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Revisão de TGP
Triologia Estrutural do Processo:
O direito processual foi construído com base em 3 conceitos fundamentais: jurisdição, ação e processo.
O processo é um instrumento que permitirá ao Estado, na pessoa do juiz, após provocado pelo direito de ação, prestar a jurisdição. (Essa é a forma como os 3 conceitos vão se unir).
A pessoa que procura o P. Judiciário está exercendo seu direito de ação. A ação é o direito que a parte tem de provocar, ou invocar a ação do Estado e do juiz. É um direito genérico. 
É por meio do processo que o Estado exerce a sua função jurisdicional e as características da função jurisdicional é atuar com imparcialidade e em casos concretos.
- Jurisdição:
Na Itália, por volta de 1915, 1920 (ainda na fase científica do processo), tivemos um esforço doutrinário para se construir conceitos próprios para o processo, a fim de separá-lo do direito material. Houve 2 professores italianos, Joseph Chiovenda e Francisco Carnellutti, que entraram em conflito para encontrar um conceito para jurisdição.
 Chiovenda: dizia que a jurisdição seria a função do Estado que teria por finalidade a atuação da vontade concreta da lei mediante a substituição da atividade dos particulares por órgão públicos. A atuação da vontade concreta da lei significa que a função do juiz é declarar direitos pré-existentes, declarar situações que a lei já regulamentava, ou seja, o juiz não cria novos direitos. A solução mais antiga de solução de conflitos era a autotutela, cada individuo por meio da força resolvia seu próprio conflito. Mas, por meio da jurisdição o Estado assume o monopólio da força e é ele quem vai resolver os conflitos, mas oferece aos indivíduos uma série de garantias dentro do processo. A substituição das atividades particulares por órgãos públicos deriva da proibição da autotutela. 
 Carnellutti: diz que a jurisdição seria a função do Estado que tem por finalidade a chamada justa composição da lide. A jurisdição só existe para resolver, compor, uma lide.
Lide é uma pretensão resistida, ou seja, é a pretensão de uma das partes vai ser contraposta pela resistência da parte contrária (é daí que o conflito surge). 
Carnellutti está pautando a jurisdição a uma lide, ele diz que a jurisdição existe para solucionar uma lide. Mas não é em todo e qualquer processo que há lide (ex. de processo sem lide: testamento, adoção, divórcio consensual). 
Então, essa teoria recebe críticas por afirmar que a lide é um elemento essencial da jurisdição, enquanto que, na verdade, ela é um elemento acidental, ela pode está presente ou não. 
A teoria que nós adotamos é a do Chiovenda. E com base na teoria dele as 3 características fundamentais da jurisdição são: 
 1ª- Inércia: o juiz só pode atuar depois que provocado e nos limites da provocação, essa característica garante a imparcialidade do juiz.
 2ª- Substitutividade: é o caráter substitutivo da jurisdição porque dentro com a vedação da autotutela o Estado substitui os particulares para resolver o conflito. 
 3ª - Caráter/natureza declaratória: a princípio a jurisdição não se destina a criar direitos e sim a declarar direitos. 
Jurisdição Voluntária - Art. 719 e seguintes do NCPC: 
O nosso sistema processual costuma classificar a jurisdição em duas modalidades: jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária. 
A jurisdição contenciosa é aquela voltada aos processos que contenham lide, ou seja, que tem um conflito entre as parte. Já a jurisdição voluntária é caso onde tipicamente não se tem uma lide. Mas mesmo assim a lei exige que esses casos cheguem ao juiz que vai exercer uma função meramente homologatória, ele vai verificar se a vontade comum das partes não está contrariando o interesse público. O juiz faz uma verificação acerca da compatibilidade do interesse público com o interesse privado. 
Diante disso, há pessoas que entendem que temos na jurisdição voluntária apenas uma função administrativa do juiz, uma atividade burocrática, e há outras que entendem que temos de fato uma função jurisdicional do juiz. Vejamos:
 - Corrente administrativista (posição majoritária): é chamada de teoria clássica ou teoria administrativista. Para os defensores dessa teoria, na jurisdição voluntária a função do juiz é tipicamente administrativa. Os argumentos utilizados para essa alegação é que: não há lide; não há partes (há somente os interessados naquela decisão homologatória, não da pra dizer quem é o autor e quem é o réu); eles entendem que também não dá para chamar a jurisdição voluntária de jurisdição porque vários pronunciamentos que o juiz dá no âmbito desse tipo de demanda não faz coisa julgada, ele pode por algum motivo alterar o seu posicionamento, e para esses autores a coisa julgada é um atributo típico da jurisdição e por último, eles dizem que o juiz está exercendo uma função que não privadamente dele, essa função pode ser dada a qualquer outra autoridade pública, então, ela não é tipicamente função jurisdicional. 
 - Corrente processualista ou teoria revisionista: essa teoria tenta dar uma revisada no entendimento mais tradicional. A jurisdição voluntária tem essência de jurisdição. Os argumentos utilizados para afirmar isso é que a lide não é um elemento essencial para que haja jurisdição e a coisa julgada não é atributo de todo e qualquer posicionamento de juiz, há pronunciamentos revisórios. Além disso, embora a lei pudesse ter dado essa função a outra autoridade, ela deu ao juiz para que ele exerça essa função com imparcialidade, o que é uma característica do juiz, outro poder público não teria essa imparcialidade. 
* Exemplos de jurisdição voluntária: divórcio consensual, alteração consensual do regime de bens no casamento, extinção amigável de união estável, testamento, ações de interdição, herança jacente etc. 
Competência:
A CF prevê a garantia do juiz natural (art. 5°, LIII, CF), que diz que ninguém será julgado senão pela autoridade competente, significa que não existe possibilidade de escolher em qual juízo a causa será julgada.
O juiz competente será aquele que tiver atribuição legal para julgar determinado conflito. A competência nos dá uma divisão legal de função, mas essa distribuição é feita levando em consideração a isonomia, ou seja, o juízo será competente para julgar todas as ações que possuam as mesmas peculiaridades. A competência é uma espécie de divisão de tarefas entre órgãos do judiciário. O Poder Judiciário é dividido em vários órgãos que serão espalhados pelo território nacional por todos os Estados da Federação e pelos municípios com grande população. Isso facilita o acesso a justiça, gera uma divisão racional do trabalho entre órgãos judiciários e também especialização dos órgãos, a competência de cada órgão será determinada, então, é possível que o juiz se especialize naquela determinada demanda, o que acaba nos levando a uma maior qualidade das decisões judiciais. 
