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Contestação Trabalhista


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EXCELENTÍSSIMO SR. (A) DR. (A) JUIZ (A) DA 1ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS, ESTADO DE SANTA CATARINA. 
Processo nº 0010101-20.2017.512.0001
RECLAMADA: LOJAS MENSA LTDA
RECLAMANTE: JONAS FAGUNDES
LOJAS MENSA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 15.155.000/0001-00, estabelecida na Alameda das Flores, nº 30, Lagoa da Conceição, na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, CEP ..., endereço eletrônico ...,por intermédio de seu (sua) advogado (a) e bastante procurador (a), conforme procuração juntada em anexo, com escritório profissional situado à Rua ..., número ..., Bairro ..., na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, onde recebe notificações e intimações, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar a CONTESTAÇÃO dos autos da Reclamatória Trabalhista movida por JONAS FAGUNDES, brasileiro, solteiro, montador de móveis, portador da cédula de identidade RG nº..., CPF 123.456.789-00, CTPS nº..., série..., residente e domiciliado à Avenida das Acácias, nº 100, Bairro União, na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, CEP 88.010-030, endereço eletrônico ..., pelas razões de fato e de direito seguem:
I-DOS FATOS
O reclamante afirma que foi contratado para realizar a montagem de móveis comercializados pela reclamada na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, afirma o reclamante que não houve a assinatura de sua CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social) por parte da reclamada, mas que foi celebrado contrato de trabalho onde constava que o reclamante deveria montar móveis nos locais indicados pela reclamada, ou seja, nas residências de seus clientes.
 No referido contrato celebrado entre o reclamante e a reclamada ficou estipulado uma remuneração de R$ 20,00 (vinte reais) por cliente visitado, com o desempenho do reclamado, percebia mensalmente a importância de cerca de 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais), o reclamante afirma que não foi ofertada a oportunidade de negociar o valor pago por visita, sendo este valor estipulado unilateralmente por parte da reclamada.
O reclamante afirma que sua jornada de trabalho se dava de segunda-feira a sábado das 08h00 até 20h00, afirma ainda que sempre tinha que ligar para o Sr. Manoel Silva, gerente da empresa reclamada, avisando o término da prestação dos serviços e que este constantemente ligava para o reclamante mudando seu roteiro pré-determinado de visitas aos clientes sob a alegação de que havia alguma montagem urgente, afirma o reclamante que costumava almoçar em aproximadamente uma hora.
 Informa o reclamante que tinha que comparecer diariamente a sede da Lojas Mensa Ltda, e que não podia indicar outra pessoa para realizar as montagens e que caso faltasse era penalizado.
 Para realizar a visita aos clientes da reclamada, o reclamante usava sua motocicleta particular, sendo que para tanto foi firmado contrato de aluguel do veículo em questão pelo valor mensal de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais), estando já inclusos neste valor das dispensas com combustível e manutenção do veículo.
 Afirma o reclamante que o contrato de trabalho vigeu entre o período de 01 de agosto de 2016 e 31 de janeiro de 2017, data esta última em que a reclamada sob o argumento de crise financeira rescindiu o contrato deixando de pagar ao reclamado, multa, aviso prévio, férias, 13º salário, recebendo o reclamante apenas o valor referente aos serviços prestados no mês por seu trabalho; afirma também que na mesma data foi rescindido o contrato de locação do veículo na prestação de serviços.
Aduz que, além dele, a empresa tinha outros 04 (quatro) funcionários, que tinham o devido registro da CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social).
II-CONTESTAÇÃO
DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO
		1) A reclamada afirma que Jonas Fagundes não precisava comparecer nas Lojas Mensa Ltda todos os dias, podendo enviar um colega para a montagem dos móveis na casa dos clientes;
		2) Que o valor de R$ 20,00 (vinte reais) por cliente visitado foi imposto pelo trabalhador;
		3) Que ele poderia recusar visitar um cliente, o que ocorreria sobretudo quando ele estava em local distante;
		4) Que não havia ninguém das Lojas Mensa Ltda, fiscalizando seu trabalho;
		5) Que no período em que pleiteia o vínculo empregatício também realizava os mesmos serviços para uma loja concorrente.
		Sendo assim as partes não cumprem os requisitos para se obter um vínculo empregatício conforme consta nos artigos 2º e 3º da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
DA MULTA DO ART. 477, § 8º DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO 
Se as partes não cumprem os requisitos do vinculo empregatício, não há em se falar de multa, porque essa previsão legal diz respeito a mora no pagamento das verbas rescisórias, atraso este que não existe no caso sob exame, haja vista a inexistência de vinculo de emprego.
DAS HORAS EXTRAS
Não é devido o pagamento de horas extras ao reclamante, conforme previsto no artigo 62, inciso I da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho):
“Artigo 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: 
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados.”
		Além do mais se estima que o reclamante trabalhasse 6 (seis) horas por dia devido ao volume de cliente das Lojas Mensa Ltda.
DO CONTRATO DE ALUGUEL DA MOTOCICLETA
Urge esclarecer a este Culto Juízo, que o Reclamante alugava seu veículo particular para a empresa, uma vez que exerciam trabalho externo em seu próprio carro. 
Assim, pela locação do veículo do reclamante, carro este que o mesmo utilizava em seu trabalho e lazer, a empresa pagou o valor de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) por mês, pela efetiva utilização em serviço (Vide Contrato e Recibos em anexo). 
Assim, por questão de lógica jurídica, esta verba tinha como contraprestação a locação civil de bem móvel (veículo) - Instituto de Direito Civil - que o reclamante além de utilizar para seu próprio uso, utilizava para a prestação laboral.
Igualmente, também por obviedade, a parcela tem por escopo indenizar o empregado por despesas que o mesmo possui utilizando seu veículo para trabalhar, tais como combustíveis, lubrificantes, desgaste de peças, depreciação, etc. Assim, procura-se com esta parcela ressarcir tais despesas, não podendo se encaixar no artigo 457, inciso 2°, da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)
 DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
Não condiz com a verdade a afirmação de que o reclamante exercia atividades em situação de risco. 
	Como pode ser comprovada pericialmente a atividade do reclamante não tinha perigo algum, haja vista que ele era montador de móveis e muitas das vezes suas visitas aos clientes eram feitas a pé, não se enquadrando então no artigo 194, inciso 4°, da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
III- DOS PEDIDOS
1) - Isto posto, requer a Vossa Excelência o recebimento da presente Contestação, bem como sua apreciação para acolher a preliminar, bem como julgar Improcedente a presente demanda, com extinção do feito com resolução de mérito, condenando o Reclamante ao pagamento das custas processuais;
2) - Protesta por todos os meios de prova em direito admitido, em especial depoimento pessoal do Reclamante e testemunhal.
Nestes Termos, pede deferimento.
Florianópolis/SC, 26 de setembro de 2017.
Assinatura do advogado
Número de inscrição da OAB