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Aula 06 PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES

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Psicologia nas Organizações
Ana Maria Carvalho
Aula 6
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Um agente de seleção - processo seletivo - aprovar e reprovar pessoas para as vagas a serem preenchidas.
Além das características do perfil profissiográfico apresentado (traços avaliados como necessários para o bom desempenho de um cargo), podem ocorrer interferências no modo de o examinador preencher as vagas, especialmente se algum candidato possui alguma condição que ganhe o seu favoritismo. Assim, não há imparcialidade no processo seletivo.               
A Percepção nos Processos de Seleção e Treinamento
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Ex.: Uma empresa - processo seletivo - pode simular testes de desempenho para candidatos à área de call center. Os candidatos que percebem a tarefa como meio de demonstrar suas habilidades no atendimento telefônico obtêm maior êxito.
Já os que percebem o teste como “pegadinha” não demonstram suas habilidades sociais a contento, o que certamente os prejudica em seu desempenho na tarefa.  
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Bowditch e Buono (1992, citados em BERGAMINI, 2005) - a percepção social / processo que viabiliza a ligação entre pessoas e situações e pessoas e pessoas.                        
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A qualidade das interações estabelecidas entre os indivíduos depende da lente perceptiva que cada um faz do outro, da situação e até dos próprios papéis desempenhados.                         
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A percepção, de todos os processos humanos, constitui o mais básico, pois viabiliza a adaptação das pessoas aos estímulos percebidos, fazendo com que estas possam atuar de modo ajustado às situações. Nossas roupas são escolhidas em adequação às situações e ao clima e nosso comportamento tende a ser compatível com o ambiente percebido e o papel desempenhado.                      
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Há muitos fatores, alguns de ordem interna (como a própria personalidade) e outros de ordem externa, que influenciam o modo como as pessoas veem o mundo ao redor.                     
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Bergamini - o processo perceptivo é a porta de entrada que cada um possui e por onde passam necessariamente todas as informações do mundo exterior. 
     
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Bergamini - percepção - um meio pelo qual interpretam-se sensações, em que são usados conhecimentos prévios, de tal forma que as experiências se transformam em algo significativo para nós.
As experiências equivalem ao aspecto subjetivo da percepção, não sendo, portanto, compartilhado pelas pessoas.
Um filme pode ser excelente para uns e chato para outros, por disposições internas que justificam tais diferenças perceptivas.               
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Robbins - o mundo, aquele observado pelas pessoas, é o que é verdadeiramente importante: a percepção das pessoas está sujeita a uma série de distorções e ilusões.             
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As redes sociais constituem, em tempos atuais, um meio temerário de fabricação de realidades das quais as pessoas compartilham.
Muitas vezes, sem o conhecimento de que as situações apresentadas realmente existem. 
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Há situações em que a percepção é fortememente distorcida pela idealização (condição em que projetamos nas coisas e/ou pessoas o nosso desejo).              
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   Efeito de halo - quando atribuímos uma característica boa ou ruim a alguém e tendemos a percebê-la nos baseando somente na primeira característica observada.
Ex.: Se alguém é um excelente comunicador, podemos inferir que seja excelente em todos os outros aspectos.          
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   Percepção seletiva - quando uma característica é atribuída a alguém, aumentando a probabilidade de que este seja percebido. Notoriedade. Este ator lhe passaria despercebido?          
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   Efeito Contraste – Bergamini observa que não se avalia alguém de forma isolada, o que “significa que a percepção pode ser influenciada por outras pessoas anteriormente percebidas”.
“Na seleção de candidatos, por exemplo, contamina-se a apreciação feita sobre o candidato anterior com as características da pessoa seguinte”.
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   Nas entrevistas, comparamos muito os candidatos entre si, o que nem sempre é bom. Pode haver distorções. 
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   Projeção – quando atribuímos às pessoas, características próprias, distorcendo o que de fato são. A base da projeção é a idealização. Percebemos nos outros, muitas vezes, uma imagem própria refletida.        
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   As interações entre as pessoas no social:
“Supomos que a aparência de uma pessoa reflete seu estado emocional interior ou o seu sentimento” Hastorf; Scheneider; Polefka.
Onde há suposição, portanto, pode haver distorção. 
Percepção e Interação Social
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   Os estereótipos - condição importante no trato interpessoal, que constitui fator de influência. São rótulos que são atribuídos às pessoas e que geralmente repercutem em distorções.
No meio corporativo, vários bons candidatos a uma vaga passam despercebidos, pois o agente fica “contaminado” por sua visão estereotipada.
O Diabo Veste Prada Dublado
https://www.youtube.com/watch?v=LDhOVBU0EoU
 
