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Domicílio - Código Civil – Direito Civil I – 11/09/2017 1 1. Introdução No campo do direito, domicílio é o lugar ou a sede prefixado em lei ou em contrato, onde poder-se-á encontrar a pessoa natural ou jurídica, para que a mesma possa arcar com as suas obrigações legais. Etimologicamente, vem do termo latino domus, que significa "casa". A definição legal, porém, afastou-se desse significado para agregar dois elementos: um objetivo, que é a residência, e outro subjetivo, que é o ânimo definitivo. Importante! - não se confundir com a simples moradia, embora esta também não seja desprovida, em alguns casos, de relevância jurídica. 2. Domicílio da Pessoa Natural – art. 70, do CC. Segundo o Artigo 70 do Código Civil: “O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.” Residência é o local em que a pessoa se estabelece com a intenção de ficar permanentemente. Moradia é determinado local onde o indivíduo também se estabelece, porém sem intenção de permanecer (hotel, casa de veraneio, etc.). No conceito de domicílio temos dois elementos: 1) objetivo é a caracterização externa do domicílio, que no caso é a residência; 2) subjetivo é aquele representado pelo ânimo de ali permanecer. Logo, domicílio é a ideia de residência somada com a vontade de se estabelecer permanentemente num local determinado. 2.1 Classificação 1) Voluntário decorre do ato de livre vontade do sujeito, que fixa residência em um determinado local, com ânimo definitivo; 2) Necessário decorre da lei, em atenção à condição especial de determinadas pessoas (art. 76, CC). O necessário pode ser: a) necessário legal é aquele decorrido de imposição da lei, como no caso dos menores incapazes, que tem por domicílio o mesmo de seus representantes legais. Segundo o art. 76, do CC.: “Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.” Assim, o domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer suas funções permanentemente; o do militar, onde ser vir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença b) necessário originário é aquele adquirido ao nascer, como ocorre com o recém-nascido que adquire o domicílio dos pais. 3) De eleição, este decorre do ajuste entre as partes de um contrato, Artigo 78: “Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.” Ex: um indivíduo que por meio de um contrato estipula que determinada pessoa deve fazer certos serviços em sua residência; teremos então um domicílio de eleição. 3. Pluralidade de domicílios – art. 71, do CC. Nos tempos atuais, é comum que as pessoas naturais possuam diversas residências. O Artigo 71 do C.C. estabelece normas sobre tal situação: “Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.” Devemos tomar cuidado com casos de múltiplas residências, pois como o artigo determina, a pessoa natural deve viver alternadamente nas diversas residências. Se, por exemplo, um indivíduo residiu em uma por um tempo, e depois se mudou para outra, a última residência que será seu domicílio natural. Para que ambas possam ser consideradas domicílio, a pessoa natural deve viver frequentemente alternando entre suas diversas residências. 4. Domicílio profissional – art. 72 do CC “É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.” Esse tipo de domicílio é limitado para as relações profissionais que dizem respeito a aquele lugar, ou seja, é apenas especifico para as questões da profissão do indivíduo, diferente do domicílio natural, que serve para todas as obrigações da pessoa. Assim como domicílio natural plural, a pessoa também pode ter vários domicílios profissionais. Se a pessoa exercitar a profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. Domicílio - Código Civil – Direito Civil I – 11/09/2017 2 5. Domicílio aparente ou ocasional – art. 73, do CC Existem também casos em que pessoas que vivem em constante passagem por vários locais, sem uma residência habitual. Ex: circenses, ambulantes, mendigos. Para esse caso o Código Civil no seu Artigo 73 estabelece a seguinte solução: “Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.” 6. Mudança de domicílio – art. 74, do CC Uma mudança de domicílio ocorre de maneira bem simples. A pessoa natural precisa somente de manifestar sua intenção às municipalidades dos lugares, mesmo se não houver declaração alguma, as circunstâncias da própria mudança servirá de prova da intenção. O Artigo 74 diz: “Muda-se de domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.” 7. Domicílio de pessoa jurídica – art. 75, do CC As pessoas jurídicas também possuem domicílio. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. 8. Domicílio do Agente Diplomático – art. 77, do CC O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve. TÍTULO III Do Domicílio Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar. Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem. Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. § 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. § 2o Se a administração, ou diretoria,tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve. Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
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