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Fhilipe Trindade De Assis 201602305201 Caso Concreto 1 1. Trata- se lançamento por homologação (artigo 150 do CTN) 2. A inscrição não tem irregularidade até porque o lançamento já tinha sido feito, o crédito tributário constituído, mas tendo sido pago somente a primeira parcela, de modo que não há necessidade do fisco constituir novamente o credito tributário, bastando antecipar o vencimento das outras parcelas e aplicar multa ao contribuinte. Doutrina Dispõe o Código Tributário Nacional, em seu art. 142, que “compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível”. E em seu § único, arremata dispondo que “a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional”. (...) O lançamento tributário pode ser de ofício (hipóteses do art. 149 do Código Tributário Nacional), por declaração (art. 147) ou por homologação (art. 150), sendo esta última a modalidade mais usual nos dias atuais.27 A diferença essencial entre as espécies de lançamento radica no grau de participação da Administração Pública no aperfeiçoamento do ato, como se verá a seguir. O lançamento de ofício pode consistir tanto em algo imprescindível para conferir exigibilidade aos tributos que dele necessitem para o seu pagamento (hipótese versada no art. 149, I, do Código Tributário Nacional, pelo qual o lançamento será efetuado de ofício pela autoridade administrativa “quando a lei assim o determine”), quanto em uma medida complementar do Fisco para exigir valores devidos e não pagos espontaneamente pelo contribuinte, consoante previsto nos demais incisos do art. 149. Consigne-se que os tributos lançados de ofício – em regra o IPTU e o IPVA, assim como as taxas – são aqueles nos quais o lançamento e sua notificação ao contribuinte é imprescindível para quantificação do valor devido e viabilização do pagamento por aquele. O art. 147 do Código Tributário Nacional prevê uma figura intermediária entre o lançamento de ofício e o por homologação, intitulada lançamento por declaração. Reza o Código que “o lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação”. Frise-se aqui um ponto essencial: no lançamento por declaração o contribuinte presta informações sobre fatos ao ente fiscalizador que, de posse delas, praticará o ato administrativo tornando líquido, certo e exigível o crédito tributário, viabilizando a sua quitação. Reza o art. 150 do Código Tributário Nacional que “o lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa”. Trata-se da modalidade mais comum hodiernamente, na qual toda a responsabilidade pelo cálculo e recolhimento do valor devido é do contribuinte, havendo participação dos agentes da administração para fins de revisão da atividade do contribuinte apenas a posteriori. (Observação: Tipo do lançamento no caso concreto, por homologação. Imposto de Renda) (MOREIRA, A. M., “Constituição do crédito tributário”, 2019, Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/304/edicao-1/constituicao-do- credito-tributario, Acessado em: 3/10/2020) Jurisprudência TJ-RS - Apelação Cível AC 70076979954 RS (TJ-RS) Jurisprudência•Data de publicação: 29/10/2018 PESSOA FÍSICA. ISENÇÃO DE DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA. SITUAÇÃO QUE PRESSUPÕE NÃO AUFERIR RENDA SIGNIFICATIVA E AUTORIZA, RESSALVADA PROVA EM SENTIDO CONTRÁRIO, A CONCESSÃO DO BENEPLÁCITO. PESSOA JURÍDICA. MICROEMPRESA. AUSÊNCIA DE PROVA DA INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS. MÉRITO. DEMONSTRADO O INADIMPLEMENTO DE DUAS DAS SEIS PARCELAS REFERENTES AO NEGÓCIO JURÍDICO DE COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. ALEGAÇÃO DE SUPOSTA GARANTIA DE UM ANO, RELATIVA À PARTE MECÂNICA DO VEÍCULO E QUE ISENTARIA A PARTE APELANTE DO PAGAMENTO DAS ÚLTIMAS DUAS PARCELAS (EM RAZÃO DO ABATIMENTO DO MONTANTE RELATIVO AO CONSERTO DO VEÍCULO) QUE NÃO RESTOU DEVIDAMENTE COMPROVADA NOS AUTOS. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS INICIAIS CONFIRMADA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70076979954, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Pedro Celso Dal Pra, Julgado em 25/10/2018). https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/304/edicao-1/constituicao-do-credito-tributario https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/304/edicao-1/constituicao-do-credito-tributario Caso Concreto 2 a) Não, uma vez que com o indeferimento do mandado de segurança a liminar outrora concedida perde seus efeitos, não havendo mais o que se falar em suspensão do crédito, logo o fisco mais do que nunca, tem a obrigação de promover a execução fiscal, b. A liminar outrora concedida perde seu efeito e assim teremos um retorno ao status a quo, iu seja, opera-se um efeito extunc. c. Sim, em razão do efeito extunc Doutrina No âmbito tributário, a aplicação da norma geral e abstrata (representada pela regra-matriz de incidência) pode ser realizada pelo contribuinte ou por autoridade administrativa. Na primeira hipótese, tem-se o impropriamente denominado lançamento por homologação, em que o particular emite a norma individual e concreta, constituindo, ele próprio, sua obrigação tributária. Por outro lado, quando a obrigação tributária é constituída por ato administrativo, está-se diante do lançamento tributário, referido pelo art. 142 do Código Tributário Nacional. (...) O lançamento tributário, como vimos, configura um ato administrativo. E, como tal, reveste-se de características peculiares, que objetivam, simultaneamente, conferir garantia aos administrados e prerrogativas à Administração. Relativamente à garantia dos administrados, são identificados os seguintes atributos: (...) (...) Por outro lado, implementando as prerrogativas da Administração Pública, os atos administrativos têm por qualificativos: (...) (iii) exigibilidade: poder de cobrar a prestação introduzida no ordenamento pelo ato administrativo. (...) Aplicando a noção de exigibilidade à figura do crédito tributário, Maria Leonor Leite Vieira[14] esclarece que esse atributo significa que “se não cumprida a prestação, fica a autoridade administrativa credenciada a praticar outro ato, inscrevendo a dívida como ativa, e requerendo a intervenção do Poder Judiciário para que aquele crédito seja liquidado, isto é, para que o dever jurídico do sujeito passivo seja exigido, sob pena de comprometimento de bens patrimoniais, o que é cuidado pela matéria instrumental, ou processual”. Como se vê, a exigibilidade não surge lógica e cronologicamente no mesmo instante em que o ato administrativo passa a existir no ordenamento: para que o sujeito ativo possa tomar as providências necessárias à cobrança do crédito tributário é imprescindível que se tenha operado o vencimento da prestação tributária. Somente quando concretizado esse fator estará o Fisco habilitado a cobrar o crédito tributário, mediante inscrição do débito na Dívida Ativa e o consequente ajuizamento da execução fiscal. (...) O próprio art. 151 do Código Tributário Nacional, ao disciplinar o assunto, relaciona as hipóteses que “suspendem a exigibilidade do crédito tributário”, dispondo sobre os efeitos das situaçõesfáticas que indica: moratória, depósito do montante integral do crédito tributário, concessão de medida liminar em mandado de segurança, concessão de medida liminar ou de tutela antecipada em outras espécies de ação judicial e parcelamento. Tais fatores não atingem o crédito em si, em quaisquer de seus elementos existenciais, mas somente sua exigibilidade. (TOMÉ, F. D. P., “Exigibilidade do Crédito Tributário: Amplitude e Efeitos de sua Suspensão”, Disponível em: https://www.noeses.com.br/2014/09/29/exigibilidade-do-credito-tributario- amplitude-e-efeitos-de-sua-suspensao-por-fabiana-del-padre-tome/, Acessado em 3/10/2020) Jurisprudência TJ-MT - Apelação APL 00082177720108110041 137376/2013 (TJ-MT) Jurisprudência•Data de publicação: 26/11/2014 RECURSO DE APELAÇÃO C/C REEXAME NECESSÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA - PEDIDO DE CONCESSÃO DA SEGURANÇA PARA SUSPENÇÃO E EXTINÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS - SEGURANÇA PARCIALMENTE CONCEDIDA - SUSPENSÃO DEFINITIVAMENTE CONCEDIDA PARA OPORTUNIZAR O DIREITO DE AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIOS - PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA QUE CONFIRMOU/RATIFICOU A LIMINAR, AO FUNDAMENTO DE EXTRA PETITA - PEDIDO EXPRESSO DE CONFIRMAÇÃO DA LIMINAR, NA SENTENÇA, DEDUZIDO PELA AUTORA NO PEDIDO DE EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL - REJEIÇÃO. SENTENÇA CONCESSIVA SUJEITA AO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO - ART. 14 , § 1º DA LEI 12.016 /2009 - PRECEDENTE DO STJ - CORREÇÃO DA AUTUAÇÃO. SUSPENSÃO DA EXIBILIDADE DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO - AUSÊNCIA DE PROVA PRÉCONSTITUÍDA - IMPOSSIBILIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA NA VIA ELEITA - RECURSO DESPROVIDO - SENTENÇA RETIFICADA. Não há falar em decisão extra petita se a decisão atendeu pedido expresso deduzido pela autora na petição inicial. "'Será indispensável prova pré-constituída específica quando, à declaração de compensabilidade, a impetração agrega (a) pedido de juízo sobre os elementos da própria compensação (v.g.: reconhecimento do indébito tributário que serve de base para a operação de compensação, https://www.noeses.com.br/2014/09/29/exigibilidade-do-credito-tributario-amplitude-e-efeitos-de-sua-suspensao-por-fabiana-del-padre-tome/ https://www.noeses.com.br/2014/09/29/exigibilidade-do-credito-tributario-amplitude-e-efeitos-de-sua-suspensao-por-fabiana-del-padre-tome/ acréscimos de juros e correção monetária sobre ele incidente, inexistência de prescrição do direito de compensar), ou (b) pedido de outra medida executiva que tem como pressuposto a efetiva realização da compensação (v.g.: expedição de certidão negativa, suspensão da exigibilidade dos créditos tributários contra os quais se opera a compensação). Nesse caso, o reconhecimento da liquidez e certeza do direito afirmado depende necessariamente da comprovação dos elementos concretos da operação realizada ou que o impetrante pretende realizar' (AgRg no RMS 30.500/PE, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 18/10/2010). (...) (AgRg no REsp 1182632/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/04/2011, DJe 08/04/2011) (Ap 137376/2013, DESA.... Caso Concreto 4 a. Não ocorreu a decadência, tendo em vista que o prazo final para constituir o crédito tributário seria de 31/12/2013, ou seja, o lançamento foi feito dentro do prazo b; Sim, procede, tendo em vista que o prazo prescricional teve início em 23/10/2010 e fim em 23/10/2015, de modo que, a inscrição na dívida ativa 3em 2016 configura a ocorrência da prescrição c. As causas de suspensão são as do artigo 151 do CTN. (MODEROCOCO). Já as causas de interrupção se encontram no artigo 174 do CTN. d) Esgotado o prazo prescricional dessa ação se extingue o próprio crédito tributário, conforme o artigo 156 inciso V do CTN e. Na prática, sim. (conforme art. 921, §5º do CPC, podendo ser reconhecida de ofício). Na pratica a referida prescrição acaba sendo reconhecida de ofício, no entanto, numa análise mais rigorosa do DT, tal possibilidade está prevista no CPC, não poderia ser aplicada uma vez que o artigo 146 da CRFB exige lei complementar no trato desta matéria. Doutrina Prescrição e decadência são institutos da Teoria Geral do Direito previstos, materialmente, nos artigos 189 e ss. do Código Civil (“Título IV – Da prescrição e da decadência”). Ambas, pois, conferem segurança e confiabilidade às relações jurídicas. Na seara tributária, da lição de José Carlos de Souza Costa Neves, “enquanto a decadência interfere na „exigibilidade‟ do crédito tributário, a prescrição afeta a exequibilidade desse crédito” (NEVES, 1998, p. 190). No Direito Tributário, a prescrição e a decadência estão como uma das modalidades de extinção do crédito tributário (art. 156, V, do CTN). Nesse sentido, mister a diferenciação entre o crédito e a obrigação tributária. A obrigação tributária origina-se do