e que no instante t = 0 exista um ângulo ent re o campo magnético, e o vetor normal ao plano da bobina. Nestas condições verifica-se e demonstra-se (pela Lei de Lenz), que nos terminais da bobina exist irá uma tensão induzida, variável com o tempo, dada por: )t(cosV2)t(v ; para melhor compreensão do que foi exposto, verifique o desenho abaixo: Nestas condições definimos como sendo Tensão Alternada, uma tensão variável no tempo segundo a expressão: )t(cosV2)t(v ( DEFINIÇÃO FUNDAMENTAL! ) - 72 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 Com o objet ivo de facil i tarmos o estudo das funções al ternadas, (note que as suas equações lembram aquelas de um movimento harmônico simples) vamos associar por exemplo, v(t ) com a projeção horizontal de um vetor gi rante, que possua comprimento V.2 , velocidade angular , e ainda que no instante: t = 0 , forme um ângulo com o eixo horizontal ; ou seja: a) - Exatamente em: t = 0 b) - para um t qualquer 0 Para visualizarmos graficamente num instante t qualquer a função definida pela projeção horizontal do vetor gi rante, vamos girar de 900 o circulo acima, de modo que o eixo dos cossenos fique na posição vert ical ; teremos então: DEFINIÇÕES E CONCEITOS FUNDAMENTAIS: OBS: Todas as definições e conceitos, que serão aqui definidos para a tensão al ternada, também serão válidos de maneira análoga para a corrente al ternada, 2 V 2Vcos( ) t = 0 cossenos senos 2V 2Vcos( t ) t = 0 cossenos senos t = t t 2V 2 Vcos( t+ ) t = 0 cossenos senos t(Qualquer) t 2V 2Vcos( ) v(t) = 2 Vcos( t+ ) 2V 2V- t 360 = 2 rd0 - 73 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 a) - V2 : Amplitude da tensão al ternada (ou valor de pico); representa o maior valor posit ivo da função, e é dada em Volts; b) - Valor Médio de v(t): Nulo ou Zero; c) - V : É denominado de valor eficaz da tensão al ternada e é medido em Volts. Apesar de qualquer tensão al ternada possuir valor médio nulo , isto não impede a mesma de fornecer energia; ao dizermos que uma determinada tensão al ternada possui valor eficaz = V , estamos afirmando que esta tensão, é capaz de fornecer a mesma energia que uma tensão constante de valor V forneceria; ou seja: Valor médio = 0 ; = em termos de fornecimento de energia: Ressaltamos que todos os instrumentos de medida em C.A. fornecem valores eficazes d) - : Velocidade angular: Medida em rd/s e associada à velocidade da bobina, ou do vetor girante; e) - T : Período : representa o tempo necessário , para a execução de um ciclo (ou de 3600). Levando-se em consideração que a velocidade angular é dada em rd/s e que 3600 = 2 rd teremos: 2T2T e) - F : Freqüência : Associada ao número de ciclos executados por unidade de tempo, dada em Hertz (Hz) e matematicamente dada como sendo o inverso do período: v( t) = 2 Vcos( t+ ) ; 2V 2V- t v(t ) = V V t = ( Vmed io = 0) ;( Veficaz = V) - 74 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 2 F T 1F f) - : Denominada de fase inicial da tensão al ternada, medida em graus ou radianos. g) - a expressão fundamental : )t(cosV2)t(v , é também denominada de expressão do valor instantâneo da tensão al ternada, ou simplesmente de valor instantâneo da tensão al ternada. Como consideração final , note que a diferença fundamental entre uma tensão contínua e uma tensão al ternada, é que a tensão contínua é