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Universidade federal da paraíba Departamento de química – DQ/CCEN Físico-química experimental RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS CINÉTICOS POR FOTOCOLORIMETRIA Grupo: José Breno da Costa Gabriela Tafaela Dias Juliany Santiago de Araújo Larissa Saldanha M. de Vasconcelos Manuella Cortez Cavalcante Turma: Farmácia Data: 09 de outubro de 2017 Professora: Karen Cacilda Weber João Pessoa , 2017 OBJETIVO Determinar a ordem e a constante de velocidade da reação do cristal violeta com o hidróxido de sódio utilizando a técnica de fotocolorimetria. INTRODUÇÃO Para a determinação da ordem de uma reação ou sua Lei de velocidade, podemos utilizar a mudança de coloração dessa reação como parâmetro a ser estudado . Para isso podemos utilizar um equipamento denominado fotocolorímetro. Com esse equipamento podemos verificar a mudança da coloração ao longo de uma reação. A mudança de coloração é um dos indicativos de que uma determinada reação está se processando . Neste trabalho apresentaremos a reação do cristal de violeta, que possui coloração roxa, com o hidróxido de sódio, que é incolor. Como o produto desta reação é incolor, podemos analisar a velocidade da reação pela mudança de cor da solução . A seguir são apresentados os métodos matemáticos cinéticos diferentes, sendo que todos esses métodos partem de uma mesma base: Do conhecimento da concentração de pelo menos um dos reagentes ao longo do tempo. Os métodos para analisar os dados cinéticos são diversos, sendo os mais usuais: O método diferencial, o método integral, o método de meias-vidas e, o método das velocidades iniciais. Para determinar a ordem da reação pelo método integral, supomos uma ordem de reação e integramos a equação diferencial utilizada para modelar o sistema em batelada. Se essa suposta ordem de reação assumida for correta, o gráfico correspondente (determinado a partir desta integração) dos dados de concentração-tempo deve ser linear. Caso isso não ocorra, se essa suposta ordem de reação não se ajustar a uma reta então, ela deve ser rejeitada. O método integral de análise é utilizado mais frequentemente quando a ordem da reação é conhecida e se deseja calcular a velocidade específica da reação, a diferentes temperaturas tendo em vista a determinação da energia de ativação. No método integral de análise de dados cinéticos, devemos procurar por uma função da concentração, correspondente a uma lei de velocidade específica, que seja linear com o tempo. Para a reação: A Produtos Conduzida em um reator em batelada a volume constante, o balanço molar é Para uma reação de ordem zero, rA = -k, e a combinação da lei de velocidade com o balanço molar é Integrando com CA = CA0 em t = 0, temos Para uma reação de ordem zero conduzida em um reator em batelada a volume constante, o gráfico da concentração de A em função do tempo será uma reta (Figura 1) com uma inclinação (-k). Figura 1 – Reação de ordem zero Se a reação é de primeira ordem (Figura 2), a integração da combinação molar com a lei de velocidade é Figura 2 – Reação de primeira ordem Com a condição inicial CA = CA0 em t = 0, obtemos Consequentemente, é possível ver que o gráfico de [ln(CA0/CA) em função do tempo é uma reta com inclinação k. Se a reação é de segunda ordem, (Figura 3), então Figura 3 – Reação de segunda ordem integrando, com o valor inicial de CA = CA0, obtemos Obs: É possível observar que para uma reação de segunda ordem o gráfico de (1/CA) em função do tempo deve ser uma reta com inclinação k. Nas figuras 1, 2 e 3, é possível ver que quando plotamos a função da concentração apropriada (i.e., CA, lnCA ou 1/CA) contra o tempo, obtemos funções lineares e concluímos que as reações são, respectivamente, de ordem zero, de primeira ordem ou de segunda ordem. Entretanto, se os gráficos dos dados de concentração contra o tempo não forem lineares, como mostrado na Figura 4, podemos afirmar que a ordem de reação suposta não ajusta os pontos experimentais. No caso da Figura 4, podemos concluir que a reação não é de segunda ordem. É importante