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VF Revisão Tributário II


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Revisão Direito Tributário II – VF
Monitora: Ivinna Nunes
Responsabilidade por Infrações
As infrações à legislação tributária consistem no descumprimento de obrigações contributivas (pagar tributo) ou de colaboração com a administração tributária (descumprimento de obrigações acessórias, não realização de retenções e de repasses, etc.). O cometimento de infração enseja a aplicação de penalidades quando haja lei que os comine.
Art. 136- Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
Responsabilidade em sentido amplo, imposta a qualquer pessoa que descumpra a legislação tributária e que, por isso, esteja sujeita a penalidades.
A responsabilidade por infrações tributárias é, em regra, objetiva (independe de análise de existência de dolo ou culpa)
Art. 137- A responsabilidade é pessoal do agente:
Quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular da administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
Quanto às infrações em cuja definição o dolo especifico do agente seja elementar;
Quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: 
Das pessoas referidas no art. 134, contra aqueles por quem respondem;
Dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores;
Dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.
O primeiro caso (inciso I) se refere às infrações mais graves, que, além da agressão à legislação tributária, configuram ilícitos penais.
O segundo caso (inciso II) de responsabilidade pessoal do agente é o das infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar.
O terceiro caso (inciso III) aparece a intenção de punir aquele que age com o objetivo específico de prejudicar pessoas cujos interesses deveriam proteger.
Art. 138- A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
§único- Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
 Somente se aplica a obrigações principais, NÃO cabendo assim a obrigações acessórias;
O afastamento da espontaneidade depende da formal comunicação ao sujeito passivo do início do procedimento administrativo ou medida de fiscalização relacionados com a infração.
Iniciativa do contribuinte/responsável de informar a existência do crédito tributário antes da fiscalização.
Crédito Tributário
Art. 139- O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.
 Lançamento 
 H.I + F.G = Obrigação Tributária Crédito Tributário
O crédito tributário decorre da obrigação principal mas passa a ter vida própria. 
“O crédito tributário, portanto, é o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do particular, o contribuinte ou responsável (sujeito passivo) o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação obrigacional). ” (Hugo de Brito Machado)
Art. 140- As circunstancias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.
Se há vício formal no lançamento, resta invalidada a constituição do crédito. Mas isso não afeta a Obrigação Tributária, de forma que novo lançamento poderá ser efetuado, desde que antes de expirado o prazo decadencial.
Art. 141- O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extigue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.
Observando o artigo entende-se, porque o tributo, por sua própria definição legal há de ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada
O artigo 141 do CTN indica serem “numerus clausus” as hipóteses que implicam modificação, extinção, suspensão ou exclusão do crédito tributário.
Mesmo os débitos de pequeno valor devem ser formalizados e exigidos, salvo se houver lei que dispense a autoridade de fazê-lo. 
Lançamento
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, proporá aplicação da penalidade cabível.
§único- A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de reponsabilidade funcional.
A formalização do crédito tributário, ou seja, a representação documental de que o crédito existe em determinado montante perante um certo contribuinte ciente da sua obrigação, pode se dar de várias maneiras, não estando, de modo algum, restrita ao lançamento por parte da autoridade.
Entende-se, pela tese adotada pelo legislador brasileiro, que, o lançamento possui natureza jurídica mista, sendo constitutivo do crédito tributário e declaratório da obrigação tributária.
Como tributo é cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, e o lançamento é o ato que formaliza o valor do crédito, dando-lhe certeza, liquidez e exigibilidade, há de se concluir que a atividade de lançar é vinculada, no sentido de que a ocorrência do Fato Gerador dá à autoridade fiscal não apenas o poder, mas também o dever de lançar, não havendo qualquer possibilidade de análise de conveniência e oportunidade para que se deflagre o procedimento.
Súmula 436 STJ: A entrega da declaração pelo contribuinte reconhecendo o débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.
