DIREITO PENAL III REVISÃO

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL III
INTRODUÇÃO AOS CRIMES CONTRA A PESSOA
AO TODO SÃO 11 TÍTULOS QUE TRADUZEM OS BENS TUTELADOS PELA LEI PENAL;
OS TÍTULOS SÃO:
TÍTULO I: CRIMES CONTRA A PESSOA;
TÍTULO II: CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO;
TÍTULO III: CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL;
TÍTULO IV: CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO;
TÍTULO V: CRIMES CONTRA O CONSENTIMENTO RELIGIOSO E RESPEITO AOS MORTOS;
TÍTULO VI: CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL;
TÍTULO VII: CRIMES CONTRA A FAMÍLIA;
TÍTULO VIII: CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA;
TÍTULO IX: CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA;
TÍTULO X: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA;
TÍTULO XI: CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
TEM POR FINALIDADE TRAZER A CONHECIMENTO PÚBLICO AS QUESTÕES MAIS DISCUTIDAS E CONTROVERTIDAS RELACIONADAS AO DIREITO PENAL.
HOMICÍDIO
INFRAÇÃO PENAL QUE UNE VÁRIOS TIPOS DE SENTIMENTOS E INTERESSES, COMO ÓDIO, RANCOR, INVEJA, PAIXÃO;
PRIMEIRO HOMICÍDIO FORA REGISTRADO PELA BÍBLIA E COMETIDO QUANDO ABEL FOI MORTO POR CAIM QUANDO DEUS RECUSOU A OFERTA DE CAIM PREFERINDO A DE ABEL, DESSA FORMA DEUS PUNIU CAIM O TRANSFORMANDO EM FUGITIVO.
EM REGRA GERAL QUEM COMETE O CRIME DE HOMICÍDIO PERCEBE AS CONSEQUÊNCIAS DO SEU ATO IMEDIATAMENTE. SENDO ASSIM, TOMADO POR SENTIMENTO DE MEDO, INSEGURANÇA, FRAGILIDADE... SENDO UM FUGITIVO DE SI MESMO;
HOMICÍDIO SIMPLES, QUALIFICADO E PRIVILEGIADO
SIMPLES: PREVISTO NO ARTIGO 121 DO CP, COM PENA DE 6 A 20 ANOS DE RECLUSÃO. SOMENTE O SER HUMANO PODE SER VÍTIMA DO DELITO DE HOMICÍDIO. NESTE CASO, É POSSÍVEL IDENTIFICAR COM CLAREZA, O SEU NÚCLEO, O SUJEITO ATIVO E O PASSIVO, O OBJETO MATERIAL, BEM COMO O BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO.
PRIVILEGIADO: PREVISTO NO PARÁGRAFO PRIMEIRO DO ART. 121, TRATA-SE DE UMA CAUSA ESPECIAL DE REDUÇÃO DE PENA, TENDO INFLUÊNCIA NO TERCEIRO MOMENTO DE SUA APLICAÇÃO. A PENA PODE SER REDUZIDA DE UM SEXTO A UM TERÇO, E SÓ OCORRE DE ACORDO COM TRÊS TIPOS DE CONDIÇÕES PRIVILEGIADORAS, QUE SÃO:
RELEVANTE VALOR SOCIAL;
RELEVANTE VALOR MORAL: SENTIMENTO DE PIEDADE OU COMPAIXÃO ALHEIA;
HOMICÍDIO EMOCIONAL: TEM POR REQUISITOS, VIOLENTA EMOÇÃO, REAÇÃO IMEDIATA E INJUSTA PROVOCAÇÃO;
OBSERVAÇÃO: TODAS AS PRIVILEGIADORAS SÃO CIRCUNSTÂNCIAS SUBJETIVOAS (É O PORQUÊ DO OCORRIDO).
QUALIFICADO: COM PENA DE RECLUSÃO DE 12 A 30 ANOS, PARA AQUELE QUE CAUSAR A MORTE DE ALGUÉM:
SENDO PAGO OU MEDIANTE RECOMPENSA, OU POR QUALQUER OUTRO MOTIVO TORPE;
MOTIVO FÚTIL;
COM EMPREGO DE FOGO, VENENO, EXPLOSIVO, ASFIXIA, TORTURA OU OUTRO MEIO INSIDIOSO OU CRUEL, OU QUE POSSA RESULTAR PERIGO COMUM;
À TRAIÇÃO, EMBOSCADA, OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO OU OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO;
PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO, A OCULTAÇÃO, A IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO CRIME;
CONTRA MULHER, POR RAZÕES DE SER DO SEXO FEMININO;
CONTRA AUTORIDADES OU AGENTES DESCRITO NOS ARTIGOS 142 E 144 DA CF (INTEGRANTES DO SISTEMA PRISIONAL E DA FORÇA DE SEGURANÇA PÚBLICA, NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO OU EM DECORRÊNCIA DELA, OU CONTRA SEU CÔNJUGE, COMPANHEIRO OU PARENTE CONSAQUÍNEO ATÉ TERCEIRO GRAU).
SENDO QUALIFICADO O HOMICÍDIO, DEVERÁ O JULGADOR, APÓS CONCLUIR QUE O FATO PRATICADO PELO AGENTE SE TRATA DE UM FATO TÍPICO, ILÍCITO E CULPÁVEL, LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO O CRITÉRIO TRIFÁSICO DO ART. 68, DO CP, PARA FIXAR A PENA-BASE NOS LIMITES NELE PREVISTOS. CADA UMA DAS QUALIFICADORAS TAMBÉM IRÁ MERECER ANÁLISES POSTERIORES.
TODO HOMICÍDIO QUALIFICADO É CONSIDERADO HEDIONDO E, PORTANTO, É REGIDO PELA LEI DE N° 8072/90 (LEI DE CRIMES HEDIONDOS).
CASO O CRIME SEJA PRATICADO POR UM GRUPO DE EXTERMÍNIO, BASTA QUE UM DOS INTEGRANTES ESTEJA LIGADO A ELE.
QUALIFICADORAS DO HOMICÍCIO
PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA; OU MOTIVO TORPE (MOTIVO QUE A CABEÇA DO AGENTE INVENTA PARA PRATICAR O ATO, GERALMENTE ALGO TOTALMENTE INEXISTENTE OU MAL INTERPRETADO);
MOTIVO FÚTIL: MOTIVO DE POUCA RELEVÂNCIA;
TRAIÇÃO: EM GERAL É A DESLEALDADE, QUE PODE SER:
OBJETIVA: QUANDO A VÍTIMA É SURPREENDIDA POR QUALQUER PESSOA PELAS COSTAS;
SUBJETIVA: QUANDO A VÍTIMA É SUPREENDIDA POR ALGUÉM QUE TENHA UMA BOA RELAÇÃO, SEJA DE CONFIANÇA OU INTIMIDADE.
EMBOSCADA: QUANDO O AGENTE AGUARDA A VÍTIMA APÓS ANALISAR TODA A SUA ROTINA;
DISSIMULAÇÃO: QUANDO O AGENTE ENCOBRE A SUA INTENÇÃO HOSTIL, UTILIZANDO DE UM ARDIL PARA SURPREENDER A VÍTIMA.
OUTRO MEIO OU RECURSO: QUALQUER MEIO QUE DIFICULTE OU IMPOSSIBILITE A DEFESA DA VÍTIMA.
PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO, A OCULTAÇÃO, A IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO CRIME: NESSE CASO, NÓS TEMOS OS:
HOMICÍDIO TELEOLÓGICO: É AQUELE COMETIDO PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO DE OUTRO CRIME;
HOMICÍDIO CONSEQUÊNCIAL: É AQUELE PRATICADO PARA ASSEGURAR A IMPUNIDADE OU A OCULTAÇÃO DE OUTRO CRIME.
FEMINICÍDIO: PREVISTO NO INCISO VI DO ART. 121, TRATA-SE DE UMA QUALIFICADORA APLICADA A HOMICÍDIOS ONDE O SUJEITO PASSIVO FOI ASSASSINADO PELO FATO DE SER DO SEXO FEMININO.
CAUSAS DE AUMENTO NO FEMINICÍDIO: A PENA É AUMENTADA DE 1/3 A METADE SE O CRIME FOR PRATICADO QUANDO:
DURANTE A GESTAÇÃO OU NOS 3 MESES DEPOIS DO PARTO: 
CONTRA AUTORIDADES OU AGENTES DESCRITOS NOS ARTIGOS 142 E 144 DA CF, EM DECORRÊNCIA DELA, CÔNJUGE, COMPANHEIRO OU PARENTE CONSAQUÍNEO ATÉ TERCEIRO GRAU, EM RAZÃO DESSA CONDIÇÃO: OS ARTIGOS 142 E 144 DA CF TRAZEM A SEGUINTE DEFINIÇÃO DESSES AGENTES, QUE SÃO:
ART 142: AS FORÇAS ARMADAS, MARINHA, EXÉRCITO E AERONÁUTICA.
ART 144: POLÍCIA FEDERAL, POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL, POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL, POLICIAIS CIVIS, POLICIAIS MILITARES E CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES.
HOMICÍDIO CULPOSO
PREVISTO NO § 3°, TEM POR PENA, DENTENÇÃO DE 1 A 3 ANOS, E OCORRE QUANDO O AGENTE AGE COM IMPRUDÊNCIA, NEGLIGÊNCIA OU IMPERÍCIA, DEIXA DE EMPREGAR OS CUIDADOS NECESSÁRIOS AO QUAL ERA CAPAZ.
AUMENTO DE PENA: A PENA É AUMENTADA EM 1/3 CASO:
OCORRA INOBSERVÂNCIA DE REGRA TÉCNICA DE PROFISSÃO DE ARTE OU OFÍCIO: QUANDO O AGENTE TEM A CAPACIDADE NECESSÁRIA PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO;
DEIXA DE PRESTAR SOCORRO IMEDIATO À VÍTIMA: NÃO INCIDE CASO O AGENTE POR ALGUM MOTIVO ACEITÁVEL NÃO PUDER AJUDAR A VÍTIMA;
NÃO PROCURAR DIMINUIR AS CONSEQUÊNCIAS DO ATO: SOMENTE QUANDO POSSÍVEL;
OU FOGE PARA EVITAR PRISÃO EM FLAGRANTE.
OBSERVAÇÃO: CASO A VÍTIMA JÁ ESTAVA MORTA, SE TERCEIROS JÁ AJUDARAM, SE O AGENTE CORRE O RISCO DE SER LINCHADO OU POR IMPOSSIBILIDADE FÍSICA OU PSICOLÓGICA NÃO POSSA PRESTAR SOCORRO, NÃO INCIDE CAUSA DE AUMENTO.
PERDÃO JUDICIAL
PREVISTO NO § 5°, DIZ QUE, NA HIPÓTESE DE HOMICÍDIO CULPOSO, O JUIZ PODE DEIXAR DE APLICAR A PENA, SE AS CONSEQUÊNCIAS ATINGIREM O PRÓRIO AGENTE DE FORMA GRAVE SENDO DESNECESSÁRIA A SANÇÃO PENAL.
NÃO SE DIRIGE A TODAS AS INFRAÇÕES PENAIS, APENAS AQUELAS DETERMINADAS POR LEI. NÃO PODENDO ASSIM O JULGADOR APLICÁ-LO EM QUAISQUER SITUAÇÕES QUE BEM ENTENDER.
OUTRAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA NO HOMICÍDIO DOLOSO
A PENA É AUMENTADA DE 1/3 SE FOR PRATICADO CONTRA MENORES DE 14 ANOS OU CONTRA MAIORES DE 60.
O § 6° DIA QUE A PENA É AUMENTADA DE 1/3 A METADE SE O CRIME FOR PRATICADO POR MILÍCIA PRIVADA, SOB PRETEXTO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE SEGURANÇA OU POR GRUPO DE EXTERMÍNIO.
OBSERVAÇÕES
É POSSÍVEL CLASSIFICAR O HOMICÍDIO COMO QUALIFICADO OU PRIVILEGIAGO, DESDE QUE AS QUALIFICADORAS SEJAM CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS, SENDO AS PRIVILEGIADORAS SÃO CIRCUSNTÂNCIAS SUBJETIVAS.
	CIRCUNSTÂNCIAS SUBJETIVAS
	CIRCUSTÂNCIAS OBJETIVAS
	RELEVANTE VALOR MORAL
	MEIO CRUEL
	RELEVANTE VALOR SOCIAL
	