definida por um valor constante no tempo, ao passo que uma tensão al ternada é definida como sendo uma função variável no tempo, ou seja: uma tensão que varia à medida que o tempo passa. EXERCICIOS DE FIXAÇÃO: 10) Dada a tensão al ternada: v(t ) = 282.sen(377t + 1200) , pede-se: a) - Caracterizar totalmente a mesma, e expressa-la na forma fundamental; b) - Esboçar os gráficos de v(t) cotados em graus e em ms. SOLUÇÃO: lembrando que a expressão fundamental é dada por: )t(cosV2)t(v , e ainda que: senx = cos(x -900) , teremos: )30t377(cos2200)t(v)90120t377(cos2 2 282)t(v 0 DONDE: a) Amplitude: V2822200 ; b) Valor eficaz: V = 200V ; c) Velocidade angular: = 377rd/s ; d) período: T = 377 2 = 0,01667s = 16,67ms e) Freqüência: F = 2 377 = 60Hz ; e) fase inicial : = 300 - 75 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 Para a construção do gráfico cotado em graus, convém analisarmos o comportamento do vetor girante; teremos então: Obtemos facilmente todos os ângulos 0 , 1 , 2 , 3 . . etc. determinando inicialmente qualquer um deles da forma mais simples possível: Observe que num instante “t” qualquer , o vetor gi rante encontra-se em: t + (no nosso caso , = 300) ; se por exemplo quisermos determinar 0 , note que isto ocorre quando o vetor girante passa por 900 . Teremos: t0 + 300 = 900 t 0 = 0 = 600 ;analogamente: t1 + 300 = 1800 t1 = 1= 1500 Portanto, o gráfico cotado em graus (considerando-se 900 para cada ¼ do período) se revelará como sendo: Para a obtenção do gráfico cotado em ms. , basta observarmos que 3600 correspondem a 16,67ms; teremos portanto: ms78,2 360 6067,16t t60 )ms67,16360 0 0 0 0 ; ms17,4 360 9067,16t t90 )ms67,16360 0 0 2V t = 0 cossenos senos t(Qualquer) t v (t) = 200 2 cos( t + ) 200 2 - t 360 = 2 rd0 300 200 2 200 2 cos(30) (= 244,95V) v(t) = 200 2 cos( t + ) 200 2 - t 360 = 2 rd0 200 2 244,95V 600 1500 2400 3300 4200 5100 - 76 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 0 (600) corresponderá a 2,78ms ; 1 (1500) corresponderá a:(2,78 + 4,17) = 6,95ms 2 (2400) corresponderá a: (6,95 + 4,17) = 11,12ms ; 3 (3300) corresponderá a: (11,12 + 4,17) = 15,29ms . . . . . . . assim por diante: 20) Dada a tensão al ternada: v(t ) = 2100 sen ( 314t + 450), pede-se: a) - Caracterizar totalmente a mesma, e expressa-la na forma fundamental; b) - Esboçar os gráficos de v(t) cotados em graus e em ms. SOLUÇÃO: lembrando que a expressão fundamental é dada por: )tcos(V2)t(v , e ainda que: senx = cos(x - 900) , teremos: )45t314cos(2100)t(v)9045t314cos(2100)t(v DONDE: a) Amplitude: V1412100 ; b) Valor eficaz: V = 100V ; c) Velocidade angular: = 314rd/s ; d) período: T = ms20s02,0 100 2 314 2 e) Freqüência: F = 2 100 2 314 = 50Hz ; e) fase inicial : = - 450 Para a const rução do gráfico cotado em graus, convém analisarmos o comportamento do vetor gi rante; teremos então: v(t) = 200 2 cos( t + ) 200 2 - t(ms) T = 16,67ms 200 2 244,95V 2,78 6,95 11,12 15,29 19,45 23,62 - 77 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 Obtemos facilmente todos os ângulos, determinando inicialmente 0 . De fato, observando que em 0 : t0 - 450 = 0 t0 = 450 0 = 450 . Teremos então que: 1 =1350 ; 2 =2250 ; 3 =3150 e assim por diante. . . . . Para a obtenção do gráfico cotado em ms, basta observarmos que 3600 correspondem a 20ms; teremos portanto : t = 0 cos senos t v (t) = 