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Revisão AV1 Direito Intenacional (1)

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AV1
Semanas de 1 a 7.
Teorias da relação entre o Direito Internacional e o Direito Interno
A doutrina formulou duas teorias acerca da relação entre o Direito Internacional e o Direito Interno.
Defende a teoria dualista que o Direito Internacional e o Direito Interno são dois sistemas jurídicos distintos e independentes, regulando o último as relações entre os Estados e, por conseguinte, não originando obrigações para os indivíduos.
Já a teoria monista determina que o Direito é único tanto nas relações do Estado para com a sociedade, quanto nas relações entre Estados. Esta teoria ainda divide-se em duas correntes. A denominada Monismo internacionalista prevê que, existindo dúvida entre a aplicação de normas do Direito Internacional face o Direito Interno a norma internacional prevalecerá sobre a interna. A outra, chamada de Monismo nacionalista defende que nesta mesma situação, a primazia será do direito Interno sobre o Direito Internacional.
A Constituição Federal é silente quanto à teoria adotada pelo Brasil. Contudo, o Supremo Tribunal Federal se posicionou no sentido da aplicação da Teoria Dualista moderada, recebendo o Tratado Internacional status de Lei Ordinária, por disposição constitucional, salvo os casos de Tratados sobre Direitos Humanos, cujo 2º do artigo 5º da CF lhes atribui eficácia de norma supralegal.
Direto Internacional Público x Privado
Definição
Direito internacional público
“Sistema de princípios e normas que regulam as relações de coexistência e de cooperação, freqüentemente institucionalizadas, além de certas relações comunitárias entre Estados dotados de diferentes graus de desenvolvimento socioeconômico e de poder”.
“É o conjunto de regras que determinam os direitos e deveres respectivos dos Estados nas suas relações mútuas” (Fauchille)
“É o conjunto de regras e de instituições que regem a sociedade internacional e que visam estabelecer a paz e a justiça e a promover o desenvolvimento”.
Direito de coordenação: produto da vontade dos Estados e para os Estados efetivamente transitar no plano internacional deverá flexibilizar sua soberania. Não há mais espaço para o modelo antigo de soberania (plena).
Direito Internacional Privado
Representado por normas que definem qual o direito a ser aplicado a uma relação jurídica com conexão internacional, indicando o direito aplicável . Como fundamentos podem ser destacados: conflito de leis; intercâmbio universal ou comércio internacional; extraterritorialidade das leis. É importante observar que sob ótica das ordens jurídicas elas podem ser de dois modos: uma só ordem (quando para solução de um problema independe de outro ordenamento jurídico senão o próprio do país); duas ou mais ordens jurídicas (quando para solução de um problema é preciso se levar em conta o ordenamento jurídico de um outro país).
Conceito: em linhas gerais, como exposto anteriormente, o direito internacional privado seria um conjunto de princípios e regras sobre qual legislação aplicável à solução de relações jurídicas privadas quando envolvidos nas relações mais de um país, ou seja, a nível internacional.
Teorias que explicam adesão ao direito internacional
a) Doutrina voluntarista. 
Para a corrente voluntarista, de base notadamente positivista, a obrigatoriedade do Direito Internacional decorre sempre do consentimento (vontade) comum dos Estados, da mesma maneira que o Direito interno funda-se no assentimento dos cidadãos (todo poder emana do povo). 
Esse consentimento estatal pode ainda provir: 
a) dos tratados, 
b) de uma vontade tácita, pela aceitação do costume internacional, ou;
c) das normas do ordenamento jurídico interno. 
Portanto, de acordo com a concepção voluntarista, o Direito Internacional Público é obrigatório porque os Estados, expressa ou tacitamente, assim o desejam e querem. 
Esta teoria, entretanto, não é imune a críticas. Defender o voluntarismo é, pois, permitir que os Estados:
Possam a qualquer momento desligar-se unilateralmente das normas jurídicas internacionais, sem que se possa falar em responsabilidade, nem, tampouco, em violação do Direito Internacional. 
Esta doutrina voluntarista, de índole subjetivista, não explica o fundamento do Direito Internacional, cujas normas existem independentemente da vontade dos Estados e, em vários casos, contra essa própria vontade. 
Hodiernamente, por exemplo, o voluntarismo encontra um grande obstáculo nos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos, que impõem limites à atuação do Estado nos cenários interno e internacional.
O reconhecimento do indivíduo como sujeito de Direito Internacional já impõe o abandono dos dogmas positivistas, da vontade dos Estados como fundamento último de existência da ordem jurídica internacional. 
b) Doutrina objetivista. 
Do fato evidente de ser o voluntarismo incapaz de resolver o problema do fundamento do Direito Internacional, nasceu a necessidade de se encontrar um princípio transcendente e objetivo que viesse a por termo na questão. 
Nascida nos últimos anos do século XIX, como reação dos filósofos, sociólogos e internacionalistas contra as idéias voluntaristas, a corrente objetivista apregoa que a obrigatoriedade do Direito Internacional advém da existência de princípios e normas superiores aos do ordenamento jurídico estatal, uma vez que a sobrevivência da sociedade internacional depende de valores superiores que devem ter prevalência sobre as vontades e os interesses domésticos dos Estados. 
Tal doutrina se baseia em razões de ordem objetiva e tem como suporte e fundamento:
A) o direito natural, 
B) as teorias sociológicas do direito e;
C) o normativismo jurídico kelseniano. 
Há quem entenda que o fundamento último de obrigatoridade do Direito Internacional é apenas o direito natural, único capaz de explicar (à exceção dos tratados) a obrigatoriedade dos costumes e dos princípios gerais do direito. 
Para a doutrina objetivista, as normas que disciplinam e regem as relações internacionais são autônomas e independentes de qualquer decisão estatal. 
O Direito não é um produto da vontade humana, mas uma necessidade advinda de fato res sociais. 