MEIO SURPRESA
	HOMICÍDIO EMOCIONAL
	
	MOTIVO TORPE
	
	MOTIVO FÚTIL
	
	HOMICÍDIO TELEOLÓGICO / CONSEQUENCIAL
	
	FEMINICÍDIO
	
	CONTRA AUTORIDADES DOS ART. 142 E 144 DA CF
	
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
CRIME COMUM, TANTO NO QUE SE DIZEM RESPEITOS AOS SUJEITOS, ATIVO E PASSIVO;
SIMPLES: CONTÉM ELEMENTOS MÍNIMOS E DETERMINA SEU CONTEÚDO SUBJETIVO SEM QUALQUER CIRCUSTÂNCIA QUE AUMENTE OU DIMINUA SUA GRAVIDADE;
DE FORMA LIVRE: PRATICADO POR QUALQUER MEIO DE EXECUÇÃO (COMO REGRA, POIS EXISTEM MODALIDADES QUALIFICADAS QUE INDICAM OS MEIOS E MODOS PARA A PRÁTICA DO DELITO, COMO OCORRE NAS PRÁTICAS DOS INCISOS III E IV);
PODE SER COMETIDO DE FORMA CULPOSAOU DOLOSA;
PODE SER COMISSIVO (EXIGEM UM SEGUNDO TIPO PENAL OBJETIVO, EM PRINCÍPIO, UMA ATIVIDADE POSITIVA DO AGENTE, UM FAZER) OU OMISSIVO (DESCRITO COMO UMA CONDUTA NEGATIVA, DE NÃO FAZER O QUE A LEI DETERMINA, CONSISTINDO A OMISSÃO NA TRANSGRESSÃO DA NORMA JURÍDICAE NÃO SENDO NECESSÁRIO QUALQUER RESULTADO NATURALÍSTICO), (QUANDO O AGENTE POSSUIR O STATUS DE GARANTIDOR, NOS CASOS DE OMISSÃO IMPRÓPRIA);
DE DANO: SÓ SE CONSUMAM COM A LESÃO DO BEM JURÍDICO VISADO;
DE MATERIAL: A NECESSIDADE DE UM RESULTADO EXTERNO A AÇÃO, DESCRITO NA LEI, E QUE SE DESTACA LÓGICA E CRONOLOGICAMENTE DA CONDUTA;
INSTANTÂNEO DE EFEITO PERMANENTE: OCORREM QUANDO CONSUMADA A INFRAÇÃO EM DADO MOMENTO, OS EFEITOS PERMANECEM, INDEPENDENTEMENTE DA VONTADE DO SUJEITO ATIVO;
NÃO TRANSEUNTE: É AQUELE QUE DEIXA VESTÍGIOS;
MONOSSUBJETIVO: É AQUELE QUE SE PERFAZ COM APENAS UM ATO;
PLURISSUBSISTENTE: É AQUELE QUE SE EXIGE MAIS DE UM ATO PARA QUE SEJA CONSUMIDO;
PODE TAMBEM FIGURAR NA HIPÓTESE DE UMA CRIME DE ÍMPETO (NO CASO DE VIOLENTA EMOÇÃO, LOGO EM SEGUIDA A INJUSTA PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA).
SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO
SUJEITO ATIVO: PODE SER QUALQUER PESSOA, SENDO ELE TRATADO COMO UM DELITO COMUM, JÁ QUE O TIPO PENAL NÃO SE DISTINGUE DETERMINADO GRUPO DE PESSOAS QUE POSSUA ALGUMA QUALIDADE ESPECIAL;
SUJEITO PASSIVO: TAMBÉM PODE SER QUALQUER PESSOA, TENDO EM VISTA QUE O TIPO PENAL EM SI NÃO ESPECIFICA QUEM POSSA SER VÍTIMA. É, PORTANTO, O SER VIVO, NASCIDO DE UMA MULHER.
“O MATAR ALGUÉM” TEM QUE SER ENTENDIDO SOMENTE QUANDO UM HOMEM MATA OUTRO HOMEM.
SÓ HÁ HOMICÍDIO QUANDO, NO TEMPO DA AÇÃO OU OMISSÃO, A VÍTIMA SE ENCONTRAVA COM VIDA, POIS, AO CONTRÁRIO SE TRATA DE CRIME IMPOSSÍVEL, EM RAZÃO DA ABSOLUTA IMPROPRIEDADE DO OBJETO.
CASO OCORRA HOMÍCIDIO CONTRA GÊMEOS SIAMESES, O AGENTE, MESMO QUE QUERENDO A MORTE SOMENTE DE UM DELES, RESPONDERÁ POR DOIS HOMICÍDIOS EM CONCURSO MATERIAL, UMA VEZ QUE, DO PONTO DE VISTA BIOLÓGICO, A MORTE DE UM RESULTARÁ INEVITAVELMENTE NA MORTE DO OUTRO;
CASO GÊMEOS SIAMESES OCORRAM HOMICÍDIO, OCORRE O CONCURSO DE PESSOAS, ONDE CADA UM RESPONDE DE ACORDO COM A SUA CULPABILIDADE, PORÉM, NO CUMPRIMENTO DA PENA MENOR, O OUTRO QUE AINDA TENHA TEMPO PARA CUMPRIR IRÁ RECEBER O PERDÃO JUDICIAL E FICARÁ TAMBÉM EM LIBERDADE, UMA VEZ QUE A PENA TEM CARÁTER PERSONALÍSSIMO NÃO PODENDO PASSAR DE UMA PESSOA A OUTRA. PORÉM CASO UM DOS GÊMEOS OCORRA O HOMICÍDIO E O OUTRO NÃO TENHA DESEJADO, É CONCEDIDO O PERDÃO PARA O HOMICIDA, VISTO QUE A PENA NÃO PODE PASSAR PARA O IRMÃO INOCENTE.
A LEI DE SEGURANÇA NACIONAL (LEI N° 7170/83) ESPECIALIZOU O CRIME DE HOMICÍDIO EM RELAÇÃO ÀS VÍTIMAS SER: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, O PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL, O PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS OU DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, AUMENTANDO A PENA PARA 15 A 30 ANOS DE RECLUSÃO, CONFORME SE ENCONTRA EM SEU ARTIGO 29;
DA MESMA FORMA A LEI N° 13104/15 ESPECIALIZOU O HOMICÍDIO, CRIANDO O FEMINICÍDIO, QUE É QUANDO ALGUÉM MATA UMA MULHER EM RAZÃO DO SEXO FEMININO, ASSIM COMO DISPÕE NO INCISO VI DO § 2° DO ARTIGO 121 DO CP. DA MESMA FORMA A LEI N° 13142/15, TAMBÉM QUALIFICOU O HOMICÍDIO AO ADICIONAR AO ARTIGO 121 EM SEU § 2° O INCISO VII DO CP, QUE DIZ QUE OS AGENTES OU AUTORIDADES DESCRITOS NOS ARTS 142 E 144 DA CF, QUE DIZ QUE SE TIVER COMO SUJEITO PASSIVO OS INTEGRANTES DO SISTEMA PRISIONAL E DA FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA, NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO, OU EM DECORRÊNCIA DELA, OU CONTRA O SEU CÔNJUGE, COMPANHEIRO OU PARENTE CONSANQUÍNEO ATÉ TERCEIRO GRAU, EM RAZÃO DESSA CONDIÇÃO.
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO (ART. 122)
ART. 122 DO CP: INDUZIR OU INSTIGAR ALGUÉM A SUICIDAR-SE, OU PRESTAR AUXÍLIO PARA QUE O FAÇA.
PENA: RECLUSÃO DE 2 A 6 ANOS, SE O SUICÍDIO SE CONSUMA; OU RECLUSÃO, DE 1 A 3 ANOS, SE O SUICÍDIO RESULTA EM LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE.
PARÁGRAFO ÚNICO: A PENA É DUPLICADA:
AUMENTO DE PENA:
SE O CRIME É PRATICADO POR MOTIVO EGOÍSTICO;
SE A VÍTIMA É DE MENOR OU TEM DIMINUÍDA, POR QUALQUER CAUSA, A CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA.
DE ACORDO COM A REDAÇÃO DO ART. 122 DO CP, NÃO SE PUNE QUEM ATENTOU CONTRA A PRÓPRIA VIDA, MAS AQUELE QUE AUXILIOU, INDUZIU OU INSTIGOU MATERIALMENTE PARA ESSE FIM.
ENTENDE-SE QUE SUICÍDIO É A SUPRESSÃO CONSCIENTE E VOLUNTÁRIA DA PRÓPRIA VIDA.
SENDO ASSIM, DE ACORDO COM NILO BATISTA, O DIREITO PENAL, DE ACORDO COM O PRINCÍPIO DA LESIVIDADE, SÓ PODE PROIBIR CONDUTAS QUE EXTRAPOLEM O ÂMBITO DO PRÓPRIO AGENTE, QUE VENHAM A ATINGIR BENS DE TERCEIROS.
SENDO ASSIM, POR MAIS QUE A VIDA SEJA UM BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO PELO ESTADO, DADA SUA EVIDENTE IMPORTÂNCIA, TAL PROTEÇÃO NÃO PODERÁ SER REALIZADA PELO DIREITO PENAL NA HIPÓTESE DAQUELE QUE PROCURA ELIMINAR A PRÓPRIA VIDA. POIS TAL COMPORTAMENTO NÃO ATINGE BENS DE TERCEIROS.
SENDO ASSIM, OS FUNDAMENTOS PRINCIPAIS DA PROIBIÇÃO DA INCRIMINAÇÃO AO SUICÍDIO SÃO:
A FALTA DE LOGICIDADE DE TAL PUNIÇÃO, VISTO QUE, AQUELE QUE PROCURA TIRAR SUA PRÓPRIA VIDA EM LIBERDADE, NÃO EXITARÁ DE FAZÊ-LO EM CÁRCERE;
A CONDUTA DE TIRAR A PRÓPRIA VIDA NÃO SE AMOLDA ÀS EXIGÊNCIAS DO PRINCÍPIO DA LESIVIDADE.
CASO SE DEPARE COM ALGUÉM TENTANDO O SUICÍDIO, A PESSOA PODE TENTAR IMPEDIR, MESMO QUE COM EMPREGO DE VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA, ESSA CONDUTA VEM PREVISTA NO ART. 146 § 3°, N° II, QUE AFASTA A CONDUTA TÍPICA DE QUEM IMPEDE QUE O AGENTE RETIRE SUA PRÓPRIA VIDA.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
CRIME COMUM;
SIMPLES;
DE FORMA LIVRE;
DOLOSO (O CÓDIGO NÃO TRAZ PREVISÃO PARA MODALIDADE CULPOSA);
COMISSIVO (PODENDO, ENTRETANDO, SER PRATICADO DE FORMA OMISSIVA EM CASOS DE OMISSÃO IMPRÓPRIA, QUANDO O AGENTE GOZAR DO STATTUS DE GARANTIDOR);
DE DANO;
MATERIAL;
INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMAMENTES (EM CASO DE MORTE DA VÍTIMA);
NÃO TRANSEUNTE;
MONOSSUBJETIVO;
PLURISSUBSISTENTE;
DE CONTEÚDO VARIADO (CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA, PODENDO O AGENTE LEVAR A EFEITO OS VÁRIOS COMPORTAMENTOS PREVISTOS NO TIPO, DEVENDO ASSIM RESPONDER POR SOMENTE UMA INFRAÇÃO PENAL).
SUJEITO ATIVO
PODE SER QUALQUER PESSOA, POIS SE TRATA DE CRIME COMUM.
SUJEITO PASSIVO
PODE SER QUALQUER PESSOA, DESDE QUE A VÍTIMA TENHA CAPACIDADE DE DISCERNIMENTO, DE AUTODETERMINAÇÃO, CASO CONTRÁRIO, É APLICADO O DELITO DE HOMICÍDIO.
NO CASO DA FALTA DE DISCERNIMENTO, ENTENDE-SE QUE:
OS ININPUTÁVEIS POR DOENÇA MENTAL, NÃO O POSSUEM;
MENORES DE 14 ANOS TAMBÉM ENTRAM NESSE HALL, UMA VEZ QUE FAZ UM PARALELO COM A IDADE QUE CONSTA NO CAPUT 217-A, QUE PREVÊ O ESTUPRO DE VULNERÁVEL.
E ENTRA TAMBÉM AS VÍTIMAS QUE SE ENCONTRAM EM CONDIÇÕES A QUAL NÃO SE POSSA RESISTIR AO COMPORTAMENTO PRATICADO PELO AGENTE, COMO ACONTECE NAS HIPÓTESES DA HIPNOSE.
ESSAS SITUAÇÕES DECORREM DO FATO DA VÍTIMA QUERER SE MATAR. É FUNDAMENTAL QUE A VONTADE NÃO SEJA VICIADA, QUE CONHEÇA A MAGNITUDE DO ATO QUE QUEIRA PRATICAR.
PARTICIPAÇÃO MORAL: OCORRE NAS HIPÓTESES DE INDUZIMENTO OU INSTIGAÇÃO AO SUICÍDIO. INDUZIR SIGNIFICA NASCER, CRIAR A IDEIA SUICIDA NA VÍTIMA. INSTIGAR, POR SUA VEZ, DEMONSTRA QUE QUE A INTENÇÃO DE ELIMINAR A PRÓPRIA VIDA JÁ EXISTIA, SENDO QUE O AGENTE REFORÇA, ESTIMULA ESSA IDÉIA JÁ PRECONCEBIDA.
PARTICIPAÇÃO MATERIAL: É QUANDO O AGENTE AUXILIA A VÍTIMA DE FORMA MATERIALMENTE A CONSEGUIR O SEU OBJETIVO, GERALMENTE FORNECENDO O INSTRUMENTO QUE SERVIRÁ PARA RETIRAR SUA VÍTIMA, OU ENSINANDO A VÍTIMA A USÁ-LO.
COM BASE NO PENSAMENTO ANTERIOR, CASO A VÍTIMA, AUXILIADA MATERIALMENTE PELO AGENTE, DEIXE DE LADO O INSTRUMENTO QUE LHE FORA FORNECIDO. POR EXEMPLO, CASO O AGENTE EMPRESTA UMA PISTOLA A VÍTIMA PARA QUE COM ELA SEJA LEVADO A SUICÍDIO. SE A VÍTIMA DEIXA DE LADO A ARMA DE FOGO ENTREGUE PELO AGENTE, VIER A SE SUICIDAR DE OUTRO MODO, FAZENDO INGESTÃO DE VENENO, O AGENTE RESPONDERÁ PELO DELITO? SEGUNDO O ENTENDIMENTO DE ROGÉRIO GRECO, O AGENTE SOMENTE RESPONDERÁ PELO DELITO SE A ARMA QUE ELE MEPRESTOU CONTRIBUIU, DECISIVAMENTE, PARA O SUICÍDIO, SENDO CONSIDERADA TAMBÉM UMA INSTIGAÇÃO.
OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO
A VIDA É O BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO PELO ART. 122.
A PESSOA CONTRA A QUAL É DIRIGIDA A CONDUTA É O OBJETO MATERIAL DO ART. 122.
ELEMENTO SUBJETIVOO DOLO É A VONTADE DE INDUZIR, INSTIGAR OU AUXILIAR A VÍTIMA NA PRÁTICA DO SUICÍDIO. O ELEMENTO SUBJETIVO É A CONDUTA SÉRIA DO AGENTE NO SENTIDO DE QUE A VÍTIMA VENHA A SE MATAR. SEGUNDO HUNGRIA, NADA IMPEDE A PRÁTICA DO CRIME COM DOLO EVENTUAL (QUE OCORRE QUANDO O AGENTE PREVÊ O RESULTADO, NÃO O QUER, MAS ASSUME O RISCO): COMO NO CASO DE UM CARCEREIRO QUE NÃO TOMA PROVIDÊNCIA QUANTO A GREVE DE FOME DE UM PRESO. NÃO HÁ FORMA CULTPOSA.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
A CONSUMAÇÃO SE DÁ COM A MORTE DA VÍTIMA, OU QUANDO ELA, APÓS NÃO TER ÊXITO EM SE MATAR, PRODUZ LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE, SE ENTENDE POR LESÕES CORPORAIS DE NATUREZA GRAVE AQUELAS PREVISTAS NOS §§ 1° E 2° DO ART. 129 DO CP. SE NO ENTENTO, A VÍTIMA, INSTIGADA, NDUZIDA OU AUXILIADA MATERIALMENTE PELO AGENTE, TENTANDO CONTRA A PRÓPRIA VIDA, NÃO PRODUZ NENHUM DANO A SUA SAÚDE OU INTEGRIDADE FÍSICA, OU MESMO LESÕES CORPORAIS DE NATUREZA LEVE, O AGENTE NÃO RESPONDERÁ POR NADA, POIS A LEI PENAL DETERMINA UM MÍNIMO DE LESÃO PARA QUE O FATO SEJA PUNÍVEL.
NÃO É POSSÍVEL A TENTATIVA, POIS O CRIME É CONSUMADO NO EXATO MOMENTO DA CONSUMAÇÃO DA MORTE OU DA TENTATIVA DA VÍTIMA INSTIGADA, INDUZIDA OU AUXILIADA MATERIALMENTE.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
SEGUNDO O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 122, A PENA É DUPLICADA CASO:
SEJA REALIZADO POR MOTIVO EGOÍSTICO: É O MOTIVO MESQUINHO, TORPE, QUE CAUSE CERTA REPUGNÂNCIA. OU SEGUNDO GUILHERME DE SOUZA NUCCI QUE DEFINE DIZENDO TRATAR-SE “DO EXCESSIVO APEGO A SI MESMO, O QUE EVIDENCIA O DESPREZO PELA VIDA ALHEIA, DESDE QUE ALGUM BENEFÍCIO CONCRETO ADVENHA SOBRE O AGENTE. LOGICAMENTE MERECE MAIOR PUNIÇÃO”.
SE A VÍTIMA É MENOR: QUANDO A LEI FALA EM MENOR, SE REFERE AO MENOR DE 18 ANOS, DATA QUE SE INICIA A MAIORIDADE PENAL, E O MAIOR DE 14 ANOS, POIS, CASO A VÍTIMA SEJA MENOR DE 14 ANOS SERÁ PRESUMIDA UMA INCAPACIDADE DE DISCERNIMENTO, O QUE IRÁ CONFIGURAR O CRIME COMO HOMICÍDIO.
VÍTIMA QUE TEM DIMINUÍDA, POR QUALQUER CAUSA, A CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA: A LEI FALA EM DIMINUIÇÃO DA CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA E NÃO EM ELIMINAÇÃO DESSA CAPACIDADE. CASO A VÍTIMA NÃO TENHA CAPACIDADE DE RESISTIR, O DELITO SERÁ UM HOMICÍDIO; CASO A CAPACIDADE DE RESISTIR ESTIVER DIMINUÍDA, O CRIME SERÁ DO ART. 122 DO CP, TENDO O AGENTE A PENA DUPLICADA. TEM-SE POR EXEMPLO DE DIMINUIÇÃO DE CAPACIDADE DE DEFESA O FATO DA VÍTIMA ESTÁ EMBRIAGA, SOB O EFEITO DE ENTORPECENTE, COM EFERMIDADE GRAVE, ANGUSTIADA, DEPRIMIDA EC.
AÇÃO PENAL E SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
EM AMBAS AS HIPÓTESES PREVISTAS EM LEI, A AÇÃO PENAL É DE INICIATIVA PÚBLICA INCONDICIONADA.
CASO A CONDUTA TENHA GERADO LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE, É PERMITIDO, CASO OS REQUISITOS PREVISTOS NO ART. 89 DA LEI N° 9099/95 ESTEJAM PRESENTES, SEJA LEVADA A EFEITO PROPOSTA DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, FICANDO AFASTADA TAL POSSIBILIDADE DIANTE DAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA E DAS QUALIFICADORAS PREVISTAS NO ART. 122.
DESTAQUES
SUICÍDIO CONJUTO (PACTO DE MORTE): QUANDO DUAS PESSOAS DECIDEM FAZER UM PACTO DE MORTE, COMBINANDO ASSIM O CUICÍDIO CONJUNTO, UMA COISA A SER ANALISADA É O COMPORTAMENTO DE CADA UM DELES, NO SUCESSO DE CONSEGUIREM O PLANO DE MORTE.
PARA QUE O AGENTE RESPONDA COM BASE NO ART. 122, ELE NÃO PODE TER PARTICIPADO DE NENHUM ATO EXECUTÓRIO CARACTERÍSTICO DO DELITO DE HOMICÍDIO, POIS, CASO CONTRÁRIO, IRÁ RESPONDER POR ESSE DELITO.
IMAGINANDO UM CASAL DE NAMORADOS QUE QUEREM SE MATAR, POIS SUAS FAMÍLIAS NÃO ACEITAM A RELAÇÃO, DECIDEM FAZER ISSO ATIRANDO COM UMA ARMA PARA POR UM FIM AS SUAS VIDAS. COMO A MENINA NÃO TINHA FORÇA PARA PUXAR O GATILHO, O RAPAZ DECIDE “GENTILMENTE”, APONTAR-LHE A ARMA EM DIREÇÃO A SUA CABEÇA E PUXA O GATILHO, CAUSANDO-LHE ASSIM, A SUA MORTE. ELE EM SEGUIDA FAZ O MESMO ATIRANDO EM SUA PRÓPRIA CABEÇA. PORÉM, EMBORA FERIDO GRAVEMENTE, CONSEGUE SOBREVIVER. TENDO EM VISTA QUE O NAMORADO PUXOU O GATILHO, EXECUTANDO ASSIM A MORTE DE SUA AMADA, ELE NÃO TERÁ COMO SER ENQUADRADO NO ART. 122 E SIM NO DELITO DE HOMICÍDIO.
PORÉM, SE CADA UM DOS NAMORADOS, COM SUA PRÓPRIA ARMA, TIVESSE ATIRADO CONTRA SUA PRÓPRIA CABEÇA, O SOBREVIVENTE RESPONDERIA PELO ART. 122.
JÁ NO CASO DO CASAL DE NAMORADOS QUERER SE MATAR JUNTOS E PARA ISSO DECIDEM RECORRER A ASFIXIA POR GÁS CARBÔNICO, ”E ENQUANTO UM ABRIA O BICO DO GÁS, O OUTRO CALAFETAVA AS FRINCHAS DO COMPARTIMENTO. SE QUALQUER DELES SOBREVIVE, RESPONDERÁ PO HOMICÍDIO, SE CASO OS DOIS SOBREVIVEREM, RESPONDERÃO POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO. SE CASO SOMENTE UM ABRISSE O BICO DO GÁS E CALAFETAVA AS FRESTAS DA JANELA, ESTE REPONDERIA, CASO SOBREVIVESSE POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO, ENQUANTO O OUTRO RESPONDERIA POR INSTIJAÇÃO AO SUICÍDO”, DESDE QUE, O RESULTADO DESSA CONDUTA GERASSE LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE.
TESTEMUNHAS DE JEOVÁ: FUNDADA EM 1872, POR CHARLES TAZE RUSSEL E TEM COMO UM DE SEUS DOGMAS NÃO ACEITAR A TRANSFUSÃO DE SANGUE, COM O PRETEXTO DE QUE A INSGESTÃO DE SANGUE VIOLA AS LEIS DE DEUS.
 O QUE FAZER DIANTE DA SITUAÇÃO EM QUE UM ADEPTO DA SEITA TESTEMUNHA DE JEOVÁ, DEPOIS DE FERIR-SE GRAVEMENTE EM UM ACIDENTE DE TRÂNSITO, NECESSITANDO REALIZAR UMA TRANSFUSÃO DE SANGUE SOB O ARGUMENTO DE QUE PREFERE MORRER A SER CONTAMINADO COM O SANGUE DE OUTRA PESSOA, QUE PASSARÁ A CORRER SUAS VEIAS?
IMAGINANDO A SITUAÇÃ EM QUE, SEM A TRANSFUSÃO DE SANGUE, A MORTE DA VÍTIMA SEJA CERTA. DESSA FORMA, TEMOS DE OBSERVAR OS SEGUINTES DETALHES:
O PRÓPRIO AGENTE, MAIOR E CAPAZ, RECUSASSE TERMINANTEMENTE DE RECEBER O SANGUE: CASO A TRANSFUSÃO DE SANGUE SEJA REALMENTE A ÚNICA FORMA DE SALVAR A VÍTIMA, MESMO ELA SENDO MAIOR E CAPAZ TAL COMPORTAMENTO DEVE SER ENCARADA COMO TENTATIVA DE SUÍCIDIO, O MÉDICO, MESMO SEM O SEU CONSENTIMENTO PODE INTERVIR, UMA VEZ QUE ESTÁ AMPARADO PELO INCISO I DO § 3° DO ART. 146 DO CP.
SEUS PAIS, DADA A FALTA DE CONSCIÊNCIA DO PACIENTE, NÃO PERMITEM A TRANSFUSÃO: OS PAIS DAQUELES QUE NÃO POSSUEM CAPACIDADE PARA CONSENTIR SÃO, CONFORME INDICA O § 2° DO ART. 13 DO CP, CONSIDERADOS GARANTIDORES, TENDO DE LEVAR EFEITO TUDO O QUE ESTEJA AO ALCANCE DELES, A PONTO DE EVITAR O RESULTADO LESIVO. NO CASO DA TRANSFUSÃO DE SANGUE SER A ÚNICA FORMA DE SALVAR O PACIENTE, O MÉDICO PODERÁ TAMBÉM NESSE CASO, INTERVIR SEM A NECESSÁRIA AUTORIZAÇÃO DO RESPONSÁVEL LEGAL, ESTANDO TAMBÉM AMPARADO PELO ART. 146 DO CP.
AGORA, OLHANDO POR OUTRO LADO, E SE OS PAIS RETIRASSEM O FILHO DO HOSPITAL PARA QUE A TRANSFUSÃO DE SANGUE NÃO FOSSE REALIZADA, E COM ISSO ELE VIESSE A FALECER? EMBORA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL EM SEU INCISO VI DO SEU ART. 5°, QUE PREGA A LIBERDADE RELIGIOSA, ENTENDEMOS QUE NESSE CASO, OS PAIS DEVERÃO RESPONDER PELO DELITO DE HOMIOCÍDIO, UMA VEZ QUE SÃO OS GARANTIDORES, NÃO PODENDO ERIGIR EM SEU BENEFÍCIO A DIRIMENTE RELATIVA À INEXIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.
RESPONSABILIDADE DO MÉDICO DIANTE DESSA HIPÓTESE: NO QUE DIZ RESPEITO À CONDIÇÃO OCUPADA PELO MÉDICO, É DE ENTENDIMENTO QUE ENQUANTO O PACIENTE ESTIVER SOB OS SEUS CUIDADOS, DEVERÁ LEVAR A EFEITO TODOS OS PROCEDIMENTOS QUE ESTEJAM AO SEU ALCANCE, AÍ INCLUÍDA A TRANSFUSÃO DE SANGUE, NO SENTIDO DE SALVÁ-LO, UMA VEZ QUE TAMBÉM É GARANTIDOR.
INFANTICÍDIO (ART. 123)
ART. 123 DO CP: MATAR, SOB INFLUÊNCIA DO ESTADO PUERPERAL, O PRÓPRIO FILHO, DURANTE OU LOGO APÓS O PARTO:
PENA: DETENÇÃO, DE 2 A 6 ANOS.
O INFANTICÍDIO É NA VERDADE, UMA MODALIDADE ESPECIAL DE HOMICÍDIO, QUE É COMETIDO LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO DETERMINADAS CONDIÇÕES PARTICULARES DO SUJEITO ATIVO, QUE ATUA EM ESTADO PUERPERAL, DURANTE DETERMINADO PERÍODO DE TEMPO, POIS DEVE SER PRATICADO DURANTE O PARTO, OU LOGO APÓS.
O IDEAL SERIA QUE O INFANTICÍDIO FOSSE TRATADO COMO UM HOMICÍDIO PRIVILEGIADO, FICANDO, DESSA FORMA, UMBILICAMENTE LIGADO AO CAPUT DO ART. 121 DO CP POR MEIO DE UM PARÁGRAFO, COISA QUE NÃO ACONTECE ATUALMENTE, FAZENDO COM QUE SEJA ENTENDIDO COMO UMA INFRAÇÃOPENAL AUTÔNOMA.
SEUS TRAÇOS MARCANTES E INAFASTÁVEIS SÃO:
QUE O DELITO SEJA COMETIDO SOB A INFLUÊNCIA DO ESTADO PUERPERAL;
QUE TENHA COMO OBJETO O PRÓPRIO FILHO DA PARTURIENTE;
QUE SEJA ACOMETIDO DURANTE O PARTO, OU, LOGO APÓS.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
CRIME PRÓPRIO (POISSOMENTE A MÃE SOB O ESTADO PUERPERAL PODE SER O SUJEITO ATIVO);
SIMPLES;
DE FORMA LIVRE;
DOLOSO;
COMISSIVO E OMISSIVO IMPRÓPRIO (UMA VEZ QUE O SUJEITO ATIVO GOZA DO STATUS DE GARANTIDOR);
DE DANO;
MATERIAL;
PLURISSUBSISTENTE;
MONOSSUBJETIVO;
NÃO TRANSEUNTE;
INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTE.
SOB A INFLUÊNCIA DO ESTADO PUERPERAL