Cada um desses órgãos judiciários vai receber uma tarefa e terá que cumprir essa tarefa. É a lei quem vai na prática implementar essa divisão de tarefas. 1° o legislador cria a lei, e nela ele dispõe os critérios de competência. Quando surge uma demanda no Judiciário quem vai julgar essa demanda é o órgão que está previamente previsto na lei que é competente para tal. Isso gera isonomia e previsibilidade, e evita o casuísmo, não é possível escolher quem vai julgar. 
De acordo com o Princípio da Perpetuação da Jurisdição (art. 43, NCPC) a competência será definida no momento de propositura da demanda, depois disso a competência não pode mais ser alterada por nenhuma modificação de fato ou de direito. O juízo será o mesmo até o final da causa. 
A competência vai funcionar como uma espécie de limite da jurisdição do juiz, todo juiz do país presta jurisdição, mas ele só pode fazer isso nos limites da sua competência. 
Critérios de determinação da competência (interna): o legislador costuma utilizar esses critérios combinados para determinar a competência.
 a) Critério do valor da causa: o legislador pode vir a levarem conta o valor do proveito econômico que o autor quer extrair da sua própria causa. Por exemplo: para definir a competência dos juízos especiais a lei usou esse critério.
 b) Critério territorial: o legislador leva em conta aspectos geográfico, que normalmente, seria levar em conta o local onde as partes residem, o domicílio das partes. 
Regra geral desse critério: em regra as ações devem correr no domicílio do réu.
Exceções: 
Art. 47, NCPC: as ações que versem sobre imóveis devem ser propostas no local onde se situa o imóvel. É o foro da situação da coisa.
Art. 53, I, NCPC: aplicado para ações de divórcio, anulação de casamento e extinção de união estável deverão obedecer a certos critérios para determinar qual local a demanda deverá ser proposta. Esses critérios são: 
 1°- o casal sem filho incapaz (ou não tem filho, ou tem filho maior de 18 anos) a demanda deverá ser proposta no último domicílio do casal se ainda alguém estiver lá.
 2°- o casal não tem filho incapaz, mas nenhum dos dois reside mais no último domicílio deles, nesse caso a demanda será proposta no foro do domicílio do réu (volta a regra geral).
 3°- o casal tem filho incapaz, nesse caso a demanda deverá ser proposta no domicílio do guardião do incapaz.
Art. 53, II, NCPC: as ações de alimento só devem ser propostas no foro do domicílio do alimentando. Alimentando é aquele que vai receber os alimentos, é o autor da ação de alimentos (isso porque normalmente é o autor que é o vulnerável).
Art.53, IV, NCPC: ações indenizatórias, ações de reparação de dano, serão propostas no local do fato ou no local onde o dano foi sofrido. No caso de ações indenizatórias oriundas de acidente de trânsito (art. 53, V, NCPC), elas serão propostas no próprio domicílio do autor ou no local do dano. Se o réu for pessoa jurídica o domicílio é entendido como o local onde ela tiver sede. Se houver mais de u réu figurando no processo o autor pode escolher em qual dos domicílios ele vai propor a demanda. 
 c) Critério Material: o legislador leva em conta a matéria, qual o tema versado no processo. Com esse critério, o legislador busca a especialização dos órgãos. Se tiver mais de uma vara na localidade é feito um sorteio aleatório. 
 d) Critério funcional: o legislador determina a competência levando em conta a função que o juiz vai exercer no caso concreto. Exemplo: competência recursal – é uma função atribuída a um órgão de instância imediatamente superior. 
 e) Critério quanto à pessoa: define a competência levando em conta o cargo público que a pessoa exerce. É o foro privilegiado.
* Os dois primeiros critérios se preocupam com o interesse privado das partes, são chamados de critérios relativos. Os demais critérios estão preocupados com a qualidade da justiça, são chamados de critérios absolutos, eles versam resguardar o interesse público. 
Incompetência:
Em algumas situações é possível que ocorra o desrespeito a um dos critérios da competência, é o fenômeno da incompetência. A incompetência comporta gradações, quando violado um critério relativo, ocorre a incompetência relativa. Quando violado um critério absoluto, ocorre a incompetência absoluta, que é um vício mais grave.
Incompetência significa não ter atribuição legal para julgar determinada demanda.
 Incompetência absoluta: para qualificar a incompetência absoluta basta que um critério absoluto de competência seja violado. A incompetência absoluta pode e deve ser declarada de ofício pelo juiz, se ele percebe que um critério absoluto foi violado ele de ofício deve se declarar incompetente para julgar a causa. Como esse vício tem uma consequência mais grave, ele não admite prorrogação ou modificação. Isso significa que o juiz pode declarar a incompetência de ofício a qualquer tempo, e se ele não fizer, as partes podem alegar o vício a qualquer tempo. Depois da declaração de incompetência absoluta, a consequência imediata é o declínio de competência, e ocorre a remessa dos autos, eles serão submetidos ao juízo correto. 
Art. 64, §4º, NCPC - as decisões que o juiz incompetente tomou serão mantidas, e chegando ao novo juízo ele vai decidir se mantém ou não essas decisões. 
Ex.: PR processado em Primeira Instância, viola o critério da pessoa, que é um critério absoluto.
 Incompetência relativa: (Art. 65, NCPC) é um vício menos grave. A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício pelo juiz. É o interesse das partes que está em jogo, então, cabe a parte declarar a incompetência,ou seja, a incompetência relativa depende de provocação das partes. Somente no prazo da contestação à parte pode alegar esse vício. Passado o prazo de 15, se o vício não for observado, ocorre a prorrogação da competência. A partir da inércia das partes o juízo que era relativamente incompetente passa a ser competente para julgar a causa. 
Quando declarada a incompetência relativa, ocorre o declínio de competência e a remessa dos autos. 
 Art. 64, §4º, NCPC - as decisões que o juiz incompetente tomou serão mantidas, e chegando ao novo juízo ele vai decidir se mantém ou não essas decisões. 