Esta doutrina, contudo, também é passível de críticas, na medida em que minimiza (e, às vezes, até aniquila) a vontade soberana dos Estados, que também têm o seu papel contributivo na criação das regras de Direito Internacional.
Anotações em sala:
Teoria voluntarista (entende que o Estado adere ao DI por vontade); Teoria objetivista (define que o Estado adere ao DI como forma de concepção de seus objetivos).
,Advento da globalização
Fontes do Direito Internacional
 NOÇÕES GERAIS
Sabido que o sistema legislativo internacional assume forma horizontal, não existindo órgão legislativo da sociedade internacional, os Estados desenvolveram regras sobre elaboração de tratados e adotaram a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969. Também a ONU criou a Comissão do Direito Internacional (CDI), órgão auxiliar para codificar as regras internacionais existentes.
Para aplicar as normas jurídicas na vida social, é necessário primeiro se encontre normas adequadas. É através das fontes jurídicas que podemos localizar as normas aplicáveis ao caso concreto. Essas fontes se dividem em materiais e formais.
FONTES FORMAIS E FONTES MATERIAIS
São fontes materiais os fenômenos e fatores de valor que contribuem para a formação do conteúdo da lei. Ex: a moral, a tradição, a historia, a cultura, a necessidade social etc.
A fonte formal é a forma da existência atual ou processo de formação da lei. Em termos gerais, a fonte refere-se à fonte formal, a fonte material é tratada pela filosofia do direito.
ANÁLISE DO ARTIGO 38 DO ESTATUTO DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA
O art 38 do Estatuto da Corte Internacional esclarece quais são as fontes do DI., a serem aplicadas pela Corte, entretanto, como esta lista foi elaborada a mais de 50 anos, quando a atuação das organizações internacionais não eram comuns, novas fontes passaram a ser consideradas como: as resoluçõesdas organizações internacionais e os atos unilaterais.
a) Fonte principal: Convenções internacionais, Costume Internacional.
b) Fonte auxiliar: princípios gerais de direito, decisões judiciárias precedentes e doutrina.
c) Fontes novas: atos unilaterais e decisões normativas das OIs (normas administrativas internacionais).
 IMPORTÂNCIA DO COSTUME COMO FONTE DO DIREITO INTERNACIONAL
O costume internacional é uma espécie de norma formada voluntária e naturalmente pela acumulação das práticas dos sujeitos do DI que visam intencionalmente a formação das normas internacionais. Por isso, o costume internacional nasce naturalmente na sociedade internacional, refletindo as práticas gerais. Desta forma, a sua formação é muito lenta e o seu conteúdo não muito claro.
 ATOS UNILATERAIS: ANALOGIA E EQUIDADE
Ato unilateral, na ciência jurídica, é aquele em que a manifestação de vontade de um sujeito de direito é suficiente para produzir efeitos jurídicos. O que não pode o ato unilateral é impedir a eficácia de uma vontade já manifestada por um dos integrantes da sociedade internacional, ou seja, não tem eficácia sobre as normas de DI e obriga ao seu autor.
São estas as condições de validade dos atos unilaterais: a) emanar de Estado soberano ou de outro sujeito do DI; b) o seu conteúdo ser admissível no DIP; c) a vontade deve ser real e não sofrer vícios; d) não tem forma prescrita; e) manifestação da vontade visando a criar uma regra de DI
 DECISÕES JUDICIÁRIAS PRECEDENTES
As decisões judiciais, as decisões arbitrais e as opiniões consultivas da Corte Internacional de Justiça são as mais importantes. É o que prevê o art. 38, 1, "d" do ECIJ. Esta diretriz esta sujeita ao artigo 59. Em outras palavras, os Tribunais não estão obrigados a seguir as decisões anteriores, apesar de quase sempre as tomarem em consideração.
 DOUTRINA
Reflete um pensamento eurocêntrico, quando afirmam que válida é a doutrina dos juristas mais qualificados. A doutrina é raramente invocada na CIJ. Quando é citada, restringe-se aos votos vencidos, nos quais a doutrina é denominada opinião geral ou doutrina dominante.
 TRATADOS INTERNACIONAIS COMO PRINCIPAL FONTE DO DIREITO INTERNACIONAL
 Os tratados Internacionais
Os Tratados são instrumentos jurídicos essenciais para a Sociedade Internacional, por abordarem as matérias mais importantes entre os Estados.
Conceito
Para Rezek, tratado é um acordo formal concluído e destinado a produzir efeitos jurídicos. Trata-se de conceito bastante genérico. As maiorias dos autores preferem o conceito positivo encontrado na CVDT/69 (Art. 2º).
É acordo internacional por ter aplicação no âmbito da Sociedade Internacional. Celebrado por escrito, o que, para muitos doutrinadores não seria nulo o tratado de forma verbal. Celebrado por Estados, o que não exclui os outros sujeitos de DI, conforme se depreende do artigo 3º da CVDT/69. Consubstanciado em um ou mais instrumentos, podendo ser escrito em um ou mais idiomas.
 Questões terminológicas
As mais comuns são: a) tratados: acordos internacionais de natureza solene, ex: tratado de paz; b) Convenções: acordos internacionais que criam normas jurídicas internacionais sobre determinada matéria de Direito Internacional, ex: Convenção de Viena; c) Declarações: acordos internacionais que firmam princípios jurídicos para a Sociedade Internacional, ex: Declaração Universal dos Direitos do Homem; d) Atos: são acordos internacionais que estabelecem regras de direito, ex: Ato de Berlin de 1885, sobre divisão dos Estados africanos pelos Europeus; e) Pactos: foram muito utilizados após a 1ª Guerra Mundial, por influência do presidente americano Woodrow Wilson, para quem o "pacto" seria a terminologia para uma nova era; f) Estatuto: são tratados coletivos, geralmente relacionados à criação e funcionamento de tribunais internacionais permanentes. Ex: ECIJ; g) Acordos: são tratados de cunho econômico, financeiro, social e, às vezes, cultural, ex: Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio - GATT.
