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ENGENHARIA MECÂNICA ENGENHARIA QUÍMICA ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO ENGENHARIA CIVIL (INTEGRAL) LABORATÓRIO DE FÍSICA GERAL I Composição e decomposição de forças coplanares Data da realização do experimento: 11/04/2014 Professor Responsável: Gilson Coutinho Junior Aluno: Jonas Eduardo Bini RA: 47447 Aluno: Luiz Felipe Russo RA: 84612 Aluno: Mirella Thomazini RA: 84016 Aluno: Gabriel Massoli RA: 84023 Araras, SP 2014 1. RESUMO Força é qualquer interação entre um conjunto de corpos capaz de provocar deformação e/ou modificação no estado de repouso ou movimentação de um corpo ou sistema de corpos. É considerada como uma grandeza vetorial, e desta forma operamos sobre ela de acordo com as regras da álgebra vetorial. O movimento ou comportamento de um corpo pode ser estudado em função das forças que atuam sobre esse corpo, sendo a força resultante a soma vetorial de todas as forças atuantes sobre o corpo estudado. Os experimentos a seguir ajudarão a demonstrar o comportamento algébrico e geométrico de duas forças coplanares, e a demonstração dos conceitos estudados em aula. 2. OBJETIVO Através de atividades realizadas numa mesa de forças, ser capaz de identificar a força equilibrante de um sistema de duas forças coplanares e determinar a força resultante desse sistema, calculando-a utilizando dos métodos analítico e geométrico. 3. MATERIAL UTILIZADO Lápis; Borracha; Calculadora; Papel milimetrado; Régua; Tranferidor; Painel metálico multifuncional; Escala angular pendular de 0 a 360 graus; Dinamômetros de fixação magnética, com escala de 0 a 2N; Fios de poliamida de 0,22m com anéis. 4. FUNDAMENTOS TEÓRICOS Forças são definidas como grandezas vetoriais em Física. Uma força possui módulo, direção e sentido e também obedecem às leis de soma, subtração e multiplicação vetoriais da álgebra. Este é um conceito de suma importância, pois nos mostra que o movimento ou comportamento de um corpo pode ser estudado em função da somatória vetorial das forças atuantes sobre ele, e não de cada uma individualmente. Porém, uma determinada força pode também ser decompostas em subvetores, ou também chamado de componentes da força, segundo as regras da álgebra, para se analisar determinado comportamento. Isso vem da compreensão da força como uma grandeza vetorial à definição da Primeira Lei de Newton, que postula que: “Considerando um corpo no qual não atue nenhuma força resultante, este corpo manterá seu estado de movimento: se estiver em repouso, permanecerá em repouso; se estiver em movimento com velocidade constante, continuará neste estado de movimento.” Pode-se assim, aplicar várias forças a um corpo, mas se a resultante vetorial for nula, o corpo agirá como se nenhuma força estivesse sendo aplicada a ele. Este é o estado comum de "equilíbrio" de quase totalidade dos corpos no cotidiano, já que sempre há, na proximidade da Terra, a força da gravidade ou peso atuando sobre todos os corpos. Como exemplo, um livro, deitado sobre uma mesa, está na verdade sofrendo a ação de pelo menos duas forças, a força gravitacional e a força normal, que se equilibram ou se anulam e dão a aparência de o livro estar parado. Como foi dito, a força resultante tem caráter vetorial e podemos utilizar as leis vetoriais da álgebra para estudá-la. Para obtermos seu módulo, utilizaremos de dois métodos da álgebra vetorial, o método algébrico, chamado de Lei dos Cossenos, e o geométrico, chamado de regra do paralelogramo. A lei dos cossenos é uma generalização do Teorema de Pitágoras, que pode ser utilizada em situações envolvendo triângulos quaisquer. Consideremos um vetor ⃗ como sendo igual ⃗⃗ – ⃗, temos então um triângulo formado pela soma de ⃗ e ⃗, e o resultante é ⃗⃗. Figura 1: Triângulo formado por vetores. Sabendo que ‖ ⃗⃗‖ e que ⃗⃗ ⃗ ‖ ⃗⃗‖ ‖ ⃗‖ , teremos então que: ⃗ ⃗⃗ ⃗ ⃗ ‖ ⃗‖ ‖ ⃗⃗ ⃗‖ ‖ ⃗‖ ( ⃗⃗ ⃗) ⃗⃗ ⃗ ‖ ⃗‖ ‖ ⃗⃗‖ ⃗⃗ ⃗ ‖ ⃗‖ ‖ ⃗‖ ‖ ⃗⃗‖ ‖ ⃗‖ ‖ ⃗⃗‖ ‖ ⃗‖ Eq.1 A equação 1 representa a lei dos cossenos de uma forma a se trabalhar com os módulos dos vetores. A regra do paralelogramo é uma propriedade da geometria que consiste em traçar retas paralelas a um vetor no final do outro vetor e traçar um vetor que ligue o início dos vetores ao ponto de intersecção das retas, obtendo assim o vetor resultante. Figura 2: Paralelogramo. Consideremos os vetores ⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗ e ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ , e a reta tracejada ̅̅ ̅̅ paralela ao vetor ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ e no final do vetor ⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗ e a reta tracejada ̅̅ ̅̅ paralela ao vetor ⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗ e no final do vetor ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ . O início dos vetores está no ponto D e a intersecção das retas está no ponto B, então, o vetor resultante é o vetor ̅̅ ̅̅ . Podemos analisar assim, a partir desses métodos se um corpo está em movimento ou repouso. Se sua força resultante for diferente de 0 (zero) teremos o corpo em mudança de movimento ou deformação, e se sua força resultante for de módulo igual a 0 (zero) teremos o corpo em estado de inércia. As leis de força foram desenvolvidas por Isaac Newton, em 1666, tomando como base as leis de queda dos corpos de Galileu Galilei e também as leis de movimento dos planetas de Kepler. Essas leis são de suma importância para a física e engenharias, e são aplicadas cotidianamente em muitas áreas. 