-> Causas de modificação da competência (um juízo relativamente competente pode se tornar competente):
 a) Inércia das partes (Art.65, NCPC): ocorre quando o réu é citado, e durante o prazo de 15 dias ele não alega a incompetência relativa. Automaticamente, ocorre a prorrogação da competência e o juiz se torna competente para julgar o caso.
 b) Vontade das partes (Art. 62 e 65, NCPC): as partes podem via contrato escolher qual foro vai julgar, elas podem inserir no contrato uma "cláusula de eleição de foro", determinada qual foro vai julgar uma eventual demanda futura.
Isso não configura juízo de exceção, pois só se escolhe a localidade e não em qual órgão a demanda vai correr. Também não é possível determinar no contrato o tipo de vara que vai correr, porque é um critério material, portanto, absoluto e não pode ser negociado.
 c) Conexão (Art.55, NCPC): é o diálogo entre causas. São causas que são muito parecidas, mas não são exatamente iguais. É a situação em que duas ou mais causas possuem o mesmo pedido, o mesmo objeto ou a mesma causa de pedir (aquelas com o mesmo fato, mesmo fundamento). 
É preciso unir as causas conexas para julgamento conjunto, com intuito de evitar decisões conflitantes. A reunião das causas conexas vai ocorrer por meio da prevenção, ou seja, as causas conexas devem ser reunidas em juízo prevento, que é aquele onde foi protocolada a primeira inicial (Art.55, NCPC). 
É possível que em alguns casos a lei recomende que o juiz não reúna as causas. São eles:
1- não reúne se uma das causas já tiver sido sentenciada;
2- não reúne se os dois processos já estiverem em fases muito diferentes;
3- não reúne quando os processos tiverem procedimentos diferentes;
4- o juiz não tem notícia/conhecimento de todas as causas conexas à sua;
5- o juiz só reúne as causas se houver real risco de decisões conflitantes, senão ele pode deixar separadas.
A conexão é uma causa de modificação da competência, porque uma vara vai assumir um novo processo e passa a ser competente para julgar esse processo.
 
 d) Continência (Art.56, NCPC): Também ser refere a uma situação em que causas são bem semelhantes. Mas a continência se caracteriza como uma conexão especializada. Causas continentes também são conexas. A continência se manifesta quando duas ou mais causas apresentam identidade de partes e também a mesma causa de pedir. Além disso, o pedido de uma das causas é amplo o suficiente para abarcar o pedido da outra. 
De acordo com o Art.57, NCPC se a ação continente (ação com o pedido mais amplo) tiver sido proposta anteriormente no processo relativo à ação contida, será proferida uma sentença de extinção do processo, caso contrário, as causas deverão ser reunidas. Ou seja, se a ação maior começou primeiro, a ação menor deverá ser extinta porque a ação maior já abarca o pedido da menor. 
Se a ação menor tiver sido proposta primeiro, as causas deverãoser reunidas para julgamento conjunto. Não posso extinguir o segundo processo porque estaria dando espaço para a parte tentar burlar o juiz natural, escolher o juízo onde o processo vai correr. Então, a lei manda reunir a ação maior à ação menor.
O critério para reunir as causas é que elas deverão ser reunidas no juízo prevento (é o mesmo requisito da conexão).
Conflito de competência: 
é regulado pelo art. 66, NCPC e pode se dar em 2 tipos:
 1. Conflito negativo -> é quando dois ou mais juízos se recusam a julgar um caso, eles se entendem incompetentes para julgar a demanda. Para resolver isso vai ser aberto um pequeno incidente nos autos chamado de conflito de competências e quem vai analisar quem é o juiz competente é o órgão que está acima deles, geralmente o tribunal de 2ª instância.
 2. Conflito positivo -> é quando dois ou mais juízes se sentem competentes para julgar o mesmo caso. Seria o caso em que temos causas conexas ou continências e os juízes ficam em conflito sobre em qual juízo as causas devem ser reunidas. Quem decide qual é o juízo prevento correto é o órgão superior a eles. 
- Ação:
Ação é um direito que a parte tem de provocar o exercício da jurisdição e além de ser um direito em si, a ação também é um requisito necessário para o exercício da jurisdição, pois a jurisdição é inerte, ou seja, o juiz só vai dar uma resposta, após ser provocado. 
*A inércia preserva a imparcialidade
Existe uma controvérsia sobre o fato do direito de ação ser concreto ou abstrato, ou seja, se esse direito de ação está ou não vinculado ao direito material (estando vinculado eu só poderia exercer meu direito de ação se ao final do processo eu venço e comprovo meu direito material).
Sobre essa controvérsia nós temos que alguns autores defendem a natureza concreta do direito de ação, ou seja, defendem que eu só tenho o direito de ação se ao final do processo eu conseguir provar que eu sou titular do direito material que estou alegando. Para esses defensores, o direito de ação é o direito de obter uma sentença favorável. 
Essa teoria foi paulatinamente abandonada e hoje adotamos uma concepção abstrata para o direito de ação, que diz que o direito de ação não está vinculado com o direito material. Para essa concepção o direito de ação é direito que a pessoa tem de obter um pronunciamento qualquer, para eles o direito de ação é autônomo em relação ao direito material.
Nos anos de 60/70 o professor italiano Liebman fez um complemento a essa teoria abstrata. Ele desenvolveu a teoria eclética do direito de ação, que por sua vez foi incorporada no CPC velho e mantida no NCPC. 
O professor Liebman reafirmou que o direito de ação é um direito público, subjetivo e abstrato, porém ele também é condicionado, ou seja, qualquer cidadão tem o direito de provocar o juiz, porém o regular exercício desse direito depende do preenchimento de certos requisitos mínimos e por isso é condicionado.
Esses requisitos são chamados de condições da ação. Então, as condições da ação são requisitos para o regular exercício do direito de ação e também requisitos de viabilidade mínima da demanda e que vão funcionar no sentido de propiciar economia processual. 
Se a demanda não for minimamente viável, ela é vedada, pois ela não observa uma das condições de ação. E o art. 485, IV, NCPC diz que se no caso faltar uma das condições de ação, ocorrerá à extinção do processo sem julgamento/resolução do mérito. Ou seja, o juiz se recusa a julgar essa demanda, pois logo de cara ela é inviável devido à ausência de uma das condições. 