 Condições de validade
Para que um tratado seja considerado válido, é necessário que as partes tenham capacidade para tal e que seus agentes estejam habilitados (art. 7 da Convenção de Viena de 1969); que haja consentimento mútuo (no caso de tratados multilaterais, a adoção do texto efetua-se pela maioria de 2/3 dos Estados presentes e votantes, ver art. 51 da Convenção de Viena de 1969) e que o objeto seja lícito e possível.
Consultar os artigos 49, I, 52, V, VII e VIII (X) e 84, VIII da Constituição Federal. (ainda art 59, VI)
 Classificação dos tratados internacionais
Várias classificações têm sido utilizadas para tratados. A mais simples é aquela que os divide conforme o número de partes: Bilateriais - celebradas entre duas partes ou multilaterais - celebradas por número superior de partes.
Para Accioly, a melhor classificação, baseada na natureza jurídica do ato é a que divide em tratados-contratos e tratados-leis ou tratados-normativos. Os tratados-normativos são geralmente celebrados entre muitos Estados com o objetivo de fixar as normas de DI. (ex: Convenção de Viena). Os tratados-contratos procuram regular interesses recíprocos dos Estados, são geralmente de natureza bilateral. (Ex: tratados de paz e de fronteiras).
 Execução no tempo
Impõe-se a aplicação do princípio da irretroatividade dos tratados internacionais, conforme preconiza o artigo 28 da CVDT/69.
 Execução no espaço
Impõe-se, desta feita, o princípio da territorialidade na forma do artigo 29 da CVDT/69.
 OUTRAS FONTES
 Princípios gerais de direito
Os princípios gerais de direito fazem parte do direito positivo. Eles não se confundem com o direito natural, no entanto, na maioria das vezes, coincidem com o costume geral.
Para Robert Kolb a idéia de princípio vem da evolução do Direito que tende a aumentar sua sistematização. Eles surgem de um método: a analogia. Os princípios tentam exprimir a essência do direito que foi apreendido. Os princípios surgiram no século XX, visto que no século XIX eles perderam a sua influência devido ao predomínio do positivismo que atendia a ânsia do poder dos Estados. Afirma Kolb que não é possível se distinguir princípios do DI dos Princípios do Direito interno. São categorias de normas não totalmente separadas do costume.
Os princípios gerais de direito são inúmeros, dentre eles cita-se o pacta sunt servanda; o que interdita o abuso de direito; respeito ao direito adquirido; princípio da boa-fé; princípio do respeito à coisa julgada etc. Os princípios gerais de direito no âmbito interno e que foram consagrados na jurisprudência internacional são os seguintes: a) proibição de abuso de direito; b) responsabilidade internacional nascida de atos ilícitos e restituição do que foi adquirido por enriquecimento ilícito; a execução da prescrição liberatória e a obrigação de reparar não apenas os danos emergentes, mas também os de lucrum cessans. São princípios oriundos do Direito Civil e do Direito Processual Civil.
Atualmente já se fala no patrimônio comum da humanidade como um princípio geral de direito emergente. Ele é aplicado no meio ambiente e visa proteger recursos não renováveis.
Princípios Gerais do DI
Direito Internacional conta com alguns princípios, os quais funcionam como normas “jus cogens”, abrangendo todos os Estados, até mesmo aqueles que não ratificaram qualquer tratado que fosse.
Princípio da independência nacional
As relações internacionais de um País devem consolidar-se na soberania política e econômica, e de autodeterminação dos povos, repudiando a intervenção direta ou indireta nos negócios políticos de outros Estados.
Princípio da prevalência dos direitos humanos, ou do respeito aos direitos humanos
Um dos mais importantes a serem considerados, que teve o auge do seu desenvolvimento após o fim da Segunda Guerra Mundial, ante aos intensos abusos cometidos durante aquele período.
Princípio da autodeterminação dos povos
Estabelece que o povo de um Estado possui a prerrogativa de tomar as escolha que são necessárias sem qualquerinterferência externa, escolhendo o seu destino e a forma da qual será dirigido. Tem sua base na soberania do País.
Princípio da não-intervenção
Tem relação direta com o princípio da independência nacional, e é a regra, que cada País se desenvolve da forma que lhe convier, sendo soberano, e não sujeito a sofrer intervenção de qualquer outro país, seja ele qual for.
Contudo, admitem-se exceções, onde a intervenção será admitida quando for autorizada previamente pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, sendo possível que essa autorização venha após a intervenção no país, nos casos em que se exija urgência. Importa ressaltar que a intervenção somente será autorizada mediante motivos suficientes.
Princípio da igualdade entre os Estados
Temos que, se todos possuem um governo, um território e um povo próprio, nenhum deles poderá ser superior ou mais importante no cenário internacional para justificar qualquer desigualdade entre os mesmos. Assim, o exercício pleno de todos os diretos e garantias fundamentais pertence a todas as pessoas, independentemente de sua raça, condição social, genealogia, seco, credo, convicção política, filosófica ou qualquer outro elemento arbitrariamente diferenciador, defendendo as minorias étnicas – indígenas e os estrangeiros – religiosas, lingüísticas e políticas de discriminações.
A defesa da paz é um dos mais almejados, a paz é tida como a regra para as relações humanas, ficando a questão da força e da guerra reservada para casos excepcionais.
Princípio da solução pacífica dos conflitos
Afirma que para a solução de divergências e demais conflitos, é necessária a utilização de meios pacíficos, que subdividem-se em diplomáticos, políticos, jurídicos e jurisdicionais. O meio não pacífico (coercitivos e guerra) somente serão admitidos quando do meio pacífico não surtir efeito.
Os Países também têm o dever de combater o terrorismo e o racismo, ou seja, caso existam grupos terroristas e ataques racistas dento dele, é dever combater e repudiar, não apoiando as ações, e caso não faça nada para combatê-lo estará sujeito à intervenção, uma vez que o apoio a questões desse tipo constituem verdadeiro desrespeito aos direitos humanos.
