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* * * * * * DIABETES MELLITUS Definição É uma síndrome de etiologia múltipla , decorrente da deficiência na secreção de insulina e/ ou resistência periférica a ação da insulina sendo caracterizado por hiperglicemia crônica associado a distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. * * * PREVALÊNCIA DO DIABETES Varia de 5 a 10% da população nos diversos países. No Brasil estima-se que haja 5 milhões de diabéticos ( 7,6%), dos quais metade desconhece a doença. A prevalência mundial do diabetes tipo 2 tem tido um crescimento em proporções epidêmicas, relacionado a “epidemia” de obesidade nos últimos 20 anos , do envelhecimento da população e do prolongamento das vidas dos diabéticos * * * DIABETES MELLITUS Alto número de pessoas afetadas Associa-se a complicações crônicas ( microangiopatia, macroangiopatia e neuropatia periférica) levando a incapacitações e mortalidade prematura Altos custos com o tratamento da doença e de sua complicações. Problema de saúde pública: * * * CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES Associação Americana de Diabetes ( ADA) - 1997 Baseia-se na etiologia do diabetes mellitus , e não na sua forma de tratamento. Foi criado a da terminologia Diabetes idiopático Inclui quatro classes clínicas : Diabetes tipo1 Diabetes tipo 2 Outros tipos específicos de diabetes Diabetes gestacional * * * DIABETES TIPO 1 Responde por 10 a 20 % dos casos de diabetes É caracterizado por deficiência absoluta da produção de insulina, decorrente na maioria dos casos, da destruição auto- imune das células Predomina em crianças, adolescentes e adultos jovens Tendência a cetose Necessita obrigatoriamente de insulina como tratamento * * * ETIOLOGIA DO DIABETES TIPO 1 AUTO-IMUNE: Forma rápida: crianças e adolescentes Forma lenta : adultos / ( LADA = Latent Autoimmune Diabetes Melitus in Adults ) IDIOPÁTICA * * * ETIOPATOGENIA DO DM TIPO 1 Antígenos – DR3,DR4,DQB10302/DQB10201 Proteção - HLA DQ B1 0602 Cromossomos 6p21 (Classe I ): 40% Cromossomos 11p15 (Classe II): gene da insulina ( 10%) * * * SINDROMES POLIGLANDULARES AUTO-IMUNES * * * DIABETES TIPO 1 LADA - Latent Autoimune Diabetes in Adults Falência lenta e progressiva das células Fenótipo inicial semelhante ao DM2 ( 5-20% pac. inicialmente diagnosticados como DM2 ) Auto - anticorpos (+), especialmente o anti – GAD Progressão geralmente em 3 anos ( Ate 12 anos) * * * QUADRO CLÍNICO Forma rápida Poliúria Polidipsia Polifagia Fraqueza Desidratação DIABETES TIPO 1: Náuseas, vômitos, irritação, sonolência e dor abdominal: Suspeita de cetoacidose * * * QUADRO CLÍNICO Forma lenta Quadro clínico insidioso: ( DM tipo 2/ LADA = Latent Autoimmune Diabetes Mellitus in Adults) Secreção residual de insulina Sintomas inespecíficos: Tonturas, astenia, câimbras vulvovaginite de repetição, disfunção erétil e outros. No diabetes tipo 2 , 50% dos pacientes desconhece ter a doença. * * * NOVOS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ( ADA ) Glicemia de jejum 126 mg/dl ou Glicemia ao acaso 200 mg/dl, com sintomas clássicos ou Valor de 2h da glicemia 200 mg/dl durante um teste oral de tolerância a glicose (TOTG) * * * CATEGORIAS DE TOLERANCIA À GLICOSE * * * OUTROS EXAMES HEMOGLOBINA GLICOSILADA ( HbA1c) e FRUTOSAMINA Sua maior utilidade está na avaliação do controle glicemico nos últimos dois a três meses e dez a quinze