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Aula 1- Psicologia Social e Processos Interpessoais • A Psicologia Social é diferente da Sociologia: o A Sociologia tem por objeto de estudo o grupo social como um todo o Na Psicologia Social o objeto reside nas relações interpessoais internas aos grupos sociais. • A Psicologia Social se caracteriza pelo segmento da Psicologia que estuda os processos relacionais, ou seja, a RELAÇÃO COM O OUTRO. • A estas relações com o outro, chamamos de RELAÇÕES INTERPESSOAIS. As relações interpessoais estão presentes em nossas vidas desde o nascimento através de processos de dependência e de interdependência, até nossa morte. • Estas relações são fatores determinantes de vários processos psíquicos, pois, além de definirem os aspectos relacionais, influenciam consideravelmente em nossa própria estrutura interna de personalidade. Principais processos psíquicos determinados pelas relações interpessoais: • O outro como fator de segurança. • O outro como fator de influência na personalidade. • O outro como fator de equilíbrio psicológico. • O outro como fator motivador de ações e atitudes. Grupos e processos grupais Condições básicas para o estabelecimento de um grupo: A consciência do outro como pessoa e o estabelecimento de relações interpessoais. • Grupo é o nome dado ao espaço psicológico aonde o indivíduo se relaciona com o social. O grupo ou o não-grupo, está dentro de nós, em nosso psiquismo. Processos grupais: Comportamentos de organização social: • HIERARQUIA SOCIAL: Fatores que irão determinar as relações de poder dentro do grupo. • PRESERVAÇÃO TERRITORIAL: Refere-se ao comportamento de demarcação e proteção do território do grupo. • COOPERAÇÃO SOCIAL: Diz respeito ao comportamento pelo qual o grupo se une para a produção de uma ação que trará benefício para todos os membros. PRESERVAÇÃO DA PROLE: Conduta preparatória para a vida. Absolutamente necessária e fundamental para a preservação da espécie. • COMUNICAÇÃO SOCIAL: É o comportamento que permite o estabelecimento de uma comunicação entre os membros de um grupo. Obs: A importância, para nós, da existência destes comportamentos sociais inatos, é a consciência de que são condutas que, por serem naturais, estarão sempre presentes nos grupos sociais e, portanto, é lícito considerarmos a existência destas condutas em nossas análises dos processos sociais. O processo civilizatório - Aspectos presentes na evolução e no desenvolvimento de todas as espécies animais sociais: • O aspecto biológico: intrínseco à natureza orgânica da espécie e condicionado às transformações internas da estrutura biológica da espécie como um todo. • O aspecto social: produz as sociedades animais, compreendidas como uma totalidade de indivíduos que se agrupam em coletividade e determinam regras de atuação comum em relação aos membros da coletividade e/ou ao meio em que vivem através, unicamente, de instintos vinculados à sobrevivência. • O aspecto cultural: Decorrente de nossa atividade intelectual, o aspecto cultural pode ser traduzido como o processo de construção consciente das regras de uma sociedade, capaz de diferenciá-la e individualizá-la em relação a outros grupos sociais da mesma espécie. • Obs: Entre os animais sociais, portanto, existe sociedade, mas não cultura Fatores de desenvolvimento das sociedades: Uma vez estabelecida uma civilização (grupo sociocultural), seu desenvolvimento será baseado fundamentalmente em uma tríade de desenvolvimentos que se relacionam entre si. São eles: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO: Refere-se aos progressos técnicos existentes em uma sociedade desde suas formas mais elementares às mais complexas. DESENVOLVIMENTO SOCIAL: Diz respeito às relações instituídas entre a tecnologia existente na sociedade e as formas como estas se estabelecem ao nível interno da sociedade. DESENVOLVIMENTO CULTURAL (OU IDEOLÓGICO): Determinado pelo conjunto de crenças e valores produzidos ideologicamente pelas relações sociais em razão da interação dos desenvolvimentos acima citados. Aula 2- Os Processos de Subjetivação • Linguagem é símbolo e símbolo é representação do real. Neste sentido, a matemática, as notas musicais, os códigos mais diversos, são formas de linguagem, visto que