Princípio da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade
Tem-se que toda a humanidade deve cooperar entre si, para a perpetuação da paz.
Anotações em sala:
Semana 02: Fontes (Art. 38 do Regimento Interno da Corte Internacional de Justiça – Costumes, tratados, jurisprudências...) e princípios (Não agressão, solução pacífica das controvérsias). Exceção ao princípio da não ingerência em assuntos internos (não intervenção) – Flagrante desrespeito aos direito humanos.
Responsabilidade Internacional dos Estados
A responsabilidade internacional do Estado é o instituto jurídico em virtude do qual o Estado a que é imputado um ato ilícito segundo o direito internacional deve uma reparação ao Estado contra o qual este ato foi cometido. Ou seja, A responsabilidade internacional do Estado decorre de uma transgressão à norma jurídica internacional, bem como a incidência de uma conduta de natureza dolosa ou culposa do autor, ensejando, assim, a discussão sobre a responsabilidade subjetiva e a objetiva.
Pela subjetiva, além do descumprimento de uma norma ou obrigação jurídica internacional por parte de um Estado, deve este também ter agido com dolo ou culpa para que seja considerado responsável no plano internacional.
No que tange à responsabilidade objetiva do Estado, está é constituída pelo descumprimento de uma obrigação jurídica internacional independentemente da existência de culpa ou dolo garantido, portanto, maior segurança jurídica no campo das relações internacionais.
Segundo Celso Albuquerque de Mello[1] “a responsabilidade internacional apresenta características próprias em relação à responsabilidade no direito interno: a) ela é sempre uma responsabilidade com a finalidade de reparar o prejuízo; o DI praticamente não conhece a responsabilidade penal (castigo etc.);2 b) a responsabilidade é de Estado a Estado, mesmo quando é um simples particular a vítima ou o autor do ilícito; é necessário, no plano internacional, que haja o endosso da reclamação do Estado nacional da vítima, ou ainda, o Estado cujo particular cometeu o ilícito é que virá a ser responsabilizado.”
Sem embargo, a respeito das divergências doutrinarias acerca da matéria, têm-se apresentado as seguintes condições para que se verifique a responsabilidade do Estado no plano internacional.
a) Violação de uma regra jurídica de caráter internacional;
b) Que a transgressão da regra ocasione um dano;
c) Que a ofensa seja imputável ao Estado.
Anotações em sala:
Semana 03: Responsabilidade Internacional dos Estados: Tem por objetivo o restabelecimento do status quo anti. O ilícito causado, aos olhos do DI.
Nacionalidade
Nacionalidade é o vinculo jurídico político que liga um indivíduo a um certo e determinado Estado, fazendo dele um componente do povo, da dimensão pessoal deste Estado.
A nacionalidade é um direito fundamental da pessoa humana, o qual concede ao nacional, nato ou naturalizado, direitos e deveres em relação ao país ao qual está vinculado.
Formas de aquisição
Primária/Originária
A nacionalidade primária, também conhecida como originária, é inerente ao brasileiro nato, resultante do nascimento, e é estabelecida através de critérios sanguíneos, territoriais ou ambos.
O Estado brasileiro adota dois critérios para a atribuição de nacionalidade originária, sendo eles o (a) ius sanguinis, que atribui a nacionalidade brasileira a todo descendente de brasileiro, independente do local do nascimento, desde que respeitados os critérios preestabelecidos na Constituição Federal e (b) ius solis, que atribui a nacionalidade brasileira àqueles que nascerem no território brasileiro, independente da nacionalidade de seus ascendentes.
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
Secundária/Adquirida
Já a nacionalidade secundária ou adquirida é típica dos brasileiros naturalizados, que a adquirem por vontade própria, após o nascimento.
Para que ela seja concedida, é necessária a observância de determinadas condições, tais como exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família, ser registrado como permanente no Brasil, ler e escrever a língua portuguesa, dentre outras.
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
§1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
Perda da nacionalidade
A nacionalidade, assim como pode ser adquirida, também pode ser perdida. O brasileiro naturalizado perderá a nacionalidade se vier a lesar o interesse nacional e tiver o ato da naturalização cancelado por meio de sentença judicial. Já o brasileiro nato poderá perdê-la caso adquira outra nacionalidade voluntariamente, em determinadas circunstancias especiais.
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentençajudicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;
Nacionalidade Potestativa
Com redação dada pela Emenda Constitucional n.º 54 de 2007, o artigo 12, inciso I, alínea c, da Carta Magna de 1988 dispõe que:
Art. 12 . São brasileiros:
I - natos:
(...)
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
A nacionalidade potestativa é hipótese de nacionalidade originária pelo critério jus sanguinis (filiação do indivíduo), e para a aquisição da mesma, são necessários os seguintes requisitos:
a) nascimento no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira;
b) pais que não estejam a serviço do Brasil, pois do contrário seria a hipótese do art. 12, I, b, da CF;
c) residência no Brasil;
d) opção, a qualquer tempo, desde que posteriormente à maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Cargos privativos de brasileiro nato:
CF estabelece que não há distinção entre brasileiro nato e naturalizado, exceto: § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
Anotações em Sala:
Semana 04: Nacionalidade. Formas de aquisição e perda; Critérios adotados no Brasil – jus soles e jus sanguinis; Previsto art. 12 da CF – Formas de aquisição – Originária (nato) e Derivada (naturalizado). Nacionalidade potestativa. Direito personalíssimo. Ação declaratória de nacionalidade tem efeitos declarativos. O processo de nacionalidade em curso suspende o processo de extradição/expulsão/deportação.
Possibilidade nacionalidade por representação: em caso de incapacidade plena irreversível.
Formas de retirada compulsória de estrangeiro do território brasileiro.