100 2 cos( t - ) 100 2 - t 360 = 2 rd0 - 45 0 100 2 .cos(-45 )0 t -45 0 t(Qualquer) 100 2 v(t) = 100 2 cos( t - ) 100 2 - t 360 0 100 2 450 135 0 225 0 3150 405 0 v(t) = 100 2 cos( t - ) 100 2 - t(ms) 20ms 100 2 2,5 7,5 12,5 17,5 22,5 - 78 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 3°) Sendo fornecido o gráfico abaixo da tensão al ternada v(t ), pede-se determinar a sua expressão fundamental: SOLUÇÃO: a) V200V 2 282V282V2 Note que sendo )tcos(V2)t(v , temos: )tcos(2200)t(v , Faltando-nos a determinação de e . a) Determinação de : Sabendo-se que em t = 0 v(t ) = 200V teremos: 2 2 2200 200)cos(200)cos(2200)0.cos(2200)t(v Donde: rd 4 45 2 2socra 0 Vamos associar a função fornecida com o vetor gi rante; pelo aspecto da mesma concluímos facilmente que: rd 4 450 ; Portanto temos até aqui: )45tcos(2200)t(v 0 v( t) 282V t(ms) 200V -282V 2,5 t = 0 cos senos v(t) 200 2 - 200 2 .cos( ) 200 2 t = 0 t(ms) 2,5 - 79 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 b) Determinação de : Visualizemos o comportamento do vetor gi rante num t qualquer ; observe que: Quando t = 2,5ms , teremos que: t + = 900 ; como é habitualmente conhecido em rd/s convém uti l izarmos a expressão acima em radianos; ou seja: s/rd300 10 10.3 10.5,2 1 4 3 42 10.5,2 24 t 3 3 3 Portanto finalizando: )45t.942(cos2200)4/t.300cos(2200)t(v 0 4°) Sendo fornecido o gráfico abaixo da tensão al ternada v(t ), pede-se determinar a sua expressão fundamental: SOLUÇÃO: a) Verificamos inicialmente que: V80V280V2 ; e ainda: b) T = (24 - 4) ms = 20ms T = 20.10 - 3s s/rd314 T 2 t = 0 cos senos v(t) 200 2 - 200 2 t(ms) 2,5 t + t(Qualquer) v(t ) 80 2 -80 2 t(ms) 4,0 14,0 24,0 - 80 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 Nestas condições teremos: )t314(soc280)t(v .Observando-se o movimento do vetor girante: veri fique que quando: t = 4ms tem-se que t ( Note que aqui deveremos forçosamente uti l izar radianos!), portanto, com = 314 =100 rd/s e: t = 4.10 - 3 s , obteremos: rd4,0 )10.4(100t 3 = 0,6rd ; considerando-se que; rd = 180° 0 ,6rd = 108° = 108° , portanto: )108t314(cos280)t(v 0 t = 0 cos senos v(t) 80 2 - 80 2 t (ms) 4,0 t + t(Qualquer) 14,0 14,0 - 81 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 CIRCEL - CAP VI - C. A. (EM DOMÍNIO COMPLEXO) 2- Associação das funções v(t), e i(t) a números complexos ou fasores representativos; parâmetros de rede uti l izados em circuitos elétricos; definição de impedância complexa; impedância dos parâmetros de rede: a) Associação das funções v(t), e i( t) a números complexos: Vimos anteriormente que a definição de uma tensão al ternada é dada pela expressão: )tcos(V2)t(v ; expressão esta também conhecida como expressão do valor instantâneo da tensão al ternada, ou simplesmente de valor instantâneo da tensão al ternada. De maneira análoga, e com as mesmas considerações válidas para a tensão, também teremos a corrente al ternada como sendo: )tcos(I2)t(i . Note entretanto que quando usávamos tensão ou corrente contínua, os resultados eram constantes numéricas, ao passo que ao uti l izarmos tensão ou corrente al ternada, estaremos l idando com funções variáveis no tempo ; veri fique então por exemplo, que a aplicação das leis de Kirchoff ou das próprias equações de Maxwell , em ci rcuitos onde a tensão ou a corrente são variáveis no tempo, torna-se