visam descrever através de símbolos um determinado acontecimento. Mais do que descrever o real, a linguagem incorpora a afetividade, os sentimentos e as paixões contidas nas relações entre o ser e os objetos. • Tudo que implica em decodificação, carrega consigo uma forte carga subjetiva, na medida em que podemos estabelecer a relação entre significado e significante de diversas maneiras. TEORIAS SOBRE A LINGUAGEM • BEHAVIORISMO: A aquisição da linguagem se dá a partir de necessidades primárias que vão sendo saciadas nas crianças a partir das primeiras vocalizações • PSICOLINGUÍSTICA: Todas as pessoas já nasceriam com uma predisposição à utilização da linguagem e esta seria apenas moldada aos símbolos específicos da cultura nativa da criança. O inconsciente e suas influências O inconsciente é responsável por grande parte dos aspectos de nossa subjetividade e está presente no modo como percebemos as coisas, influencia em nossa memória, constrói nossos símbolos e muitas vezes, define nossa interpretação dos códigos linguísticos. 1ª TÓPICA FREUDIANA • CONSCIENTE: Aquilo que está presente na consciência. Tudo o que a pessoa sabe sobre si, seus motivos e suas condutas. • INCONSCIENTE: Constituído por material recalcado, reúne sentimentos e desejos que, apesar de constituírem as verdadeiras causas das atitudes e condutas, necessitam permanecer fora da consciência para que não produzam conflitos no indivíduo. • PRÉ-CONSCIENTE: Mais próximo do consciente e sem sofrer a pressão do recalque, pode tornar-se consciente pelo processo da ASSOCIAÇÃO sem Emissor Receptor Subjetividade produzir muitos conflitos profundos e, portanto, não apresenta grave resistência do consciente. 2ª TÓPICA FREUDIANA • ID: Instinto do prazer, fonte de desejos básicos e egocêntricos, puramente inconsciente. • SUPEREGO: Instinto da realidade. Constitui-se das regras, normas e valores sociais. Funciona como o aspecto da repressão dos desejos. • EGO: EU, estrutura central e mais consciente da personalidade, visa satisfazer os desejos do ID sem produzir conflitos com o SUPEREGO. Obs: A 1ª Tópica foi transformada por Freud de modo a incorporar-se especificamente ao recém-descoberto conceito de LIBIDO (energia vital). PERCEPÇÃO A Percepção é o mais importante dos processos cognitivos por ser a porta de entrada da realidade. Tudo o que compreendemos está necessariamente acompanhado do “modo como nós percebemos”. A Percepção irá atuar diretamente não só na compreensão das coisas, como também em todos os demais processos que são oriundos de nossos entendimentos, como o modo pelo qual construímos nossas condutas e até mesmo as características de nossa personalidade. Toda Percepção corresponde a uma relação de uma figura sobre um fundo. E é subjetiva. Aula 3- A Linguagem como Instrumento da Racionalidade e do Saber Linguagem e Pensamento Operatório • Piaget descreve uma grande variedade dessas operações como, por exemplo, as operações lógicas matemáticas, correspondência de termos, classificações, categorizações, sistemas de valores, crenças, enfim, todo tipo formal de pensamento simbólico está de algum modo relacionado ao processo operacional por representar psiquicamente uma organizaçãoestrutural das ações motoras. • Obs: Operação será qualquer ato representacional que seja parte de um conjunto de atos inter-relacionados. • Com o advento da linguagem, surgem duas novas estruturas na organização psíquica: a Representação e a Esquematização, que corresponde à inserção dos objetos e fatos num âmbito conceitual, isto é, os conceitos. Linguagem Socializada e Linguagem Egocêntrica • Lev Vygotsky afirma que há uma distinção entre dois tipos específicos de linguagens. • Estes dois tipos de linguagem estavam vinculados às funções que Vygotsky descrevia acerca da linguagem. Uma destas funções era a comunicação e, portanto, necessitaria de uma linguagem socializada capaz de sustentar uma troca verbal entre o sujeito e um interlocutor. • A outra função, no entanto, não apresentava um caráter exterior por não exercer um funcionamento de contato entre o sujeito e o mundo externo, mas sim, uma característica de organização pessoal e interior do pensamento. Este tipo de função organizadora do mundo interior é que veio a ser denominada de linguagem