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Monografia Aposentadoria Rural

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CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ALBINO
CURSO DE DIREITO
LAISA GONÇALVES HERNANDES
APOSENTADORIA RURAL E O SEU CARÁTER ASSISTENCIAL
CATANDUVA-SP
2019
LAISA GONÇALVES HERNANDES
APOSENTADORIA RURAL E O SEU CARÁTER ASSISTENCIAL
CATANDUVA-SP
2019
LAISA GONÇALVES HERNANDES
APOSENTADORIA RURAL E O SEU CARÁTER ASSISTENCIAL. –CATANDUVA-SP, 2019 -
Orientador: Marcos Oliveira de Melo
Monografia –CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ALBINO, CATANDUVA-SP.
Curso de Direito, 2019.
APOSENTADORIA RURAL E O SEU CARÁTER ASSISTENCIAL
_____________________________
Nome do Orientador
Orientador
_____________________________
Professor
Convidado 1
_____________________________
Professor
Convidado 2
CATANDUVA-SP
2019
Dedicatória
Agradecimentos
Epigrafe
RESUMO
Compreende-se que a Previdência Social constitui um dos alicerces do Estado Democrático de Direito visto que possibilita o bem comum a partir do bem-estar de grupos sociais que já realizaram a sua contribuição à sociedade e, na velhice ou em situações de debilidade, demandam a contrapartida do Estado. O Princípio da Contributividade é a base da Previdência Social, de modo que é papel da ciência jurídica analisar as possíveis implicações e dinâmicas desse princípio com o cenário fático da Previdência no Brasil. Nesse viés, o presente trabalho analisa a hipótese de enquadramento da aposentadoria por idade rural ao escopo da Assistência Social – implicando diferenciações legislativas e orçamentárias se comparada a aposentadoria relegada ao trabalhador urbano. Pretende-se verificar a obediência da aposentadoria rural, aos requisitos e princípios da Previdência Social e analisar se a sua posição representa igualdade com os trabalhadores urbanos. Em suma, visa-se estudar a aposentadoria por idade rural a fim de identificar a sua aproximação com o quadro da assistência social do Estado, ainda que se trate de um benefício previdenciário. Nesse sentido, delimita-se as diferenças entre a Previdência Social e a Assistência Social esmiuçando o histórico de cada uma dessas práticas no cenário público brasileiro, bem como os princípios que as embasam. A partir das investigações realizadas em artigos, periódicos e livros – principalmente no banco de informações da Scielo (Scientific Electronic Library Online), Capes e BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações) – destaca-se que a aposentadoria rural detém peculiaridades que diferem a sua concessão daquela ofertada aos trabalhadores urbanos. A concessão da aposentadoria ao trabalhador urbano está condicionada aos Princípios da Contributividade e da Igualdade entre os segurados, todavia, na aposentadoria rural o trabalhador não é obrigado a contribuir, visto o seu enquadramento como segurado especial, condicionado apenas a comprovação de atuação laborativa na área rural (art. 39, I Lei nº 8.213/91). O resultado é que a aposentadoria por idade rural aproxima-se de um benefício de natureza assistencial e não previdenciário.
Palavras-chaves: Aposentadoria Rural. Previdência Social. Assistência Social. Direito Previdenciário. 
ABSTRACT
It is understood that Social Security is one of the foundations of the Democratic State of Law since it enables the common good from the welfare of social groups that have already made their contribution to society and, in old age or in situations of weakness, demand the counterpart of the State. The Principle of Contribution is the basis of Social Security, so it is the role of legal science to analyze the possible implications and dynamics of this principle with the factual scenario of Social Security in Brazil. In this bias, the present paper analyzes the hypothesis of the rural age pension framework within the scope of Social Assistance - implying legislative and budgetary differentiations when compared to retirement relegated to the urban worker. The aim is to verify the compliance of rural retirement with the requirements and principles of Social Security and to analyze whether its position represents equality with urban workers. In short, it aims to study the retirement by rural age in order to identify its approximation with the social assistance framework of the State, even if it is a social security benefit. In this sense, the differences between Social Security and Social Assistance are delineated by analyzing the history of each of these practices in the Brazilian public scenario, as well as the principles that underpin them. From the investigations carried out in articles, periodicals and books - mainly in the scientific database of Scielo (Scientific Electronic Library Online), Capes and BDTD (Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations) - it is pointed out that the rural retirement has peculiarities that differ its concession to urban workers. The granting of retirement to the urban worker is conditional on the Principles of Taxation and Equality between the insured, however, in the rural retirement the worker is not obliged to contribute, since its setting as special insured, conditioned only the proof of work performance in the area rural (article 39, I Law nº 8.213 / 91). The result is that retirement by rural age approaches a benefit of natural care and not social security.