reafirmar que, dada uma lei de velocidade, devemos escolher prontamente a função da concentração ou da conversão que dá origem a uma reta quando plotada contra o tempo ou contra o tempo espacial. Figura 4 – Gráfico do inverso da concentração em função do tempo O método diferencial é aplicado diretamente na equação diferencial da velocidade a ser testada e permite avaliar todos os termos da equação, inclusive a derivada dCA/dt. Obs 1: A determinação dos parâmetros cinéticos pelo método diferencial não é um método simples, mas é o mais usado nas situações complexas. Trata-se de um método que deve ser usado, de forma complementar ao método integral. A determinação dos parâmetros cinéticos pelo método diferencial pode ser dada de duas maneiras: Utilizando os dados experimentais de concentração em função do tempo e por aproximação determinam-se as taxas a partir das curvas cinéticas; Determinando as taxas diretamente, utilizando os dados de um reator diferencial. Para ilustrar o procedimento empregado no método diferencial de análise, consideraremos uma reação conduzida de forma isotérmica em um reator em batelada a volume constante em que é registrada a variação da concentração com o tempo. Pela combinação do balanço molar com a lei de velocidade dada pela equação Obtemos: Após a aplicação do logaritmo natural a ambos os membros da equação anterior, temos, É possível observar que a inclinação da reta, que expressa a dependência de ln(-dCA/dt) com (lnCA), é a ordem de reação (Figura 5). Figura 5 – O método diferencial para a determinação da ordem de reação log-log, em que a inclinação da reta é igual à ordem de reação A velocidade A (Figura 5 - a) mostra um gráfico de [-(dCA/dt)] contra [CA], em escala específica da reação, kA, pode ser determinada selecionando, em primeiro lugar, uma concentração qualquer, designada por CAp, e, depois, buscando o correspondente valor de ordenada [-(dCA/dt)p], como mostrado na (Figura 5 - b). Após elevar CAp à potência α, dividimos esse resultado por [-(dCA/dt)p] para determinar kA: Para obter a derivada -dCA/dt, usada na Figura 5, deve-se diferenciar os dados concentração-tempo de forma numérica ou gráfica. Obs 2: Quando vários componentes participam da reação, deve-se determinar a ordem de reação em relação a cada componente. Isto será possível desde que se possa controlar a reação, tal que somente a concentração de um dos componentes varie. Há três possibilidades: a) a concentração do componente principal varia, e os demais componentes não são consumidos durante a reação. b) acompanha-se a concentração do composto principal, mantendo as concentrações dos demais componentes constantes, adicionando reagente numa proporção que compense o seu consumo durante a reação. c) acompanha-se a concentração do reagente principal e mantém-se a concentração dos reagentes constantes, introduzindo-os em excesso, relativo à concentração do componente principal. A variação de concentração do reagente em excesso é praticamente desprezível. d) se ambas as concentrações variam, se faz uso do método das taxas parciais. MATERIAIS E MÉTODOS Equipamentos 4 balões volumétricos de 50 mL 1 balão volumétrico de 100 mL 2 balões volumétricos de 500 mL 1 pipeta volumétrica de 5 mL 1 pipeta volumétrica de 10 mL 1 espectrofotômetro 1 cronômetro Reagentes NaOH 0,01 M; Cristal violeta (M= 408,0 g/mol) Procedimento Parte A : Calibração do Espectofotômetro Foi preparada a solução de cristal violeta pesando 0,021g para 500 ml de solução e chamada de Ao.Pegou –se 10 ml desta solução e transferimos para um balão de 50 ml ,completando o volume com água destilada.Logo ,essa solução foi chamada de A1. Estabeleceu-se o branco da absorbância ,colocando na cubeta água destilada e inserido no espectofotometro. Zerado a absorbância. OBS : os demaisitens não foi necessário realizar . Parte B: Medidas de Absorbância da Mistura Reacional 1. Transferiu-se uma alíquota de 25 mL da solução A0 para um balão de 50 mL, completando o volume com água destilada denominando essa solução de A2. 2. 