fato gerador do tributo (fato jurídico tributário), numa fase anterior que, mediante o lançamento, converte-se (a posteriori) no crédito tributário, sendo este, pois, a relação formalizada, acertada, tornada líquida e certa. Entretanto, comenta Luís Eduardo Schoueri que a diferenciação entre a prescrição e a decadência tributárias não é pacífica na doutrina, sendo que há entendimentos no sentido de que a obrigação tributária surgiria com o lançamento e não com o fato jurídico tributário [1]. (...) A decadência é a extinção, pelo decurso do tempo, de um direito potestativo (direito de lançar), a ser exercido pelo Fisco (“poder-dever”, na expressão de Regina Helena Costa, 2009, p. 268) (...) O prazo decadencial, para a efetivação do lançamento do tributo (procedimento vinculado e obrigatório – art. 142, § único, CTN) é de cinco anos (art. 173, caput, CTN), sendo que o termo a quo do referido lapso depende da modalidade de lançamento o qual o tributo é submetido. (...) Nos termos do art. 154, § 4°, do CTN, os tributos sujeitos a lançamento por homologação (IPI, ICMS, ISS, entre outros), que abrange a maior parte dos tributos na atualidade, têm prazo decadencial a contar do fato gerador, “salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (...) A partir da constituição do crédito tributário, com o procedimento administrativo vinculado do lançamento (arts. 142 e ss. do CTN), inicia-se o prazo para a cobrança do crédito tributário, também pelo Fisco, em 5 anos (a prescrição tributária – art. 174, CTN). A prescrição é a extinção, pelo decurso do tempo, do direito a uma prestação (pretensão – ação que protege o direito)[10]. Diferentemente do previsto na Teoria Geral do Direito, a prescrição tributária atinge também a relação jurídica material tributária e não somente o direito de ação (art. 156, V, CTN) Em termos práticos, significa que, na ocorrência da prescrição, está a Administração Tributária impossibilitada de fornecer certidões negativas aos contribuintes. Portanto, como a decadência, a prescrição extingue a obrigação tributária, mas se inicia, tão somente e diferentemente da primeira, a posteriori, quando o crédito tributário já está constituído[11]. A prescrição tributária sujeita- se também à suspensão (art. 151, CTN) e interrupção (art. 174, § único, CTN). (...) Portanto a prescrição tributária “corresponde à perda do direito do Fisco (poder-dever) de ajuizar a ação de execução do crédito tributário – a execução fiscal, disciplinada pela Lei n. 6.830, de 1980. O prazo prescricional flui a partir da data da „constituição definitiva do crédito tributário‟, ou seja, do lançamento eficaz, assim entendido aquele regularmente comunicado, pela notificação, ao devedor. A partir daí flui o prazo para o sujeito passivo pagar ou apresentar impugnação. (SILVA, A. A., “Prescrição e decadência em matéria tributária”, 2015, Disponível em: https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/9527/Prescricao-e- decadencia-em-materia-tributaria, Acessado em 3/10/2020); Jurisprudência STJ - AGRAVO EM RECURSO ESPECIALAREsp 1343254 MG 2018/0201793-3 (STJ) Jurisprudência•Data de publicação: 14/02/2019 I - Trata-se de embargos à execução fiscal em que se pretende a cobrança de débitos relativos ao ICMS. Na sentença declarou-se a decadência dos lançamentos referentes aos fatos geradores ocorridos até 25/8/2005 declarando-se a inexigibilidade do débito remanescente. No Tribunal declarou- se a nulidade da CDA. II - O crédito tributário executado é decorrente de auto de infração lavrado pelo fisco estadual sob o argumento de que teria promovido operações de circulação de mercadorias desacobertadas de documento fiscal, o que teria ensejado a falta de recolhimento e o pagamento a menor do ICMS no período de janeiro a dezembro de 2005. O recurso merece provimento. III - Na Corte de origem, consignou-se que a certidão de dívida ativa que fundamenta a execução fiscal não satisfaz os requisitos legais para a cobrança, conforme se percebe do seguinte excerto: "No