Deportação
A deportação é meio de devolução do estrangeiro ao exterior, em caso de entrada ou estada irregular no estrangeiro, caso este não se retire voluntariamente do território nacional no prazo fixado, para o país de origem ou outro que consinta seu recebimento. Esta não se procederá caso haja periculosidade para o estrangeiro.
A entrada de estrangeiro de modo irregular (clandestinamente), no território nacional, bem como a entrada regular, cuja a estada tornou-se irregular, ensejam a sua deportação.
O ato de deportação é um ato administrativo discricionário de competência da Policia Federal. Quando um estrangeiro enquadra-se numa das hipóteses previstas em lei para a deportação, os agentes federais estão aptos a deportá-lo sem necessidade de qualquer ordem judicial. O ato de deportação pode ser objeto, como todo ato discricionário, de controle jurisdicional quanto ao aspecto da sua legalidade.
O estrangeiro deportado não fica impedido de regressar ao território nacional, pois não se trata de um ato com finalidade punitiva, mas apenas de regularização da sua situação no país.
Extradição
A extradição está prevista na Constituição Federal, artigo 5º, inciso LI. É cabível somente ao brasileiro naturalizado, nunca ao brasileiro nato, possível em duas situações: se praticar crime comum antes da naturalização ou em caso de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, no caso de comprovado envolvimento, não importando o momento da prática do crime. Vale lembrar que o estrangeiro não poderá ser extraditado em caso de crime político ou de opinião (art. 5º, inc. LII, CF).
A deportação e a expulsão são atos administrativos editados no âmbito do Poder Executivo, já a extradição é um pedido de um Estado a outro de entrega de um indivíduo, que em seu território deva responder a processo penal, a ser apreciado no âmbito do Poder Judiciário.
A extradição só ocorre quando há prática de crime no exterior, assim se o indivíduo sofrer qualquer condenação civil não poderá ser solicitada sua extradição.
O pedido de extradição só poderá ser deferido pelo governo brasileiro se houver tratado entre os dois Estados ou havendo promessa de reciprocidade de tratamento pelo Estado solicitante, de modo que fique assegurada a igualdade de tratamento quando houver pedido de extradição feito pelo Brasil.
A Constituição Federal enuncia algumas restrições aos pedidos de extradição feitos ao governo brasileiro. É proibida a extradição de brasileiro nato, não existindo qualquer exceção para esta regra. Tal vedação se aplica ao naturalizado, mas quanto a ele há algumas exceções, quais sejam: o naturalizado pode ser extraditado por crime comum praticado antes da naturalização, bem como em caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. Quanto aos estrangeiros, a regra é a permissão de extradição, sendo esta vedada apenas quando forem acusados de crime político ou de opinião.
Expulsão
A expulsão está prevista no artigo 65 da lei nº 6.815/80, possível para o estrangeiro que de qualquer forma atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais. O parágrafo único do mesmo artigo entende possível a expulsão do estrangeiro que praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou a permanência no Brasil, dentre outros.
Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estrangeiro que:
a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência no Brasil;
b) havendo entrado no território nacional com infração à lei, dele não se retirar no prazo que lhe for determinado para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação;
c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou
d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro.
O ato de expulsão não pode ser praticado por agentes federais, ele é um ato privativo do Presidente da República. Para ser decretada a expulsão de alguém deve haver um processo administrativo em que lhe seja assegurada a ampla defesa. Afinal, ao contrário da deportação, a expulsão é um ato administrativo com caráter punitivo que traz seqüelas ao expulso, como a proibição de retornar ao território nacional. Como ninguém pode ser privado de seus bens e direitos sem o devido processo legal (art.5º, inciso LIV, da C.F.), faz-se necessário a instauração de prévio processo administrativo que, no caso, tem curso no âmbito do Ministério da Justiça.
A expulsão é concluída por meio da expedição de decreto pelo Presidente da República. Da decisão de expulsão caberá pedido de reconsideração no prazo de dez dias.
O Estatuto do Estrangeiro enuncia os casos em que é vetada a expulsão de estrangeiro. São elas:
Art. 75. Não se procederá à expulsão:
I - se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira; ou
II - quando o estrangeiro tiver:
a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou separado, de fato ou de direito, e desde que o casamento tenha sido celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou
b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente.
§ 1º. não constituem impedimento à expulsão a adoção ou o reconhecimento de filho brasileiro supervenientes ao fato que o motivar.
§ 2º. Verificados o abandono do filho,o divórcio ou a separação, de fato ou de direito, a expulsão poderá efetivar-se a qualquer tempo.
O expulso fica proibido de retornar ao País. Seu retorno só será permitido se editado um novo decreto revogando o anterior que o expulsou.
Tratados Internacionais
Conforme leciona o professor Valério Mazzuoli, os tratados e convenções internacionais são atos solenes cuja conclusão requer a observância de uma série de formalidades rigorosamente distintas e sucessivas.
São quatro as fases pelas quais têm de passar os tratados solenes até sua conclusão:
a das negociações preliminares;
O processo de formação tem seu início com as negociações preliminares. Podem participar delas o Presidente da República, o Ministro das Relações Exteriores, o Chefe das Missões Diplomáticas ou qualquer outra pessoa que possua a Carta de Plenos Poderes. No caso brasileiro, como já foi dito, é comum, nessa fase, a participação de um funcionário diplomático.
É na fase das negociações preliminares que será elaborado e discutido o texto do tratado.
a da assinatura ou adoção, pelo Executivo;
No Brasil, qualquer autoridade, segundo a prática do Ministério das Relações Exteriores, pode assinar um ato internacional, desde que possua a carta de plenos poderes, firmada pelo Presidente da República e referendada pelo Ministro das Relações Exteriores.