Mérito é o objeto central do processo, é o núcleo do processo, basta ler o pedido do autor para encontrar o mérito. Então, toda vez que uma pessoa exerce seu direito de ação, ela quer que o juiz faça um pronunciamento sobre o mérito do processo. Porém, verificamos que nem sempre o juiz dará esse pronunciamento. Pois, de acordo com a teoria eclética, que introduziu uma categoria de requisitos, a parte precisa comprovar a viabilidade mínima de sua demanda, para que assim o juiz de um pronunciamento sobre o seu processo. Ou seja, primeiro a parte precisa mostrar que sua demanda é viável, caso contrário, na ausência das condições de ação, o processo é extinto prematuramente, que é a extinção sem resolução de mérito.
As condições de ação propiciam a economia processual, pois poupa o tempo do juiz, ou seja, por ser uma extinção prematura do processo, poupa tempo e esforços desnecessários.
É possível refazer essa demanda que antes era inviável, porque o pronunciamento da demanda inviável não faz coisa julgada, então, essa demanda pode ser renovada e ser corrigido o que era inviável. É o que diz o art. 486, NCPC.
OBS: coisa julgada impede a renovação, mas só quando há julgamento do mérito.
As condições de ação são (Art. 485, IV, NCPC):
  1. Legitimidade das partes -> também é chamada de legitimidade ad causam (legitimidade para a causa). A primeira questão analisada pelo juiz é se as partes que figuram no processo têm legitimidade para fazer isto e apenas terá legitimidade pra figurar no processo, as mesmas partes que figuraram na relação anterior de direito material. Se uma pessoa que não fez parte da relação do direito material configura em no processo, o juiz deve extinguir o processo sem resolução de mérito devido à ausência de uma das condições de ação. 
OBS: legitimidade ad causam é diferente de legitimidade ad processum -> a primeira é a legitimidade para causa e funciona como condição de ação. Ela é verificada caso a caso, ou seja, uma pessoa pode não ter legitimidade em um processo, mas pode ter em outro. Já a legitimidade ad processum é a legitimidade pra figurar em qualquer processo, ela vale, a princípio, para todo e qualquer caso e se refere à capacidade de estar em juízo. Quem supre a falta de legitimidade ad processum é o representante.
A regra geral do nosso sistema é o Art. 18, NCPC que diz que ninguém pode pleitear direito alheio em juízo. Chamamos a regra geral de legitimidade ordinária, que é quando alguém postula em nome próprio um direito próprio.
Porém nós temos uma exceção para essa regra: a legitimidade extraordinária, que são as situações que a lei permite que alguém postule em nome próprio um direito alheio. Essa legitimidade em casos expressamente autorizados por lei. 
No processo coletivo nós temos uma legitimidade extraordinária, pois nesses processos a lei confere legitimidade/autorização para órgãos (MP, defensoria, associações civis) pleitear uma demanda coletiva. 
OBS: a legitimidade extraordinária não se confunde com representação. Representação é necessária para suprir a incapacidade, é alguém que está em nome alheio pleiteando um direito alheio.
	
 2. Interesse de agir -> é o momento em que o juiz analisa se o autor tem interesse de agir e esse interesse costuma ser analisado por meio de um binômio chamado "necessidade-adequação".
O interesse necessidade é dizer se é necessária a intervenção judicial nessa hipótese, ou seja, dizer se a intervenção é útil. Se a necessidade não for comprovada, extingue-se o processo sem resolução de mérito pela falta de uma das condições de ação, que nesse caso seria o interesse de agir necessidade.
O interesse adequação é dizer se o meio processual é adequado à hipótese. Para ter interesse de agir é preciso utilizar o meio adequado para aquela hipótese, ou seja, tem que ser usado um instrumento processual técnico adequado. Se não for adequado, o processo é extinto sem resolução de mérito pela ausência do interesse adequação.
 - Em algumas ações judiciais o juiz extingue o processo devido à perda do objeto, que é aquele processo que quando começou estava todo certo, mas no meio do caminho ele perde o sentido. A perda do objeto é o desaparecimento do interesse de agir, especificamente o interesse de agir necessidade.
 3. Possibilidade jurídica do pedido -> o CPC antigo previa essa condição, mas o NCPC não faz menção a ela. A possibilidade jurídica do pedido é o pedido que não é, de antemão,vedado pelo ordenamento jurídico. 
Exemplos de pedidos que são vedados de antemão: prisão civil por dívida comum (art. 5º, LXVII, CF e súmula vinculante 25, STF) e cobrança e dívidas oriunda de jogo ou de aposta (Art. 814, CC).
O legislador retirou essa condição, pois achava que ela era desnecessária, porque as situações que ela regulava, podem perfeitamente ser embarcadas pelo interesse de agir, mais especificamente o interesse necessidade.
- Processo:
A natureza jurídica do processo muda de acordo com a evolução científica do processo.
Durante a evolução, o processo caminhou de um caráter privatista para público.
Na fase imanentista, a natureza jurídica do processo era de que ele era um mero procedimento, ou seja, era apenas um conjunto de formalidades que era preciso seguir.
Ainda nessa fase, tivemos a teoria de tentar enquadrar o processo no contrato. Ela dizia que o processo era um contrato existente entre as partes, logo, essa era a natureza jurídica do processo. Mas essa teoria foi abandonada com o tempo, pois o processo era o oposto do contrato.
Na fase científica, Bullow dizia que o processo teria natureza jurídica de relação jurídica triangular de direito público, ou seja, ele envolvia três pessoas: autor, réu e o estado juiz e era do direito público, pois o estado juiz se encontra numa posição superior as partes. A concepção de Bullow foi uma ruptura com a concepção anterior.
A concepção atual (que se esbarra com a teoria instrumentalista) sobre a natureza jurídica do processo é de que o processo tem natureza jurídica de categoria jurídica autônoma, o processo não se enquadra nas teorias que já existem, é preciso criar outra categoria pra ele.
 A concepção atual diz que seria um equívoco tentar enquadrar o processo nas categorias conhecidas, pois é preciso criar uma categoria nova para ele. 
Monteiro Aroca diz que o processo é processo e com isso ele quer afirmar que deve ser criada uma nova categoria para ele e não tentar enquadrar o processo nas categorias velhas.
O processo seria então uma categoria jurídica autônoma, sendo conceituado como o procedimento que se realiza sobre o contraditório, animado pela relação jurídica processual. 
O processo carrega consigo a noção de procedimento, mas ele não é só isso, da mesma forma que ele não é só relação jurídica.