O ESTADO PUERPERAL NÃO É TÃO SOMENTE AQUELE DESENVILVIDO APÓS O PARTO, TAMBÉM É INCLUÍDO NESSE PERÍODO O PARTO E O SOBREPARTO. DURANTE ESSE PERÍODO, A PARTURIENTE SOFRE DE ABALOS PSICOLÓGICOS QUE A FAZ QUERER CAUSAR A MORTE DO PRÓPRIO FILHO
A LEI PENAL EXIGE QUE A PARTURIENTE ATUE SOB O EFEITO DO ESTADO PUERPERAL PARA QUE O INFANTICÍDIO SEJA RECONHECIDO. POIS, O GRAU DO ESTADO PUERPERAL VARIA ENTRE AS MULHERES, UMAS EM MENOR E OUTRA EM MAIOR GRAU. O CÓDIGO PENAL EXIGE DE FORMA CLARA QUE A PARTURIENTE ATUE INFLUENCIADA POR ESSE ESTADO PUERPERAL.
SENDO ASSIM, O CRITÉRIO PARA DETERMINAR ESSE GRAU NÃO É APENAS DE NATUREZA BIOLÓGICA, MAS SIM, ENTRE A FUSÃO ENTRE ESSA NATUREZA E A OUTRA, DE NATUREZA PSICOLÓGICA, SURGINDO ASSIM O CHAMADO CRITÉRIO FISIOPSÍQUICO OU BIOPSÍQUICO.
SENDO ASSIM, PODEMOS ILUSTRAR TRÊS TIPOS DE ESTADO PUERPERAL, A SABER: MÍNIMO, MÉDIO E MÁXIMO.
CASO A PARTURIENTE, EM ESTADO PUERPERAL, CONSIDERADO DE GRAU MÍNIMO, NÃO ATUAR POR ESSA RAZÃO, INFLUENCIADA POR ELE, E VIER A CAUSAR A MORTE DE SEU FILHO DURANTE OU LOGO APÓS O PARTO, ELA RESPONDERÁ PELO DELITO DE HOMICÍDIO.
EM CONTRAPARTIDA, CASO A PARTURIENTE, ESTIVER COMPLETAMENTE PERTUBADA PSICOLOGICAMENTE, DADA A INTENSIDADE DE SEU ESTADO PUERPERAL, CONSIDERADO COMO DE NÍVEL MÁXIMO, VIER A MATAR O PRÓPRIO FILHO DURANTE OU LOGO APÓS O PARTO, DEVERÁ SER TRATADA COMO INIMPUTÁVEL, SENDO AFASTADA A CULPABILIDADE E A INFRAÇÃO PENAL.
EM UMA SITUAÇÃO INTERMEDIÁRIA, QUANDO A GESTANTE ATUA EM RAZÃO DO ESTADO PUERPERAL, VEM A CAUSAR A MORTE DE SEU FILHO DURANTE OU APÓS O PARTO, SENDO O ESTADO PUERPERAL DE GRAU MÉDIO. É NESSE TIPO DE SITUAÇÃO QUE SE É APLICADO O ART. 123 DO CP, QUANDO A PARTURIENTE, EM UM ESTADO PSICOLOGICAMENTE AFETADO PELO ESTADO PUERPERAL, NÃO É TOTALMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO.
SUJEITO ATIVO
SOMENTE A MÃE PODE SER O SUJEITO ATIVO, POIS SE TRATA DE CRIME PRÓPRIO.
É POSSÍVEL O CONCURSO DE PESSOAS, TANTO NA COAUTORIA COMO NA PARTICIPAÇÃO.
SUJEITO PASSIVO
O PRÓPRIO FILHO. SENDO QUE PODE SER DURANTE OU LOGO APÓS O PARTO.
PODE SER COMETIDO CONTRA O NASCENTE, QUE É AQUELE QUE ESTÁ NASCENDO, EM ESTADO DE EXPULSÃO. E CONTRA O NEONATO, AQUELE QUE ACABOU DE NASCER, JÁ DESPRENDIDO DA MÃE.
LIMITE TEMPORAL
O CP INDICA UM LIMITE TEMPORAL PARA QUE SE POSSA CARACTERIZAR O CRIME DE INFANTICÍDIO. DETERMINA QUE O COMPORTAMENTO DA MÃE SEJA LEVADO A EFEITO DURANTE OU LOGO APÓS O PARTO.
A EXPRESSÃO DURANTE O PARTO INDICA QUANDO O CRIME DEIXA DE SER CONSIDERADO ABORTO E PASSE A SER INFANTICÍDIO. SENDO ASSIM SE TEM INÍCIO O RACIOCÍNIO PARA A CARACTERIZAÇÃO DO INFANTICÍDIO, O INÍCIO DO PARTO.
A DOUTRINA CARACTERIZA QUE O INÍCIO DO PARTO PODE OCORRER DAS SEGUINTES FORMAS:
COM A DILATAÇÃO DO COLO DO ÚTERO;
COM O ROMPIMENTO DA MEMBRANA AMNIÓTICA;
COM A INCISÃO DAS CAMADAS ABDOMINAIS, NO PARTO CESSARIANA.
A EXPRESSÃO LOGO APÓS O PARTO DEVE SER ENTENDIDA À LUZ DO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. A MEDICINA ENTENDE QUE O ESTADO PUERPERAL OCORRE ENTRE SEIS E OITO SEMANAS EM MÉDIA.
SENDO ASSIM A PARTURIENTE SERÁ BENEFICIADA COM O RECONHECIMENTO DO INFANTICÍDIO, SE POR VENTURA SE ENTRE O INÍCIO DO PARTO E A MORTE DO PRÓPRIO FILHO HOUVER UMA RELAÇÃO DE PROXIMIDADE, A SER ANALISADA SOBRE O ENFOQUE DO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE.
PARA SER RECONHECIDO COMO INFANTÍCIDIO, HÁ A NECESSIDADE DE PROVA PERICIAL, A FIM DE QUE FIQUE EVIDENCIADO QUE, NO MOMENTO DA AÇÃO OU OMISSÃO DO DELITO, A PARTURIENTE ENCONTRAVA-SE SOB EFEITO DO ESTADO PUERPERAL.
TIPO SUBJETIVO
O ART. 123 NÃO TRAZ A MODALIDADE CULPOSA NO CRIME DO INFANTICÍDIO, SENDO ASSIM, SÓ PODE SER COMETIDO DE FORMA DOLOSA, SEJA O DOLO DIRETO, QUANDO A PARTURIENTE, DURANTE OU APÓS O PARTO, AGINDO SOB O ESTADO PUERPERAL, DEVERÁ AGIR COM A FINALIDADE DE OCASIONAR A MORTE DO PRÓPRIO FILHO, AGINDO COM LIVRE VONTADE E CONSCIENTE A ESSE FIM. OU TAMBÉM É ADMITIDO O DOLO EVENTUAL, OU SEJA, QUANDO ELA PREVÊ O RESULTADO, NÃO O QUER, MAS ASSUME O RISCO DE OCORRER.
CASO A MORTE DO NASCENTE OU NEONATO OCORRER DEVIDO DECORRER DA INOBSERVÂNCIA DO DEVER OBJETIVO DE CUIDADO QUE ERA DEVIDO A PARTURIENTE, DEVERÁ ELA RESPONDER POR HOMICÍDIO CULPOSO.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
É CONSUMADO COM A MORTE DO NASCENTE OU NEONATO.
É POSSÍVEL A TENTATIVA.
CONCURSO DE PESSOAS
CASO UM TERCEIRO PARTICIPE EVENTUALMENTE DE UM INFANTICÍDIO, SENDO ESTE UM CRIME PRÓPRIO, A DOUTRINA SE DIVIDE EM TRÊS CORRENTES:
O PARTÍCIPE IRÁ RESPONDER PELO INFANTICÍDIO, BASEANDO-SE NO ART. 30 DO CP, QUE DIZ QUE AS CIRCUNSTÂNCIAS PESSOAIS, QUANDO ELEMENTARES DO CRIME, SE COMUNICAM;
A CONDIÇÃO DA MÃE E A INFLUENCIA DO ESTADO PUERPERAL É PERSONALÍSSIMA, NÃO SE COMUNICANDO AO TERCEIRO, QUE RESPONDERÁ POR HOMICÍDIO;
FAZ-SE DISTINÇÃO EM RELAÇÃO AO TERCEIRO, SE ESTE SÓ AUXILIAR, SENDO SOMENTE PARTÍCIPE, RESPONDE POR INFANTICÍDIO, SE PARTICIPA DOS ATOS EXECUTÓRIOS, SENDO COAUTOR, RESPONDE POR HOMICÍDIO (MAJORITÁRIA).
ABORTO – ART. 124 E SEGUINTES DO CP
ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM O SEU CONSENTIMENTO
ART. 124 – PROVOCAR ABORTO EM SI MESMA OU CONSENTIR QUE OUTREM LHO PROVOQUE.
	PENA: DETENÇÃO, DE 1 A 3 ANOS.
ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO
ART. 125 – PROVOCAR ABORTO, SEM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE.
	PENA: RECLUSÃO, DE 3 A 10 ANOS.
ART. 126 – PROVOCAR ABORTO COM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE.
	PENA: RECLUSÃO, DE 1 A 4 ANOS.
PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE A PENA DO ARTIGO ANTERIOR, SE A GESTANTE NÃO É MAIOR DE 14 ANOS, OU É ALIENADA OU DEBIL MENTAL, OU SE O CONSENTIMENTO É OBTIDO MEDIANTE FRAUDE, GRAVE AMEAÇA OU VIOLÊNCIA.
FORMA QUALIFICADA
ART. 127 – AS PENAS COMINADAS NOS DOIS ARTIGOS ANTERIORES SÃO AUMENTADAS DE UM TERÇO, SE, EM CONSEQUÊNCIA DO ABORTO OU DOS MEIOS EMPREGADOS PARA PROVOCÁ-LO, A GESTANTE SOFRE LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE; E SÃO DUPLICADAS, SE, POR QUALQUER DESSAS CAUSAS, LHE SOBREVÉM A MORTE.
ART. 128 – NÃO SE PUNE O ABORTO PRATICADO POR MÉDICO:
ABORTO NECESSÁRIO
SE NÃO HÁ OUTRO MEIO DE SALVAR A VIDA DA GESTANTE;
ABORTO NO CASO DE GRAVIDEZ RESULTANTE DE ESTUPRO
SE A GRAVIDEZ RESULTA DE ESTUPRO E O ABORTO É PRECEDIDO DE CONSENTIMENTO.
CONCEITO
É A INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ, COM A MORTE DO PRODUTO DA CONCEPÇÃO, QUE É PROTEGIDO PELA NORMA PENAL, AO QUAL PUNE O ABORTO DESDE O MOMENTO DA NIDAÇÃO ATÉ O INÍCIO DO PARTO.
SEGUNDO HELENO FRAGOSO, O MOMENTO INICIAL É A PARTIR DA NIDAÇÃO (IMPLANTAÇÃO DO OVO NO ÚTERO), POIS ATÉ O OVO SE FIXAR NO ÚTERO, NÃO SERÁ CONSIDERADO ABORTO.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
CRIME PRÓPRIO, QUANDO PRATICADO PELA PRÓPRIA GESTANTE;
CRIME COMUM, NAS DEMAIS HIPÓTESES;
COMISSIVO OU OMISSIVO (DESDE QUE A OMISSÃO SEJA IMPRÓPRIA);
DOLOSO;
DE DANO;
MATERIAL;
INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES;
NÃO TRANSEUNTE;
MONOSSUBJETIVO;
PLURISUBSISTENTE;
DE FORMA LIVRE.
BEM JURÍDICO
O BEM JURÍDICO PROTEGIDO É A VIDA EM FORMAÇÃO (INTRAUTERINA);
E NO CASO DO ABORTO SEM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE, A SUA LIBERDADE DE ESCOLHA E INTEGRIDADE FÍSICA.
SUJEITO ATIVO
PODE SER A PRÓPRIA GESTANTE, NA HIPÓTESE DO ART. 124.
OU NAS OUTRAS MODALIDADES, QUALQUER PESSOA.
COAUTORIA: AUXILIAR SIGNIFICA, NO CASO, OFERECER OS INSTRUMENTOS, ACOMPANHÁ-LA ATÉ A CLÍNICA DE ABORTO E DAR OS REMÉDIOS.
SUJEITO PASSIVO
O SUJEITO PASSIVO É O FETO, E NO CASO DO ABORTO PROVOCADO SEM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE, ELA TAMBÉM É.
TIPO OBJETIVO
PODE SER FEITO TANTO NA FORMA OMISSIVA QUANTO NA COMISSIVA, TEM FORMA LIVRE. OS MEIOS PODEM SER QUÍMICOS OU FÍSICOS, DIRETO OU INDIRETO, INCLUINDO PSÍQUICOS. É DE TOTAL IMPORTÂNCIA QUE O MEIO EMPREGADO SEJA APTO A REALIZAR O RESULTADO. CASO O MEIO SEJA TOTALMENTE INEFICAZ, HÁ CRIME IMPOSSÍVEL.
O CRIME SE DÁ PELA MORTE DADA AS NASCITURO INTRA UTERUM OU PELA PROVOCAÇÃO DE SUAEXPULSÃO.
TEM QUE SE PRESSUPOR A GRAVIDEZ, E O FETO DEVE ESTAR VIVO.
O ABORTO POR OMISSÃO PODE SE DAR, POR EXEMPLO, QUANDO O MÉDICO, QUE GOZA DO STATUS DE GARANTIDOR DA NÃO OCORRÊNCIA DO RESULTADO, NÃO TENTA MANTER A GRAVIDEZ DA MULHER QUE ESTÁ EM PROCESSO DE ABORTO ESPONTÂNEO.
O TERMO INICIAL PARA O CRIME DO ABORTO É O COMEÇO DA GRAVIDEZ. DO PONTO DE VISTA BIOLÓGICO SERIA NO MOMENTO DA FECUNDAÇÃO, PORÉM, DO PRISMA JURÍDICO É CONSIDERADO NO MOMENTO DA NIDAÇÃO, OU SEJA, QUANDO O ÓVULO FECUNDADO É IMPLANTADO NO ENDOMÉTRIO.
O TERMO FINAL É O INÍCIO DO PARTO.
TIPO SUBJETIVO
DOLO GENÉRICO – PODENDO SER DIRETO OU EVENTUAL, ONDE O AGENTE, NÃO QUERENDO O RESULTADO MORTE DO FETO COM FIM ESPECÍFICO DE SUA CONDUTA, O ACEITA COMO POSSÍVEL OU PROVÁVEL RESULTADO.
NÃO HÁ FORMA CULPOSA, NO ENTANDO, O TERCEIRO QUE CULPOSAMENTE PROVOCA O ABORTO, RESPONDE POR LESÃO CORPORAL CULPOSA (ART. 129, § 6º DO CP).
NO ABORTO QUALIFICADO PELO RESULTADO, O CRIME É PRETERDOLOSO: HÁ DOLO NO ANTECEDENTE (ABORTO), E CULPA NO CONSEQUENTE (LESÃO GRAVE OU MORTE).