A assinatura ainda não vincula o Estado, nem interna nem internacionalmente. Com a assinatura, as partes apenas demonstram a sua vontade no sentido de aceitar a forma e o conteúdo do tratado negociado. Isso não significa, contudo, aceite definitivo. Assim, pode-se dizer que a assinatura encerra a primeira fase do processo de formação dos tratados, fase essa composta por duas etapas internacionais importantes: negociações preliminares e assinatura.
a da aprovação parlamentar ( referendum ) por parte de cada Estado interessado em se tornar parte no tratado; e, por fim,
O Congresso Nacional, por sua vez, quando chamado a se manifestar, por meio da elaboração de um decreto legislativo (CF, art.59, inc. VI), materializa o que ficou resolvido sobre os tratados, acordos ou atos internacionais. Não se edita o decreto legislativo em caso de rejeição do tratado, caso em que apenas se comunica a decisão ao Presidente da República.
O Congresso Nacional, por conseguinte, só resolve definitivamente sobre os tratados quando rejeita o acordo, caso em que o Executivo fica impedido de prosseguir com a sua ratificação. Em caso de aprovação, quem resolve definitivamente é o Chefe do Executivo, ao ratificar ou não o tratado.
a da ratificação ou adesão do texto convencional, concluída com a troca dos instrumentos que a consubstanciam.
Ratificação é ato unilateral com o que o co-partícipe da feitura de um tratado expressa em definitivo sua vontade de se responsabilizar, nos termos do tratado, perante a comunidade internacional. (...) A ratificação aqui é ato formal, de natureza internacional, dirigido às partes que assinaram o tratado. É ato unilateral, discricionário e irretratável (pacta sunt servanda), não se retirando, como é óbvio, a possibilidade de o Estado vir, no futuro, a denunciar o tratado.
Depois de ratificado o tratado, o mesmo deve ser promulgado e publicado. 
A promulgação tem por finalidade, pois, atestar que o ato internacional já existe e que foram cumpridas todas as formalidades internas para sua celebração. Indica, ademais, que o compromisso internacionalmente firmado já é juridicamente exigível, obrigando a todos sua observância. Mas, para que a norma jurídica se considere efetivamente promulgada, é indispensável sua publicação, dando conhecimento à população de sua existência.
Antes da ratificação, todos os direitos e obrigações expressos no ato internacional ficam restritos às relações mútuas dos contratantes, não tendo se incorporado, ainda, no ordenamento jurídico interno desses mesmos Estados.
No Brasil, após a sua ratificação, o tratado, ainda, é promulgado por decreto do Presidente da República, e publicado no Diário Oficial da União. São etapas complementares adotadas pelo Estado brasileiro para que os tratados possam ter aplicabilidade e executoriedade internas.
Plenipotenciário
De acordo com lição do professor Francisco Rezek, em todos os atos relacionados com o comprometimento internacional, o chefe de Estado dispõe de autoridade fluente de seu cargo, nada se lhe exigindo de semelhante à apresentação de uma carta de plenos poderes mesmo porque é impossível atinar com quem expediria, em seu favor, semelhante credencial. A prática internacional, ora espelhada na Convenção de Viena, atribui idêntico estatuto de representatividade ao chefe do governo quando essa função, qual sucede no parlamentarismo, seja distinta da precedente.
Um terceiro dignitário possui ainda essa qualidade representativa ampla: trata-se do ministro de Estado responsável pelas relações exteriores, em qualquer sistema de governo. Aqui, porém, importa destacar certa distinção entre o ministro especializado e as duas autoridades precedentes. A representatividade do chefe de Estado e do chefe do governo pode entender-se originária, o que não sucede no caso do ministro, que a tem derivada. Reina um generalizado sentimento da impropriedade de se ajustar ao chefe de Estado, ou ao chefe do governo, o rótulo de plenipotenciário, visto que esta expressão intuitivamente se assemelha a mandatário, e só parece adequada a quem se viu conceder os plenos poderes não a quem por natureza detém tais poderes, e a prerrogativa, inerente ao cargo, de outorgá-los a outrem. O ministro das relações exteriores se entende um plenipotenciário no quadro internacional desde o momento em que investido pelo chefe de Estado, ou pelo chefe do governo, naquela função especializada. Ele guardará o benefício dessa presunção de qualidade, independentemente de qualquer prova documental avulsa, enquanto exercer o cargo.
Competência
Conforme determina a Constituição Federal (CF) no art. 84, VIII, compete privativamente ao Presidente da República “celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional”.
O art. 84, VIII, da CF/88 precisa, na verdade, ser lido junto com seu Parágrafo Único. É com a leitura do Parágrafo Único que se constata a existência da possibilidade de delegação: o “Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV (...)”. A competência continua sendo privativa do Presidente da República, mas com possibilidade de delegação, que é o que normalmente acontece.
Segundo MAZZUOLI (2007, p. 161): nos termos da Convenção de Viena de 1969, para que um tratado seja considerado válido, requer-se que as partes contratantes (Estados ou organizações internacionais) tenham (1) capacidade para tal, que os seus agentes signatários estejam (2) legalmente habilitados (por meio de carta de plenos-poderes, assinada pelo Chefe do Executivo e referendada pelo Ministro das Relações Exteriores), que haja (3) mútuo consentimento (que se revela no livre e inequívoco direito de opção do Estado, manifestado em documentação expressa) e que seu objeto seja (4) lícito e materialmente possível.
Do exposto, percebe-se que a capacidade é um dos quesitos fundamentais para a celebração de um tratado. Para RESEK (2008, p. 18), atores ou partes, “em todo tratado, são necessariamente pessoas de direito internacional público: tanto significa dizer os Estados soberanos – aos quais se equipara (...) a Santa Sé – e as organizações internacionais”. Assim, os verdadeiros atores ou partes de um tratado são os Estados soberanos e/ou as organizações internacionais. Mas Estados soberanos e organizações internacionais são pessoas jurídicas, devendo, então, fazer-se representar por pessoas físicas detentoras de capacidade.