extremamente trabalhosa. Observe-se também que em regime de tensão ou corrente al ternada, exist irão novos elementos não l ineares, onde não se aplica de forma direta a lei de Ohm. Nestas condições, com o objet ivo de tornar possível a solução matemática de circuitos elétricos em tensão ou corrente al ternada (ou em Regime Permanente Senoidal – R.P.S.) desenvolveu-se at ravés do cálculo (mais precisamente at ravés da Transformação de Laplace), um método de resolução pela ut i l ização de números complexos, onde verifica- se e demonstra-se, que todas as leis e conceitos válidos em tensão e corrente contínua, também valem para a tensão e a corrente al ternada, desde que devidamente uti l izados no domínio dos números complexos. Com estas considerações verifica-se e demonstra-se que existe uma correspondência biunívoca entre uma tensão ou uma corrente al ternada, e um número complexo da seguinte forma: a) sendo: )tcos(V2)t(v , teremos: V = V e sendo: V = V teremos: )tcos(V2)t(v b) sendo: )tcos(I2)t(i , teremos: I = I e sendo: I = I teremos: )tcos(I2)t(i - 82 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 Note então que a transformação é fei ta, definindo-se o módulo do número complexo, como sendo o valor eficaz da tensão ou do corrente, e ainda definindo-se a fase do número complexo, como sendo a fase da tensão ou do corrente. os números complexos V e I serão denominados de números complexos representat ivos, ou ainda de fasores representat ivos de v(t ) e de i(t) . b) Parâmetros de rede uti l izados em circuitos elétricos: Os parâmetros de rede mais uti l izados no nosso curso, serão definidos com as seguintes característ icas: 1) RESISTOR : Cuja característ ica principal , é a resistência elétrica, (medida em Ohms e simbolizada por “R”), e é assim denominado pela propriedade de oferecer resistência à passagem da corrente elét rica. Verifica-se e demonstra-se que neste componente, a tensão é di retamente proporcional à corrente ( Lei de Ohm), em qualquer circunstância; ou seja: Lei de Ohm: v ( t ) = R .i ( t ) 2) INDUTOR : Cuja característ ica principal , é a indutância elétrica, (medida em Henrys , e simbolizada por “L”), e é assim denominado, pela propriedade de induzir campo magnético. Veri fica-se e demonstra-se que neste componente, a tensão é proporcional à taxa de variação da corrente com o tempo, (Lei de Newmann), em qualquer circunstância; ou seja: Lei de Newmann: dt )t(diL)t(v 3) CAPACITOR : Cuja característ ica principal , é a capacitância elétrica, (medida em Farads, e simbolizada por “C”), e é assim denominado, pela propriedade de armazenamento de cargas elétricas. Veri fica-se e demonstra-se que neste componente, a corrente é proporcional à taxa de variação da tensão com o tempo (Lei de Faraday), em qualquer circunstância; ou seja: Lei de Faraday: dt )t(dvC)t(i i( t ) v( t) R v (t ) i(t ) L v(t ) i ( t ) C - 83 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 Note então que no indutor e no capacitor , a relação entre tensão e corrente, não é l inear, como no caso do res istor, mas di ferencial , não sendo então válida a lei de Ohm para estes dois componentes, aplicada diretamente no domínio do tempo. Para tornar possível o equacionamento matemático dos ci rcuitos elét ricos em regime de c.a. ut i l izaremos os conceitos de impedância complexa, como