Ele possui essa noção de procedimento porque ele é uma espécie de sequências de atos que são pré-ordenados para que ao final um determinado fim seja alcançado. Esses procedimentos são necessários para termos previsibilidade, segurança e também para garantir a isonomia.
No processo judicial também existem procedimentos para manter a organização. 
Então, o processo carrega a noção de procedimento, mas o procedimento dentro do processo se realiza sob o contraditório, ou seja, o juiz segue a sua ordem, mas faz o processo caminhar havendo diálogo com as partes. 
A concepção de Bullow diz que dentro desse processo nós temos uma relação triangular.
Bullow trouxe mais uma categoria para o objeto da apreciação judicial. E com isso, antes de apreciar as condições de ação e o mérito é preciso analisar os pressupostos processuais, que são requisitos de existência e de validade da relação processual.
Ou seja, Bullow diz que é preciso preencher certos requisitos para que a relação processual exista e seja válida.
Todos esses pressupostos são divididos em requisito de existência e em requisito de validade.
Esses pressupostos são:
	Requisito de existência:
	Requisito de validade:
	Juiz
	Competente // imparcial
	Partes 
	Capazes
	Demanda
	Regulamente ajuizada
O Art. 485, IV, NCPC diz que caso falte algum dos pressupostos, o processo será extinto sem resolução do mérito, mas iremos observar que isso nem sempre acontece, pois existem casos em que a própria lei se desmente.
Juiz competente -> para que o processo exista é necessário um juiz designado para julgar a causa. O juiz é aquela pessoa regulamente investida na carreira da magistratura e pra isso é preciso aprovação em concurso público e posso do cargo.
 
Os JEC'S são regulados pela Lei 9.099/95, que prevê o juiz leigo, que funciona como um juiz auxiliar do juiz togado. O juiz leigo conduz as audiências nos JEC'S e ele inclusive pode proferir sentença. E com isso, no JEC’S quando um juiz leigo profere sentença, está se violando o primeiro pressuposto, que é do juiz competente. Para resolver isso a lei determinou que o juiz leigo profere uma sentença que vai até o juiz togado, para esse decidir se homologa ou não a sentença. 
Esse juiz precisa ser competente (tem que ter atribuição legal para julgar a causa) e também ser imparcial (não pode ter interesse na causa, ele deve aplicar a lei).
Se a demanda for proposta no juízo incompetente ocorre a remessa dos autos (Art. 64, § 3º). Podemos notar então um conflito dentro do NCPC entre o Art. 64, § 3º e o Art. 485, IV. Sendo que prevalece o 64, § 3º, devido o critério da especialidade. 
*O pressuposto processual só vale para os critérios absolutos de determinação da competência, pois os relativos admitem prorrogação/modificação.
Se o juiz não tem condições de ser imparcial, ocorre uma nova distribuição e o juiz será substituído. 
Partes capazes -> Para que o processo exista é necessário que haja partes e essas partes precisam ser capazes. Quando o juiz for analisar se esse pressuposto está presente, ele terá que analisar se os 3 planos da capacidade estão presente e isso de forma cumulativa. Os planos são:
 A- capacidade de direito: a princípio qualquer pessoa preenche esse plano, pois é a capacidade que qualquer pessoa tem de ser titular de direitos e obrigações.
 B- capacidade de exercício: é aquela que no processo é chamada de "capacidade de estar em juízo". É a capacidade de a pessoa poder exercer seu direito de forma autônoma. 
Os menores de 16 anos são absolutamente incapaz, os que têm entre 16 e 18 anos são relativamente incapaz e os maiores de 18 anos são capazes.
Para os absolutamente incapazes foi criado o instituto da representação para suprir a incapacidade. Então, nesses casos o juiz deverá analisar se a pessoa foi representada, pois dessa forma o pressuposto estaria sendo cumprido.
Para os relativos à falta de capacidade é suprida pela assistência e é isso que o juiz vai analisar para saber se a capacidade foi preenchida.
Já os maiores de 18 são capazes e consequentemente podem figurar em juízo.
 C- capacidade postulatória: é a capacidade de digerir petições do poder judiciário, é o jus postulandi. No nosso sistema a regra geral é que essa capacidade é exclusiva do advogado, então, para preencher esse pressuposto o juiz vai ter que analisar se a pessoa possui ou não o patrocínio jurídico, o advogado. 
-Se a parte for advogado a lei prevê a possibilidade dela se postular em causa própria.
A exceção para o jus postulandi é: HC (Art. 654, CPP) e JEC'S (Art. 9º, Lei 9.099/95, que diz que em 1ª instância e se a causa for de até 20 salários, a presença do advogado fica suspensa).
OBS: a capacidade postulatória pertence ao advogado particular, público (DP e procurador) e também para as funções semelhantes (ex: MP).
Se no caso concreto o juiz verificar que o segundo pressuposto não foi preenchido, a consequência é: aplica o artigo 76, NCPC que diz que caso em uma situação o juiz verifique um vício de representação ou capacidade, ele deve fixar um prazo pra regularização, se passar o prazo é o defeito não tiver sigo corrigido, se extingue o processo, voltando então para o Art. 485, IV, NCPC.
Demanda regularmente ajuizada -> Para que o processo exista é necessário que haja uma demanda e isso é porque o juiz é inerte. 
O exercício da demanda se dá pela propositura da petição inicial. Ou seja, só terá processo quando a petição inicial chegar às mãos do juiz. Para que o processo se desenvolva regularmente, é necessário que a demanda seja regularmente ajuizada. Isso significa que a petição inicial tem que atender os requisitos formais exigidos em lei,ela tem que ser um ato solene.
Essas formalidades são: causa de pedir (narração dos fatos), nomes das partes, endereçamento (é preciso endereçar para um órgão judiciário, seguindo as regras de competência) e pedido (elemento central da petição). Todas elas estão enumeradas no art. 319, NCPC.
Se faltar essas formalidades significa que o terceiro pressuposto não foi preenchido e a consequência é: aplicar o Art. 321, NCPC que diz que nesse caso o juiz deve conferir um prazo de 15 dias para a emenda da petição inicial e se passado o prazo e o defeito não tiver sido corrigido, extingue o processo.
Pressupostos processuais negativos:
É um 2º grupo de pressupostos. Para que a demanda seja válida, esses 3 requisitos não podem estar presentes. São eles: litispendência, coisa julgada e perempção.
Nesse pressuposto é aplicado o Art. 485, V, NCPC, que diz que se eles estiverem presentes, o processo deve ser extinto. 