CONSUMAÇÃO E TENTAVIVA
É CONSUMIDO COM A MORTE DO FETO OU DESTRUIÇÃO DO ÓVULO.
A EXPULSÃO DO PRODUTO DA CONCEPÇÃO NÃO É IMPRESCINDÍVEL PARA A CONSUMAÇÃO DO DELITO.
O ABORTO É CRIME MATERIAL. E É ADMITIDA A TENTATIVA.
ABORTO PRATICADO PELA GESTANTE E ABORTO CONSENTIDO
ESTE ARTIGO CONTÉM DUAS FIGURAS, O ABORTO PRATICADO PELA GESTANTE E O ABORTO CONSENTIDO POR ELA. SENDO ASSIM, QUEM PRATICA OS ATOS MATERIAIS DO ABORTO RESPONDE PELO ARTIGO 126.
A COAUTORIA NÃO É ADMITIDA NO ABORTO PRATICADO PELA GESTANTE, EMBORA A PARTICIPAÇÃO SEJA ADMITIDA.
ABORTO PRATICADO POR TERCEIRO SEM CONSENTIMENTO DA GESTANTE.
SÃO ADMITIDAS DUAS FORMAS:
NÃO CONCORDÂNCIA REAL (VIOLÊNCIA, GRAVE AMEAÇA OU FRAUDE);
NÃO CONCORDÂNCIA PRESSUMIDA (MENOR DE 14 ANOS, DÉBIL MENTAL OU ALIENADA, ONDE ESTÁ PREVISTO NO ART. 126, PARÁGRAFO ÚNICO).
ABORTO PRATICADO POR TERCEIRO COM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE: CONSENSUAL
É SANCIONADO DE FORMA MENOS SEVERA, ENQUANTO A GESTANTE RESPONDE PELO CRIME DO ART. 124, O MÉDICO RESPONDE POR ESTE. EXCEÇÃO À REGRA GERAL DO CONCURSO DE PESSOAS.
É PRESUMIDO QUE NÃO HOUVE CONSENTIMENTO SE A GESTANTE É MENOR DE 14 ANOS, ALIENADA OU DÉBIL MENTAL, OU SE O CONSENTIMENTO É OBTIDO SOB INFLUÊNCIA DE FRAUDE, GRAVE AMEAÇA OU VIOLÊNCIA.
ABORTO QUALIFICADO PELO RESULTADO
DE ACORDO COM O ART. 127, AS PENAS DOS DOIS ARTIGOS ANTERIORES SÃO AUMENTADAS EM 1/3, CASO EM CONSEQUÊNCIA DO ABORTO OU DOS MEIOS EMPREGADOS PARA O CONSEGUIR RESULTEM EM LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE NA GESTANTE. E SÃO DUPLICADAS CASO RESULTE NA MORTE DA GESTANTE. EM CONSEQUÊNCIA DESSAS CAUSAS.
É UMA FORMA PRETERDOLOSA. E SÓ PODE SER APLICADA NAS HIPÓTESES DOS ART. 125 E 126. O PARTÍCIPE DO CRIME DE ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE NÃO RESPONDE PELO CRIME MAIS GRAVE. A LESÃO LEVE É ABSOLVIDA PELO CRIME DO CAPUT.
É NECESSÁRIO QUE O RESULTADO MAIS GRAVE TENHA OCORRIDO POR CULPA. O EFEITO MAIS GRAVE NÃO DEVE SER QUERIDO PELO AGENTE, NEM MESMO EVENTUALMENTE, POIS CASO OCORRA POR DOLO COM RELAÇÃO AO RESULTADO MAIS GRAVE, HAVERÁ CONCURSO DE CRIMES.
EM CASO DE TENTATIVA DE SUICÍDIO DA GESTANTE, CASO ESTE NÃO SE CONSUME, POR CIRCUNSTÂNCIAS ALHEIAS A SUA VONTADE, ELA IRÁ RESPONDER PELO DELITO DE ABORTO (TENTADO OU CONSUMADO), SE É CONSCIENTE DA SITUAÇÃO E DE SEUS ATOS TOMADOS.
ABORTO LEGAL
É EXIGIDO QUE SEJA PRATICADO POR UM MÉDICO.
PODE SER APLICADO O ESTADO DE NECESSIDADE DO ART. 20 EM CASO DE UMA ENFERMEIRA QUE PRATIQUE O ABORTO PARA SALVAR A VIDA DA MÃE.
NAS HIPÓTESES PREVISTAS PELO LEGISLADOR. É EXCLUÍDA A ILICITUDE DO OBJETO. NÃO HÁ CRIME, PORTANTO POR CAUSA DA FALTA DE ANTIJURICIDADE. AS HIPÓTESES SÃO AS SEGUINTES:
ABORTO NECESSÁRIO OU TERAPÊUTICO: É A INTERVENÇÃO CIRÚRGICA QUE VISA SALVAR A VIDA DA GESTANTE. OS REQUISITOS SÃO:
QUE A VIDA DA GESTANTE CORRA RISCO DE MORTE;
QUE NÃO HAJA OUTRO MEIO DE SALVAR SUA VIDA;
NESSE CASO É DISPENSÁVEL A AUTORIZAÇÃO DA GESTANTE OU DE SEU REPRESENTANTE LEGAL, SE O PERIGO DE VIDA FOR IMINENTE.
O ERRO MÉDICO, MESMO QUE DERIVE DE CULPA, CONSTITUIRÁ DESCRIMINANTE PUTATIVA.
ABORTO SENTIMENTAL, ÉTICO OU HUMANITÁRIO: QUANDO A GRAVIDEZ RESULTA DE ESTUPRO, NESSE CASO É NECESSÁRIO O CONSENTIMENTO DA GESTANTE OU CASO SEJA INCAPAZ DE SEU REPRESENTANTE LEGAL.
A LEI NÃO EXIGEAUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA A PRÁTICA DO ABORTO SENTIMENTAL, FICANDO A CARGO DO MÉDICO SE IRÁ REALIZAR OU NÃO.
GERALMENTE O MÉDICO PEDE PARA QUE A GESTANTE ASSINE UM PAPEL, OU EXIJA O REGISTRO DA OCORRÊNCIA. SE O MÉDICO FOR INDUZIDO A ERRO, NÃO TENDO HAVIDO O ESTUPRO, APENAS A GESTANTE RESPONDERÁ PEO CRIME.
PODE HAVER FORMA TENTADA: AUMENTA-SE EM 1/3 E DIMINUI PELA TENTATIVA.
LESÕES CORPORAIS – ART.129 
LESÃO CORPORAL
ART. 129 – OFENDER A INTEGRIDADE CORPORAL OU SAÚDE DE OUTRÉM
PENA: DETENÇÃO DE TRÊS MESES A UM ANO.
LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE
§ 1° SE RESULTA:
INCAPACIDADE PARA OCUPAÇÕES HABITUAIS, POR MAIS DE 30 DIAS;
PERIGO DE VIDA;
DEBILIDADE PERMANENTE DE MEBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO;
ACELERAÇÃO DE PARTO.
PENA: RECLUSÃO, DE 1 A 5 ANOS.
§ 2° SE RESULTA:
INCAPACIDADE PERMANENTE PARA O TRABALHO;
ENFERMIDADE INCURÁVEL;
PERDA OU INUTILIZAÇÃO DE MEMBRO;
DEFORMIDADE PERMANENTE;
ABORTO.
PENA: RECLUSÃO, DE 2 A 8 ANOS.
LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE
§ 3 ° SE RESULTA MORTE E AS CIRCUSTÂNCIAS EVIDENCIAM QUE O AGENTE NÃO QUERIA O RESULTADO, MAS ASSUMIU O RISCO DE PRODUZI-LO.
PENA: RECLUSÃO, DE 4 A 12 ANOS.
DIMINUIÇÃO DE PENA
§ 4° SE O AGENTE COMETE O CRIME IMPELIDO POR RELEVANTE VALOR SOCIAL OU MORAL OU SOB DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO, LOGO EM SEGUIDA A INJUSTA PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA, O JUIZ PODE REDUZIR DE UM SEXTO A UM TERÇO.
SUBSTITUIÇÃO DE PENA
§ 5° O JUIZ, NÃO SENDO GRAVES AS LESÕES, PODE AINDA SUBSTITUIR A PENA DE DETENÇÃO PELA MULTA, DE DUZENTOS MIL RÉIS A DOIS CONTOS DE RÉIS.
SE OCORRE QUALQUER DAS HIPÓTESES DO PARPAGRAFO ANTERIOR;
SE AS LESÕES SÃO RECÍPROCAS.
LESÃO CORPORAL CULPOSA
§ 6° SE A LESÃO É CULPOSA.
PENA: DETENÇÃO, DE 2 MESES A 1 ANO.
AUMENTO DE PENA
§ 7° AUMENTA-SE A PENA EM 1/3 SE OCORRER QUALQUER DAS HIPÓTESES DOS §§ 4° E 6° DO ART. 121 DESTE CÓDIGO.
§ 8° APLICA-SE A LESÃO CULPOSA O DISPOSTO NO § 5° DO ART. 121.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
§ 9° SE A LESÃO FOR PRATICADA CONTRA ASCENDENTE, DESCENDENTE, IRMÃO, CÔNJUGE OU COMPANHEIRO, OU COM QUEM CONVIVA OU TENHA CONVIVIDO, OU, AINDA, PREVALECENDO-SE O AGENTE DAS RELAÇÕES DOMÉSTICAS, DE COABITAÇÃO OU HOSPITALIDADE.
PENA: DETENÇÃO, DE 3 MESES A 3 ANOS.
§ 10 NOS CASOS PREVISTOS nos §§ 1° a 3° DESTE ARTIGO, SE AS CIRCUNSTÂNCIAS SÃO AS INDICADAS NO § 9° DESTE ARTIGO, AUMENTA-SE A PENA EM 1/3.
§ 11 NA HIPÓTESE DO § 9° DESTE ARTIGO, A PENA SERÁ AUMENTADA DE UM TERÇO SE O CRIME FOR COMETIDO CONTRA PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA.
§ 12 SE A LESÃO FOR PRATICADA CONTRA AUTORIDADE OU AGENTE DESCRITO NO ART. 142 E 144 DA CF, INTEGRANTES DO SISTEMA PRISIONAL E DA FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA, NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO OU EM DECORRÊNCIA DELA, OU CONTRA SEU CÔNJUGE, COMPANHEIRO OU PARENTE CONSAGUÍNEO ATÉ TERCEIRO GRAU, EM RAZÃO DESSA CONDIÇÃO, A PENA É AUMENTADA DE UM A DOIS TERÇOS.
CONCEITO
ALESÃO CORPORAL OCORRE QUANDO UMA PESSOA OFENDE A INTEGRIDADE FÍSICA DE OUTRA. IMPLICA NA AGRESSÃO, DE DIVERSAS FORMAS, À INTEGRIDADE CORPORAL OU À SAÚDE DE UM SER HUMANO.
PARA QUE O DELITO SEJA CONFIGURADO, É NECESSÁRIO QUE A VÍTIMA SOFRA ALGUM DANO A SEU CORPO, ALTERANDO-SE INTERNA OU EXTERNAMENTE, PODENDO ABRANGER QUALQUE MODIFICAÇÃO PREJUDICIAL À SAÚDE, SENDO TRANSFIGURADA QUALQUER FUNÇÃO ORGÂNICA OU LHES CAUSANDO ABALOS PSÍQUICOS COMPROMETEDORES.
BEM JURÍDICO
A INTEGRIDADE FÍSICA OU FISIOPSÍQUICA DA PESSOA.
SUJEITO ATIVO
QUALQUER PESSOA.
EXCLUI A AUTOLESÃO.
CASO UM MENOR, INIMPUTÁVEL, ÉBRIO OU POR QUALQUER RAZÃO INCAPAZ DE ENTENDER OU DE QUERER, FOR CONDUZIDO POR OUTRÉM A PRATICAR AUTOLESÃO, QUEM O CONDUZIU IRÁ RESPONDER PELO CRIME.
SUJEITO PASSIVO
QUALQUER PESSOA, DESDE O INÍCIO DO PARTO ATÉ O ÚLTIMO SUSPIRO, SALVO NAS CONFIGURAÇÕES DOLOSAS QUALIFICADAS PREVISTAS NO § 1°, IV E § 2°, V. NESTAS O SUJEITO PASSIVO DEVERÁSER OBRIGATORIAMENTE A MULHER GRÁVIDA.
TIPO OBJETIVO
O NÚCLEO DO TIPO É OFENDER (LESAR, FERIR).
PODE SER FEITO POR QUALQUER MEIO (CRIME DE FORMA LIVRE).
PODE SER POR AÇÃO OU OMISSÃO, SENDO QUE OCORRE QUANDO O INDIVÍDUO FOR GARANTIDOR DA NÃO OCORRÊNCIA DO RESULTADO.
AUTOLESÃO É IMPUNÍVEL, SALVO CONFIGURE OUTRO CRIME.
LESÃO CORPORAL É QUALQUER DANO À NORMALIDADE FUNCIONAL DO CORPO HUMANO, QUER DO PONTO DE VISTA ANATÔNIMO, FISIOLÓGICO OU MENTAL.
CASO A VIOLÊNCIA NÃO FICAR DEMONSTRADA POR VESTÍGIOS, PODERÁ SER TIPIFICADA COMO CONTRAVENÇÃO DE VIAS DE FATO, ASSIM COMO NO CASO DE HAVER APENAS DOR, MAS NÃO LESÃO.
DEVE HAVER COMPROVAÇÃO PERICIAL, POR MEIO DO EXAME DE CORPO E DE DELITO DIRETO OU INDIRETO (ATRAVÉS DE TESTEMUNHAS), POR SE TRATAR DE UM CRIME DE RESULTADO MATERIAL, QUE DEIXA VESTÍGIOS.
TIPO SUBJETIVO
 DOLO, DIRETO OU INDIVIDUAL.
ADMITE A MODALIDADE CULPOSA.
A VONTADE DE CAUSAR LESÃO CORPORAL É DENOMINADA ANIMUS LAEDENDI.
NO CASO DA TENTATIVA, PARA SE SABER SE A INTENÇÃO ERA COMETER UM HOMICÍDIO OU LESÃO CORPORAL DEVE SER VERIFICADA A INTENÇÃO DO SUJEITO ATIVO.
CASO A INTENÇÃO DO AGENTE SEJA ATINGIR A HONRA, TRATAR-SE-Á COMO INJÚRIA REAL.
CASO O DOLO NÃO SEJA DE DANO, MAS DE PERIGO, PODE OCORRER O DELITO DE PERIGO À VIDA OU À SAÚDE DE OUTREM.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
É CONSUMADO COM A EFETIVA OFENSA À INTEGRIDADE FÍSICA OU PSÍQUICA DA VÍTIMA.
AINDA QUE A VÍTIMA SOFRA MAIS DE UMA LESÃO, SERÁ CONSIDERADO COM CRIME SÓ.
A LESÃO DE NATUREZA GRAVE ADMITE A TENTATIVA.
POR OUTRO LADO, NUNCA SERÁ ADMITIDA A TENTATIVA NOS CASOS DE ACELERAÇÃO DE PARTO, ABORTO OU LESÃO SEGUIDA DE MORTE.
CONFRONTO
CASO NÃO HAJA LESÃO CORPORAL, MAS SIM SOFRIMENTO FÍSICO OU MENTAÇ, É APLICADO O CRIME DE TORTURA.