veremos a seguir. c) Definição de Impedância complexa : Imaginemos um determinado bipolo B qualquer num circuito elétrico, que num determinado instante esteja submetido a uma tensão al ternada da forma: )tcos(V2)t(v , e ainda percorrido por uma corrente al ternada da forma: )tcos(I2)t(i . Vimos que tanto a tensão v(t ), como a corrente i(t ) , possuem números complexos representat ivos; nestas condições mudando-se do domínio “t” , para o domínio dos números complexos teremos: Em “t”: Em domínio complexo: Apenas no domínio dos números complexos , defini remos como sendo impedância complexa do bipolo como sendo: I VZ A expressão acima será denominada de “lei de Ohm em corrente al ternada”, por analogia à expressão da lei de Ohm aplicada num resistor em c.c . ou seja: Em c.c. : Em C.A. (Domínio complexo) I V Z = . . .v(t) B i(t) MU DAN ÇA D E D OMÍN IO V . I . R = V I V I I V Z = . . . V . I . - 84 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMPEDÂNCIA: 1) Convém observar que a impedância é um número complexo , porquanto obtida a part i r do quociente entre dois números complexos: um representat ivo da tensão, e outro representat ivo da corrente; nestas condições , por ser a impedância um número complexo, a mesma não possui nenhum significado físico, OU SEJA: A Impedância só existe matemáticamente 2) Apesar de ser a impedância um número complexo sem nenhum significado fís ico, o módulo da mesma possui significado físico ; de fato, se analisarmos o seu módulo teremos: I VZ Notando que: V é o valor eficaz da tensão al ternada (cuja unidade é o Volt ), e que I é o valor eficaz da corrente al ternada ( cuja unidade é o Ampère), concluiremos que o módulo da impedância será dado em Ohms; de fato: Z Ampères Volts Ohms ( ) Poderemos basicamente entender então o módulo da impedância (também denominado de reatância), como sendo a di ficuldade oferecida à passagem da corrente al ternada 3) Note que a definição de impedância I VZ é definida de forma generalizada (não válida apenas para resistores, mas para qualquer bipolo) e ainda que qualquer que seja o bipolo em questão, o módulo da mesma é dado em Ohms ( ) . 4) NÃO EXISTE (NÃO TEM NENHUM SENTIDO) IMPEDÂNCIA NO DOMÍNIO “t” - 85 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 d) Impedância dos parâmetros de rede: Para a determinação das impedâncias dos parâmetros de rede mais usuais em ci rcuitos elétricos, convém inicialmente estudarmos o comportamento f ísico de cada um deles no domínio “t”, para posteriormente transformarmos os resultados obtidos para o domínio dos números complexos; teremos: 1) RESISTOR: Sabemos que neste bipolo, a tensão é diretamente proporcional à corrente ( Lei de Ohm), ou seja: ; Lei de Ohm: v ( t ) = R . i ( t ) Imaginemos então uma tensão da forma: )tcos(V2)t(v , aplicada no Resistor; teremos como conseqüência da Lei de Ohm, uma corrente dada por: )tcos( R V2 R )tcos(V2 R )t(v)t(i ut i l izando o conceito da transformação para números complexos, tanto para v(t) , como para i(t ) i remos obter: a) sendo: )tcos(V2)t(v , teremos: V = V b) sendo: )tcos( R V2)t(i , teremos: I = R V Portanto uti l izando o conceito geral de impedância no domínio complexo, defini remos para o resistor a impedância resist iva como sendo: 0 R R R 0R R V V I VZ i( t ) v( t) R - 86 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 