Através do lançamento, a autoridade formaliza a existência e liquidez do crédito tributário, notificando-se o contribuinte para pagá-lo ou impugna-lo.
O lançamento é realizado em determinado momento na linha do tempo, mas sempre com os olhos voltados para um instante passado, o da ocorrência do fato gerador da respectiva obrigação.
Modalidades do Lançamento
De acordo com a participação do sujeito passivo no lançamento, a lei o classifica em 3 modalidades:
Numa linha imaginária em que, da esquerda para direita, aumenta a colaboração do sujeito passivo com a atividade do lançamento, ter-se-iam: 
Lançamento de Ofício
Art. 149- O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
 I - Quando a lei assim o determine;
 II - Quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária;
  III - Quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
  IV - Quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
   V - Quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
  VI - Quando se comprove ação ou omissão do sujeitopassivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
  VII - Quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
  VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior;
IX - Quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.
É realizado por iniciativa da autoridade administrativa, ocorre ordinariamente nos casos em que a lei determina. Em relação aos tributos cuja legislação não obriga o contribuinte a declarar, nem muito menos a pagar antecipadamente.
O lançamento de ofício pode ocorrer também em relação a qualquer tributo que, em princípio, devesse ser objeto de lançamento por declaração ou homologação, onde o contribuinte obrigado a declarar ou a apurar a quantia a antecipar o pagamento se omita no cumprimento de seus deveres. Assim, diz-se que são lançamentos de ofício todos aqueles que começavam com a lavratura do auto de infração. 
Exemplos: IPTU, IPVA, Contribuição de Iluminação Pública e da maioria das taxas.
Lançamento por Declaração
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiros, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre a matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
§1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes da notificação do lançamento.
§2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão àquela.
Nessa modalidade, o sujeito passivo presta declarações sobre os fatos pertinentes à imposição tributária, cabendo ao sujeito ativo, valendo-se das informações do contribuinte, verificar a ocorrência do Fato Gerador, identificar o sujeito passivo, realizar o cálculo do montante devido, formalizar o crédito e notificar o sujeito passivo para o pagamento.
Não se deve confundir lançamento por declaração com lançamento cuja sistemática existe uma declaração
Antes da manifestação da autoridade administrativa não existe o dever de pagar nem muito menos o crédito tributário.
Exemplos: ITBI, ITCMD
Obs: Imposto de Renda NÃO é feito por lançamento por declaração!
Lançamento por Homologação
Art. 150. O lançamento por homologação que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
§1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
§2º Não influem sob a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.
§3º Os atos que se referem o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade ou sua graduação.
§4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 05 anos a contar da ocorrência do fato gerador, expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Nessa modalidade, o sujeito passivo tem de verificar a ocorrência do fato gerador, calcular o montante devido e efetuar o pagamento no prazo, cabendo ao sujeito ativo apenas conferência da apuração e do pagamento já realizados.
A homologação pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando a autoridade administrativa editar ato em que formalmente afirme sua concordância com a atividade do sujeito passivo, homologando-a. Será tácita quando a Administração Tributária deixar escoar o prazo legal para homologação expressa.
Arbitramento
Art. 148- Quando o cálculo do tributo tenha por base ou tome em consideração o valor ou o preço dos bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade administrativa lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.
O arbitramento NÃO se constitui numa 4ª modalidade de lançamento, sendo apenas uma técnica para se definir a base de cálculo para que se proceda a um lançamento de ofício.
Assegura-se ao sujeito passivo o exercício da ampla defesa e contraditório.
Autolançamento: lançamento não pode ser feito por sujeito passivo e sim pela Autoridade Administrativa.
Lançamento no Tempo
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do Fato Gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
§1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do Fato Gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios da apuração ou processos de fiscalização, ampliado os podres de investigação das autoridades administrativas ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
§2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos do tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o Fato Gerador considera-se ocorrido.