100 mL de solução de NaOH 0,1 M já estava preparada no laboratório. Uma alíquota de 5 mL e 10 mL desta solução foi transferida para dois balões de 50 mL, completando o volume restante com água destilada denominando estas soluções de B1 e B2, respectivamente. 3. Colocou 10 mL da solução A2 em um béquer, e, em outro, 10 mL da solução B1. Adicionou-se o conteúdo de um béquer no outro e acionou o cronômetro. 4. Posteriormente a mistura reacional foi agitada e utilizada uma alíquota para lavar a cubeta. Em seguida, encheu a cubeta com a mistura. Colocou a cubeta no espectrofotômetro, fechando sua tampa e determinando a absorbância inicial (tempo “zero”). Foram feitas leituras da absorbância em intervalos de 1 min até atingir o limite da faixa de calibração (cerca de 30 medidas). A temperatura da mistura reacional foi medida e anotada. 5. Repetiu o procedimento usando 10 mL da solução A2 e 10 mL da solução Tratamento de Dados A2B1 A2: 25 mL da solução de cristal de violeta (A0) para um balão de 50 mL. B1: 5 mL de NaOH foi transferida para dois balões de 50 ml A0 inicial: 1,42. A1: 1,31 A6:1,01 A11:0,79 A16:0,62 A2:1,24 A7:0,97 A12:0,75 A17:0,59 A3:1,18 A8:0,92 A13: 0,71 A18:0,56 A4:1,14 A9:0,88 A14: 0,68 A19:0,53 A5:1,07 A10: 0,84 A15: 0,65 A20: 0,51 A2B1 A-A0 Vs t lnA/A0 Vs t (1/A) - (1/A0) Vs t 1 -0,11 -0,08 0,06 2 -0,18 -0,14 0,10 3 -0,24 -0,19 0,14 4 -0,28 -0,22 0,17 5 -0,35 -0,28 0,23 6 -0,41 -0,34 0,29 7 -0,45 -0,38 0,33 8 -0,49 -0,43 0,37 9 -0,53 -0,47 0,42 10 -0,58 -0,52 0,48 11 -0,62 -0,58 0,55 12 -0,66 -0,63 0,62 13 -0,71 -0,69 0,70 14 -0,73 -0,73 0,75 15 -0,77 -0,77 0,82 16 -0,80 -0,83 0,90 17 -0,83 -0,88 0,99 18 -0,86 -0,93 1,08 19 -0,88 -0,97 1,15 20 -0,90 -1,01 1,23 A2B2 A2: 25 mL da solução de cristal de violeta ( A0) para um balão de 50 mL. B2: 10 mL de NaOH foi transferida para dois balões de 50 mL A0 inicial: 1,53 A1: 1,43 A6:0,96 A11:0,61 A16:0,45 A2:1,31 A7:0,87 A12:0,57 A17:0,43 A3:1,22 A8:0,79 A13: 0,54 A18:0,41 A4:1,13 A9:0,72 A14: 0,51 A19:0,39 A5:1,04 A10: 0,66 A15: 0,48 A20: 0,38 A2B1 A-A0 Vs t lnA/A0 Vs t (1/A) - (1/A0) Vs t 1 -0,105 -0,07 0,04 2 -0,22 -0,15 0,11 3 -0,31 -0,23 0,17 4 -0,40 -0,30 0,23 5 -0,49 -0,38 0,30 6 -0,57 -0,47 0,39 7 -0,66 -0,56 0,49 8 -0,74 -0,66 0,61 9 -0,81 -0,75 0,73 10 -0,87 -0,83 0,85 11 -0,92 -0,91 0,97 12 -0,96 -0,98 1,08 13 -0,99 -1,04 1,19 14 -1,02 -1,10 1,31 15 -1,05 -1,16 1,42 16 -1,08 -1,21 1,54 17 -1,10 -1,26 1,65 18 -1,12 -1,31 1,76 19 -1,14 -1,35 1,87 20 -1,15 -1,39 1,96 Calcular Kf1 e Kf2 para as duas cinéticas e calcular o valor de n e k . Para 5 ml de NaOH: C1.V1= C2.V2 0,1 M x 5 ml = C2 . 50 ml C2= 0,01 M Para 10 ml de NaOH: C1.V1= C2.V2 0,1 M x 10 ml = C2 . 50 ml C2= 0,02 M Kf1= tg O Kf1: 0,29 - 0,10 = 0,0475 min-1 Kf2: 0,39- 0,11= 0,07 min-1 6 -2 6-2 Log Kf1 = Log [OH1] N Kf2 [OH2] Log 0,04 = Log 0,01 N 0,07 0,02 -0,24 3 = -0,301 N N= 1 KF2= K. [ OH ] N 0,04= K. [ 0,01 ] 1 0,04 = K . 0,01 K= 0,25 MOL\L min-1 ORDEM GLOBAL : K.[ CV] m. [OH]n Logo, a ordem global é 2. QUESTÕES Os valores obtidos são satisfatórios? Sim, obtivemos a reta desejada no gráfico e consequentemente os valores estão condizentes com o esperado. 2.Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento ? Pode ocorrer erros na leitura das Soluções devido a: alterações durante a diluição dos corantes, visto que qualquer quantidade acima ou abaixo pode afeitar no resultado; restos de outras soluções também podem afetar a leitura da solução. Isso faz com que a rinsagem torne-se algo bastante importante na hora da troca de soluções para leitura. tempo de reação também deve ser seguido de acordo com o recomendado para que não afete qualquer resultado. Obs: Cada cor absorve um comprimento de onda diferente que já é definido pela literatura e deste modo para a cor violeta utilizamos o comprimento de onda máximo. REFERÊNCIAS Levenspiel, O., Modelling in chemical engineering, Chemical Engineering Science, 57, 4691 – 4696, 2002. Smith, J. M., Chemical Engineering Kinetics, 3rd ed., McGraw-Hill, 1981. Schmal, Martin., Cinética e Reatores: aplicação na engenharia química: teoria e exercícios– Editora Synergia, 2010.
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