egocêntrica. Formação e Mudança de Atitudes • Atitudes não são comportamentos. Atitudes produzem comportamentos através dos componentes afetivos e das experiências pessoais do indivíduo. • Atitudes são sentimentos pró ou contra um objeto social, produzidos por um sistema de crenças e cognições e que predispõem o indivíduo a ações coerentes em relação a este objeto social. • Atitude é DIFERENTE de comportamento. COMPONENTES ATITUDINAIS Obs: Se não há componente “afetivo” não existe “atitude”. • Se não houver o componente “afetivo” nós temos uma OPINIÃO e não atitude. Comunicação Persuasiva • COMPETÊNCIA E CREDIBILIDADE: Quanto mais credibilidade o ouvinte der ao comunicador, mais bem sucedida será sua influência. • APARENTE DESINTERESSE DO COMUNICADOR EM ALTERAR UMA POSTURA: Se o ouvinte notar no comunicador uma tentativa explícita de produzir um determinado efeito, isto acionará seus mecanismos de defesa que por sua vez, produzirão resistências que dificultarão a mudança desejada. • RAPPORT: É o vínculo necessário a qualquer boa comunicação. Antes de iniciar qualquer emissão de mensagem é preciso certificar-se que estabeleceu um rapport positivo através da identificação dos sistemas representacionais. Aula 4 - A Mídia como Representação Social As Representações Sociais • Para qualquer análise de situação grupal é fundamental a consciência de que o que ocorre em um grupo tem relação direta com a estrutura social e as instituições da sociedade pela qual o grupo se apoia. Todo grupo é na verdade uma micro- sociedade, um reflexo do grande grupo social ao qual aquelas pessoas pertencem. E como toda sociedade, é a representação social do indivíduo. Ou seja, sujeito e sociedade como faces da mesma moeda. • Assim, é necessária uma forte identidade entre sujeito e grupo social. Identidade esta constituída basicamente pelo conjunto de crenças, cognições, valores e outros aspectos ideológicos e comportamentais que permitem a uma pessoa se identificar como membro de um grupo social e, ao mesmo tempo, permite ao grupo identificar a pessoa como pertencente a ele. A este conjunto de saberes, valores e perspectivas é dado o nome de Representações Sociais. • As representações sociais, portanto, constituem-se nas simbologias compartilhadas por um grupo, e são elas, que basicamente irão definir a identidade tanto social quanto particular das pessoas. Mídia e Representação Social • Na base de toda esta construção ideológica, fundamentação de nossa Representação Social, encontram-se os meios de comunicação de atuam de forma a difundir modelos, padrões, conceitos e estilos de vida. • A mídia, nas sociedades contemporâneas, é sem dúvida alguma o mais determinante fator de construção de nossa realidade. Modelos de influências da Comunicação A questão da “VERDADE” • A mídia não transmite a “verdade absoluta” simplesmente porque esta é um construto teórico. Ou seja, não existe. • Todo saber é sempre um reflexo do ser e não do real. Premissas da Comunicação Persuasiva A comunicação persuasiva, sem necessariamente incorrer em nenhum tipo de postura antiética, induz e direciona a lógica pela qual os fatos são interpretados por seu público. • É preciso que haja uma identificação entre as representações sociais do público alvo e aquelas que o veículo transmite. É preciso falar a linguagem (conceitual) do público. • O público não pode duvidar que o veículo esteja falando a verdade. Sendo o fato comprovado e indiscutível, a credibilidade não é afetada. • Uma comunicação persuasiva realmente efetiva, não pode fugir das normas éticas de objetividade. Um discurso ou texto profissional objetivo não é aquele que simplesmente não utiliza a primeira pessoa em sua formulação frasal, mas sim aquele que é elaborado de modo a que o receptor não se sinta “carregado” ideologicamente para uma direção definida. Aula 5 -Jornalismo como papel mediador na sociedade • O Processo Explicativo: Através de relações causais, a explicação vai ordenar e dar coerência às experiências e construirá um sentido, um nexo para os acontecimentos de nossas realidades. O modo como estabelecemos estas relações entre causa e efeito será, portanto, o responsável pela forma como compreendemos as coisas. A explicação é definida como o processo pelo qual torna-se claro