Quando se trata de lançamento de tributo, a autoridade competente deve aplicar a legislação que estava em vigor no momento da ocorrência do respectivo Fato Gerador, mesmo que tal legislação já tenha sido modificada ou revogada, em conformidade com art. 144 do CTN.
O caput do artigo trata da legislação tributária material e estipula a regra da aplicação da legislação vigente à data do Fato Gerador. Já o §1º refere-se, fundamentalmente, à legislação formal, como se percebe pela referência às normas que tenham instituído “novos critérios de apuração ou processos de fiscalização”.
 
Suspensão do Crédito Tributário
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
Moratória;
O depósito do montante integral;
As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
A concessão de medida liminar em mandado de segurança;
A concessão de medida liminar ou tutela antecipada em outras espécies de ação judicial;
O parcelamento.
 §único- O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso ou dela consequentes.
Dentre as hipóteses “suspensivas” previstas no art. 151 do CTN as constantes dos incisos III e VI somente se verificam após a realização do lançamento, uma vez que não há como parcelar crédito tributário não constituído ne como impugnar lançamento não realizado. O raciocínio não se aplica à hipótese do inciso I, pois a redação do artigo 154 do CTN possibilita que a lei excepcionalmente conceda moratória de crédito cujo lançamento não tenha sido iniciado.
Moratória
É a dilação do prazo de vencimento do tributo. Pode-se dar tanto antes do decurso do prazo originalmente previsto como depois.
Caráter geral (Art. 152, inciso I CTN)
Caráter individual (Art. 152, inciso II CTN)
Na moratória concedida em caráter geral, a lei objetivamente dilata o prazo para o pagamento do tributo, beneficiando a generalidadedos sujeitos passivos, sem necessidade da comprovação por parte destes de alguma característica pessoal especial.
Na moratória concedida em caráter individual, a lei restringe a abrangência do benefício às pessoas que preencham determinados requisitos, de forma que o gozo dependerá de requerimento formulado à Administração Tributária no qual se comprove o cumprimento dos requisitos legais. É nesta hipótese que o reconhecimento do benefício se dará mediante ato administrativo declaratório. (Despacho administrativo, na terminologia do CTN).
Segundo o artigo 152 do CTN, a moratória pode ser concedida em caráter geral tanto pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira, quanto pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, DF ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado.
Moratória autônoma (art. 152, inciso I, “a”): O ente competente para instituição do tributo dilata o prazo legalmente. 
Moratória heterônoma (art. 152, inciso I, “b”): A União concede moratória de tributo de competência alheia.*
*Caráter Excepcional/O CTN exige que a dilação do prazo relativo aos tributos estaduais e municipais seja acompanhada de medidas idênticas para os tributos federais e até para as obrigações de direito privado (contratos, inclusive entre particulares)
O §único do art. 152 indica a possibilidade de se conceder moratória de modo total. (para toda base territorial da entidade impositora) ou parcial (para parte do território, uma moratória circunscrita à determinada região atingida por calamidade).
MORATÓRIA PARCELADA X PARCELAMENTO
Moratória é medida excepcional, que somente deve ter lugar em casos de situações naturais, econômicas ou sociais que dificultem o normal adimplemento das obrigações tributárias. Já o parcelamento é corriqueira medida de política fiscal, que visa recuperar créditos e a permitir que contribuintes inadimplentes voltem à situação de regularidade, podendo gozar dos benefícios decorrentes.
Segundo o art. 154 do CTN, salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado do sujeito passivo. Adota-se como regra a extensão do benefício somente para créditos lançados ou em fase de lançamento, o que é razoável, pois a moratória é causa de suspensão do crédito e não havendo lançamento não há crédito.
Art. 155 e incisos menciona a possibilidade de anulação da moratória individual. 
Cuida-se de anulação, pois não trata de desfazimento do ato por motivo de conveniência ou de oportunidade, mas por ilegalidade.
Depósito do Montante Integral
O depósito é um ato voluntário do sujeito passivo da relação tributária que pretenda suspender a exigibilidade do crédito tributário e, por isso mesmo, não depende da autorização do Juiz, nem de qualquer outra autoridade.