dias respectivamente GLICOSÚRIA DOSAGEM DO PEPTÍDEO C ANTICORPOS CONTRA CÉLULA Antiilhotas ( ICA); Antiinsulina (IAA) e contra descarboxilase do ácido glutâmico ( ANTI-GAD) * * * TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS Educação Mudança no estilo de vida: Suspensão do fumo Aumento da atividade física Dieta Tratamento medicamentoso * * * TRATAMENTO DO DM TIPO 1 :INSULINOTERAPIA Considerações sobre a insulina Quanto a origem, são classificadas em : Animais: Bovina, suína e mista Humanas: Semi- sintética e por técnica de engenharia genética ( DNA recombinante) Análogos Pureza : < 50 ppm, < 10 ppm e < 1 ppm Tempo de ação : Ultra- rápida, rápida, intermediária, lenta e ultra- lenta Local de aplicação : Via subcutânea, endovenosa , muscular e vias alternativas. * * * Insulinoterapia VIAS DE ADMINISTRAÇÃO · As insulinas de depósito ( NPH, LENTA E ULTRA – LENTA) somente podem ser administradas por via subcutânea ( SC) · A insulina regular pode ser administrada por via subcutânea ( SC), intramuscular (IM) ou endovenosa ( EV) e através da BOMBA DE INSULINA * * * Insulinoterapia · Quando a insulina é aplicada por via subcutânea existem peculariedades que podem alterar a sua biodisponibilidade: 1. LOCAL DA INJEÇÃO: A velocidade de absorção varia com o local da injeção na seguinte ordem decrescente: abdômen região deltóide coxa nádega. 2. Velocidade de absorção: Acelerada com o aumento do fluxo sangüíneo no local de aplicação. 3. Profundidade da injeção: A insulina injetada abaixo da pele tem absorção + rápida que na gordura subcutânea. * * * INSULINA HUMANA Obtido por tecnologia DNA recombinante ou por modificação da insulina porcina Absorção mais rápida em relação a bovina ou suína Duração de ação algo menor A passagem da insulina animal para humana não melhorou significativamente o controle metabólico * * * ANÁLOGOS DA INSULINA São moléculas que diferem da insulina humana na seqüência de aminoácidos INSULINA LISPRO: ( HUMALOG/1996) Inversão na seqüência de aminoácidos prolina e lisina nas posições 28 e 29 da cadeias beta Início e pico de ação mais rápidos com duração mais curta. hipoglicemia e melhora da HPP. * * * * * * PERFIL MÉDIO DE AÇÃO DAS INSULINAS HUMANAS E ANIMAIS * Adaptado de: Medical management of type 1 diabetes – 3rd edition - 1998 - American Diabetes Association Análogos de insulina O perfil médio de ação das diversas insulinas é apresentado nesta tabela. * * * * * * Farmacodinâmica das insulinas * * * REGIMES INSULÍNICOS Dose inicial Inicial: insulina NPH/ – 0,2 – 0,5 ui/kg/dia Puberdade: até 1,5 ui/kg/dia Período de lua de mel: < 5ui/kg/dia * * * Terapia insulínica - DM 1 ATUAL - Tratamento convencional - Basal – Bolus - Múltiplas picadas - Bomba de infusão de insulina FUTURO Implante ( Pâncreas artificial ) Transplante ( Pâncreas , ilhotas e células tronco ) * * * DCCT Tratamento convencional (1 ou 2 aplicações diárias) X Tratamento intensivo ( Múltiplas picadas ou bomba ) * * * ESQUEMAS DE INSULINOTERAPIA Aplicação única diária – NPH Duas aplicações diárias – (2/3 manhã + 1/3 a noite) Manhã: 2/3 dose total – ( 2/3 NPH+ 1/3 R) Noite : 1/3 dose total – ( 1/2 NPH + ½ R) Insulinoterapia Convencional * * * INSULINOTERAPIA INTENSIVA Três injeções ao dia : Dose manhã: ( 2/3 total) – 2/3 N + 1/3 R Dose noturna ( 1/3 total) – ½ R antes jantar e ½ R antes ceia Múltiplas doses Três injeções de insulina R ou lispro (Antes das