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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP FACULDADE DE CIÊNCAIS E TECNOLOGIA – FCT Deparamento de Física, Química e Biologia – DFQB FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL III PRÁTICA LIVRE - ELETROQUÍMICA Profa. Dra. Silvania Lanfredi Nobre Grupo: Mailde da Silva Ozório Nayara Alves de Araújo Patrícia Kauzyo Hashimoto Presidente Prudente, 07 de Outubro de 2014. 2 OBJEITVOS Observar o funcionamento de uma pilha, medir a diferença de potencial (ddp) obtida através dela e analisar o processo desta. 3 INTRODUÇÃO A tendência de perder ou doar elétrons das substâncias, visando o equilíbrio, gera um tema de estudo na química, conhecido como Eletroquímica. Reações de oxi-redução tanto podem gerar corrente elétrica, como serem iniciadas por uma corrente elétrica. Esta última recebe o nome especial de eletrólise, e a primeira é responsável pelos dispositivos conhecidos como pilhas, baterias e acumuladores. Em 1836, John Frederic Daniell criou um tipo de pilha usando zinco e cobre metálicos e soluções de sulfato de cobre e de zinco. Esta pilha foi rapidamente incorporada pelos Ingleses e Americanos em seus sistemas telegráficos. A Pilha de Daniell, como é conhecida, é um experimento clássico e fácil de se realizar, e que ilustra com propriedade os fenômenos elétricos de uma reação de oxi-redução com formação de íons. A pilha de Daniell é construída usando-se um eletrodo de zinco metálico, que é embebido em uma solução de sulfato de zinco, e um eletrodo de cobre metálico, que é então embebido numa solução de sulfato cúprico. As duas soluções são postas em contato através de uma superfície porosa, de modo que não se misturem, mas íons possam atravessá-la. Alternativamente, uma ponte salina, que pode ser um tubo contendo em seu interior uma solução salina, tipo NaCl, fechado por material poroso, interligando as soluções de sulfato cúprico e de zinco. Ver as Figura 1 e Figura 2. Figura 1. Pilha de Daniell, versão vaso poroso. 4 Figura 2. Pilha de Daniell, versão ponte salina. Figura 3. Foto da Pilha de Daniell (Fonte: http://www.pontociencia.org.br/experimentos- interna.php?experimento=1085&PILHA+DE+DANIELL) 5 Figura 4. Ponte salina: Agar-agar com adição de KNO3. Os dois eletrodos são ligados através de fios a um voltímetro ou outro equipamento, que fará a detecção ou uso da corrente elétrica gerada pela pilha. A reação envolvida nesta pilha pode ser ilustrada pelas seguintes equações: Zn + CuSO4 à ZnSO4 + Cu (1) Zn 0 é Zn 2+ + 2e - Cu 2+ + 2e - é Cu 0 (2) Zn + Cu 2+ à Zn 2+ + Cu (3) A equação (1) representa de maneira global o que está acontecendo com as soluções e metais. O zinco metálico reage com o sulfato cúprico, produzindo sulfato de zinco e cobre metálico. A equação (2) mostra que isso decorre da oxidação do zinco, que perde 2 elétrons e transforma-se num íon. Estes elétrons são transferidos pelo fio por atração até o eletrodo de cobre, que está apto a receber estes elétrons. Íons livres Cu 2+ na solução são então atraídos para o eletrodo de cobre carregado. Estes íons são reduzidos, 6 transformando-se em Cu 0 e depositando-se por sobre a superfície do eletrodo, equilibrando as cargas. Os íons positivos Zn 2+ criados pelo eletrodo de zinco passam para a solução de sulfato de zinco. Para cada átomo de cobre que se deposita sobre o eletrodo de cobre, um átomo de zinco passa para a solução, doando dois elétrons para o eletrodo de zinco. A equação (3) representa o resultado, a dissolução de átomos de zinco para sua forma iônica, o que corresponde ao depósito de íons de cobre em sua forma metálica. Os elétrons fornecidos pelos átomos de zinco passam pelo fio de interligação, fornecendo corrente para o dispositivo a ele ligado. Se não houvesse contato entre as duas soluções (chamadas de eletrólitos), através do vaso poroso ou da ponte salina, os elétrons