Se o sujeito passivo não concorda com lançamento realizado pode impugna-lo administrativa ou judicialmente. Se a opção é a via judicial, será necessária a adoção de alguma providência que impeça a Administração Fazendária de ajuizar a ação de execução fiscal, procedimento que leva a constrição coativa do patrimônio do devedor. O sujeito passivo precisará, portanto, suspender a exigibilidade do Crédito Tributário.
A hipótese mais viável para tal fim é o depósito do montante integral do crédito tributário exigida pelo fisco. Trata-se de um direito subjetivo do contribuinte, que não pode ter seu exercício obstado pela Fazenda Pública. 
Caso a opção seja pela via administrativa, a própria instauração do processo administrativo fiscal tem por efeito a suspensão da exigibilidade do crédito, mas pode o contribuinte optar pela efetivação do depósito como meio de se livrada fluência dos juros de mora.
O depósito deve ser do montante exigido pela Fazenda Pública (incluídos os juros e multas)
Somente suspende a exigência do crédito tributário o deposito realizado em DINHEIRO. (Súmula 112 STJ)
Súmula Vinculante 28 STF: É inconstitucional exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.
Reclamações e Recursos no Processo Administrativo Fiscal
No exercício do direito à ampla defesa e ao contraditório que o artigo 5º LV da CF/88 lhe assegura, também na via administrativa, o sujeito passivo-contribuinte ou responsável- tem a possibilidade de formular impugnação administrativa, manifestando sua discordância contra lançamento efetuado.
Cada ente político estabelece o processo administrativo tributário relativo aos tributos que administra. O processo administrativo fiscal abrange todo o procedimento de fiscalização e autuação (a chamada ação fiscal) e o processamento de impugnação e dos recursos (fase litigiosa).
O prazo para manifestação do Fisco é de 360 dias. 
Súmula Vinculante 21 STF/ Súmula 373 STJ
Medida Liminar em Mandado de Segurança
A Lei 12.016/09 disciplina a ação constitucional do mandado de segurança. Em seu artigo 7º, inciso III, determina que, ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.
Súmula 213 do STJ- O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária.
Medida Liminar ou tutela antecipada em Ação Judicial
A medida cautelar visa assegurar a eficácia do provimento judicial final, garantindo assim, o resultado útil do processo. Já a tutela antecipada como a própria denominação deixa antever, visa satisfazer desde logo o direito afirmado, antecipando o gozo de algo que só seria concedido no momento da sentença, apenas com a ressalva que o julgamento é provisório e não definitivo.
ANTES DO LANÇAMENTO DEPOIS DO LANÇAMENTO
Parcelamento
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em leis específicas.
§1º Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui incidência de juros e multas.
§2º Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à moratória.
§3º Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial.
§4º A inexistência da lei específica a que se refere o §3º deste artigo importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido por lei federal específica. 
O parcelamento consiste numa medida de política fiscal com a qual o Estado procura recuperar créditos e criar condições práticas para que os contribuintes que se colocaram numa situação de inadimplência tenham a possibilidade de voltar para a regularidade, usufruindo os benefícios daí decorrentes.
A referência expressa à forma e condição estabelecidas em lei específica nos leva à conclusão de que, de um lado, o contribuinte não tem direito a pleitear parcelamento em forma e com características diversas daquelas previstas em lei e, de outro, que o Fisco não pode exigir senão o cumprimento das condições nela previstas, sendo descabida a delegação à autoridade fiscal para que decida discricionariamente sobre concessão do benefício.
A inadimplência implica descumprimento do parcelamento e causa suficiente para a sua rescisão, o que se presume ocorra automaticamente quando não houver previsão legal em sentindo diverso.