Keywords: Rural Retirement. Social Security. Social Assistance. Social Security Law.
SUMÁRIO
	1.
	INTRODUÇÃO........................................................................................
	00
	2.
	PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL: Conceito e Princípios....
	00
	2.1.
	Características e Requisitos da Previdência Social.................................
	00
	2.2.
	Princípios da Previdência Social..............................................................
	00
	2.3.
	Características e Requisitos da Assistência Social..................................
	00
	2.4.
	Princípios da Assistência Social..............................................................
	00
	3.
	DA APOSENTADORIA POR IDADE RURAL.........................................
	00
	3.1. 
	Do aspecto histórico do trabalhador do campo.........................................
	00
	3.2.
	Evolução legislativa previdenciária do trabalhador rural..........................
	00
	3.3.
	Aposentadoria por idade rural..................................................................
	00
	4.
	INTERPRETAÇÃO DA APOSENTADORIA POR IDADE RURAL NO VIÉS ASSISTENCIALISTA.....................................................................
	00
	
	CONCLUSÃO.........................................................................................
	00
	
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................
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1. INTRODUÇÃO
A Previdência Social se alicerça enquanto um dos pilares do Estado Democrático de Direito, a sua instituição na sociedade representa a realização, no plano fático, do bem comum e da realização do bem-estar de grupos sociais que realizaram a sua contribuição à sociedade através da força de seu trabalho. Por constituir matéria crucial ao desenvolvimento das comunidades, é dever da ciência jurídica investigar as implicações presentes nas dinâmicas da contribuição previdenciária. 
Nesse sentido, a presente investigação debruça-se sobre a hipótese de enquadramento da aposentadoria por idade rural ao quadro da Assistência Social, afastando-a do viés previdenciário, onde está atualmente alocada pela legislação. Objetiva-se verificar se a aposentadoria rural cumpre com os requisitos e com os princípios da Previdência Social e se está igualmente posicionada na Previdência Social com relação aos trabalhadores urbanos. 
Cumpre estudar a aposentadoria por idade rural com o objetivo de identificar a sua aproximação com o escopo da assistência social do Estado, ainda que se enquadre legalmente como um benefício previdenciário. Assim, o trabalho cumpre com a tarefa dedelimitar as diferenças entra a Previdência Social e a Assistência Social, detalha-se o histórico de cada uma dessas searas no cenário público brasileiro, os seus princípios e requisitos. 
As investigações teóricas partem da leitura e análise de artigos, periódicos e livros presentes em banco de informações como a Scielo (Scientific Electronic Library Online), a Capes e a BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações). 
Destaca-se que a aposentadoria rural mantém características que diferem a sua concessão daquela ofertada aos trabalhadores urbanos, não podendo enquadra-la no plano da Previdência Social, pois não demanda a contribuição do trabalhador, diferente do caso do indivíduo que labora na seara urbana. Assim, percebe-se que a concessão da aposentadoria ao trabalhador urbano está adstrita aos Princípios da Contributividade e da Igualdade entre os segurados, por outro lado, na aposentadoria rural o trabalhador não é obrigado a contribuir, visto o seu enquadramento como segurado especial, condicionado apenas a comprovação de atuação laborativa na área rural (art. 39, I Lei nº 8.213/91), disso resulta que a aposentadoria por idade rural aproxima-se de um benefício assistencial e não previdenciário.
2. PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL: Conceito e Princípios
Com o objetivo de compreender a aposentadoria por idade rural e o seu enquadramento no escopo da Previdência Social ou, como se estudará, a hipótese de ser enquadrado no quadro da Assistência Social, importa, primeiramente, esclarecer as características e os princípios dessas duas áreas do Estado brasileiro. 
A Previdência Social está regulamentada no Brasil através da Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991, no qual apresenta a sua finalidade em assegurar os meios de subsistência nuclear aqueles que contribuíram e que, por incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares (art. 1º Lei nº 8.213/1991) passam a demandar essa contrapartida do Estado.
Já a regulamentação da Assistência Social está objetivada na Lei nº 8.742 de 7 de dezembro de 1993 enquanto um direito do cidadão e um dever estatal, que não possui caráter contributivo e se realiza por meio de ações integradas da iniciativa pública e da sociedade com a finalidade de garantias os bens e acessos imprescindíveis a vida digna. 
Importa assinalar que esses dois campos funcionam, na atual configuração do Estado brasileiro, como deveres estatais de manutenção da vida digna da comunidade, todavia possuem particularidades concernentes aos seus respectivos textos legislativos, aos órgãos e agentes públicos envolvidos na aplicação das suas medidas e na implicação do orçamento público referente a sua execução. Essas considerações passam a ser aprofundadas nas seções subsequentes. 
2.1.	Características e Requisitos da Previdência Social
Quando analisa-se o escopo da aposentadoria no Brasil e no mundo é possível delimitar determinados marcos, como a criação da previdência social pelo Chanceler Otto von Bismarck, na Alemanha, com os contributos posteriores efetivados na Inglaterra pelo Lorde William Beveridge. No quadro do século XX, tem-se as asserções da Convenção nº 102 da Organização Internacional do Trabalho em que se apregoa a norma mínima da seguridade social (VARGAS, 2005).
Assim, tem-se as estipulações básicas da OIT acerca da Seguridade Social, ao qual busca-se o constante equilíbrio entre o valor pago e a qualidade de vida do beneficiário, assentando a aposentadoria como medida de realização do bem comum, seja qual for a sua característica específica no contexto local do país que propõe esse benefício:
8. Os montantes dos pagamentos periódicos concedidos a título de aposentadoria por velhice, em caso de acidentes de trabalho e de doenças profissionais (com exceção das que são abrangidas pela incapacidade para o trabalho), à invalidez e em caso de morte do chefe de família, deverão ser reajustadas sempre que houver variações sensíveis no nível geral dos ganhos devidos a variações sensíveis do custo de vida. (ILO, s/d)
Compreende-se, de acordo com o que assevera Lima et al. (2012) que o Sistema Brasileiro de Previdência Social se assenta sob uma base tripartide, no qual tem-se o Regime Geral de Previdência Social, o Regime de Previdência Complementar – que pode ser aberto ou fechado, nesse último caso, quando o benefício é vinculado a empresa no qual o indivíduo labora – e o Regime Próprio de Previdência Social. O art. 201 da Constituição Federal de 1988 traz a previsão legal do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) que está caracterizada enquanto benefício básico geral.
Antes da Constituição de 1988, tem-se a erupção de programas previdenciários no Brasil, como aqueles de salário-família, salário maternidade, e a inclusão de determinadas categorias que antes não contavam com o beneficio previdenciario como os jogadores de futebol profissional, os trabalhadores autônomos, os trabalhadores temporários e a empregada doméstica – isso no contexto da década de 1970. É possível assinalar esse quadro antecedente a Constituição, como determinante para a expansão dos benefícios que se encontraram após a promulgação da Carta Magna, como justificativa encontra-se a industrialização do país no século XX (BATICH, 2004). 