Com estas considerações , daqui em diante, não uti l izaremos mais um resistor de valor R no domínio “t”, mas sim uma impedância resist iva de valor: R 0 no domínio complexo; ou seja: 2) INDUTOR:Sabemos que neste bipolo, a tensão é proporcional à taxa de variação da corrente com o tempo, (Lei de Newmann); ou seja: Lei de Newmann: dt )t(diL)t(v Imaginemos então uma corrente da forma: )tcos(I2)t(i aplicada no Indutor; teremos como conseqüência da Lei de Newmann uma tensão dada por: v(t) = )t(sen.L.I2)t(sen..I2.L dt )t(soIc2d L ou ainda: v(t) = )18090tcos(.L.I2)t(sen.L.I2 00 )90tcos(.L.I2)t(v 0 ut i l izando o conceito da transformação para números complexos, tanto para v(t) , como para i(t ) i remos obter: a) sendo: )90tcos(.L.I2)t(v 0 , teremos: V = IL + 900 b) sendo: )tcos(.I2)t(i , teremos: I = I R IR VR Z R . v (t)R i (t)R . . = VR . IR . = R 0 0 MUDANÇA DE DO MÍNIO v (t) i (t ) L - 87 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 Portanto uti l izando o conceito geral de impedância no domínio complexo, defini remos para o indutor a impedância indutiva como sendo: 0 0 L L L 90L I 90IL I VZ Com estas considerações , daqui em diante, não uti l izaremos mais um indutor de valor L no domínio “t”, mas sim uma impedância indutiva de valor: L 90o no domínio complexo; ou seja: 3) CAPACITOR:Sabemos que neste bipolo, a corrente é proporcional à taxa de variação da tensão como tempo, (Lei de Faraday) ; ou seja: Lei de Faraday: dt )t(vdC)t(i Imaginemos então uma tensão da forma: )tcos(V2)t(v , aplicada no capacitor; teremos como conseqüência da, Lei de Faraday uma corrente dada por: )t(sen.C.V2)t(sen..V2.C dt )t(soVc2d C)t(i ou ainda: )18090tcos(.C.V2)90tcos(.C.V2)t(i 00 )90tcos(.C.V2)t(i 0 ut i l izando o conceito da transformação para números complexos, tanto para v(t) , como para i(t ) i remos obter: L i (t )L v (t)L + I L VL Z L . . . = VL . IL . = L 90 0 MUDANÇA DE DOMÍ NIO MUDANÇA DE DOMÍ NIO v(t) i( t ) C - 88 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 a) sendo: )tcos(.V.2)t(v , teremos: V = V b) sendo: )90t(cosCV2)t(i , teremos: I = VC + 90 Portanto uti l izando o conceito geral de impedância no domínio complexo, defini remos para o capacitor a impedância capacit iva como sendo: 90CV V I VZ C C C = 090 C 1 Com estas considerações , daqui em diante, não uti l izaremos mais um capacitor de valor C no domínio “t”, mas sim uma impedância capacit iva de valor: 090 C 1 no domínio complexo; ou seja: Cv (t)C i (t )C I C VC Z C . . . = VC . IC . -900= 1C MUDANÇA DE DOMÍN IO MUDANÇA DE DOMÍN IO - 89 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 RESUMO BÁSICO: 1) TRANSFORMAÇÃO DE TENSÃO E CORRENTE ALTERNADA: a) se: )tcos(V2)t(v VV b) se: )tcos(I2)t(i II 2) TRANSFORMAÇÃO DE PARÂMETROS DE REDE: NOTA FINAL: TOD AS AS L EIS E CONCEITOS VISTOS EM C.C. SÃO VÁLIDO S EM C.A. DESDE QU E UTIL IZADOS NO DOM ÍNIO DO S NÚM EROS COMPL EXO S. EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO: R IR VR Z R L i (t )L v (t)L . v ( t)R i (t )R . . C + v (t)C i ( t)C IC VC Z C . . . IL VL Z L . . . = VR . IR . = R 0 0 = VL . IL . = L 90 0 = VC . IC . -90 0= 1 C MUDANÇA DE DOMÍ NIO MUDANÇA DE DOMÍ NIO MUDANÇA DE DOMÍ NIO MUDANÇA DE DOMÍ NIO MUDANÇA DE DOMÍ NIO MUDANÇA DE DOMÍ NIO a) Resis to r / Impedância Resis tiva b ) In dutor / Imped ânc ia Indut