Extinção do Crédito Tributário
Art. 156- Extinguem o crédito tributário:
O pagamento;
A compensação;
A transação;
Remissão;A prescrição e a decadência;
A conversão do depósito em renda;
O pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no art. 150 e seus §§ 1º e 4º;
A consignação em pagamento, nos termos do disposto no §2º do art. 164;
A decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não possa ser objeto de ação anulatória;
A decisão judicial passada em julgado;
A dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
§único- A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos arts. 144 e 149.
O artigo 141 do CTN diz da taxatividade das causas de extinção do crédito tributário, mas a matéria é controversa, contando com precedentes do STF tanto em sentido afirmativo da taxatividade como em sentido contrário.
*Novação: Devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior (art. 360, inciso I Código Civil).
*Confusão: É a forma de extinção das obrigações que se verifica quando se confundem na mesma pessoa as qualidades de credor e devedor (Art. 381 Código Civil).
Pagamento
É a causa mais natural de extinção das obrigações
Penalidade x Tributo
Este artigo apenas esclarece que a penalidade não substitui o tributo devido, mas, sim, agrega-se a ele, ficando o contribuinte, obrigado ao pagamento de ambos.
Art. 157- A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário
A multa é sempre cumulativa, jamais substituindo o pagamento do respectivo tributo.
Na falência a posição privilegiada do credor tributário com relação aos demais somente existe quanto ao crédito tributário relativo a tributo não se aplicando ao relativo a multas.
Art. 158- O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento:
Parcial, das prestações em que se componha;
Pagamento parcial de um crédito não importa presunção de pagamento das prestações em que se decomponha.
Quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.
Também não há presunção em relação a outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.
Art. 159 e 160- Regras meramente supletivas que só são aplicáveis no caso de inexistência de norma expressa na legislação do tributo a que se referir
O vencimento do crédito ocorre 30 dias depois da data da notificação do lançamento do sujeito passivo, quando a legislação não fixar o tempo.
Art. 161- O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária.
§1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês.
§2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito.
Sanção pelo atraso no adimplemento da obrigação.
 Art. 162- O pagamento é efetuado:
Em moeda corrente, cheque ou vale postal;
Nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado ou por processo mecânico;
§1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que não torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente.
§2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate desde pelo sacado.
§3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, ressalvado o disposto no artigo 150.
§4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade não dão direito à restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou naqueles em que o erro seja imputável à autoridade administrativa.
§5º O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao pagamento em estampilha. 
Art. 163- Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas.
Em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária;
Primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos;
Na ordem crescente dos prazos de prescrição;
Na ordem decrescente dos montantes
Imputação em pagamento: Imputação tem lugar quando se verifica que o mesmo sujeito passivo perante o mesmo sujeito ativo mais de um débito e oferece para pagamento montante insuficiente para quitação de tudo o que deve.
Contribuição de melhoria: + retributivo dos tributos
Art. 165- O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no §4º do artigo 162, nos seguintes casos:
Cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstancias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
Erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento;
Reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.
Pagamento indevido e repetição de indébito 
Verificado o recolhimento a maior, há o direito à restituição do montante que não era devido. Não há importância no fato de o sujeito passivo ter espontaneamente pago determinado valor a título de tributo por erroneamente entende-lo devido; também é irrelevante se foi o Fisco ou o próprio sujeito passivo quem calculou o quantum que veio a ser pago.
Tributos indiretos: Em sua configuração jurídica, permitem a translação de seu encargo econômico para uma pessoa diferente daquela definida em lei como sujeito passivo. 
A carga tributária cai sobre o “Contribuinte de Direito” que o transfere para outrem, O “Contribuinte de Direito” é figura diferente do “Contribuinte de Fato”. Nem sempre o contribuinte que paga é, efetivamente, quem suporta em definitivo a carga tributária.
 
Deste modo: 
 
Contribuinte de direito: pessoa designada pela lei para pagar o imposto.
 
Contribuinte de fato: pessoa que de fato suporta o ônus fiscal.