passariam rapidamente para o cobre (que tende a receber elétrons do zinco) e, ao se concentrarem na placa de cobre, as forças de repulsão interromperiam o fluxo de elétrons. O fluxo dessa maneira interrompe-se muito rapidamente e não há como aproveitar a geração de energia elétrica. Banhando-se os eletrodos em eletrólitos, que são soluções condutoras geralmente salinas ou ácidas, e permitindo que essas duas soluções troquem íons, haverá fluxo de cargas em ambas direções, permitindo que o efeito de geração de corrente elétrica perdure até que o eletrodo de zinco se consuma (pois o eletrodo de zinco corrói-se no processo), ou que o eletrodo de cobre sofra grande acúmulo de Cu 0 que impeça o contato com a solução. Ainda, pode haver formação de hidrogênio no eletrodo de cobre e haverá depósito de óxidos no eletrodo de zinco, o que servirá de barreira entre o metal e o eletrólito. Este fenômeno é conhecido como polarização dos eletrodos. Com o tempo, íons Zn 2+ vindos do eletrodo de zinco, combinados com cargas que passam através da ponte salina, aumentarão a concentração de sulfato de zinco em um recipiente ou meia-célula, enquanto que paralelamente haverá redução de concentração na solução de sulfato de cobre, por perda de íons Cu 2+ . Isso provocará diminuição gradual da corrente elétrica, até que a reação cesse e pilha é considerada esgotada. Os íons Zn 2+ acabarão por finalmente alcançar o eletrodo de cobre, envolvendo-o e bloqueando qualquer movimento de íons Cu 2+ , polarizando este eletrodo. Em suma, a pilha ou célula eletroquímica é um dispositivo que transforma energia química em energia elétrica. Uma reação de oxi-redução é estabelecida, estando o oxidante e redutor separados em compartimentos diferentes, de modo que o redutor seja obrigado a ceder seus elétrons através de um fio ou circuito externo. 7 Procedamos agora à montagem da pilha de Daniell no experimento proposto, na versão com ponte salina. 8 METODOLOGIA Materiais Reagentes Lixa Espátula; Multímetro; Tubo em U; Bastão de vidro; Proveta de 500 mL; Suporte para tubo; Aquecedor magnético; 2 Béqueres de 100mL; 1 Béquer de 25 mL; 1 Placa de Cobre; 1 Placa de Zinco; 0,56g de Agar-Agar; 2,02g de KNO3; 20 mL de água destilada; 50 mL de solução de CuSO4 0,5 mol/L; 50 mL de solução ZnSO4 a 0,5 mol/L; PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Preparação Ponte salina Para preparar a ponte salina, dissolve-se a gelatina 0,56g de agar-agar em um béquer com 20mL de água quente até a dissolução completa. Em seguida saturar essa gelatina com nitrato de potássio, KNO3 (pode ser substituído por outro sal, tal como o cloreto de potássio, KCl. Transferir a solução para o tubo em U, preenchedo-o totalmente. O tubo é seguro pelo suporte universal. Aguardar o resfriamento e endurecimento da gelatina. A ponte salina tem por função manter constante a concentração de íons positivos e negativos, durante o funcionamento da pilha. Ela permite a passagem de cátions em excesso em direção ao cátodo e também a passagem dos ânions em direção ao ânodo. Os íons em constante migração estabelecem o circuito interno da pilha. Preparação doexperimento Lixar as placas de Cobre (Cu) e de Zinco (Zn) para retirar toda sujidade, lava-las com água e álcool (etanol), secá-las e reservá-las. Colocar em um béquer 50 mL da solução de CuSO4 0,5 mol/L e em outro béquer 50 mL da solução de ZnSO4 0,5 mol/L. Com a ponte salina pronta, imergir as placas de Cu e de Zn em suas respectivas soluções. Colocar o tubo em U com as extremidades imersas, uma em cada solução. Conectar ao multímetro. Fazer a leitura da diferença de potencial. 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS I. http://www.pontociencia.org.br/experimentos- interna.php?experimento=1085&PILHA+DE+DANIELL#top II. Feltre, Ricardo. (1990). Fundamentos da Química; vol. Único, 1. Edição; Ed. Moderna Ltda., São Paulo; p. 342 a 345