NO CASO DE UM BELISCÃO OU ARRANHÃO, NÃO HAVENDO EFETIVA LESÃO, PODERÁ OCORRER CONTRAVENÇÃO DAS VIAS DE FATO.
QUANDO O CIDADÃO SE AUTO LESIONA PARA RECEBER SEGURO OU INDENIZAÇÃO, ART. 171, § 2°, V.
QUANDO A PESSOA SE AUTO LESIONA PARA FUGIR AO SERVIÇO MILITAR, É APLICADO O CÓDIGO PENAL MILITAR.
LESÃO CORPORAL LEVE
É AQUELA QUE NÃO A CAUSA QUE A AGRAVE.
LESÃO GRAVE
PARA QUE O AGENTE RESPONDA PELO RESULTADO MAIS GRAVE, É NECESSÁRIO QUE AO MENOS EXISTA CULPA COM RELAÇÃO A ESSE, MAS TANTO FAZ SE O ELEMENTO SUBJETIVO EM RELAÇÃO AO RESULTADO MAIS GRAVE SEJA DOLOSO OU CULPOSO. A ÚNICA EXCEÇÃO É EM RELAÇÃO A QUANDO SE TEM COMO RESULTADO MAIS GRAVE O ABORTO, POIS SEFOI DOLOSO, O AGENTE IRÁ RESPONDER POR ABORTO E NÃO A LESÃO GRAVE.
O AGENTE SÓ PODERÁ RESPONDER PELO RESULTADO MAIS GRAVE, CASO PUDESSE PREVER SUA OCORRÊNCIA.
O CRIME DE LESÃO CORPORAL CULPOSA PODE OCASIONAR OUTROS CRIMES (EX: ESTUPRO, ROUBO, ABORTO, ETC.).
AS PENAS DE LESÃO CORPORAL GRAVE SÓ SE APLICAM A LESÕES DOLOSAS, PORÉM A EXTENSÃO DO FERIMENTO É QUE PODE SER CULPOSA.
NO CASO DE LESÃO DOMÉSTICA, A PENA É AUMENTADA EM 1/3.
AS QUALIFICADORAS PREVISTAS NO § 1° SÃO DE NATUREZA OBJETIVA E SE COMUNICAM ENTRE OS PARTÍCIPES DESDE QUE ABRANGIDAS PELO DOLO, SÃO ELAS:
INCAPACIDADE PARA AS OCUPAÇÕES HABITUAIS POR MAIS DE 30 DIAS: ENGLOBA TAMBÉM CAPACIDADE PARA ATIVIDADES HABITUAIS, SENDO ELAS LÍCITAS OU ILÍCITAS, QUE SERÁ AUFERIDA PELO JUIZ COM BASE EM LAUDO PERICIAL. É NECESSÁRIO DOIS EXAMES PERICIAIS PARA SABER SE A VÍTIMA DE FATO FICOU POR MAIS DE 30 DIAS SEM REALIZAR AS ATIVIDADES, UMA DELAS LOGO APÓS QUE SOFREU O ACIDENTE, E OUTRA APÓS O 31° DIA DO OCORRIDO.
PERIGO DE VIDA: É NECESSÁRIO QUE O PERIGO SEJA DIAGNOSTICADO POR UM MÉDICO. NESTE CASO, SÓ CABE O PRETERDOLO (DOLO NA CONDUTA E CULPA NO RESULTADO), POIS SE HOUVER DOLO EVENTUAL COM RELAÇÃO A MORTE SERÁ CONSIDERADO HOMICÍDIO TENTADO.
DEBILIDADE PERMANENTE DE MEMBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO: NÃO SE CONFUNDE COM PERDA DE MEMBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO, POIS SERIA CONSIDERADO LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA. DEBILIDADE PERMANENTE É AQUELA REDUÇÃO DE CAPACIDADE FUNCIONAL COM DURAÇÃO INCALCULÁVEL, É A INDEFINIÇÃO DO RESTABELECIMENTO.
ACELERAÇÃO DO PARTO: É A ANTECIPAÇÃO DO NASCIMENTO. PORÉM SE O BEBÊ NASCE MORTO, O AGENTE RESPONDERÁ POR LESÃO GRAVÍSSIMA. E É INDISPENSÁVEL QUE O AGENTE SOUBESSE DA GRAVIDEZ DA OFENDIDA. CASO CONTRÁRIO, RESPONDERÁ POR LESÃO LEVE.
HÁ AINDA AS QUALIFICADORAS PREVISTAS NO § 2° DO MESMO ARTIGO, QUE TRAZEM AS LESÕES GRAVÍSSIMAS, QUE SÃO:
INCAPACIDADE PERMANENTE PARA O TRABALHO: NESTE CASO A EXPRESSÃO TRABALHO DEVE SER ENTENDIDA DE FORMA GENÉRICA. POIS A OPNIÃO MARJORITÁRIA É DE QUE NÃO É CONSTITUITA LESÃO GRAVÍSSIMA CASO O LESIONADO POSSA EXERCER OUTRO TRABALHO APÓS A INCAPACIDADE OCASIONADA.
ENFERMIDADE INCURÁVEL: ALTERAÇÃO PERMANENTE DA SAÚDE EM GERAL POR PROCESSO PATOLÓGICO, OU SEJA, TRANSMIÇÃO INTENCIONAL DA DOENÇA A QUAL NÃO EXISTA CURA NO ESTÁGIO ATUAL DA MEDICINA. A INCURABILIDADE DEVE SER COMPROVADA ATRAVÉS DE DADOS DA CIÊNCIA ATUAL, COM JUÍZO DE PROBABILIDADE OU CERTEZA.
PERDA OU INUTILIZAÇÃO DE MEMBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO: A PERDA OCORRE QUANDO CESSA O SENTIDO OU FUNÇÃO, OU QUANDO O MEMBRO É EXTRAÍDO OU AMPUTADO. A INUTILIZAÇÃO É A CESSAÇÃO DE ATIVIDADE DO MEMBRO OU ÓRGÃO.
DEFORMIDADE PERMANENTE: É O DANO ESTÉTICO CONSIDERÁVEL, IRREPARÁVEL E CAPAZ DE PROVOCAR IMPRESSÃO VEXATÓRIA. HÁ UM ASPECTO OBJETIVO E OUTRO SUBJETIVO. O ASPECTO SUBJETIVO DIZ RESPEITO À REPUGNÂNCIA, A REPULSA E A PIEDADE QUE A DEFORMIDADE CAUSA A TERCEIROS. VAI DEPENDER DA IDADE DA VÍTIMA E DE SUA PROFISSÃO. 
DEFORMIDADE PERMANTE É AQUELA QUE NÃO PODE SER CURADA PELO ACONTECIMENTO DO CASO, QUE PERMANECE POR TEMPO INCALCULÁVEL. A VITÍMA NÃO É OBRIGADA A REALIZAR CIRURGA, POIS A LESÃO CONTINUA SENDO GRAVÍSSIMA, PORÉM, SE ELA SE SUBMETER A CIRURGIA POR LIVRE E ESPONTÂNEA VONTADE, ESTA QUALIFICADORA É ANULADA.
É NECESSÁRIO QUE A DEFORMIDADE CAUSE A PESSOA QUIE SOFREU A LESÃO, UM SENTIMENTO DE INFERIORIDADE PERANTE OS OUTROS. A GRAVIDADE PERMANECE CASO A VÍTIMA POSSA ESCONDER A DEFORMIDADE COM ARTIFÍCIOS.
EM CASO DE TENTATIVA DE HOMICÍDIO O QUAL TENHA DECORRIDO DE UMA LESÃO CORPORAL GRAVE, SEGUNDO O PRINCÍPIO DA CONSUÇÃO, O CRIME TENTATIVA DE HOMICÍDIO ABSORVE O DE LESÃO CORPORAL GRAVE POR SER MAIS GRAVE. A LESÃO GRAVE SERÁ LEVADA EM CONTA NA 1ª FASE, COMO CONSEQUÊNCIA DO CRIME.
ABORTO: NO CASO É PUNIDO A LESÃO CULPOSA E O ABORTO CULPOSO. O AGENTE DEVE TER CONHECIMENTO DA GRAVIDEZ DA VÍTIMA, OU QUE SUA IGNORÂNCIA QUANTO A MESMA TENHA SIDO INESCUSÁVEL.
LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE
TRATA-SE DE UMA FORMA PRETERDOLOSA, POIS O AGENTE SÓ VISA LESIONAR A VÍTIMA, PORÉM, ACABA CAUSANDO SUA MORTE DE FORMA CULPOSA.
NÃO HÁ ANIMUS NECANDI.
A INTENÇÃO DO AGENTE É O PRODUZIR UM RESULTADO MENOR QUE O ALCANÇADO.
ELEMENTOS
CONDUTA DOLOSA DIRIGIDA A OFENSA DA INTEGRIDADE FÍSICA OU DA SAÚDE DE OUTREM;
RESULTADO CULPOSO MAIS GRAVE (MORTE);
NEXO ENTRE A CONDUTA E O RESULTADO;
O CASO FORTUITO E A IMPREVISIBILIDADE IMPOSSIBILITAM A CONFIGURAÇÃO DO CRIME PRETERDOLOSO.
SUBSTITUIÇÃO DE PENA
DE ACORDO COM O ART. 5°, O JUIZ PODE SUBSTITUIR A PENA DE DETENÇÃO POR PENA DE MULTA CASO AS LESÕES NÃO TENHAM SIDO GRAVES CASO OCORRA ALGUMAS DAS HIPOTESES DO PARÁGRAFO ANTERIOR OU SE AS LESÕES SÃO RECÍPROCAS.
LESÕES RECÍPROCAS – HIPÓTESES
AMBOS SE FEREM E UM AGIU EM LEGÍTIMA DEFESA: ABSOLVE-SE UM E CONDENA-SE O OUTRO COM PRIVILÉGIO;
AMBOS SE FEREM E DIZEM TER AGIDO EM LEGÍTIMA DEFESA, NÃO HAVENDO PROVA DO INÍCIO DA AGRESSÃO: AMBOS DEVEM SER ABSOLVIDOS;
AMBOS SÃO CULPADOS E NENHUM AGIU EM LEGÍTIMA DEFESA: DEVEM OS DOIS SEREM CONDENADOS COM O PRIVILÉGIO.
LESÃO CORPORAL CULPOSA
LESÃO QUE RESULTA DA IMPRUDÊNCIA, NEGLIGÊNCIA OU IMPERÍCIA.
TEM A MESMA SISTEMÁTICA DO CRIME DE HOMICIDIO CULPOSO, POREM SEM O RESULTADO MORTE.
O GRAU DAS LESÕES SOFRIDAS NÃO INFLUENCIAM NA TIPIFICAÇÃO, PORÉM INFLUENCIAM NA 1° FASE DA APLICAÇÃO DA PENA.
AS LESÕES CULPOSAS NO TRANSITO ESTÃO PREVISTAS NA CBT.
HAVERÁ LESÃO CORPORAL CULPOSA QUALIFICADA NAS SEGUINTES HIPÓTESES;
CASO O CRIME RESULTE DE INOBSERVÂNCIA DE REGRA TÉCNICA DE PROFISSÃO, ARTE OU OFÍCIO: APLICADAS AOS CRIMES CULPOSOS PRATICADOS POR PROFISSIONAIS NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES.
SE O AGENTE NÃO PRESTAR IMEDIATO SOCORRO A VÍTIMA, OU NÃO PROCURAR DIMINUIR AS CONSEQUÊNCIASDE SEU ATO: NO CASO DE CRIME CULPOSO, CASO O AGENTE FUJA SEM PRESTAR SOCORRO A VÍTIMA, EMBORA ELA SEJA SOCORRIDA POR TERCEIRO, MESMO ASSIM RESPONDERÁ PELA QUALIFICADORA.
AS PENAS SÃO AUMENTADAS EM 1/3 NESTAS HIPÓTESES.
LESÃO CORPORAL DOLOSA CONTRA CRIANÇA OU DOSO
CASO O CRIME SEJA PRATICADO CONTRA MENOR DE 14 OU MAIOR DE 60 ANOS.
A IDADE DA VÍTIMA DEVE SER CONHECIDA PELO AGENTE.
PERDÃO JUDICIAL
O JUIZ PODERÁ DEIXAR DE APLICAR A PENA CASO AS COMSEQUENCIAS DE SEUS PRÓPRIOS ATOS O ATINJAM DE FORMA TÃO GRAVE QUE SE TORNE DESNECESSÁRIO SUA APLICAÇÃO.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
A LEI 10.886/2004 ACRESCENTOUAO ART. 129 MAIS DOIS PARÁGRAFOS (9° E 10°), E A LEI N° 11.340/2006 AUMENTOU A ESCALA PENAL DO § 9°, QUE ANTERIORMENTE ERA DE 6 MESES A 1 ANO. A PENA ATUAL É DE 3 MESES A 3 ANOS.
SÃO ELEMENTARES DO CRIME A ESPECIAL RELAÇÃO ENTRE AUTOR E VÍTIMA QUANDO O CRIME É PRATICADO CONTRA:
ASCENDENTE, DESCENDENTE OU IRMÃO – NÃO IMPORTA SE O PARENTESCO É LEGÍTIMO OU NÃO, SENDO DISPENSÁVEL A COABITAÇÃO ENTRE O AGENTE E A VÍTIMA;
CÔNJUGE OU COMPANHEIRO – PERSISTE MESMO NO CASO DE SEPARAÇÃO DE FATO OU JUDICIAL, VALE TAMÉM PARA UNIÃO ESTÁVEL;
COM QUEM CONVIVA OU TENHA CONVIVIDO – A AGRESSÃO DEVE SER PRATICADA EM RAZÃO DA CONVIVÊNCIA EM COMUM, ATUAL OU PRETÉRITA;
PREVALECENDO-SE O AGENTE DAS RELAÇÕES DOMÉSTICAS, DE COABITAÇÃO OU DE HOSPITALIDADE – DEVE SER INTERPRETADO DE FORMA RESTRITA SOB PENA DE ULTRAPASSAR A NOÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. NESTE CASO INCLUI AS AGRESSÕES PRATICADAS POR BABÁS EM CRIANÇAS.
FORMA QUALIFICADA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
CASO A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA GERE CONSEQUÊNCIAS GRAVES OU GRAVÍSSIMAS, AUMENTA-SE A PENA DE ACORDO COM O § 9 EM UM TERÇO.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
A PENA SERÁ AUMENTADA EM UM TERÇO SE O CRIME FOR PRATICADO CONTRA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA.
CRIMES CONTRA A HONRA
SÃO OS CRIMES CUJO BEM JURÍDICO PROTEGIDO É A HONRA, QUE É O CONJUNTO DE PREDICADOS OU CONDIÇÕES DA PESSOA QUE LHE CONFEREM CONSIDERAÇÃO SOCIAL E AUTOESTIMA PRÓPRIA.
A HONRA TEM DOIS ASPECTOS:
HONRA OBJETIVA OU HONRA EXTERNA: É A HONRA SOCIAL, A REPUTAÇÃO, SEU BOM NOME, É O QUE OS TERCEIROS PENSAM SOBRE CADA UM DE NÓS, É A ESTIMA E A CONSIDERAÇÃO SOCIAL.
HONRA INTERNA OU HONRA SUBJETIVA: É O CONCEITO QUE CADA UM DE NÓS FAZ DE SI PRÓPRIO, É O QUE SE CHAMA AUTOESTIMA, SENTIMENTO DA PRÓPRIA DIGNIDADE.
	