 
Exemplos: IPI, ISS, ICMS, PIS/COFINS, IOF
Tributos diretos: A regra é simples, quem pagou valor indevido ou maior que o devido tem direito à restituição. Não permitem, oficialmente, translação.
Compensação
Art. 170- A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento.
§único- Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos destes artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento.
Opera-se a compensação quando “duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra” A consequência é que as duas obrigações “extinguem-se até onde se compensarem” (art. 368 CC)
O dispositivo deixa claro que, em se tratando de crédito tributário, a compensação sempre depende da existência de lei que estipule as respectivas condições e garantiasou que delegue à autoridade administrativa o encargo de fazê-lo. Não é suficiente a simples existência de reciprocidade de dívidas para que a compensação se imponha.
Súmula 464 STJ- “A regra de imputação de pagamentos estabelecidas no art. 364 do Código Civil não se aplica às hipóteses de compensação tributária”. 
Súmula 212 STJ- “A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida cautelar ou antecipatória”.
Súmula 213 STJ- “O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária”.
Apesar de admitir a utilização do mandado de segurança com o objetivo de declarar o direto à compensação tributária, o STJ não aceita a utilização da mesma ação para convalidar a compensação já realizada pelo contribuinte.
Súmula 460 STJ- “É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte”. 
Devemos considerar plausível a utilização do mandado de segurança para declarar o direito à compensação tributária, mas não para convalidar a compensação já realizada pelo sujeito passivo.
Art. 170-A- É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributos objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.
Transação
Art. 171- A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e consequente extinção de crédito tributário.
§único- A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso.
Negócio jurídico que as partes, mediante concessões mútuas, extinguem obrigações, prevenindo ou terminando litígios. (art. 840 CC)
A transação somente pode ser celebrada com base em lei autorizativa editada pelo ente competente pela instituição do tributo de que se tratar.
É uma concessão recíproca das partes. 
Remissão
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho administrativo fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
À situação econômica do sujeito passivo;
Ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto à matéria de fato;
À diminuta importância do crédito tributário;
A considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso;
A condições peculiares a determinadas região do território da entidade tributante.
§único- O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no art. 155.
É a dispensa gratuita da dívida, feita pelo credor em benefício do devedor.
O texto legal não restringe a possibilidade de concessão de remissão apenas para créditos relativos a tributos, nesse caso, abrange valores referentes a tributos e multas.
ANISTIA x REMISSÃO
Se a lei foi editada no momento anterior ao lançamento das multas, impedindo autoridades fiscais de fazê-lo, estará concedendo anistia. Se a lei foi editada após as autuações, de forma a perdoar multas lançadas, trata-se de concessão de remissão.
 DECADÊNCIA
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após cinco anos, contados:
Do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
Da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
§único- O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
A decadência é a extinção do direito pelo decurso, “in albis”, do prazo para o seu exercício.
A decadência sempre refere-se ao lançamento de ofício, independentemente da modalidade de lançamento que o tributo normalmente está sujeito.
O prazo para que a Administração Tributária, por meio da autoridade competente promova o lançamento é decadencial. O prazo para que se ajuíze a ação de execução fiscal é prescricional.
O direito de lançar é potestativo, sendo sujeito à decadência, já o direito de lançar é potestativo, sendo sujeito à decadência, já o direito de receber o valor lançado “é direito a uma prestação” estando a ação que o protege sujeito à prescrição.
Decadência do direito de lançar
O artigo 173, inciso I do CTN é aplicável aos tributos sujeitos ao lançamento de ofício e aos tributos sujeitos ao lançamento por declaração, bem como aos tributos sujeitos a lançamento por homologação quando o contribuinte não faça o pagamento no prazo.
PRESCRIÇÃO
Opera-se a prescrição quando a Fazenda Pública não propõe, no prazo legalmente estipulado a ação de execução fiscal para obter a satisfação coativa do crédito tributário.
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em 05 anos, contados da data da sua constituição definitiva.