ou detalhado um fato ou situação anteriormente confusa ou obscura. • Características do Processo Explicativo: •A EXPLICAÇÃO NÃO É FOCAL. A todo momento precisamos explicar inúmeros fatos, sensações e percepções as quais estamos expostos de modo concomitante. •A EXPLICAÇÃO TEM UM NEXO SITUACIONAL PRÓPRIO. A explicação não pode ficar restrita a uma lógica simples ou comum. Isto é, o sentido da situação é analisado dentro de um contexto específico. •A EXPLICAÇÃO DEVE SER COMPATÍVEL COM O SENSO COMUM. Por mais particular e pessoal que seja a explicação, esta dever estar coerente ao senso comum e vinculada à realidade aceita pela maioria das pessoas. A Função Social do Jornalismo • O jornalismo é, por definição, uma ação de mediação entre o sujeito e sua realidade social. Não podemos considerar que é o jornalista quem determinará como seu público interpretará ou compreenderá os fatos, no entanto, sem dúvida alguma, dependendo da forma como o público for exposto a um tema, ele terá mais ou menos facilidade de organização de seu pensamento explicativo sobre o fato relatado, ou ainda, tenderá a compreender este fato sob uma ou outra lógica causal. • Quem comunica um fato, por mais idôneo que seja, o fará a partir de sua própria perspectiva. A honestidade na transmissão da mensagem é mais relevante do que propriamente se aquela é ou não a única forma de entendimento. Apesar disso, o jornalista não pode se abster de seu compromisso ético com o interesse público. Ele deve estar consciente de que sua perspectiva influenciará no modo como outros irão interpretar a mensagem e, em função disso, precisa se certificar se está de fato auxiliando ao fortalecimento da cidadania e na análise dos fatos ou simplesmente “vendendo” uma perspectiva que pode favorecer aos interesses de grupos (sociais ou empresariais) específicos. • Um jornalismo isento de valores, de ideologia ou de envolvimento com os aspectos sociais é um jornalismo sem identidade e que não cumpre sua função de auxiliar a crítica social.• A imparcialidade, no campo jornalístico, pode ser perfeitamente compreendida como a pluralidade de ângulos que são considerados na análise e/ou na transmissão de um fato pelo profissional. • O profissional deve se posicionar, através de um conjunto de atitudes, como alguém pronto e disposto a ouvir e entender seu interlocutor e, principalmente, passar a este a capacidade de reproduzir com responsabilidade suas observações. HUMANIZAÇÃO DO CONTATO INTERATIVO Posturas Facilitadoras da Comunicação Profissional • 1) CONTATO EMPÁTICO MANIFESTO: O profissional precisa deixar clara sua capacidade de compreensão a respeito do relato do sujeito. • 2) CALOR HUMANO: O comunicador precisa transmitir ao ouvinte que deseja ajudá-lo ou compreender sua posição. • 3) ESPONTANEIDADE: Quanto mais espontânea for a atitude do comunicador, isto é, quanto mais natural, mais facilmente obterá do sujeito uma proximidade de confiança e menos resistências. • 4) INICIATIVA: O comunicador está dirigindo o processo e não deve se esquecer disso. Ele é que funciona como o orientador dos esquemas de pensamento do sujeito, assim, deve estar atuante na entrevista de modo ininterrupto. • 5) ATITUDE DOCENTE: O comunicador necessita de uma concepção pedagógica de sua relação de trabalho. Vejamos de modo mais específico alguns destes recursos: o 5.1) MOTIVAÇÃO PARA A TAREFA: Significa conceder ao ouvinte estímulos que o mantenham motivado a prosseguir. o 5.2) CLARIFICAR OS OBJETIVOS: Muitas vezes ocorre do sujeito não conseguir explicitar o que realmente deseja ou o que efetivamente deseja transmitir. o 5.3) CLAREZA DO MÉTODO EXPOSITIVO: O comunicador precisa ter certeza de que está sendo claro para o ouvinte. o 5.4) EXPOSIÇÃO ABERTA DE SEU MÉTODO DE PENSAMENTO: Mais do que a conclusão, o desenvolvimento do raciocínio é que possibilita o "insight" e a compreensão. o 5.5) UTILIZAÇÃO DE RECURSOS FACILITADORES DE INVESTIGAÇÃO: A finalidade do processo comunicativo é a compreensão de situações e sua consequente transmissão. o 6) ACEITAÇÃO DE IDEOLOGIAS DIVERSAS: Não cabe ao comunicador modificar o sistema de crenças religiosas, políticas, econômicas, sociais ou qualquer outro sistema ideológico do sujeito. Aula 6 -Campo e Objeto da Interação Dialogal Campo