	
IMPUTA
	
CARACTERÍSTICAS DO CRIME
	
CONSUMAÇÃO
	
ATINGE
	EXCEÇÃO DA VERDADE
	
CALÚNIA
	
UM FATO A ALGUÉM
	O FATO DEVE SER CRIMINOSO / MENTIROSO
	QUANDO TERCEIROS TOMAM CONHECIMENTO
	
HONRA OBJETIVA
	
SIM
	
DIFAMAÇÃO
	
UM FATO A ALGUÉM
	ESSE FATO DEVE SER OFENSIVO A REPUTAÇÃO / PODE OU NÃO SER MENTIROSO
	QUANDO TERCEIROS TOMAM CONHECIMENTO
	
HONRA OBJETIVA
	REGRA GERAL NÃO / SALVO EXCEÇÕES
	
INJÚRIA
	ATRIBUI QUALIDADE NEGATIVA A ALGUÉM
	NÃO SE ATRIBUI CASO CONCRETO / PODE OU NÃO SER MENTIROSO
	QUANDO A PRÓPRIA VÍTIMA TOMA CONHECIMENTO
	
HONRA SUBJETIVA
	
NÃO
SÃO CRIMES CONTRA A HONRA, A CALÚNIA (ART. 138), A DIFAMAÇÃO (ART. 139) E A INJÚRIA (ART. 140). NOS DOIS PRIMEIROS, PROTEGE-SE A HONRA OBJETIVA, E NA INJÚRIA, A HONRA SUBJETIVA.
A CALÚNIA E A DIFAMAÇÃO CONSISTEM NA IMPUTAÇÃO DE UM FATO CONCRETO A ALGUÉM, SENDO QUE NA CALÚNIA, O FATO DEFINIDO AO OFENDIDO TEM QUE SER DEFINIDO EM LEI COMO CRIME, E NA DIFAMAÇÃO, BASTA QUE SEJA OFENSIVO A HONRA.
A INJÚRIA NÃO CONSISTE NA IMPUTAÇÃO DE UM FATO CONCRETO, MAS SIM NA EMISSÃO DE UM CONCEITO DEPRECIATIVO DO OFENDIDO.
CASOS DE INEXISTÊNCIA DE DOLO ESPECÍFICO
ANIMUS JOCANDI: BRINCADEIRA, INTENÇÃO DE SATIRIZAR;
NO CASO DE CRUME CONTRA ALGUM MINISTRO OU AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, PARA QUE A PENA SEJA AUMENTADA EM 1/3, A INTENÇÃO DO AGENTE, TEM DE SER DE DENEGRIR A ESTRUTURA POLÍTICA DO ESTADO;
ANIMUS CONSULENDI: INTENÇÃO DE ACONSELHAR;
ANIMUS NARRANDI: INTENÇÃO DE NARRAR O ACONTECIDO;
ANIMUS DEFENDENDI: ACUSAR QUEM ESTÁ LHE ACUSANDO.
Calúnia (ART. 138)
CALÚNIA
ART. 138 – CALUNIAR ALGUÉM, IMPUTANDO-LHE FALSAMENTE FATO DEFINIDO COMO CRIME:
PENA: DETENÇÃO, DE 6 MESES A 2 ANOS E MULTA.
§ 1°: NA MESMA PENA INCORRE QUEM, SABENDO FALSA IMPUTAÇÃO, A PROPALA OU DIVULGA.
§ 2°: É POSSÍVEL A CALÚNIA CONTRA OS MORTOS.
EXCEÇÃO DA VERDADE
§ 3°: ADMITE-SE A PROVA DA VERDADE, SALVO:
SE, CONSTITUÍDO O FATO IMPUTADO COMO CRIME DE AÇÃO PRIVADA, O OFENDIDO NÃO FOI CONDENADO POR SENTENÇA IRRECORRÍVEL;
SE O FATO É IMPUTADO A QUALQUER DAS PESSOAS INDICADAS NO N° I DO ART. 141;
SE DO CRIME IMPUTADO, EMBORA DE AÇÃO PÚBLICA, O OFENDIDO FOI ABSOLVIDO POR SENTENÇA IRRECORRÍVEL.
BEM JURÍDICO
A HONRA OBJETIVA.
SUJEITO ATIVO
QUALQUER PESSOA.
SUJEITO PASSIVO
QUALQUER PESSOA, INCLUINDO AQUELAS DE MÁ-FAMA E OS IRRESPONSÁVEIS (LOUCOS OU MENORES).
OS MORTOS TAMBÉM PODEM SOFRER CALÚNIA, PORÉM O SUJEITO PASSIVO SERÃO OS SEUS PARENTES.
EM RELAÇÃO A PESSOA JURÍDICA, SOMENTE PODEM SOFRER CALÚNIA EM RELAÇÃO A CRIMES AMBIENTAIS.
TIPO OBJETIVO
O FATO ATRIBUÍDO DEVE SER ESPECÍFICO E DETERMINADO, SENDO A FALSIDADE DA IMPUTAÇÃO REQUISITO INDISPENSÁVEL.
NESTE CASO, OU O CRIME NÃO OCORREU OU O OFENDIDO NÃO COMETEU O CRIME, SENDO-LHE IMPUTANDO FALSAMENTE A AUTORIA DE UM CRIME QUE FOI PRATICADO POR OUTRO.
A CALÚNIA PODE OCORRER QUANDO SE UM CRIME DIFERENTE DO QUE FOI COMETIDO.
PARA HAVER CALÚNIA É NECESSÁRIA A IMPUTAÇÃO DE FATO PREVISTO EM LEI COMO CRIME, NÃO BASTA SER CONTRAVENÇÃO.
A FALSIDADE DA IMPUTAÇÃO É PRESUMIDA, A MENOS QUE SE FAÇA PROVAR VERDADEIRA, NA FORMA DE EXCEÇÃO DA VERDADE.
O DELITO É COMISSIVO, PODENDO SER PRATICADO DE QUALQUER FORMA, PORÉM PARA SER CONSUMADO, DEVE CHEGAR A OUVIDO DE ALGUÉM QUE NÃO O OFENDIDO.
TIPO SUBJETIVO
O CAPUT DO ARTIGO DIZ QUE O DOLO PODE SER DIRETO OU EVENTUAL, OCORRENDO A ULTÍMA HIPÓTESE QUANDO O OFENSOR NÃO SABE SE O FATO É VERDADE OU NÃO, MAS, NA DÚVIDA, ATRIBUI AO OFENDIDO O COMETIMENTO DE UM CRIME, MAS, NA DÚVIDA, ATRIBUI AO OFENDIDO O COMETIMENTO DO CRIME.
É EXIGIDO O DOLO ESPECÍFICO, OU O ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO “PROPÓSITO DE OFENDER”.
NO § 1° SÓ CABE O DOLO DIRETO.
NÃO ACEITA MODALIDADE CULPOSA.
EXCEÇÃO DA VERDADE
ADMITE-SE A PROVA DA VERDADE DO FATO IMPUTADO, POIS O ESTADO TEM INTERESSE EM SABER DA PRÁTICA DE CRIMES.
A LEI EXCLUI A PROVA DA VERDADE NAS SEGUINTES HIPÓTESES:
CONSTITUINDO O FATO DE CRIME DE AÇÃO PRIVADA, O OFENDIDO NÃO FOI CONDENADO POR SENTENÇA IRRECORRÍVEL;
O FATO É IMPUTADO AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA OU CHEFE DE ESTADO ESTRANGEIRO;
DO CRIME IMPUTADO, EMBORA DE AÇÃO PÚBLICA, O OFENDIDO FOI ABSOLVIDO POR SENTENÇA IRRECORRÍVEL.
TENTATIVA E CONSUMAÇÃO
SE CONSUME QUANDO A OFENSA CHEGA A OUVIDO DE TERCEIRO, NÃO BASTA QUE CHEGUE AO OFENDIDO. SENDO CRIME FORMAL.
PODE HAVER TENTATIVA SOMENTE SE O CRIME FOR NA MODALIDADE ESCRITA, NÃO SENDO CABÍVEL NA MODALIDADE VERBAL.
CLASSIFICAÇÃO
COMUM;
DOLOSO;
FORMAL;
COMISSIVO;
INSTANTÂNEO.
DIFAMAÇÃO (ART. 139)
DIFAMAÇÃO
ART. 139: DIFAMAR ALGUÉM, IMPUTANDO-LHE FATO OFENSIVO À SUA REPUTAÇÃO.
PENA: DENTENÇÃO, 3 MESES A 1 ANO, E MULTA.
EXCEÇÃO DA VERDADE
PARÁGRAFO ÚNICO: A EXCEÇÃO DA VERDADE SOMENTE SE ADMITE SE O OFENDIDO É FUNCIONÁRIO PÚBLICO E A OFENSA É RELATIVA AO EXERCÍCIO DE SUA FUNÇÃO.
NOÇÃO
CONSISTE NA IMPUTAÇÃO DE FATO CONCRETO, INFAMANTE, CONTRA A HONRA OBJETIVA, SEJA ELE VERDADEIRO OU FALSO.
NA DIFAMAÇÃO O FATO IMPUTADO NÃO É CRIME.
NA DIFAMAÇÃO O FATO APENAS PRECISA SER OFENSIVA A REPUTAÇÃO, POUCO IMPORTANDO, NA MAIORIA DAS SITUAÇÕES, SE O FATO É VERDADEIRO.
BEM JURÍDICO
A HONRA OBJETIVA (SOCIAL).
TIPO OBJETIVO
A CONDUTA TÍPICA É ATRIBUIR CONDUTA QUE SEJA APTA A MACULAR A REPUTAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO, E O FATO DEVE SER DETERMINADO, PORÉM NÃO PRECISA SER ESPECIFICADO COM TODAS AS SUAS CIRCUNSTÂNCIAS.
A IMPUTAÇÃO NÃO NECESSITA SER FALSA, POIS AINDA QUE SEJA VERDADEIRA HAVERÁ O DELITO (EXCEÇÃO: FUNCIONÁRIO PÚBLICO).
O DELITO É COMISSIVO E PODE SER PRATICADO POR QUALQUER MEIO.
EMBORA NO CP NÃO DESCREVA O VERBO “PROPALAR”, COMO FAZ NA CALÚNIA, ENTENDE-SE QUE O PROPALADOR REALIZA NOVA DIFAMAÇÃO.
TIPO SUBJETIVO
DOLO DE DANO, DIRETO OU EVENTUAL, E ELEMENTOSUBJETIVO DO TIPO INTENÇÃO DE OFENDER, OU CUNHO DE SERIEDADE QUE O SUJEITO IMPRIME A SUA CONDUTA.
CONSUMAÇÃO E TENTAVIVA
QUANDO A IMPUTAÇÃO CHEGA A CONHECIMENTO DE OUTREM QUE NÃO A VÍTIMA.
É ADMITIDA A TENTATIVA.
EXCEÇÃO DA FACULDADE
SÓ É POSSIVEL PARA FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS E A OFENSA É RELATIVA AO EXERCÍCIO DE SUA FUNÇÃO.
CLASSIFICAÇÃO