entanto, analisando os documentos que precederam a constituição definitiva do débito, constata-se que os créditos foram constituídos em relação ao período de 01/01/2005 a 31/12/2005. Após a impugnação do lançamento, a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais reformulou o auto de infração referente ao PTA 01.000166631.18, alterando o quadro" Relatório da Autuação Fiscal ", conforme se verifica às ff. 64/65. A partir do quadro Relatório atualizado, verifica-se que resta consignado que o período fiscalizado foi de 01/01/2005 a 31/12/2005, tendo sido constatado na ação fiscal o recolhimento a menor de ICMS no período retrocitado, conforme descrito à f. 65. Considerando que o lançamento de ICMS tem período de apuração mensal, conforme previsto na legislação estadual, tais períodos deveriam constar individualmente na certidão de dívida ativa, não sendo admitido que o título executivo seja elaborado com base em um valor global." Caso Concreto 5 a) Onerosa, pois, tem prazo certo. Trata-se de uma isenção onerosa, vez que foi concedida com prazo certo e determinado https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/9527/Prescricao-e-decadencia-em-materia-tributaria https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/9527/Prescricao-e-decadencia-em-materia-tributaria b) Não pode, Princípios da legalidade e segurança jurídica... Não, tendo em vista ter uma isenção do tipo onerosa, ou seja, o beneficiário da mesma tem o direito líquido e certo de gozar da isenção pelo prazo de dez anos, conforme determinação da lei. Nesse sentido, temos a súmula 544 do STF. Quanto aos princípios a serem observados estes deverão ser os seguintes: princípio da legalidade e princípio da segurança jurídica c) Mandado de segurança preventivo Doutrina A isenção tributária vem disciplinada nos artigos 176 a 179 do Código Tributário Nacional. Caracteriza-se por ser, nos dizeres de Ricardo Alexandre, “a dispensa legal do pagamento do tributo devido”. A isenção não se confunde, apesar da semelhança dos efeitos, com a imunidade tributária. Aquela se verifica no âmbito do exercício da competência, enquanto esta opera no próprio âmbito de delimitação da competência. Dessa maneira, as imunidades sempre serão previstas na Constituição Federal, ao passo que as isenções estão previstas em leis em sentido estrito, na medida em que atua na esfera de exercício legal de uma competência. Para Hugo de Brito Machado, com a isenção não se teria a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. Segundo o renomado tributarista, a isenção exclui o próprio fato gerador. Nos seus dizeres: “a lei isentiva retira uma parcela da hipótese de incidência da lei de tributação; isenção, portanto, não é propriamente dispensa do tributo devido.”[2] A despeito dessa relevante posição doutrinária, o entendimento quase unânime é no sentido de que a isenção fiscal não é hipótese de não-incidência tributária, uma vez que há a ocorrência do fato gerador, o qual apenas não se torna exigível pela não constituição do referente crédito tributário. Esse é, inclusive, o magistério de KiyoshiHarada, para quem a isenção é “causa excludente do crédito tributário; a obrigação tributária que surge com a ocorrência do fato gerador se estanca atingida em seus efeitos”.[3] O CTN, afinado às normas gerais de direito tributário previstas na Constituição Federal de 1988 e observando, mais especificamente, o preceituado na regra do art. 150, § 6º da Carta Magna, fixou em seu art. 176 a exigência de lei específica para a concessão de isenções tributárias. O dispositivo mencionado prevê, assim, a necessária observância do princípio da legalidade estrita no tocante às isenções, ainda quando esta seja prevista em contratos, não satisfazendo esse requisito a sua previsão em normas de caráter infralegal. Eis o seu teor: Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares. (...) As isenções podem trazer consigo ou não a necessidade de implemento de determinadas condições para o seu gozo. É nesse sentido que podemos