e Objeto da Interação: As ações norteadoras de um comunicador devem estar pautadas em premissas éticas e comportamentais sobre as quais o profissional irá desenvolver sua prática. Toda técnica é uma ferramenta que nos propicia atingir objetivos. Estes objetivos, àquilo que pretendemos alcançar, são os aspectos que nortearão nossas ações. Premissas norteadoras da comunicação profissional “Toda técnica é uma ferramenta que nos propicia atingir objetivos. Estes objetivos são os aspectos que nortearão nossas ações”. • O COMUNICADOR É UM PROFISSIONAL: Ser um profissional significa que a pessoa está ali trabalhando para obter um resultado. Não deve permitir, portanto, que sua tristeza ou alegria, suas vitórias ou derrotas, interfiram de modo evidente em sua atuação. • O COMUNICADOR NÃO É DEUS: Nada há de humilhante em não ter uma informação de cabeça ou de não conhecer um fato ou uma obra citada. • NEUTRALIDADE: Implica na construção de um personagem que não pode ser distante o bastante de modo a ser inacessível, nem íntimo o bastante de modo a estimular ou possibilitar transferências. • ACESSIBILIDADE: Propicia uma identificação e neutraliza certos excessos de neutralidade. Funciona como um filtro que regula as trocas afetivas sem pessoalizá-las. ATRIBUIÇÃO DE CAUSALIDADE E DISTORÇÃO PERCEPTIVA Atribuir causa representa disposicionar os objetos envolvidos numa relação em termos de causa e efeito. Isto é, afirmar que X é provocado por P, ou que P provoca X. Quando atribuímos causa e efeito, damos um sentido organizacional às ações ou eventos, oque irá se transformar em nossa principal forma de organização psicológica, visto que é através desta disposição que somos capazes de compreender a realidade como algo lógico e coerente. ATRIBUIÇÃO DE CAUSALIDADE E DISTORÇÃO PERCEPTIVA A construção destes nexos causais só é possível porque certas características do mundo e das pessoas são estáveis. O conceito de DAR implica sempre em um mesmo tipo de ação, e o conceito de OBJETO, implica sempre em algo inanimado e, portanto, sem condições de interferir na construção do nexo. ATRIBUIÇÃO DE CAUSALIDADE E DISTORÇÃO PERCEPTIVA As Propriedades Disposicionais (do objeto percebido) e as consequentes Coordenações (efetuadas pelo percebedor) constroem em nós (percebedores) uma imagem estável do objeto, o modo como nós o encaramos. PERCEPTOS: É a imagem que nós temos das coisas ou pessoas construídas a partir de uma percepção estável dessas coisas ou pessoas, consequência das características invariáveis delas e que nos permite influenciar na maneira em que analisamos as situações nas quais essas coisas ou pessoas estejam envolvidas. Se percebo João como violento e sei que Paulo brigou com João, provavelmente, o sentido que darei àquela situação será: Para que seja possível reduzir esta interferência, alguns cuidados podem e devem ser tomados. O primeiro deles refere-se a diferenciarmos as atribuições de causalidade em: PESSOAIS: quando há intenção do agente em produzir o efeito. IMPESSOAIS: quando o efeito é de corrente do ambiente e/ou sem intenção do agente. Níveis de atribuição de pessoalidade ASSOCIAÇÃO: O sujeito é considerado responsável por um efeito que, de qualquer modo seja a ele relacionado pelo observador. Ex: João é considerado responsável por um barulho que veio de sua direção. ENGAJAMENTO: O sujeito é considerado causa de qualquer evento produzido por uma ação pessoal sua, independente da existência de intenção para o efeito. Ex:João é considerado responsável pelo fato de ter acordado um bebe ao ligar para a casa de um amigo. Níveis de atribuição de pessoalidade PREVISIBILIDADE: O sujeito é considerado causa de um evento ao qual,apesar de estar ENGAJADO, isto é, sem intenção, possuía as condições necessárias para prever e, portanto, prevenir o efeito. Ex: Uma criança que é responsabilizada por quebrar uma jarra ao jogar bola na sala. INTENCIONALIDADE: O sujeito tem a intenção consciente de produzir um dado efeito e se utiliza do conjunto de seus atributos disponíveis para tal. Ex: João é considerado responsável por ter perseguido, capturado, dominado e matado um gato. AULA 7-ASPECTOS MOTIVACIONAIS CONCEITO DE MOTIVAÇÃO Motivação é um termo que pertence à categoria dos substantivos técnicos que todos