iva c ) Capacito r / Impedância Capacitiva - 90 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 1°) Para o ci rcuito abaixo pede-se determinar: a) O equivalente “ci rcuito complexo”; b) O Valor eficaz da corrente ig(t) ; c) O Valor instantâneo da corrente ig(t) , bem como o seu gráfico cotado no tempo. SOLUÇÃO :Vamos inicialmente ”ver” o circuito sob a “ótica complexa” ou seja: Vamos então proceder as devidas transformações; ou seja: a) 0g 000 g 3080V)30t500cos(280)90120t500cos(2 2 137,113)t(v 80 b) º0RZR no nosso circuito: º02ZR c) º90 C 1ZC no nosso ci rcuito: 0 61C 908º9010250500 1Z E ainda: 0 33C 0 62C 902º9010500 1Z;904º90 10500500 1Z d) º90LZL no ci rcuito: 03 2L1L 904º9010.8500ZZ + - Vg . Ig . ZC1 . Z . C2 Z . L2 Z. L1Z . L 3 Z . RZ . C3 + - v (t) =g 113,137sen(500t + 120 )0 8mH 16m H 8mH 500 F 2i (t)g 250 F 1mF - 91 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 E ainda: 033L 908º9010.16500Z Portanto, o equivalente “circuito complexo” com algumas “mexidas” fica da forma: (Solução do Item a)) Solução do i tem b): , vamos proceder à solução do circuito por técnicas de associação série- paralelo, Note que seccionamos o circuito por trechos de impedância equivalentes: j42Z1 j48 2 j816 )j42(j4 )j42(.j4Z//j4Z 12 j88j48j4Zj4Z 23 j88Z j88 1 j88 1 j8 1 j8 1 Z 1Z//j8//j8Z 4 4 34 A Impedância equivalente vista pelo gerador será: j68j88j2Ze Ou ainda: 0e 87,3610j68Z ; Portanto: 0 0 0 87,68 87,3610 3080Ig Teremos portanto: a) FASOR REPRESENTATIVO DE ig(t ) : 8 -6,870 (SEM UNIDADE!) + - 80 300 2 -900 8 -900 4 -9004 9008 900 4 900 2 00 = - 2j = - 4j = 4j = 4j= 8j = - 8j = 2 Ig . Z . 2 Z . 1Z . 4 Z . 3 - 92 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 b) VALOR EFICAZ DE ig(t) : 8A c) VALOR INSTANTÂNEO DE i g(t) : )87,6t500cos(28)t(i 0g (A) A construção do gráfico fornece com : ms57,12 500 2T2T 2°) Para o ci rcuito a seguir pede-se determinar: a) O equivalente “ci rcuito complexo”; b) O valor de todas as tensões e correntes “complexas” c) Executar as veri ficações possíveis(leis de Kirchoff) de forma analí t ica e gráfica. SOLUÇÃO : a) )30t500cos(2150)90120t500cos(2 2 13,212)t(vg 30150Vg b) 16016ZZ 2R1R ; 5,205,2Z 3R t = 0 cos senos t i (t) = 8 2 cos( t - ) 8 2 - t(Graus) -6, 9 0 80 2 .cos(-6,87 )0 t-6 , 90 t(Qualquer) 8 2 6,870 96,870 276,870 186,870 366,870 0,24 3,38 6,52 9,67 12,81 t (ms) + - 2 12,13sen(500t + 120 )0 L = 16mH2 L = 40mH1 C = 250 F1 C =100 F2 R = 161 R = 162 R = 2,53 - 93 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 c) 9010.40500Z 31L j209020Z 1L ; 9010.16500Z 32L j8908Z 2L ; d) 90 10.250500 1Z 61C j8908Z 1C ; 90 10.100500 1Z 62C j209020Z 2C Feitas as devidas transformações, teremos para o “circuito complexo”: Portanto começando a resolver o ci rcuito: Note então que temos agora uma associação em paralelo: 5,12 32 144256 j1216j1216 )j1216()j1216(ZP Portanto teremos no circuito: + - Z . R1 Z . C2 Z . L 1 Vg . 