§único- A prescrição se interrompe:
Pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
Pelo protesto judicial;
Por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
Por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.
A prescrição é a perda do direito de pleitear judicialmente o reconhecimento ou a satisfação de um direito. EM matéria tributária, seu efeito é ainda mais amplo, pois, assim como a decadência, extingue o próprio crédito tributário (art. 156, V CTN). A prescrição da ação para cobrança do Crédito Tributário implica impossibilidade de propor ou de prosseguir com a execução fiscal.
SUSPENDEM A FLUÊNCIA DO PRAZO PRESCRICIONAL:
A concessão de moratória, parcelamento, remissão, isenção e anistia em caráter individual e mediante procedimento fraudulento do beneficiário (nestes casos o prazo ficará suspenso até a “revogação” do favor);
As causas de suspensão de exigibilidade do Crédito Tributário no art. 151 do CTN (nestes casos a suspensão durará até que o crédito volte a ser exigível);
A inscrição do Crédito Tributário em dívida ativa (a suspensão durará 180 dias ou até a distribuição da ação de execução fiscal, se esta ocorrer primeiro);
A ordem judicial suspendendo o curso da execução fiscal, enquanto não for localizado o devedor ou encontrado bens sobre os quais possa decair a penhora (neste caso a suspensão deve durar 01 ano, após o qual o processo será arquivado e o prazo prescricional intercorrente voltará a fluir do seu início);
Os demais atos e fatos não imputáveis ao exequente que ensejem a suspensão da própria pretensão executiva.
Para caracterizar a prescrição, indispensável a presença de quatro requisitos: fluxo do lapso temporal; a existência de uma ação possível do credor, a inércia do titular da pretensão e ausência de algum fato suspensivo ou interruptivo do curso no lapso temporal.
PRAZO DE PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
(art. 40 da Lei 6.830/80)
Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição.
 § 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da Fazenda Pública.
 § 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
 § 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados os autos para prosseguimento da execução.
 § 4o - Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato. 
§ 5o  A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4o deste artigo serádispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por ato do Ministro de Estado da Fazenda.
A prescrição intercorrente é a que ocorre no curso da Execução Fiscal quando, interrompido o prazo prescricional pelo despacho do Juiz que determina a citação, o sujeito ativo exequente deixar de promover o andamento efetivo da execução, quedando inerte. A inércia do exequente dá ensejo ao reinício do prazo quinquenal.
SUSPENSÃO X INTERRUPÇÃO
Na suspensão, computa-se o prazo decorrido até o advento da causa suspensiva e, quando não mais persista, prossegue-se a contagem pelo que resta.
Na interrupção, reinicia-se a contagem de todo prazo, desprezando-se o período já decorrido.
DEMAIS FORMAS DE EXTINÇÃO
Conversão de depósito em renda
 A conversão do depósito em renda é uma modalidade de extinção do Crédito Tributário necessariamente ligada à existência de um depósito anteriormente realizado. (Depósito do montante integral)
Pagamento antecipado e a homologação do lançamento
O crédito tributário objeto de lançamento por homologação somente se poderá considerar definitivamente extinto quando a autoridade administrativa competente homologar a atividade do sujeito passivo.
 Consignação em pagamento julgada pela procedência
	CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
	DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL
	Depósito do valor que o sujeito passivo entende devido
	Depósito do valor que o Estado está exigindo
	Julgada procedente, extingue o crédito. 
(Art. 164 CTN)
	Suspende a exigibilidade do crédito
 Decisão administrativa irreformável
Se o sujeito passivo, irresignado com lançamento efetuado pela autoridade administrativa, oferece impugnação, acaba por instaurar um litígio que seguirá as regras da lei do processo administrativo fiscal do respectivo ente tributante. Se ao final do litígio, a decisão for pela improcedência do lançamento, o crédito está definitivamente extinto.
Decisão judicial passada em julgado
Somente extingue o crédito tributário a decisão judicial passada em julgado favorável ao sujeito passivo.