Na história das legislações previdências no Brasil, ou ao menos, das normas de direito previdenciário, ainda que gerais, tem-se as inovações trazidas pela Constituição Federal de 1988, ao qual se marca uma abertura do Regime Previdenciario Pública para nichos gerais, assim dispõe:
As mais importantes inovações no campo previdenciário materializadas na CF de 1988 podem ser resumidas em três grandes linhas: 1) introdução de um piso previdenciário a partir do valor do salário mínimo; 2) inclusão dos trabalhadores rurais (na qualidade de segurados especiais); 3) inclusão de idosos e de pessoas com deficiência, membros de famílias de baixa renda, constatada a renda per capita de até 1/4 do salário mínimo, os quais passaram a receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC), para o qual também foi garantido o piso de um salário mínimo (Marques e Mendes, 2004; Braga e Cabral, 2008). [...] Essas conquistas, para ser efetivadas, necessitavam contar com fontes de receitas, sendo então criadas a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), existente de 1997 a 2007 (Marques e Mendes, 2004). É importante destacar que ao se instituir o valor do salário mínimo tanto para o piso do benefício previdenciário como para o BPC, além da cobertura dos trabalhadores rurais, como segurados especiais, garantiu‑se a inclusão de milhões de brasileiros pobres como beneficiários da PS de forma universal e redistributiva (Boschetti, 2003), o que melhorou decisivamente a qualidade de vida de milhões de brasileiros. (LOURENÇO; LACAZ; GOULART, 2017, p. 468-469)
A Previdência Social de caráter público é disposta obrigatoriamente para os trabalhadores do país, independente do nexo da relação de trabalho se constituir na seara pública ou privada. Uma das principais características da Previdência Social encontra-se na expansão da cobertura, que permite a inclusão nesse plano de mais de um beneficiário por unidade familiar. Com a Constituição Federal de 1988, não apenas o chefe familiar passou a ser considerado beneficiário, como todo maior de 16 anos que exerce o trabalho no âmbito da economia familiar (RANGEL et al., s/d).
Compreende-se que a concessão da aposentadoria se dá através da correspondência do trabalhador com determinados requisitos dispostos pela legislação. Encontra-se a obrigação da contribuição financeira com o sistema previdenciário, e, em contrapartida, a obrigação estatal em dispor do benefício ao assegurado. Na aposentadoria por tempo de contribuição, tem-se duas regras conforme a data da relação jurídica de trabalho cujo marco é a proposição da Emenda Constituiçãon. 20/98. Aqueles que se filiaram ao regime geral antes da emenda, devem obedecer ao requisitos etário, e possuir 53 anos, se homem, e 48, se mulher, quanto aqueles vinculados posteriormente à Emenda, apenas precisam preencher o requisito de tempo de contribuição, ou seja, 35 anos para os homens e 30 para as mulheres (VARGAS, 2005). 
Assim, coloca-se a Constituição Federal de 1988 em seu art. 201:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: [...] § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;     
Tem-se, então, a aposentadoria voluntária, ofertada ao segurado que detém interesse em obtê-la a partir de proventos integrais ou proporcionais, desde que os requisitos de concessão estejam preenchidos (MACEDO, 2015). 
2.2.	Princípios da Previdência Social
Entre os princípios da Previdência Social pode-se ressaltar aqueles enunciados no art. 194 da Constituição Federal, ao qual delimitam-se os objetivos dessa política pública. Tem-se a universalização da cobertura e do atendimento no inc I, a uniformidade e equivalência entre a população urbana e rural no inciso II; a irredutibilidade no valor do benefício, no inciso IV; a diversidade da base de financiamento no inciso VI e a disposição democrática e descentralizada da gestão no inciso VII (RANGEL et al., s/d). 
Entre os princípios dispostos pela Previdência Social encontra-se a compulsoriedade, que difere da facultatividade com relação a contribuição e vinculação do indivíduo ao benefício. Se por um lado tem-se a previdencia privada, em que ocorre a liberdade de associação, na Previdência Social a relação jurídica está estipulada não pela autonomia da vontade das partes, mas na vinculação oriunda do cumprimento de requisitos de acesso ao regime previdenciário. A filiação e a contribuição são elementos fundamentais que estipulam as responsabilidades de segurado e da seguridade estatal em uma relação compulsória (DERZI, 2004). 