Por ter competência privativa, dada pelo constituinte originário, para celebrar tratados, o Presidente da República também é detentor de capacidade originária. No entanto, como pode haver delegação, tem-se, por outro lado, aquelesque possuem capacidade derivada. Possuem capacidade derivada o Ministro das Relações Exteriores e os Chefes de Missão Diplomática, esses com os mesmos poderes dos Chefes de Estado ou de Governo (dependendo de cada Estado), desde que investidos em seus respectivos cargos.
Extinção do Tratado
A vontade comum.
Extingue-se um tratado por ab-rogação sempre que a intenção de extinguir o tratado seja comum às partes por ele obrigadas. O tratado poderá ou não disciplinar a extinção o que não retira dos pactuantes a possibilidade de extinguir a avença.
A extinção do tratado por ab-rogação pode ser com data determinada, nos casos em que o tratado se estabelece por prazo determinado.
A vontade unilateral.
Há exemplo da ratificação e da adesão, a denuncia é um ato unilateral, de efeito jurídico diferente ao que produz a ab-rogação. Pela denuncia, manifesta o Estado sua vontade de deixar de ser parte no acordo internacional. Na denuncia, diferentemente da extinção do tratado, somente o denunciante se desobriga em relação ao tratado, permanecendo vigente para os demais.
Tratados existem que, por sua natureza, são imunes à denúncia unilateral. Tal é o caso dos tratados de vigência estática. Não se compreende que a vontade singular de uma das partes possa fazer reverter certo pacto de cessão territorial onerosa, ou de definição da fronteira comum.
Quando um tratado admite e disciplina sua própria denúncia, o problema da possibilidade jurídica da retirada unilateral simplesmente não existe. Já o silêncio do texto convencional obriga a investigar sua possibilidade a luz de sua natureza.
Muitos compromissos internacionais facultam a retirada unilateral a todo o momento - o que significa que, em tese, pode uma das partes assumir essa postura logo após a entrada em vigor - , e tudo quanto exigem é o decurso de um prazo de acomodação, no interesse dos co-pactuantes. Dá-se-lhe correntemente o nome de pré-aviso, embora ele tenha, com mais freqüência, o feitio de um prazo de dilação dos efeitos da denuncia.
A denuncia se exprime por meio de uma notificação escrita e dirigida aos co-obrigados. Trata-se de mensagem dirigida ao governo, no caso de tratado bilateral e, no caso de tratado multilateral, dirigida ao depositário, que dela fará saber às demais partes.
Mudanças circunstanciais
Refere-se tal tema à superveniência da impossibilidade do cumprimento do tratado, e ainda à alteração fundamental das circunstâncias (teoria da cláusula rebus sic stantibus).
A execução tornada impossível
A Convenção de Viena dá ao pactuante o direito de liberar-se do cumprimento quando sua execução tenha resultado impossível, por força da extinção definitiva do objeto.
De modo sugestivo, a Convenção de Viena prescreve que a mudança fundamental das circunstâncias não pode ser invocada para que o pactuante se dispense de cumprir um tratado, a menos que presentes os requisitos arrolados no artigo 62:
1) As circunstancias aí versadas devem ter sido contemporâneas da expressão do consentimento das partes, e constituído condição essencial desse consentimento. Exclua-se, pois, da qualidade de ponto de referência toda circunstância extemporânea - porque anterior à conclusão do tratado, ou porque superveniente -, bem assim toda circunstância periférica, não essencial à determinação, na consciência das partes, da vontade de pactuar.
2) A mudança nessas circunstâncias há de mostrar-se fundamental, levadas em conta sua dimensão e seu valor qualitativo. Se assim não fosse, careceria de seriedade o principio rebus sic stantibus, visto que alterações - carentes, no entanto, da carga de radicalidade aqui exigida - produzem-se necessariamente, e a cada dia, no cenário das relações internacionais.
3) Essa mudança circunstancial deve, ademais, entender-se imprevisível. De outro modo, ou o tratado dispõe sobre como procederão as partes em face de tal fenômeno, ou guarda silêncio, indicando que, apesar da eventual e previsível mudança, o pacto há de ser executado com rigor.
O tratamento dado pela Convenção de Viena ao princípio rebus sic stantibus leva à idéia de sua invocação pela parte interessada em ver extinto ou suspenso o tratado, à conta da mudança nas circunstâncias. Essa invocação tem por destinatárias as restantes partes, às quais não se impõe. Não há, pois, que invocar a cláusula depois de consumada a afronta ao compromisso. Qual pondera Rousseua, a cláusula rebus sic stantibus não justifica a ruptura unilateral dos tratados; sua invocação reclama um acordo entre as partes reconhecendo a mudança fundamental das circunstâncias ou, na falta desse acordo, uma decisão arbitral ou judiciária.
Tratados indenunciáveis
Há quem considere imunes a denúncia, por sua própria natureza, os tratados “normativos” (também chamados de reais ou dispositivos) de elevado valor moral e social. Citam-se a Convenções de Genebra sobre o direito humanitário aplicável aos conflitos armados, ou o Pacto Briand-Kellog de renúncia a guerra como instrumento de política nacional. Se na prática, entretanto, semelhantes acordos coletivos constituem raro objeto de denuncia, a provável razão não está no entendimento de que legalmente imunes a rejeição unilateral, mas no receio do desgaste político que aquele gesto, em todo caso, importaria. Também são indenunciáveis os tratados de vigência estática, ou seja, de situação jurídica permanente (e.g. cessão territorial onerosa, ou definição fronteiriça).
Anotações em Sala:
Fases do tratado (competência para assinar tratado – Chefe do executivo, Ministro das Relações Internacionais, Pleno potenciário (carta com plenos poderes)).
Brasil é Dualista – Assina o tratado cria direito no plano internacional, para internalizar tem que ser ratificado pelo Senado Federal. Não DH – Lei ordinária; DH – EC.
Ratificação de tratado; Vigência e validade (agente capaz, objeto lícito ????)