Percepção e Interação Social
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   No meio corporativo, nos processos de seleção e treinamento, a percepção é um processo que pode incorrer em erro por parte de seus agentes e dos candidatos/colaboradores. 
Entre os fatores geradores de erro mais comuns, por parte das organizações, estão:
A Percepção nos Processos de Seleção e Treinamento
  • A escolha de métodos que não avaliam a contento as diferenças individuais, tanto na seleção quanto nos treinamentos.
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   Já por parte de candidatos/colaboradores, o erro mais comum é o de se candidatarem a papéis cujo perfil não lhes é apropriado.
Há quem não saiba exatamente o que gosta de fazer profissionalmente. Na dúvida, as escolhas não costumam ser assertivas. Além disso, quando o mercado de trabalho é escasso, a probabilidade de escolha por funções incompatíveis com as próprias características aumenta.
A Percepção nos Processos de Seleção e Treinamento
O Diabo Veste Prada entrevista final
https://www.youtube.com/watch?v=_8dzriCjeqI
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Bergamini - a “única solução para esse tipo de problema é preparar o avaliador para que ele seja capaz de reconhecer as diferenças individuais, sem projetar nos avaliados características que sejam suas... 
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O avaliador deverá acompanhar, com o passar do tempo, os efeitos das avaliações que fez sobre os subordinados e suas consequências no dia a dia do trabalho”. 
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Com relação ao colaborador/candidato, cabe observar se este demonstra motivação real por seu papel atual ou futuro (se for o caso de processo seletivo). Parte disso pode ser avaliado pelo empenho que o mesmo revela para realizar o trabalho em si e/ou para conquistar uma vaga.
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Bergamini: “como se todas as distorções perceptivas não bastassem, um processo de simpatias e antipatias reforça a tendência e também influencia os resultados da avaliação do outro”.
Tal processo define quem será ou não nosso amigo; no caso do trabalho, quem será ou não nosso colega.
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Bergamini e Robbins - não existe “objetividade nos processos de avaliação de desempenho de pessoas”, o que pode incluir seleção e treinamento.
“O ser humano é essencialmente um ser subjetivo, emocional antes de racional e deixará sempre a sua marca pessoal em tudo o que faz”.
(BERGAMINI, 2005)
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Robbins - observaque em alguns países as entrevistas inexistem nos processos seletivos por considerarem que este tipo de prática é tendenciosa, sob o ponto de vista de atuação do agente, no que se refere à condução da interação entre candidato e entrevistador. Por esta razão, não se confia no julgamento do mesmo, entendendo-se que a percepção naturalmente favorece aquele com quem se estabeleceu empatia. Já o uso das informações acerca das qualificações educacionais é uma prática universal na triagem de candidatos a trabalho.
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Quando o assunto é, especificamente, treinamento, Robbins observa grandes vantagens:
•A promoção de aperfeiçoamento;
•Melhora da autoeficácia - da estima do colaborador.
Os métodos de aprendizagem utilizados neste tipo de programa, para obtenção de êxito, devem privilegiar as diferenças dos colaboradores, passando pela percepção do agente responsável.
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Antes da execução de um treinamento, é sempre uma boa ideia, antes mesmo de programá-lo, pesquisar com os colaboradores quanto ao compartilhamento da necessidade de realização do mesmo e se os métodos de ensino previstos estabelecem adequação aos seus limites e à sua rotina de trabalho.A apresentação deste interesse inicial pelo colaborador já funciona como parte do convite à adesão satisfatória para a capacitação que se planeja.
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A demonstração de interesse real pelo colaborador é, além de valorização do mesmo, um incremento às boas relações na esfera do trabalho e resulta, consequentemente, em bom desempenho. 
A Percepção nos Processos de Seleção e Treinamento
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Nesta aula, você:
Definiu o processo perceptivo e listou fatores que influenciam sobre o mesmo;
Analisou o processo de percepção de pessoas enquanto lente que determina a qualidade das relações que as pessoas estabelecem no trato social;
Conheceu as influências da percepção nos processos de seleção e treinamento de pessoal.
 
Síntese da Aula
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Na próxima aula você verá:
Serão abordadas condições facilitadoras das aprendizagens nos ambientes organizacionais. O quanto as habilidades desenvolvidas em programas de treinamento podem ser mantidas e/ou ampliadas num ambiente favorável à sua aquisição e retenção. E quanto os estímulos oferecidos podem promover aumento de aspectos motivacionais.
O que vem na próxima aula
Ana Maria Carvalho
Doutorado em Gestão pela UTAD - Universidade de Trás os Montes e Alto D’Ouro, Vila Real - Portugal - 2014. Pós Graduação em Educação a Distância pela UniSeb - 2015. Mestrado em Educação - 2005 pela UNESA, Mestrado em Desenvolvimento Humano - 2000 pela Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro; Especialização em Consultoria de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) - 1997; Pós Graduação em Metodologia do Ensino Superior pela UNIGRANRIO - 1991; Graduação em Administração pela UNESA - 2011. Graduação em Psicologia pela UFF - 1988; Consultora Especialista, Palestrante e Conferencista na área de Recursos Humanos e Desenvolvimento de Pessoas no Brasil e em Portugal; Membro da APG (Portugal), FORGES (Portugal) e ABRH (RJ); Palestrante sobre o tema Resiliência; Experiência em Consultoria e Treinamento para empresas e instituições de grande, médio e pequeno porte (SADA, Transportes Souza Araújo, Defelippe, Essencis (Soluções Ambientais), Hotel Luxor Continental, Hotel Debret, Restaurante À Mineira, Manserv (SP), Prefeitura do Rio de Janeiro, Quaker Alimentos, etc.); Experiência Didática, Conteudista e Instrutoria em Instituições de Ensino Superior (Pós-Graduação e Graduação - presencial e EAD) - Universidade Estácio de Sá, Universidade Veiga de Almeida e Universidade do Grande Rio, SEBRAE, SENAC; Participação da Coordenação da Equipe de Treinadores do Senac para o PAN 2007.
Publicação do livro: Resiliência e Liderança. Administrando diante da adversidade. Outubro/2007. Rio de Janeiro.
https://wwws.cnpq.br/cvlattesweb/PKG_MENU.menu?f_cod=12517580C4102C4EBC1E10679ADE9871
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Aula 6 A Percepção nos Processos de Seleção e Treinamento
Obrigada!

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