2.3. Características e Requisitos da Assistência Social
2.4.	Princípios da Assistência Social
3.	DA APOSENTADORIA POR IDADE RURAL
3.1. 	Do aspecto histórico do trabalhador do campo
3.2.	Evolução legislativa previdenciária do trabalhador rural
A proteção ao trabalho rural tem marco histórico e jurídico no ano de 1963 com a estipulação dada pelo Serviço Social Rural, ao qual se tem o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural denominado Prorural, no qual se enunciava no art. 2º os benefícios devidos a essa comunidade, tais quais: a aposentadoria por velhice, a aposentadoria por invalidez, a pensão, o auxilio funeral, o serviço de saúde e o serviço social (VARGAS, 2005). Com a Constituição Federal de 1988 tem-se a delimitação dos trabalhadores rurais no âmbito do regime geral de previdência social e a sua passagem da Assistência Social para a Previdência.
3.3.	Aposentadoria por idade rural
O trabalhador rural encontra-se legislado pelo art. 143 da Lei de Benefícios que estipula o seu enquadramento como segurado obrigatório no Regime Geral de Previdência Social, mediante a prova de ter exercido atividade rural no período anterior imediato ao requerimento do benefício. Essa estipulação é baseada no princípio da igualdade entre trabalhadores rurais e urbanos, e a compreensão de que a subsistência básica é um direito fundamental resguardado pelo Estado Democrático de Direito (VARGAS, 2005). 
4.	INTERPRETAÇÃO DA APOSENTADORIA POR IDADE RURAL NO VIÉS ASSISTENCIALISTA
De acordo com Lima et al. (2012), na atualidade, a Previdência Social assume um déficit em suas contas no qual a arrecadação é menor do que as despesas, ainda que tenha sido introduzido o fator previdenciário com a Lei nº 9.876 de 1999 a fim de reestabelecer esse desequilíbrio financeiro, tal cenário permanece negativo. 
Deve-se considerar que parte desse cenário deve-se ao fato de que o orçamento referente ao pagamento de benefício de aposentadoria por idade rural está enquadrado no Regime de Previdência Social, todavia, esses trabalhadores não realizam contribuição, diferente dos trabalhadores urbanos. Essa questão demonstra a desigualdade presente na Previdência Social quando se equipara, para fins de pagamento, trabalhadores urbanos e rurais, quando o correto, pela interpretação da realidade nas dinâmicas de benefícios públicos, seria enquadrar o pagamento do trabalhador rural na via da assistência social com o seu respectivo orçamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATICH, Mariana. Previdência do trabalhador: uma trajetória inesperada. São Paulo Em Perspectiva, 18(3): 33-40, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/spp/v18n3/24776.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2018.
ILO, Organização Internacional do Trabalho. C102 – Normas Mínimas da Seguridade Social. s/d. Disponível em: < https://www.ilo.org/brasilia/noticias/WCMS_235192/lang--pt/index.htm>. Acesso em: 29 ago. 2018.
DERZI, Heloisa Hernandez. Os beneficiários da pensão por morte. São Paulo: Lex Editora, 2004.
LIMA, Diana Vaz de et al . O impacto do fator previdenciário nos grandes números da previdência social. Rev. contab. finanç., São Paulo , v. 23, n. 59, p. 128-141, Aug. 2012. Disponível em: < https://doaj.org/article/8386d0a3bdaf4db4915fa3eebbc075c6>. Acesso em: 20 jun. 2018.
LOURENÇO, Edvânia Angela de Souza; LACAZ, Francisco Antonio de Castro; GOULART, Patricia Martins. Crise do capital e o desmonte da Previdência Social no Brasil. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 130, p. 467-486, set./dez. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n130/0101-6628-sssoc-130-0467.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018.
MACEDO, Maria Lucia Azevedo Ferreira de. Aposentadoria: canto e desencantos de enfermeiras. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, 2015. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/160686>. Acesso em: 30 ago. 2018.
RANGEL, Leonardo Alves. Conquistas, desafios e perspectivas da previdência social no Brasil vinte anos após a promulgação da Constituição Federal de 1988. Ipea, s/d. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/politicas_sociais/05_capt02_7e.pdf>. Acesso em: 01 set. 2018.
VARGAS, Eliana Fiorini. A aposentadoria por idade no Direito Brasileiro. 2005. 188 f. Dissertação (Mestrado em Direito) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2005. Disponível em: <https://tede2.pucsp.br/handle/handle/5767>. Acesso em: 31 ago. 2018.

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