falar em isenções onerosas e isenções não-onerosas. A distinção pragmática dos seus efeitos é trazida pelo art. 178 do CTN: Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. As isenções não-onerosas são desprovidas de qualquer contrapartida por parte do contribuinte isento. A regra é a sua livre revogabilidade, uma vez que não se caracterizam como direito adquirido. As isenções onerosas, a seu turno, são aquelas que não trazem em seu corpo apenas o benefício da dispensa legal do pagamento do tributo, mas também algum ônus como condição para sua fruição. É caracterizada por possuir um prazo determinado e condições estabelecidas. O cumprimento das condições, dessa forma, garante o direito adquirido do contribuinte, pelo prazo estabelecido, de não ver frustrada a sua expectativa de dispensa de pagamento do tributo, sendo vedado ao Fisco a possibilidade de revogação ou alteração da isenção fiscal concedida. (...) As isenções, do mesmo modo que os diversos benefícios tributários, podem ser concedidas a determinados indivíduos, especificamente considerados, ou a uma generalidade de contribuintes. Há, dessa forma, isenções de caráter individual e isenções de caráter geral. A isenção de caráter individual se caracteriza pelo fato de ser atribuída a um grupo limitado de contribuintes que comprovem o preenchimento de determinadas condições legais. Apenas a habilitação junto ao Fisco daqueles que atendam aos requisitos pré-estabelecidos na lei isentiva permitirá o não- pagamento do tributo. A administração tributária do ente tributante deverá analisar, casuisticamente, o preenchimento dos requisitos para a concessão da isenção. É o que prega o art. 179 do CTN: Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão. § 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção. § 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o dispostono artigo 155. Haverá isenção de caráter geral, por sua vez, quando o benefício fiscal atingir um sem número de contribuintes, independentemente da satisfação de qualquer requisito legal. A isenção abrange um grupo indefinido de indivíduos, sendo dispensadas qualificação ou comprovação de características especiais habilitadoras. Decorre, unicamente, de lei. (...) As isenções podem ser, ainda, autonômicas ou heterônomas. Aquelas são concedidas mediante lei de autoria do ente tributante competente para instituir o mesmo tributo cuja isenção é conferida. Estas, por sua vez, são concedidas por lei de pessoa jurídica distinta da que detém a competência tributária. Na Constituição de 1967 existia uma hipótese expressa de isenção heterônoma. Havia a previsão de a União, mediante lei complementar, conceder isenções de impostos estaduais e municipais. Na atual Constituição Federal de 1988 não há mais essa previsão genérica. À União é vedada a concessão de isenções de tributos da competência dos estados e municípios. A única hipótese de isenção heterônoma existente no atual ordenamento jurídico, observada por Hugo de Brito Machado, é a prevista no art. 155, § 2º, XII, “e”. Assim, a regra, hodiernamente, é a das isenções autonômicas, sendo vedadas as isenções heterônomas. (BORGES, G. M., “Isenções Fiscais”, 2013, Disponível emhttp://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/33720/isencoes-fiscais, Acessado em 3/10/2020) Jurisprudência TJ-GO - Agravo de Instrumento ( CPC ) AI 04338552720198090000 (TJ-GO) Jurisprudência•Data de publicação: 02/03/2020 http://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/33720/isencoes-fiscais REVOGAÇÃO DE ISENÇÃO DE ISSQN QUE HAVIA SIDO CONCEDIDO POR PRAZO DETERMINADO. LIMINAR. PRESENÇA DOS REQUISITOS LEGAIS. I ? O agravo de instrumento é recurso secundum eventum litis e deve limitar-se ao exame do acerto ou desacerto do que ficou soberanamente decidido pelo juízo singular, não podendo extrapolar o âmbito para matéria estranha ao ato judicial vergastado, sob pena de supressão de instância e de violação do princípio do juiz natural. II ? Constatada a verossimilhança das alegações do postulante