CRIME FORMAL;
SIMPLES;
INSTANTÂNEO;
COMUM;
COMISSIVO;
PLURISUBSISTENTE;
UNISSUBSISTENTE.
INJÚRIA (ART. 140)
INJÚRIA
ART. 140 – INJURIAR ALGUÉM, OFENDENDO-LHE A DIGNIDADE OU O DECORO.
PENA – DETENÇÃO, DE 1 A 6 MESES, OU MULTA.
§ 1° O JUIZ PODERÁ DEIXAR DE APLICAR A PENA:
QUANDO O OFENDIDO, DE FORMA REPROVÁVEL, PROVOCOU DIRETAMENTE A INJÚRIA;
NO CASO DE RETORSÃO IMEDIATA, QUE RESULTE EM OUTRA INJÚRIA.
§ 2° SE A INJÚRIA CONSISTE EM VIOLÊNCIA OU VIAS DE FATO, QUE, POR SUA NATUREZA OU PELO MEIO EMPREGADO, SE CONSIDEREM ALVITANTES.
PENA – DETENÇÃO, DE 3 MESES A 1 ANO, E MULTA, ALÉM DE PENA CORRESPONDENTE A VIOLÊNCIA.
§ 3° SE A INJÚRIA CONSISTE NA UTILIZAÇÃO DE ELEMENTOS REFERENTES A RAÇA, COR, ETNIA, RELIGIÃO, ORIGEM OU A CONDIÇÃO DE PESSOA IDOSA OU PORTADORA DE DEFICIÊNCIA.
PENA – RECLUSÃO, DE 1 A 3 ANOS E MULTA.
NOÇÃO
SIGNIFICA OFENDER OU INSULTAR.
É PRECISO QUE A OFENSA ATINJA A DIGNIDADE OU O DECORO.
É UM INSULTO QUE ATINGE A HONRA SUBJETIVA, ARRANHANDO O CONCEITO QUE A VÍTIMA FAZ DE SI MESMA.
BEM JURÍDICO
A HONRA SUBJETIVA.
SUJEITO ATIVO
QUALQUER PESSOA.
SUJEITO PASSIVO
QUALQUER PESSOA.
A PESSOA JURÍDICA, EM QUE PESE GOZAR DE REPUTAÇÃO NO SEIO SOCIAL, NÃO TEM AMOR PRÓPRIO.
TIPO OBJETIVO
IMPUTAÇÃO DE UMA QUALIDADE OU OPNIÃO A RESPEITO DO OFENDIDO, E NÃO DE UM FATO.
CASO HAJA DÚVIDA EM RELAÇÃO À OFENSA, DEVE-SE OPTAR PELA INJÚRIA, EMBORA APLICADA LEVEMENTE.
A ÚNICA EXCEÇÃO OCORRE QUANDO UM FATO CONCRETO OU CRIMINOSO É PARTICULARMENTE APLICADO APENAS AO OFENDIDO.
BASTA QUE HAJA OFENSA À HONRA SUBJETIVA PARA QUE OCORRA, EMBORA POSSA ATINGIR A HONRA OBJETIVA.
PARA SER CONSUMADO QUE O OFENDIDO TOME CONHECIMENTO DO INSULTO, NÃO PRECISANDO CHEGAR A OUVIDOS DE TERCEIROS.
NÃO PRECISA SER COMUNICADA DIRETAMENTE AO OFENDIDO, BASTA QUE UM TERCEIRO O INFORME.
PODE SER PRATICADO DE QUALQUER FORMA (VBERBAL, ESCRITA, GESTOS, AÇÕES).
É COMISSIVO, EMBORA TAMBÉM POSSA SER OMISSIVO.
TIPO SUBJETIVO
DOLO DE DANO (DIRETO OU EVENTUAL).
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO – A INTENÇÃO DE OFENDER (DOLO ESPECÍFICO).
NÃO HÁ FORMA CULPOSA.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
QUANDO A ONFENSA CHEGA A CONHECIMENTO DO OFENDIDO.
É ADMITIDA A TENTATIVA CASO A INÚRIA SEJA PRATICADA POR ESCRITO.
CLASSIFICAÇÃO
COMUM;
DOLOSO;
FORMAL;
COMISSIVO;
INSTANTÂNEO;
SIMPLES;
COMPLEXO (INJÚRIA REAL).
EXCEÇÃO DA VERDADE
NÃO É ADMITIDA.
INSENÇÃO DA PENA
O JUIZ PODE DEIXAR DE APLICAR A PENA CASO O OFENDIDO TENHA PROVOCADO A INÚRIA DE FORMA REPROVÁVEL, OU CASO OCORRA A RETORSÃO IMEDIATA, QUE CONSISTE EM OUTRA INJÚRIA.
INJÚRIA REAL
É AQUELA PROVOCADA MEDIANTE VIOLÊNCIA OU VIAS DE FATO, ALVITANTES.
ABSORVE AS VIAS DE FATO.
HÁ CONCURSO COM AS LESÕES CORPORAIS PROVOCADAS, SENDO ELAS GRAVES OU LEVES.
VIAS DE FATO SÃO O COMPORTAMENTO AGRESSIVO DIRIGIDO A OUTREM, QUE NÃO RESULTE LESÃO CORPORAL, MAS QUE SEJAM ALVITANTES.
NO CASO DO EMPREGO DAS VIAS DE FATO, O AGENTE SOMENTE RESPONDERÁ PELA INÚRIA REAL, POIS AS VIAS DE FATO SÃO ABSORVIDAS.
INÚRIA PRECONCEITUOSA
É A INJÚRIA QUE UTILIZA TERMOS REFERENTES À RAÇA, COR, ETNIA RELIGIÃO OU ORIGEM.
A PENA SERÁ DE RECLUSÃO, DE 1 A 3 ANOS E MULTA.
É A FORMA QUALIFICADA DO DELITO, ALÉM DO DOLO PRÓPRIO DA INJÚRIA, CONSISTE NA VONTADE DE ULTRAJAR, A CONSCIÊNCIA DE QUE O SUJEITO ESTÁ OFENDENDO A VÍTIMA EM RELAÇÃO A UMA DAS QUALIFICADORAS.
INJÚRIA QUALIFICADA CONTRA IDOSO OU DEFICIENTE
É A INJÚRIA QUE CONSISTE NA UTILIZAÇÃO DE ELEMENTOS REFERENTES DE PESSOAS IDOSA OU PORTADORA DE DEFICIÊNCIA.
DISPOSIÇÕES COMUNS NOS CRIMES CONTRA A HONRA
RETRATAÇÃO
É O ATO DE DESDIZER, DE RETIRAR O QUE DISSE CONFESSAR SEU ERRO EXPRESSAMENTE, VOLTAR ATRÁS DO QUE DECLAROU.
DEVE SER FEITA PELO PRÓPRIO OFENSOR OU PROCURADOR COM PODERES ESPECIAIS.
DEVE SER COMPLETA, INCODICIONAL E DEVE CONSTAR POR ESCRITO NOS AUTOS.
NÃO É CABÍVEL RETRATAÇÃO NO CASO DE INJÚRIA.
É INOPERANTE A RETRATAÇÃO NOS CASOS DO ART. 141, I E II, POIS SÓ CABE NO CASO DE QUEIXA.
É CAUSA EXPRESSA DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE (ART. 107, VI, CP), MAS NÃO OBSTA A PROPOSITURA DE AÇÃO CIVIL DE REPARAÇÃO (CPP, ART. 67, II).
O ENTENDIMENTO MARJORITÁRIO ENTENDE QUE ESTE ARTIGO SE REFERE AO MOMENTO ANTES DA SENTENÇA EM PRIMEIRA INSTÂNCIA, FICANDO EXTINTA A PUNIBILIDADE.
PEDIDO DE EXPLICAÇÕES
É UMA MEDIDA PREPARATÓRIA E FACULTATIVA PARA O OFERECIMENTO DA QUEIXA, E NÃO INTERROMPE E NEM SUSPENDE O PRAZO DECADENCIAL.
CABE SOMENTE NOS CASOS DE OFENSAS EQUÍVOCAS,
EXCLUSÃO DO CRIME
NÃO CONSTITUI INJÚRIA OU DIFAMAÇÃO PUNÍVEL A OFENSA IRROGADA EM JUÍZO, NA DISCUSSÃO DA CAUSA, PELO SEU PROCURADOR. É A CHAMADA IMUNIDADE JUDICIÁRIA, TENDO EM VISTA A DIFICULDADE DE CONTROLAR AS EMOÇÕES NO CALOR DA DISCUSSÃO, QUE PODEM OFENDER A OUTRA PARTE.
TEM QUE HAVER UMA RELAÇÃO COM A DISCUSSÃO DA CAUSA.
O OFENDIDO PODE SER UM ESTRANHO À RELAÇÃO PROCESSUAL, EX. DELEGADO, PERITO.
OS JUÍZES NÃO PODEM SER OFENDIDOS, POIS O CP NÃO FAZ MENÇÃO A ISSO.
A ÚNICA EXCEÇÃO A ESSA INVIOLABILIDADE É A SUSPEIÇÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA.
NÃO PODE SER PUNIDA A OPNIÃO DESFAVORÁVEL DA CRÍTICA LITERÁRIA, CIENTÍFICA OU ARTÍSTICA, SALVO QUANDO TEM A OPNIÃO DE DIFAMAR.
NÃO CONSTITUI INJÚRIA O CONCEITO DESFAVORÁVEL FEITO POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO, EM APRECIAÇÃO OU INFORMAÇÃO QUE PRESTE NO CUMPRIMENTO DO DEVER EM OFÍCIO.
PUBLICIDADE DA OFENSA
DA MESMA MANEIRA QUE O AGENTE, QUEM ESPALHA A INJÚRIA OU PELA DIFAMAÇÃO IRÁ RESPONDER DA MESMA MANEIRA.
MESMO QUE O AUTOR TENHA IMUNIDADE, QUEM ESPALHA A INJÚRIA OU A DIFAMAÇÃO IRÁ RESPONDER POR ELAS, POIS A IMUNIDADE DIZ RESPEITO A UM INTERESSE RESTRITO, HAVENDO CRIME DE CONDUTA QUEM PRATICA UMA NOVA AÇÃO.
IMUNIDADE PARLAMENTAR
A IMUNIDADE DOS DEPUTADOS E SENADORES ABRANGE OS CRIMES CONTRA A HONRA, CONFORME DISPÕE O ART. 53 DA CF/88.
PORÉM, O JUIZ DEVERÁ ANALISAR SE HÁ NEXO ENTRE OS ATOS DO AGENTE E SUA CONDIÇÃO PARLAMENTAR, NÃO SUBSISTINDO A INVIOLABILIDADE SE AS OFENSAS FOREM GRATUITAS E SEM NEXO COM OS INTERESSES QUE DEFENDE EM RAZÃO DE SEU MANDATO, TRATANDO-SE DE IMUNIDADE MATERIAL RELATIVA.