pensam saber o que significam ou que, muitas vezes, atribuem definições do senso comum. Uma destas significações mais comuns é a que considera a motivação como o processo de animação para algo. Estar motivado não é estar animado, ou feliz, ou realizado. Se tivermos um grande cão feroz nos atacando, ficaremos profundamente motivados a correr e nem por isso estaremos felizes ou realizados. Estar motivado representa estar voltado para um objetivo que pode ser consequência de um desejo ou de uma necessidade. NECESSIDADES: São chamadas de “impulsos da deficiência”, pois partem de sentimentos de perturbação ou deficiências ligadas ao Ego. O objetivo das necessidades é afastaras condições indesejáveis e restabelecer uma condição de equilíbrio no organismo. DESEJOS: Ao contrário das necessidades, os desejos não são resultantes de estados de perturbação ou deficiência. Os desejos estão necessariamente vinculados à obtençãode prazer e são sempre dirigidos à objetos ou condições específicas, sejam conscientes ou não. Definimos motivação como: NECESSIDADES OU DESEJOS VINCULADOS À INTENÇÃO DE ATINGIR UM OBJETIVO CONSCIENTE OU NÃO. Existem diferentes categorias de motivos: Motivos Referentes ao Corpo -Produzidos pelas necessidades primárias e pela estimulação sensorial. Motivos Referentes às Relações com o Ambiente -Produzidos pela condição adaptativa dos indivíduos. Motivos Referentes às Relações com o Outro -Produzidos por sentimentos de afiliação. Motivos Referentes ao Ego -Necessidades ou desejos de valorização pessoal, realização, autoestima, poder, etc. Motivos Inconscientes -Estes, para a Psicanálise, são os únicos e verdadeiros fatores motivacionais reais do indivíduo. Obs: Os objetivos podem ser de dois tipos: voltados para a aproximação ou obtenção do objeto, ou voltados para o afastamento ou evitação do objeto. A MOTIVAÇÃO E AS PRÁTICAS COMUNICACIONAIS –OS ESTÍMULOS NA COMUNICAÇÃO • A informação disponível não atinge os objetivos de gratificação ou afastamento de desconfortos. Podemos inferir que esta parcela da população não se identifica com o que se veicula. A informação não é sentida como útil para a redução de suas dificuldades e nem é percebida como gratificante em termos de satisfação pessoal. • A percepção de interesse por parte do entrevistador é uma importante fonte de estímulo, mas o fundamental é o entrevistado perceber que há um motivo para as suas declarações. Sempre ressaltando que os motivos devem dizer respeito a ele, isto é, é importante que a pessoa identifique um objetivo a ser atingido com sua fala. • O termo “comunicar” embute em si o sentido de “tornar comum”, compartilhar (a informação). Dividir uma informação representa sempre um processo dinâmico de fluência entre o emissor e o receptor e não uma ação unidirecional onde um emite e o outro recebe. 1. Temos ainda a comunicação intragrupos, ou seja, aquela produzida no interior de grupos corporativos ou não: • Comunicação CENTRALIZADA: quando um membro do grupo detém e centraliza a comunicação com os demais. • Comunicação DESCENTRALIZADA: quando é igualitária entre os membros. • A comunicação grupal refere-se ao nível de acesso e influência direta exercida por um membro do grupo em relação aos demais. Aula 8 –A Entrevista Profissional MARCAS DO RITUAL DE INTERAÇÃO Algumas técnicas são essenciais para o sucesso de uma boa entrevista. Boa parte destas técnicas foi explorada quando tratamos das técnicas de comunicação profissional em geral. No entanto, algumas são muito específicas da entrevista jornalística e valem a pena uma observação mais atenta. • ACOLHIMENTO–Diz respeito ao quanto o profissional é capaz de se fazer confiável ao entrevistado. • DOSAGEM–Se refere à delimitação necessária ao envolvimento do comunicador para a obtenção das informações. Algumas reportagens implicam em um maior envolvimento tanto pessoal quanto no ambiente específico que se deseja retratar. • EMPENHO DOS SENTIDOS–A sensibilidade, o “feeling” e a intuição do jornalista são ferramentas muitas vezes bem mais confiáveis do que a razão e alógica. É importante que o entrevistador tenha o treinamento e a astúcia de perceber através de alterações no tom da voz, gestos, expressões faciais e outros pequenos detalhes captados apenas pelos sentidos, as