Dação em pagamento de bens imóveis
Credor consente ao devedor prestação diversa que lhe é devida.
Exclusão do Crédito Tributário
 Art.175. Excluem o Crédito Tributário:
A isenção;
A anistia.
§único- A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias, dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído ou dela consequente. 
Excluir o crédito tributário significa impedir a sua constituição. Trata-se de situações em que, não obstante a ocorrência do fato gerador e o consequente nascimento da obrigação tributária, não pode haver lançamento, de forma que não surgirá o crédito tributário, não existindo, portanto, obrigação de pagamento.
Conforme previsto no art. 175 do CTN, somente existem duas hipóteses de exclusão do crédito tributário, quais sejam isenção e a anistia.
A diferença fundamental entre ambas é que a isenção exclui o crédito tributário relativo a tributo, enquanto a anistia exclui crédito tributário relativo à prestação pecuniária.
Em ambos os casos, apesar de haver dispensa legal do pagamento (do tributo e da multa), não se dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído ou dela consequente.
Isenção
Arts. 176 a 179 CTN
 Isenção é a dispensa legal no pagamento do tributo devido. Não é causa de não incidência tributária, pois, mesmo com a isenção, os fatos geradores continuam a ocorrer, gerando as respectivas obrigações tributárias, sendo apenas excluída a etapa do lançamento e, por conseguinte, a constituição do crédito.
 É possível que a isenção abranja somente parte do território da entidade tributante, em função das peculiaridades locais. Entretanto, caso a isenção seja concedida pela União, deve ser observado o princípio da uniformidade geográfica, previsto no artigo 151, inciso I da CF.
 O artigo 177 do CTN assevera que, salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva às taxas e às contribuições de melhoria nem aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
 As isenções são totais e parciais. Dizem-se parciais as isenções que deduzem do percentual do imposto ou do imposto fixo. As isenções totais são preexcludentes da imposição: o imposto não recai no objeto ou no negócio jurídico a que se refere a regra jurídica de isenção.
Haverá isenção concedida em caráter geral quando o benefício atingir a generalidade dos sujeitos passivos, sem necessidade da comprovação por parte destes de alguma característica pessoal especial. 
 Haverá isenção em caráter individual quando a lei restringir a abrangência do benefício às pessoas que preencham determinados requisitos. (Aplicam-se as regras constantes no artigo 155 do CTN)
Autônoma: Isenção é dada pelo próprio ente que tributa.
Heterônoma: Isenção é dada por 3º não ente dotado de competência.	
Anistia
Arts. 180 a 182 CTN
Anistia é o perdão legal das infrações, tendo como consequência a proibição que sejam lançadas as respectivas penalidades pecuniárias.
A anistia só poderá ser concedida mediante lei específica, federal, estadual ou municipal que a regule com exclusividade ou que cuide do respectivo tributo, nos termos do art. 150 §6º da CF.
A lei só é aplicável às infrações já ocorridas. A anistia visa a perdoar determinadas infrações já cometidas. Aplica-se, por isso, às infrações já cometidas.
Artigo 180, em seus incisos I e II, traz os casos em que não é concedida a anistia.
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando:
 Aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele; 
 Salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas
Art. 181. A anistia pode ser concedida:
Em caráter geral;
Limitadamente:
Às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
Às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;
A determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares;
Sob condição do pagamento do tributo no prazo fixado pela lei que a conceder ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.
Diferenças
 Isenção (art. 176 CTN) - Abre mão de cobrar tributo de determinados grupos
 
Imunidade- Limitação ao poder de tributar/ Amputa a competência, impedindo a incidência.
 
 
Não incidência - Refere-se às situações em que um fato não é alcançado pela regra de tributação.
 
Remissão (art. 156, inc. IV CTN) - Perdão do crédito/ Dispensa gratuita da dívida
 
Anistia (art. 180 CTN) - Perdão legal das infrações já cometidas.