5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Nivelamos o painel de forças na posição horizontal através das sapatas. Em seguida, ajustamos os respectivos zeros dos dinamômetros e os acoplamos ao painel de forças formando um ângulo de 60° (Figura 3.a) entre eles conforme pedido e exemplificado no roteiro. Anotamos as leituras dos três dinamômetros e alteramos o ângulo para que formassem um ângulo de 90° (Figura 3.b) entre si. Anotamos as novas leituras dos três dinamômetros e alteramos novamente o ângulo para que formassem um ângulo de 120° (Figura 3.c) e anotamos as novas leituras obtidas. Figura 3: a) 60° b)90° 120° A tabela com os dados obtidos poderá ser vista mais à frente na tabela 1. 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com as leituras feitas, obtivemos a seguinte tabela como resultado. D1 (esquerda) D2 (direita) D3 (central) 60° 0,36 0,36 0,60 90° 0,78 0,80 1,10 120° 0,38 0,38 0,38 Tabela1: Leituras dos dinamômetros. Figura 4: Leituras obtidas na posição de 60°. Figura 5: Leituras obtidas na posição de 90º. 0,60 N 0,36 N 0,36 N 1,10 N 0,80 N 0,78 N Figura 6: Leituras obtidas na posição de 120°. Através das leituras que obtivemos dos dinamômetros da D1 e D2, e utilizando da lei dos cossenos, montamos outra tabela com o valor esperado da força equilibrante. Para 60°, os cálculos foram: ‖ ⃗⃗‖ ‖ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗‖ ‖ ⃗⃗⃗‖ Para 90°, os cálculos foram: ‖ ⃗⃗‖ ‖ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗‖ ‖ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗‖ ‖ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗‖ ‖ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗⃗‖ Para 120°, os cálculos foram: ‖ ⃗⃗‖ ‖ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ ‖ ⃗⃗‖ ‖ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗‖ ‖ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗‖ ‖ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗‖ ‖⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗‖ ‖ ⃗⃗⃗‖ 0,38 N 0,38 N 0,38 N Com esses resultados, montamos uma tabela (tabela 2) com os valores esperados da força equilibrante. D1 (esquerda) D2 (direita) ‖ ‖ 60° 0,36 0,36 0,62 90° 0,78 0,80 1,12 120° 0,38 0,38 0,38 Tabela 2: Valores obtidos da força equilibrante pela lei dos cossenos. Com a utilização do papel milimetrado, régua e transferidor, e do método do paralelogramo, traçamos os vetores com os módulos das leituras de D1 e D2, e obtivemos o vetor equilibrante. Eles podem ser vistos na figura b dos anexos 1, figura b, para o ângulo de 60°, 2, figura b, para o ângulo de 90° e 3, figura para o ângulo de 120º. Nestes mesmos anexos, na figura a, pode ser encontrado também a representação geométrica das forças atuantes no sistema. 7. CONCLUSÃO Com os experimentos realizados, podemos demonstrar as fórmulas e teorias algébricas da composição e decomposição de vetores, ou seja, a soma vetorial e a resultante de vetores. Podemos também perceber as diferenças obtidas nos resultados dos dinamômetros, e observar de imediato, pelas várias configurações nas forças tensoras e ângulos diferentes que estudamos. Neste experimento, aprendemos que a força é um vetor, e que para caracterizá-lo necessitamos de um valor (módulo), uma direção e um sentido. Aprendemos também como medir a força através de um dinamômetro e a calcular a força resultante ou a força equilibrante, a partir de dois métodos matemáticos, a lei dos cossenos e a regra do paralelogramo. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica. 4ª ed. – São Paulo: Edgard Blücher, 2002. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos da física, volume 1: mecânica. 8ª ed. – Rio de Janeiro: LTC, 2008. TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros – mecânica. 5ª ed. – Rio de Janeiro: LTC, 2006. SEARS, F. W.; ZEMANSKY, M. W.; YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física I, volume 1: mecânica. 12ª ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2009. BOULOS, P.; CAMARGO, I. Geometria Analítica: um tratamento vetorial. 3ª ed. – São Paulo, SP: Prentice Hall, 2005. WINTERLE, P.; STEINBRUCH, A. Geometria Analítica. 2ª ed. São Paulo, SP: McGraw-Hill, 1987.
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