variações nos sentimentos de seu entrevistado. • AMISTOSIDADE–Correlata ao acolhimento, a amistosidade se caracteriza pela demonstração de que o jornalista não é uma ameaça ao entrevistado. • RELEVÂNCIA–A entrevista necessita ser relevante. Ela precisa ser capaz de adicionar algo novo ao que se conhece. • CAMINHOS DA QUALIDADE–Desenvolva a autocritica, descubra suas fragilidades, busque no que você ainda não tem um padrão de qualidade aceitável. • DÚVIDA METÓDICA- René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático francês, instituiu a dúvida como método de investigação científica. Descartes considerava que todo conhecimento válido deveria ser entendido como uma construção da lógica humana. Desta forma, todo conhecimento seria consequência exclusiva da razão e do intelecto. Em muitos aspectos, a atividade jornalística se assemelha a este método de investigação. Instale a dúvida como método, questione sempre. Pergunte, nunca pressuponha nada. A partir de consensos e fatos inquestionáveis, vá se aprofundando em particularidades. Nunca coloque sua perspectiva particular como ponto inicial de um raciocínio, ela pode estar equivocada. • Obs: As técnicas e procedimentos são ferramentas que têm por finalidade auxiliar o profissional em sua atividade, no entanto, nenhuma delas substitui o bom senso, a experiência, a sensibilidade e, principalmente, o comprometimento em transmitir a verdade. Aula 9 -Tratamento da Produção Dialogal Bruta • Tão importante quanto a obtenção das informações em uma entrevista é o tratamento dado a este material na transcrição do discurso para a forma final da reportagem. A opção pelo modelo de retenção deste discurso, seja a gravação ou anotações dependerá de diversos fatores, mas, seja qual for esta escolha, ela nunca se sobreporá à importância do jornalista manter uma concentração permanente no que está sendo dito. • O jornalista deve seguir o discurso do entrevistado como um “mapa”, um relato que precisa ser vivenciado internamente para que se possa observar onde ele faz ou não sentido e onde se encontram os “caminhos” que foram interrompidos bruscamente. • Em entrevistas que utilizam vídeo é fundamental que o jornalista tenha a sensibilidade de compreender o impacto que esta ferramenta produz e a honestidade de editar este material quando não representar o que efetivamente corresponde à realidade do discurso ou da situação. RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL E ÉTICA A entrevista é uma atuação profissional e, portanto, como qualquer outra atividade inserida nesta categoria, é regida pelo código de ética da categoria que exerce a função. No Brasil, a justiça reconhece o direito das pessoas de recorrerem judicialmente quando se considerar em prejudicadas por qualquer forma de difamação ou calúnia. O Código Penal trata dos chamados “Crimes contra a honra”. Calúnia: Atribuir falsamente à alguém, a responsabilidade pela prática de um fato determinado definido como crime. Difamação: Atribuir à alguém fato determinado ofensivo à sua reputação. Injúria: Atribuir à alguém qualidade negativa , que ofenda sua dignidade ou decoro. Aula 10 –COMUNICAÇÃO CORPORAL E NÃO-VERBAL COMUNICAÇÃO GESTUAL Compreender a comunicação gestual e não verbal possibilita ao profissional duplicar as informações que o sujeito de sua atuação emite. Muito mais confiável, pois nosso controle sobre ela é pífio, a comunicação gestual nos permite compreender idiossincrasias e identificar incoerências nos discursos. Elas complementam ou negam o que está sendo dito e são ferramentas inestimáveis para uma percepção mais plena da mensagem. • Grande parte destas expressões é inerente à nossa própria natureza humana, ou seja, são reações inatas e independem de cultura, temporalidade ou região. Ao nos depararmos com estas expressões conseguimos facilmente identificar o sentimento que acompanha a pessoa em uma determinada situação. Nem todas as formas de comunicação não verbal, no entanto, são tão obvias quanto estas. • A comunicação não verbal, ou corporal, é decisiva na forma como a mensagem chega ao receptor. Posturas exemplificam de modo fácil e claro, como nosso corpo “fala” de modo mais espontâneo e sincero do que, muitas vezes, gostaríamos. • Outroimportante aspecto a ser observado