Extinção do tratado; Reserva e Denúncia – Tratados indenunciáveis? Limites territorias e tratados de paz.
Denúncia o chefe do executivo deseja sair do tratado.
Organizações Internacionais
Toda Organização Internacional persegue uma finalidade, assim como os Estados, mas cada uma tem uma finalidade própria, diferente, as mais diversas possíveis. Varia desde uma organização como a ONU, que tem um objetivo genérico, que é garantir a paz entre os povos, até organizações que tem objetivos bastante específicos, como por exemplo, a UPI, (União Postal Internacional), que tem por objetivo regular o tráfico de correspondências internacionais.
Os tratados constitutivos das Organizações Internacionais são bastante parecidos com Constituições dos países. Os estatutos têm repartição de competência, tem Secretaria Geral e todo o chefe de Organização Internacional chama-se Secretário Geral.
Objetivos das Organizações Internacionais:
Os objetivos das organizações internacionais são diversos, expressos sempre em seus estatutos. Os Estatutos nem sempre são assim chamados: podem ser chamados de Carta, de Constituição, etc.
Esses instrumentos têm a natureza jurídica de um tratado internacional e apresentam requisitos comuns.
Os tratados internacionais são discutidos entre os Estados, antes da sua implantação: os Estados discutem sobre o que desejam daquela organização internacional, quais os objetivos que desejam atingir e que São difíceis de serem atingidos sem colaboração de outros que comunguem com eles.
Funcionamento da organização internacional:
Toda organização internacional deve apresentar, no mínimo, para ser considerada como tal, dois órgãos:
 Assembléia Geral;
 Secretariado Permanente.
ONU
A criação da Organização das Nações Unidas (ONU) se deu em fevereiro de 1945, na cidade de São Francisco, EUA, como resultado das conferências de paz realizadas no final da Segunda Guerra Mundial. Assinaram inicialmente a Carta das Nações Unidas 50 países, excluindo os que haviam feito parte do Eixo.
Inicialmente foram criados cinco órgãos fundamentais: a Assembleia Geral, composta por todos os países-membros; o Conselho de Segurança, formado por cincomembros permanentes (URSS, EUA, Inglaterra, França e China) e mais dez membros provisórios eleitos pela Assembleia Geral; o Secretariado, presidido pelo Secretário-Geral e com a atribuição de administrar e organizar a instituição; o Conselho Econômico e Social, ao qual estão ligados diversos órgãos, como a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a OMC (Organização Mundial do Comércio); e a Corte Internacional de Justiça, órgão jurídico da ONU com sede em Haia, na Holanda.
A NATUREZA JURÍDICA E OS EFEITOS DAS RESOLUÇÕES DA ASSEMBLEIA GERAL
 As decisões proferidas pela AG da ONU tendem a serem chamadas de recomendações. Tais decisões tem caráter político e advém de um intenso debate no seio do órgão, tal como um Parlamento Nacional. No entanto, distintamente das normas materializadas em sede de legislativos nacionais, as decisões da AG não costumam vincular os Estados membros a adotá-las, razão pela qual são chamadas de recomendatórias, constituindo parte do soft law do direito internacional.
Vinculação - resoluções da Assembléia Geral e do Conselho de Segurança.
O alcance jurídico das decisões proferidas pelo CS tem poder vinculante, ao passo que quando se trata das resoluções da AG, o mesmo não é observado. Isto porque não é possível entender o órgão como dotado de autoridade legislativa internacional.
As decisões da AG possuem um efeito vinculante limitado aos temas organizacionais, enquanto que as do CS vinculam universalmente todos os membros da organização. as resoluções da AG são regras recomendatórias, particularmente no que tange a relação externa do órgão com seus Estados-membros. O autor aponta que a AG pode construir decisões quando se tratar de admissão de novos membros, do procedimento de votação e a repartição do orçamento.
Anotações em Sala:
ONU – Tratado Constitutivo – Carta de São Francisco de 1945. (Assembleia Geral, Conselho de Segurança e Corte Internacional de Justiça).
Recomendações sem caráter vinculante
Conselho de Segurança – Resolução com caráter vinculante. Composto por 15 membros.
ONU pode tomar medidas coercitivas, inclusive militar, para manutenção da PAZ? Nos moldes da carta de São Francisco e de acordo com a resolução do conselho de segurança.
Competência (Pessoa e Matéria)
MERCOSUL
O que é o Mercosul?
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um amplo projeto de integração concebido por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Envolve dimensões econômicas, políticas e sociais, o que se pode inferir da diversidade de órgãos que ora o compõem, os quais cuidam de temas tão variados quanto agricultura familiar ou cinema, por exemplo. No aspecto econômico, o Mercosul assume, hoje, o caráter de União Aduaneira, mas seu fim último é constituir-se em verdadeiro Mercado Comum, seguindo os objetivos estabelecidos no Tratado de Assunção, por meio do qual o bloco foi fundado, em 1991.
Posso residir ou trabalhar livremente em outros estados do Mercosul?
O “Acordo sobre Residência para Estados do Mercosul, Bolívia e Chile”, de 06 de dezembro de 2002, concede o direito à residência e ao trabalho para os cidadãos de todos os Estados Partes, sem outro requisito que não a nacionalidade. Desde que tenham passaporte válido, certidão de nascimento e certidão negativa de antecedentes penais, cidadãos dos Estados Partes podem requerer a concessão de “residência temporária” de até dois anos em outro país do bloco. Antes de expirar o prazo da “residência temporária”, poderão requerer sua transformação em residência permanente.
No momento atual, para o Brasil, o Acordo sobre Residência para Nacionais dos Estados Partes do Mercosul encontra-se em vigor somente com Uruguai e Argentina.
Anotações em Sala:
MERCOSUL: Tratado constitutivo – Tratado de Assunção
Protocolos adicionais (estudar)
Área de livre residência com direito a trabalho.

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