Quando for verificada a existência de causas exatamente iguais, nós temos ou a litispendência ou coisa julgada.
A litispendência é a repetição de uma demanda que ainda está em curso. Quando isso ocorre o processo que foi proposto depois, vai ser extinto sem resolução de mérito com fundamento da litispendência.
A coisa julgada é a repetição de uma demanda que já foi julgada e finalizada, ou seja, já transitou em julgado. Nesse caso, o 2º processo é extinto com fundamento na coisa julgada. A extinção do segundo processo é sem resolução de mérito, já o primeiro processo foi extinto com resolução de mérito. 
*Para comparar as demandas e saber se elas são iguais, nós usamos como critério a Teoria da Tríplice Identidade, que está positivada no Art. 337, § 2º, NCPC. Essa teoria diz que as demandas devem ser comparadas por 3 elementos identificadores, que são: parte, pedido e causa de pedir. Se os três forem iguais nas 2 demandas, as demandas serão idênticas e poderemos ter a litispendência ou a coisa julgada. Mas se um dos 3 não foram exatamente iguais, as demandas se tornam muito parecidas e podemos ter a continência ou conexão.
Lembrando que: para as demandas serem iguais é necessário que os 3 elementos sejam idênticos nas duas demandas.
No processo nós temos a perempção que significa o abandono unilateral da causa por parte do autor, mas esse abandono tem algumas características a mais.
O abandono unilateral é quando o autor deixa de andar com o processo por mais de 30 dias, demonstrando assim desinteresse pela causa. A lei prevê para essas situações a extinção do processo sem resolução do mérito, tendo como fundamento o abandono do autor. 
Se após a extinção do processo o autor mudar de ideia, ele pode propor a mesma demanda porque o 1 processo não formou coisa julgada. Se novamente o autor abandona a causa por mais de 30 dias, o juiz extingue o processo sem resolução do mérito com fundamento no abandono. Mas se o autor mudar de ideia e quiser novamente renovar a demanda ele pode, porque o julgamento anterior não formou coisa julgada. Se o autor abandona a causa novamente por mais de 30 dias, o juiz vai extinguir o processo sem resolução do mérito com fundamento no abandono, só que o autor não vai poder renovar a demanda por uma quarta vez porque configurou a perempção. Ou seja, perempção é a situação em que o autor por 3 vezes consecutivas abandona o seu processo unilateralmente gerando três extinções consecutivas e se o autor quiser renovar a demanda pela 4º vez, o juiz proíbe com fundamento na perempção, na 4º vez o fundamento da extinção é a perempção, não mais o abandono. Na quarta vez o autor perde o direito processual de demandar, mas de acordo com o art. 486, § 3º, o autor não perde o seu direito material, o autor perempto ainda pode rever o seu direito. A lei diz que se o autor perempto for demandado por seu adversário, ele poderá alegar seu direito em defesa. Então, se em uma situação futura o polo for invertido, ou seja, se o adversário demandar contra o autor perempto por qualquer outro motivo, o autor pode alegar seu direito em defesa (isso se o autor dever mais do que aquilo que ele devia ter recebido). Se o autor perempto estiver sendo cobrado por um valor menor do que ele tem pra receber, ele pode recompensar o valor, mas não pode receber o saldo credor, isso porque o autor já perdeu o seu direito de demandar.
Pluralidade de Partes: toda e qualquer relação processual precisa ter minimamente três sujeitos: autor, réu e o Estado na figura do juiz, esse é o esquema mínimo. Quando é acrescido mais sujeitos a essa relação mínima ocorre uma cumulação subjetiva. O agrupamento desses novos sujeitos pode dar origem a 2 fenômenos diversos: litisconsórcio ou intervenção de terceiros. Às vezes, é possível que esses dois fenômenos se apresentem simultaneamente.
 Litisconsórcio: é aquela situação objetiva caracterizada pela presença de mais de um sujeito em um dos polos da relação processual ou em ambos. Os polos da relação processual são: polo ativo (autores da demanda) e polo passivo (figuram os réus da demanda). 
Litisconsórcio, então, será aquela situação onde teremos mais de um autor ou mais de um réu figurando no processo, ou é possível que em uma mesma demanda figurem mais de um réu e mais de um autor. 
Se não houvesse o litisconsórcio, as demandas seriam feitas isoladamente. Logo, haveriam processos que tratam do mesmo tema correndo em juízos diferentes. Com o litisconsórcio haveria uma única demanda. As vantagens do litisconsórcio são:
1- propicia economia processual -> ao invés de 3 juízes julgarem o mesmo evento, apenas um iria julgar
2- previne possíveis decisões conflitantes.
As partes não são obrigadas a demandar em litisconsórcio em algumas situações, é o litisconsórcio facultativo. Mas há situações em que o litisconsórcio é obrigatório.
As partes que demandarem em litisconsórcio podem, em alguns casos, receber decisões diferentes.
O litisconsórcio é diferente do processo coletivo. No processo coletivo existe a tutela de direitos tipicamente coletivos, são direitos de titularidade difusa. Quando um direito coletivo é violado, a lei autoriza que certas entidades (MP, DP, sindicato dos trabalhadores) proponham a demanda em nome da coletividade. O processo coletivo não resulta em litisconsórcio porque apenas um sujeito atua no polo passivo e um sujeito atua no polo ativo. 
No litisconsórcio há a tutela de direito individuais, é um fenômeno do processo individual clássico. 
Apesar de serem institutos diferentes é possível que no processo coletivo haja litisconsórcio, é possível que haja no processo coletivo mais de um legitimado ativo para propor a demanda ou que no polo passivo haja mais de um réu.
A principal questão que será alterada na dinâmica do processo quando houver litisconsórcio serão os prazos Processuais.
Art. 299, NCPC - os prazos processuais em geral deverão ser computados em dobro caso haja litisconsortes representadas por advogados diferentes e de escritórios de advocacia distintos. Isso serve para evitar um conflito no momento de acessar os autos, a extensão do prazo é para facilitar o acesso aos autos.
No processo eletrônico toda vez que o advogado quiser acessar os autos ele acessa o sistema. Cada advogado pode acessar simultaneamente os autos.  Então, o Art. 299 diz que essa regra não se aplica aos processos eletrônicos.