é a gesticulação e os movimentos das mãos. Normalmente percebemos estes gestos enquanto o outro fala (e menos quando nós mesmos estamos falando), mas raramente damos à gesticulação um significado maior. Este desprezo pelos gestos diminui muito nossa capacidade de interpretar a mensagem do outro. • De modo geral, a gesticulação está diretamente associada à espontaneidade ou à repressão de quem fala. • Pessoas mais tímidas ou reprimidas tendem a gestos mais discretos ou mesmo a falar com as mãos presas (uma segurando a outra) para não exibir movimentos, enquanto que pessoas mais expansivas tendem a gestos mais largos. • Indicar o tamanho com as mãos reforça o sentido que se quer dar a algo, mesmo que abstrato. Mãos fechadas em punho (como se fosse socar) representam raiva e agressividade e dedos intercalados, demonstram nervosismo ou tensão. ESTEREÓTIPOS E PERCEPÇÃO SOCIAL Por convivermos em grupos sociais, da mesma forma como aprendermos a interpretar estes símbolos comunicacionais que a linhagem gestual abarca, acabamos também por construir em nós representações simbólicas da realidade. Em outras palavras, desenvolvemos um conjunto de saberes informais que nos auxiliam e orientam as relações com os outros. São as chamadas representações sociais. Estas representações definem a percepção que temos dos outros (PERCEPÇÃOSOCIAL), de nós mesmos em última instância e da realidade que nos cerca. • Sullivan: A própria organização da personalidade constitui-se de ocorrências interpessoais e não intrapsíquicas. A personalidade, para ele, só se manifestaria quando a pessoa se comportasse em relação a um ou mais indivíduos, mesmo que estes não estejam presentes ou sejam até figuras inexistentes ou produto da imaginação da pessoa. • “...A personalidade é hipotética. O que pode ser estudado é o padrão de processos que caracterizam a interação da personalidade em determinados campos ou situações nos quais se inclui o observador.” (apud, Halle Lindzey, 1973,p.158) • Ou seja, personalidade não é algo que se tenha, mas sim, algo que se exibe na relação com o outro. Allport divide a percepção social em diferentes classes em função das interferências e alterações que venha a sofrer pelos fatores sociais e culturais. Dentre estas classes, duas nos parecem de especial interesse para os objetivos da disciplina. As mudanças na interpretação da natureza dos estímulos e os estilos perceptuais relativos à personalidade. • Em relação à primeira classe, evidencia-se o caráter social e grupal da interpretação do fato. Assim, membros de uma dada cultura, terão a tendência a perceber os eventos de forma semelhante em função de suas similaridades culturais. • Em relação à segunda classe, o que se evidencia são as particularidades da personalidade do indivíduo percebedor. Assim, mesmo pertencendo à mesma cultura, dois indivíduos podem perceber o fato de forma diferente em função destas características individuais. Normalmente neste caso, uma das percepções é considerada “errada”. Isto irá se definir por percepções comparativas de outros membros da mesma cultura ou pelo “saber” formalmente aceito neste grupo social. Estereótipos são generalizações sobre características ou comportamentos de pessoas ou grupos sociais que aprendemos a partir de conceitos transmitidos culturalmente. • Sullivan define os estereótipos como personificações (a imagem que a pessoa tem de si mesma ou de outro indivíduo) partilhadas pelos membros de uma sociedade. PROVAS PASSEI DIRETO *Baixem o app e cliquem no link que abre direto ou no próprio navegador. Rs https://www.passeidireto.com/arquivo/3896596/av2-de-psicologia-da-comunicacao https://www.passeidireto.com/arquivo/2552954/av2-pscologia https://www.passeidireto.com/arquivo/2552949/av1-psicologia https://www.passeidireto.com/arquivo/3896587/av1-de-psicologia-da-comunicacao https://www.passeidireto.com/disciplina/administracao-de- marketing?type=6&materialid=3896587 https://www.passeidireto.com/disciplina/psicologia-da- comunicacao?type=6&materialid=17487145 https://www.passeidireto.com/disciplina/psicologia-da- comunicacao?type=6&materialid=25920953 https://www.passeidireto.com/disciplina/psicologia-da- comunicacao?type=6&materialid=29481346
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