e evidenciado o receio de dano irreparável, é medida imperativa a concessão da medida liminar. III ? Nos termos do artigo 41, § 2º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, do art. 178 do Código Tributário Nacional e da súmula nº 544 do Supremo Tribunal Federal, a princípio, a revogação de benefício fiscal não poderá atingir situações pretéritas. IV ? Se a parte agravante não traz argumentos suficientes para acarretar a modificação da linha de raciocínio adotada na decisão proferida pelo juízo de origem, impõe-se o desprovimento do recurso. AGRAVO CONHECIDO E DESPROVIDO. Caso Concreto 6 Respostas: a) Depende, uma vez que o artigo 185 do CTN reza que somente será configurada a fraude a execução fiscal se não restarem outros bens para garantir a execução b) A fazenda pública não tem legitimidade e tão pouco interesse em requerer a falência, até porque, dispõe de outros privilégios na cobrança dos créditos tributários c) Quanto a informações bancárias triviais não haveria nenhum problema, desde que tais informações fiquem protegidas contra o acesso de terceiros. Por outro lado, temos algumas informações e dados considerados sigilosos que dependerão de autorização judicia Doutrina Quando se fala em fraude do devedor, costuma-se lembrar da clássica distinção feita, no âmbito cível, entre fraude contra credores e fraude à execução. Rememorando, de forma sintética, a fraude contra credores é regulada pelo direito material (artigos 151 a 165, do Código Civil) e corresponde a um defeito do negócio jurídico que ocorre quando um devedor insolvente ou perto da insolvência pratica atos com o intuito de se desfazer de seus bens em prejuízo a credores que ainda não ingressaram em juízo buscando a satisfação da obrigação. Em regra, para caraterização da fraude contra credores, faz-se necessária a presença de dois elementos, o eventos damni (dano), que corresponde ao prejuízo causado ao credor, e o consilium fraudis, o conluio fraudulento entre o alienante e o adquirente, devendo o credor ajuizar a ação pauliana (ou revocatória), objetivando a anulação do negócio jurídico. A fraude à execução, por sua vez, é instituto de direito processual, previsto no Código de Processo Civil (artigo 593), consistindo na alienação ou oneração de bens quando pendente ação fundada em direito real; demanda capaz de reduzir o devedor em insolvência; ou em outros casos legais. Ou seja, diferentemente da fraude contra credores, a alienação ou oneração dos bens ocorre quando já existe um processo judicial capaz de levar à insolvência o devedor, violando-se, assim, não só o direito do credor, mas o próprio processo, consistindo em verdadeiro ato atentatório à dignidade da justiça, previsto no art. 600, do CPC. Pode-se combater referida fraude com pedido incidental, nos próprios autos judiciais, para que seja reconhecida a ineficácia daquela alienação/oneração fraudulenta em face do credor. Ou seja, o negócio jurídico fraudulento se torna ineficaz perante o credor, que pode requerer, por exemplo, a penhora do bem para satisfazer o seu crédito, restando ao adquirente, apenas, eventual ação contra o devedor alienante. (...) Em sede de execução fiscal, o instituto da fraude à execução, regulado pelo artigo 185, do CTN, possui requisitos bastante diversos. Conforme dispunha referido dispositivo, em sua redação original: Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa em fase de execução. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida em fase de execução. Ou seja, caracterizaria a fraude à execução fiscal a alienação ou oneração de bens por devedor de crédito já inscrito em dívida ativa e que se encontra em cobrança judicial, por meio da execução fiscal, desde que não tenha reservado bens suficientes ao pagamento da dívida. Interpretando mencionado dispositivo, entende o STJ que não basta o ajuizamento da execução fiscal, devendo o devedor já ter sido citado, para caracterizar a fraude à execução fiscal. Mas o que seria um crédito tributário regularmente inscrito em dívida ativa? A inscrição corresponde a um ato de controle administrativo da legalidade (Art. 2º, §3º, LEF), por meio do qual um débito, vencido e não-pago, é cadastrado para controle e cobrança em dívida ativa. Ou seja, de forma simples e sintética, sem apego às formalidades dos normativos pertinentes, exemplifica-se: imagine, de forma hipotética, que o contribuinte praticou um fato gerador referente a um tributo federal e sobre ele se omitiu, não emitindo declaração ou procedendo ao pagamento. A Receita Federal, por meio de auto de infração, constata tal irregularidade e procede ao lançamento de ofício. No âmbito deste processo administrativo, é oportunizada a defesa ao contribuinte, que é intimado a pagar ou apresentar eventual impugnação. Mantendo-se inerte ou esgotadas as instâncias administrativas recursais, concluindo-se pela existência do débito e sua constituição definitiva, o contribuinte é intimado para pagá-lo. Novamente, não o fazendo, é encerrada a cobrança administrativa pela Receita Federal, que encaminha este débito vencido e não pago à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrevê-lo em dívida ativa, ou seja, para cadastrá-lo no sistema, por meio do Termo de Inscrição (§5º, do artigo 2º, da LEF), atribuindo-lhe um número de inscrição e apurando a legalidade e regularidade de todos os elementos que o compõe, bem comodo procedimento de sua constituição. A partir da inscrição, poderá ser extraída a certidão de dívida ativa, que consiste em título executivo extrajudicial (art. 585, VII, do CPC), apto a lastrear o ajuizamento da execução fiscal. Assim, observa-se que a inscrição em dívida ativa ocorre em momento anterior à execução fiscal, motivo pelo qual a norma ora comentada acabou por aumentar a proteção ao crédito público, possibilitando reconhecer como fraudulentos os negócios jurídicos realizados antes mesmo do ajuizamento ou da citação do devedor em execução. Por fim, note-se que, assim como no âmbito cível, a fraude à execução fiscal conduz à ineficácia do negócio jurídico perante o credor, podendo ser alegada de forma incidental nos autos. Ademais, a alegação de fraude pode ser afastada caso se comprove que o executado tenha reservado bens/rendas suficientes ao pagamento total do débito inscrito. (CURSINO, R., “FRAUDE À EXECUÇÃO FISCAL – ARTIGO 185, DO CTN”, 2014, Disponível em: https://blog.ebeji.com.br/fraude-a-execucao-fiscal-artigo- 185-do-ctn/, Acessado em 3/10/2020). Jurisprudência STJ - AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL AgInt no REsp 1662271 PE 2017/0063430-6 (STJ) Jurisprudência•Data de publicação: 26/09/2017 EXECUÇÃO FISCAL. ALEGAÇÃO DE FRAUDE À EXECUÇÃO. REDIRECIONAMENTO POSTERIOR AOS ATOS DE ALIENAÇÃO. FRAUDE À EXECUÇÃO AFASTADA. I - Recurso Especial interposto contra acórdão que rejeitou a configuração da fraude à execução fiscal. A execução fiscal versa sobre tributos inscritos na dívida ativa da União em 1996, com decisão de redirecionamento em 16.12.2015. Os imóveis foram alienados em 3.3.2005 e 10.5.2010. II - Se a execução fiscal é proposta apenas contra a pessoa jurídica, https://blog.ebeji.com.br/fraude-a-execucao-fiscal-artigo-185-do-ctn/ https://blog.ebeji.com.br/fraude-a-execucao-fiscal-artigo-185-do-ctn/ o sócio-gerente apenas se torna devedor quando deferido o redirecionamento. A lógica interpretativa do art. 185 do CTN não se estende àquele que nem sequer é devedor. Assim a fraude à execução apenas se configura quando demonstrado que a alienação do bem pertencente ao sócio da empresa devedora ocorreu após o efetivo redirecionamento do pleito executivo. III - Considerando, que "os imóveis a que se refere a Fazenda Nacional foram alienados pelos coexecutados a terceiros em 10/5/2010 e 3/3/2005, conforme extratos de fls. 364 e 371" (fl. 469), a alienação ocorreu antes da citação dos réus, decorrente do redirecionamento da execução fiscal, não sendo possível a configuração de fraude à execução. IV - Agravo interno improvido.
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