Se apenas uma das partes que estão em litisconsórcio pode recorrer da decisão é aplicado a súmula 641 do STF, que diz que o prazo recursal não deve ser computado em dobro se apenas uma das partes tiver sucumbido (perdido).
Classificação do litisconsórcio: há 4 critérios que classificam o litisconsórcio.
 1º critério -> classifica o litisconsórcio quanto a posição dos litisconsortes:
 a) litisconsórcio ativo: mais de um autor figurando no processo.
 b) litisconsórcio passivo: mais de um réu no processo.
 c) litisconsórcio recíproco ou misto: mais de um autor e mais de um réu figurando no processo.
 2º critério -> quanto ao momento de sua formação:
 a) litisconsórcio originário:é aquele que já está figurando desde a petição inicial. Desde o início do processo já há uma cumulação, seja no polo ativo seja no passivo.
 b) litisconsórcio superveniente: quando o processo começa, ele começa com base no esquema mínimo da relação processual. Só que a partir de um dado momento há o ingresso de mais um sujeito no processo. O litisconsórcio superveniente pode ser obrigatório ou facultativo, ou seja, quem está de fora pode entrar por que quer ou porque foi obrigado a entrar no processo. 
A uma controvérsia acerca do litisconsórcio superveniente facultativo porque a parte que ingressaria no processo já saberia onde a demanda seria julgada, então, violaria o P. do juiz natural. Vejamos:
 - Professor Nelson Neri Júnior (entendimento minoritário): não pode haver litisconsórcio facultativo porque violaria o princípio do juiz natural.
 - Professor Luiz Fux (entendimento majoritário): Fux entende que é possível que o litisconsórcio superveniente seja facultativo, mas com limitação temporal, o ingresso de novos sujeitos só seria possível até a citação do réu, isso serve para evitar surpresas ao réu com ingresso de novos sujeitos. Ele está preocupado com a economia processual, com o risco de decisões conflitantes e também preocupado com o réu, porque aumenta o número de partes contra o réu. 
 3º critério -> quanto a obrigatoriedade: de acordo com esse critério o litisconsórcio pode ser facultativo (Art. 113, NCPC) ou necessário (Art. 114, NCPC).
 a) Litisconsórcio facultativo: a lei apenas possibilita o litígio em conjunto, ou seja, em algumas situações as partes podem escolher se preferem litigar em conjunto ou separadas. É possível haver litisconsórcio facultativo nas seguintes situações: 
 -quando entre as partes houver afinidade de direitos;
 -quando as partes estiverem em situações em que suas postulações são conexas (exemplo: ações de indenização, onde diversas pessoas sofreram danos por conta de um mesmo evento).
No LF é possível que haja um número excessivo de partes no processo. Caso essa quantidade excessiva de partes seja de autor, isso dificulta a rápida solução do litígio e também a defesa do réu. Esse tipo de litisconsórcio é denominado como litisconsórcio multitudinário e está previsto no Art. 113, §1º, NCPC.
A lei diz que o juiz pode limitar o LM, ele pode impor algum tipo de limitação para os processos em que figuram um número excessivo de partes. Mas a lei não diz qual será essa limitação. Então, a jurisprudência define um critério que determina que o LM deve ser limitado em um número máximo de 10 partes. 
Se no caso concreto houver mais de 10 partes, para limitar o LM, normalmente o juiz determina que permanecerá os 10 primeiros nomes narrados na petição inicial, os demais saem. Há 2 posicionamentos na doutrina que versam sobre o que acontece com os excluídos:
 - A primeira posição doutrinária estabelece que ocorre uma simples exclusão, os excluídos deverão simplesmente renovar a sua demanda.
 - O segundo posicionamento defende o desmembramento do processo em quantos grupos de 10 forem necessários. Os outros grupos que serão criados vão ser levado a sorteio para definir em qual juízo a causa deles vai correr. Essa 2ª posição tem prevalecido porque reconstitui a divisão do número excessivo de partes que deveria ter sido feita no início.
 b) Litisconsórcio Necessário: a parte não terá o poder de escolher se vai litigar em conjunto ou separado, a formação do litisconsórcio é obrigatória, todos que estão envolvidos no litígio deverão ser parte no processo sob pena de ineficácia da sentença. 
O LN pode derivar de 2 fatores: ele pode ser necessário por força da lei, ou seja, a lei exige que todos estejam presentes no processo (ex.: ação de inventário) ou pode ser necessário em virtude da natureza indivisível da relação jurídica, ou seja, o próprio caráter da relação jurídica exige a formação do litisconsórcio (ex: MP propõe uma ação de anulação de casamento, ela deve ser, obrigatoriamente, proposta para os dois conjugues).
 4º critério -> quanto ao regime de tratamento do litisconsórcio: de acordo com esse critério o litisconsórcio pode ser simples ou unitário (Art.116, NCPC). O litisconsórcio é classificado de acordo com o regime, com o tratamento, que o juiz dá a cada um dos litisconsortes.
 a) Litisconsórcio simples: o juiz dá um tratamento diferente, uma decisão diferente, para cada um dos litisconsortes.
 b) Litisconsórcio unitário: o juiz é obrigado a dar uma decisão uniforme para todos os litisconsortes. Ele tem que dispensar o mesmo tratamento para todos os litisconsortes (exemplo: ação de anulação de casamento).
O LU é aferido no início do processo (logo no início é possível saber se o juiz é obrigado a dar uma decisão uniforme), por isso, é possível haver LS com decisões uniformes porque no início do processo o juiz não era obrigado a decidir igual, mas por coincidência ele decidiu.
*Nem todo LN é LU. Quando o LN for por força de lei, o juiz não é obrigado a dar a mesma decisão para todos, o litisconsórcio é necessário e simples. Ex.: inventário.
Quando o LN for por força da natureza indivisível da relação, ele será também unitário, porque pelo fato da relação ser indivisível, o juiz é obrigado a dispensar um tratamento igual para todos os litisconsortes.
Litisconsórcio - autonomia para a prática de conduta:
É possível que em um eventual litisconsórcio as partes que figuram no mesmo polo da ação não estejam em comum acordo. 
O Art. 117, NCPC prevê a independência dos litisconsortes (é a regra). Quando o litisconsórcio for simples, os atos e omissões de um litisconsortes não prejudicam nem beneficia o outro. 