16 00 = 16= 20 900 = 20j = 20 -900 = - 20j= Z . R3 2,5 00 = 2,5 = 8 -900Z . C1 = = - 8J Z . R2 16 00 = 16 = 150 300= Z . L2 8 900 = 8j= + - 16 +12j = 16 -12j = 20 36,870 150 300 2,5 00 = 2,5 20 -36,87 0 - 94 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 Começando o “Caminho de Volta” teremos: Observando-se a associação em paralelo de : 20 36,870 com 20 -36, 870 : Finalmente considerando-se as associações em série nos dois lados do ci rcuito teremos: + - 150 300 2,5 00 = 2,5 12,5 00 = 12 ,5+ - 150 300 15 0 0 = 15 10 300 12,5 00 = 12,5 10 300 + - 150 300 2,5 00 10 300 25 300 125 300 = 12,5+ - + - 150 300 15 0 0 = 15 10 300 + - 20 36,870 150 300 2,5 00 20 -36,87 0 10 300 25 300 6,25 66,870 125 300125 300 6,25 - 6,87 0 16 00 20 900 20 -900 8 -900 16 00 8 900 + - 150 300 2,5 00 10 300 25 300 6,25 - 6,87 0 6,25 - 6,870 6,25 - 6,870 6,25 66,870 6,25 66,870 6,25 66,870 125 83,13 0 100 66,87 0 125 -23,13 0 50 156,87050 -96,87 0 100 - 6,870 - 95 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 VERIFICAÇÕES POSSÍVEIS : a) VERIFICAÇÕES ANALÍTICAS: Obs: Notar que devido às aproximações numéricas efetuadas, os resultados das veri ficações analí t icas poderão apresentar l igeiras diferenças; na prática diferenças da ordem de até 1% (dos valores das grandezas envolvidas) são aceitáveis. Teremos então: 1) Verif icação das correntes : (Aplicação da Lei de Kirchoff no Nó) 301000,5j66,887,6625,687,625,6 75,5j46,275,0j21,6 2) Verif icação das Tensões : (Aplicação da Lei de Kirchoff nas malhas) a) Malha Esquerda: 3015075j9,129302587,610013,8312587,9650 5,12j65,2196,11j28,991,124j95,1464,49j98,5 b) Malha Direi ta: 3015075j9,129302513,2312587,6610087,15650 5,12j65,211,49j95,11496,91j28,3964,19j98,45 VERIFICAÇÕES VETORIAIS : Note que números complexos não são vetores mas sim Fasores; em termos de soma e subtração entretanto possuem propriedades vetoriais. A veri ficação vetorial (também denominada de veri ficação pelo diagrama de Fresnell) , consiste na aplicação das leis de Kirchoff na forma vetorial , ou fasorial . Comecemos então pelas correntes no nó: Im Re i i -6,9 0 66,9 0 6,25 - 6,9 0 6, 25 66 ,9 0 10 30 0 300 - 96 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 Note então que respeitadas as devidas proporções, veri ficamos acima que a soma vetorial de : 6,25 -6 ,90 com 6,25 66,90 resulta em: 10 300 Vamos então proceder a verificação vetorial por exemplo da malha direi ta ; Observe que a para a verificação vetorial de: 50 156,90 + 100 66,90 + 125 -23,10 + 25 300 Convém uti l izarmos a SOMA POLIGONAL de vetores; ou seja: Im i 156,9030 0 50 25 66,9 0 -23,10 10 0 125 Re = 150. 300 Re - 97 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 EXERCICIOS PROPOSTOS: 1) Para os circuitos abaixo, pede-se a determinação do valor instantâneo da corrente ig(t) 2) Para os circuitos a seguir , pede-se a determinação do valor instantâneo da tensão vAB (t) + + - - 212,13sen(500t + 120 )0 141,42sen(500t + 120 )0 32mH 2mH 8mH 58mH 10mH 400 F 1mF 500 F 50 F32 3 3 5 32 i ( t)g i (t)g a) b) v 8 iv+ - 8 24 2 cos(500t ) 250 F 8 16mHb ) e1 e2 B A iv (t)AB 16mH250 F 8 B A iv(t) .v(t) + - 56,57.cos(500t ) 1 4 iv (t)AB a) 8 - 98 - CIRCUITOS ELÉT RICOS 1; PROF MASSIMO ARGENTO ED.2017 3)Para os circuitos a seguir, considerando-os como já devidamente t ransformados para o domínio complexo, pede-se a determinação do valor instantâneo da tensão vAB (t ) 4) Para o ci rcuito abaixo pede-se a determinação do valor ins tantâneo da tensão vAB(t ) IVx + - 2 200 00 8 900Vx 1 00 8 00 8 00 IVx + - 3 120 00 4 -900Vx 1 00 6 00 6 00 A B A B a) b) VAB VAB IVx + - 12 00 2.Vx 3 00 2 900 A B c) VAB 6 -90 0 8 00 B A 28,2sen(400t ) + - 2.i( t) 14,1cos(400t ) i( t) + - 5mH500 F 3
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