refeições = 50 à 75 % dose ) + duas doses de insulina UL ou NPH antes café e jantar ( 25 a 50 % dose total ) Bomba de infusão contínua (40 % ritmo basal + 60 % pré prandiais) * * * Esquema convencional * * * INSULINOTERAPIA INTENSIVA Glargina + Análogos ( I Ultra – Rápida ) * * * INSULINOTERAPIA INTENSIVA RESULTADOS DO DCCT * * * Diabetes Control and Complication Trial – DCCT Insulinoterapia intensiva * * * Importância do controle intensivo da glicemia DCCT – Regime intensivo X Convencional 76 % Risco de retinopatia 54% Progressão da retinopatia 47% de retinopatia proliferativa 54% de macroproteinuria 60% de neuropatia DCCT N Engl. J. Med 329 977-986, 1993 * * * REGIME REAL X REGIME IDEAL Leva em consideração a idade, nível sócio-econômico , grau de conhecimento sobre a doença , nível intelectual e disponibilidade emocional. Regime Ideal Regime Real Perfil insulinemico próximo ao normal, com secreção basal de insulina contínua, associado a picos de insulina após alimentação * * * INSULINOTERAPIA INTENSIVA Contra-indicações Antecedentes de doença arterial coronariana ou cérebro vascular História de eventos hipoglicemicos graves recorrentes ou hipoglicemia protraída Presença de complicações crônicas já instaladas e avançadas * * * Tratamento intensivo no DM tipo 1 Risco de doença cardiovascular em 42% Risco de IAM fatal, AVC e morte por DCV em 57 %. * * * Efeitos colaterais da terapia insulínica intensiva Hipoglicemia Ganho ponderal Aumento no custo do tratamento * * * COMO ATINGIR A META DE CONTROLE GLICÊMICO COM MENOR RISCO DE HIPOGLICEMIA ? * * * Terapia Fisiológica com insulina Esquema Basal x Bolus Mimetiza a secreção fisiológica de insulina Basal - 50 % da dose total de insulina Bolus prandial – 10a 20% da dose total diária de insulina em cada refeição Maior flexibilidade em relação ao horário das refeições Melhor qualidade de vida * * * Farmacodinâmica das insulinas * * * Insulinização Basal x Bolus INSULINA BASAL Glargina em 1 administração diária Levemir em 2 administrações diárias NPH dividida em 3 doses INSULINA PRANDIAL Aspart ou Lispro Aspart ou lispro Aspart ou Lispro * * * Limitações da insulina regular Inicio de ação lento – 30 a 60 minutos após a aplicação Horário da alimentação pouco flexível – Risco de hipoglicemia com o atraso da alimentação Controle insuficiente da glicemia pós prandial – Pico de ação 2 a 4 horas Risco de hipoglicemia pós prandial tardia – Duração de 5 a 8 horas * * * Análogos de insulina Ultra – Rápida Lispro - Aspart Conveniente administração imediatamente antes das refeições Rápido inicio da ação Limita picos hiperglicemicos pós prandiais Menor variabilidade na absorção Curta duração - reduz a hipoglicemia pós prandial tardia - Reduz hipoglicemia noturna * * * INSULINA LISPRO X REGULAR * * * Insulina NPH X Glargina * * * Bombas de infusão de insulina Utilização somente de insulina ultra - rápida, que tem absorção mais segura e eficiente do que a insulina NPH e lenta. Infusão mais fisiológica de insulina Menos hipoglicemia Menor requerimento de insulina Possibilidade de programar varias doses basais Flexibilidade de horários e rotinas * * * Individualização de tratamento Insulina prandial no DM1 Contagem de carboidratos Uma unidade de insulina rápida ou ultra – rápida cobre 5 – 25 gramas de carboidratos - Regra dos 500 – - Pontapé inicial – Começar com 1 u para 15 g em adultos e 1u para 20 g em crianças * * * Ajuste da dose da insulina prandial no DM1 Individualização do tratamento Uma unidade de insulina rápida reduz – 50 mg da glicose Regra dos 1800 ou 1700 Correção de hiperglicemia ( limite superior do alvo glicemico) Em geral inicia –se Crianças – 0,5 unidades p cada 50 mg dl Púberes e adultos – 1 unidade p cada 50 mg dl * * * CAUSAS DE HIPERGLICEMIA MATINAL 1) EFEITO SOMOGI: Consiste na hiperglicemia de rebote , conseqüente a liberação de hormônios contra – reguladores ( catecolaminas, glucagon,cortisol e GH), em resposta a hipoglicemia no meio da madrugada. O tratamento consiste em diminuir a dose da insulina NPH aplicada a noite, ou fornecer mais alimentos a noite. 2) QUEDA DOS NÍVEIS CIRCULANTES DE INSULINA : Tem como tratamento um aumento na dose da insulina NPH noturna ou apenas trocar o horário de aplicação , de antes do jantar para antes da ceia. 3) FENOMENO DO ALVORECER: (DAWN PHENOMENON) : Caracteriza-se por uma redução da sensibilidade tissular à insulina , entre 5 e 8 horas da manhã. Tem como tratamento a administração da dose da NPH antes da ceia. * * * SOMOGI X FENÔMENO DO ALVORECER DOSAR GLICEMIA ÀS 22,3 7H * * * Complicações do tratamento Hipoglicemia Lipodistrofia ( hipo ou hipertrofia) Edema insulínico Alergia insulínica Indução de anticorpos Evitar correções muito rápidas da glicemia em pacientes muito mal controlados . Risco de piora da retino e neuropatia. * * * NOVAS PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS PARA O DIABETES TIPO 1 Novos Análogos de Insulina: já em uso Insulina Glargina ( HOE – 901 ) – Análogo de insulina de longa duração Insulina Aspart ( Ultra – rápida) _ Insulina Apidra ( Ultra – rápida) Insulina humana inalada – Exubera ( retirado) Insulina oral Transplante de ilhotas Pâncreas artificial implantável Terapia gênica * * * CONTROLE AMBULATORIAL Glicemia de jejum Glicemias pós prandiais Hemoglobina glicada Perfil metabólico ( Perfil lipídico, uréia, creatinina) Pressão arterial Inspeção dos membros inferiores Avaliação do peso ( IMC) * * * * * * DIABETES E MORBIDADE Primeira causa de cegueira adquirida Primeira causa de ingresso a programas de diálise no Primeiro Mundo e entre as 3 causas mais freqüentes na América Latina Importante determinante de amputações de membros inferiores Entre os principais fatores de risco cardiovascular Estas são algumas das principais complicações crônicas do DM que comprometem gravemente a qualidade de vida. * * * PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES EXAME OFTALMOLÓGICO Diabetes tipo 1: O rastreamento para doença ocular inicia-se com 3 a 5 anos do diagnóstico Diabetes tipo 2: O rastreamento deve ser iniciado no momento do diagnóstico. MICROALBUMINÚRIA Deve iniciar-se com 5 anos do diagnóstico para o diabetes tipo 1 e no momento do diagnóstico para o diabetes tipo 2. INSPEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES * * * CONCLUSÕES Apesar dos avanços na terapêutica do diabetes, o controle glicemico e a prevenção das complicações crônicas ainda não são satisfatórios. O controle estrito da glicemia jejum, hemoglobina glicada e da hiperglicemia pós- prandial são fundamentais na prevenção das complicações crônicas microvasculares. No futuro próximo, a terapia gênica e a biologia molecular representarão uma nova arma como arsenal terapêutico. Dra. Esther Cytrynbaum Young
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