Quando o litisconsórcio for unitário, as partes tem que caminhar juntas para que o juiz possa dar uma decisão uniforme. Então, para que isso aconteça foi estabelecida na doutrina uma separação entra as condutas alternativas e as condutas determinantes.
 - Condutas alternativas: são aquelas que uma vez praticadas geram um resultado favorável para as partes. Ex.: apresentar recurso. Se a conduta for alternativa no LU, automaticamente, ela é estendida para o outro litisconsorte, porque é uma conduta que só traz benefícios. 
 - Condutas determinantes: é aquela que uma vez praticada gera um resultado desfavorável a quem a pratica (exemplo: um autor quer reconhecer o pedido e outro não, um autor quer desistir e o outro não). Então, quando há LU e as partes não estão em comum acordo, para que um possa praticar uma CD ele vai precisar da anuência expressa do outro litisconsorte. Se o outro litisconsorte não concordar essa conduta não produzirá efeitos.
OBS: quando não for possível enquadrar o ato em uma dessas condutas, quando houver uma omissão, o ato é entendido como CD. 
 Intervenção de terceiros:
*Em algumas situações, quando temos intervenção de terceiros é possível que configure o litisconsórcio.
Terceiro para o processo significa estranho, ou seja, para o processo terceiro é aquele que a princípio não participava da relação processual. E o termo intervir para o processo significa ingressar em um processo pendente, ou seja, é quando temos uma demanda que já foi instaurada e que já está em curso e no meio desse curso a pessoa entra, intervém nessa demanda.
Então, intervenção de terceiros são aquelas situações em que apesar do processo correr entre A e B, existe uma pessoa de fora que já foi afetada pela decisão desse processo ou então essa pessoa antevê que será afetada pela decisão.
Essa pessoa que ingressa no processo pode vir a virar parte ou não. Quando ela vira parte, nós passamos a ter um litisconsórcio.
A intervenção de terceiros pode ser voluntária ou forçada. Na intervenção voluntária o terceiro pede pra participar do processo alheio e na intervenção forçada alguma das partes principais do processo chama o terceiro pra participar do processo.
As modalidades voluntárias da intervenção de terceiros são:
 1º. Assistência: está prevista no Art. 119 e seguintes. Assistênciasignifica auxílio ou ajuda. 
É a situação em que alguém que está fora do processo deseja ajudar umas das partes a vencer a causa, a parte que ela vai ajudar será a parte na qual ele tem interesse na vitória. 
É quando temos então um processo correndo entre A e B e do lado de fora temos C, que por sua vez está preocupado com o destino do processo, pois ele antevê que a futura decisão poderá lhe afetar. Então, a lei confere ao C a possibilidade de solicitar seu ingresso voluntário na qualidade de assistente e assim ele poderá ajudar uma das partes a ganhar a causa. A parte que recebe a ajuda será denominada como assistido. 
 - Ex 1: uma ação de despejo entre A e B, pois havia um contrato de locação entre eles e B não pagou a mensalidade. Do lado de fora dessa demanda existe o C, que prevê que a decisão desse processo poderá lhe afetar, pois ele é o sublocatário. Logo, C tem interesse na vitória de B, então, C pode peticionar nos autos para prestar um auxílio para B. 
Um tipo de ajuda que ele pode dar na prática é no momento de produção de provas, porém essa ajuda pode variar.
 - Ex 2: contrato onde A é credor e B e C são devedores solidários. O A ingressa com um processo contra B. C, que está de fora do processo, é o codevedor e por isso tem interesse na vitória de B. Então, ele entra no processo como assistente para ajudar B.
A assistência é uma atuação preventiva do assistente, pois ainda não houve uma decisão. O assistente ingressa no processo para tentar evitar essa decisão que pode vir a lhe prejudicar.
O § único do Art. 119 diz que não existe um limite temporal para que a assistência seja requerida. Ou seja, o terceiro pode ingressar a qualquer tempo, porém o assistente receberá o processo no estado em que ele se encontra. Isso quer dizer que não será admitido nenhum tipo de retrocesso no processo. Então, quando mais o assistente demorar a ingressar, menos ele vai poder ajudar, pois não é permitir voltar em fases do processo que já passaram.
A assistência não gera litisconsórcio, pois ela é uma intervenção de terceiros ad coadjuvandum, ou seja, o assistente é acessório, ele não vira parte do processo.
O juiz deve analisar se o ingresso do terceiro é realmente pertinente, se for, o ingresso é permitido. Para o terceiro ingressar no processo ele precisa ter um interesse jurídico, que é um interesse mais direto na causa. O terceiro deve provar que ele tem uma relação jurídica com uma das partes e que a futura decisão poderá interferir nessa relação.
Se o terceiro tiver um apenas um interesse afetivo, sentimental ou então apenas um interesse econômico, o seu ingresso não é permitido.
 - Ex 1: A cobrando uma dívida de B. C é um familiar do B que está preocupado com B. Nesse caso, o ente familiar tem apenas um interesse sentimental, logo o ingresso dele no processo não é permitido.
 - Ex 2: Devedor B e os credores A, C e D. Onde A entra com um processo contra B. C e D com medo de B gastar todos os seus patrimônios pagando A e depois não ter mais nenhum recuso para pagar eles, resolvem ingressar do processo para ajudar B. Porém o ingresso não é permitido, pois eles possuem apenas um interesse econômico.
 2º. Recurso do terceiro prejudicado: está previsto no Art. 996, NCPC. É quando temos um processo entre A e B onde foi proferida em, 1º instância, uma sentença. C que não participou do curso do processo, foi afetado pela decisão. A lei permite então que C solicite seu ingresso para o recurso dessa decisão. No recurso nós já temos a decisão que prejudicou o terceiro, ele entra pós-decisão, entra como recorrente para tentar reverter a decisão. 
*Na assistência o terceiro ingressa para prevenir uma decisão que o prejudique. 
O terceiro prejudicado que pode recorrer é a mesma pessoa que já poderia, desde o início do processo, ter ingressado na qualidade de assistente.
OBS: não confundir o recurso do terceiro prejudicado com a assistência requerida em 2ª instância. As duas ocorrem em 2ª instância, sendo que no recurso do terceiro prejudicado é o próprio terceiro que apresenta o recurso para a decisão. Já no caso de assistência requerida em 2ª instância, a própria parte do processo recorre e depois disso o terceiro prejudicado adere o recuso da parte, ou seja, ele vai ajudar a parte a vencer no recurso.

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