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Apostila Direito Penal AV1

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MANUAL DE DIREITO PENAL PARTE GERAL AV1
Conceito de Direito Penal: 
O Direito Penal é o segmento do ornamento jurídico que detém a função de selecionar os comportamentos humanos mais graves e perniciosos à coletividade, capazes de colocar em risco valores fundamentais para a convivência social, e descrevê-los como infrações penais, cominando-lhes, em consequência, as respectivas sanções, além de estabelecer todas as regras complementares e gerais necessárias à sua correta e justa aplicação. A missão do Direito Penal é proteger os valores fundamentais para a subsistência do corpo social, tais como a vida, a saúde, a liberdade, a propriedade etc. denominados bens jurídicos. 
Objeto do Direito Penal, para Wenzel, objeto das normas penais é a conduta humana, isto é, a atividade ou passividade comportamental do homem submetida à capacidade de direção final da vontade. 
Direito Penal no Estado democrático de Direito, podemos, então, afirmar que o Estado Democrático de Direito parte o princípio da dignidade humana, orientando toda a formação do Direito Penal. Qualquer construção típica, cujo conteúdo contrariar e afrontar a dignidade humana, será materialmente inconstitucional, posto que atentaria ao próprio fundamento da existência de nosso Estado. 
Fontes do Direito Penal 
Conceito: Fonte é o lugar de onde o direito provém. 
Espécies
De produção, material ou substancial: refere-se ao órgão incumbido de sua elaboração. A união é a fonte de produção do Direito Penal no Brasil (CF, art.22, I) Obs.: De acordo com o parágrafo único do art. 22 da constituição Federal, lei complementar federal poderá autorizar os Estados-Membros a legislar em matéria penal sobre questões especificas. 
Formal, de cognição ou de conhecimento: refere-se ao modo pelo qual o Direito Penal se exterioriza. 
Imediata: Lei, preceito primário (descrição da conduta) e secundário (sanção).
Mediata: costumes e princípios gerais do Direito. (Costume: Consiste no complexo de regras não escritas, consideradas juridicamente obrigatórias e seguidas de modo reiterado e uniforme pela coletividade.
Leis incriminadoras: São as que descrevem crimes, e cominam penas. 
Leis não incriminadoras: Não descrevem crimes, nem cominam penas. 
Leis não incriminadoras permissivas: tornam licitas determinadas condutas tipificadas em leis incriminadoras. Exemplo: Legítima defesa.
Leis não incriminadoras finais, complementares ou explicativas: esclarecem o conteúdo de outras normas e delimitam o âmbito de sua aplicação. Exemplo: art. 1º, 2º e todos os demais da Parte Geral, à exceção dos que tratam das causas de exclusão da ilicitude (Legitima defesa, estado de necessidade, exercício regular de direito e estrito cumprimento do dever legal).
Características da norma Penal 
Exclusividade: só elas definem crimes e cominam penas. 
Anterioridade: as que descrevem crimes somente têm incidência se já estavam em vigor na data do seu cometimento. 
Imperatividade: impõem-se coativamente a todos, sendo obrigatória sua observância. 
Generalidade: têm eficácia erga omnes, dirigindo-se a todos, inclusive inimputáveis. 
Impessoalidade: dirigem-se impessoal e indistintamente a todos. Não se concebe a elaboração de uma norma para punir especificamente uma pessoa. 
Princípio da insignificância ou bagatela
Segundo tal princípio, o Direito Penal não deve preocupar-se com bagatelas, do mesmo modo que não podem ser admitidos tipos incriminadores que descrevam condutas incapazes de lesar o bem jurídico. A tipicidade penal exige o mínimo de lesividade ao bem jurídico protegido, pois é inconcebível que o legislador tenha imaginado inserir em um tipo penal condutas totalmente inofensivas ou incapazes de lesar o interesse protegido. Se a finalidade do tipo penal é tutelar um bem jurídico, sempre que a lesão for insignificante, a ponto de tornar-se incapaz de lesar o interesse protegido, não haverá adequação típico.
Intervenção mínima 
Somente se deve recorrer à Intervenção do direito penal em situações extremas, como a última saída (ultima ratio). A princípio, portanto, deve-se deixar aos demais ramos do direito a disciplina das relações jurídicas. A subtração de um pacote de balas em um supermercado, já punida com a expulsão do cliente do estabelecimento e com a cobrança do valor do produto ou sua devolução, já foi resolvida por outros ramos do direito, de modo que não necessitaria da interferência do direito penal.
Normas penais em branco (cegas ou abertas)
São normas nas quais o preceito secundário (cominação da pena) está completo, permanecendo indeterminado o seu conteúdo. Trata-se, portanto, de uma norma cuja descrição da conduta está incompleta, necessitando de complementação por disposição legal ou regulamentar.
Sentido lato ou homogêneas (amplo), quando o complemento provém da mesma fonte formal (de mesma hierarquia), ou seja, a lei é completada por outra lei. Exemplo. Art. 237 do CP tem como complemento o art. 1.521 do CC, duas normas de mesma hierarquia.
Sentido estrito ou heterogêneas: o complemento provém de fonte formal diversa, a lei é complementada por ato normativo infralegal, como uma portaria ou decreto. Exemplo: art. 33 da lei de drogas e Portaria do ministério da saúde (ANVISA) elencando o rol de substancias entorpecentes. 
Interpretação da lei penal, é a atividade que consiste em extrair da norma penal seu exato alcance e real significado. A interpretação deve buscar a vontade da lei, desconsiderando a de quem a fez. A lei terminada independente do seu passado, importando somente o que está contido em seus preceitos. 
Quando ao sujeito que a elabora 
Autêntica ou legislativa: feita pelo próprio órgão encarregado da elaboração do texto. Pode ser, contextual, quando feita dentro do próprio texto interpretado (CP, art.150, § 4 e 5, ou, art. 327), ou posterior, quando a lei interpretadora entra em vigor depois da interpretada. A norma interpretativa tem efeito ex tunc.
Doutrinária ou científica, é aquela feita pelos estudiosos, professores e autores de obras de Direito, através de livros, artigos, conferencias, palestras e etc.
Judicial ou jurisprudencial, feita pelos órgãos jurisdicionais (não tem força obrigatória)
Quanto aos meios empregados, ou, quanto ao modo
Gramatical, literal ou sintática: É aquela que leva em conta a literalidade das palavras contidas na Lei.
Teleológica ou Lógica: Busca-se a vontade da lei, atendendo-se aos seus fins e à sua posição dentro do ordenamento jurídico. 
Histórica, é aquela que avalia os debates que envolvem sua aprovação e os motivos que levaram à apresentação do projeto de Lei.
Sistemática, que busca o significado pela integração com os demais dispositivos de uma mesma lei ou com o sistema jurídico como um todo.
Quanto ao resultado
Declarativa, há perfeita correspondência entre a palavra da lei e a sua vontade. 
Restritiva, quando a letra escrita da lei foi além, da sua vontade (a lei disse mais do que queria, e, por isso, a interpretação vai restringir o seu significado).
Extensiva, a letra escrita da lei ficou aquém da sua vontade (a lei disse menos do que queria, e, por isso, a interpretação vai ampliar o seu significado).
Analogia e analógica
Analogia, não a reguladora para a hipótese. 
Interpretação analógica, após uma sequência casuística, segue-se uma formulação genérica, que deve ser interpretada de acordo com os casos anteriormente elencado (ex. crimes praticados mediante paga, promessa de recompensa ou outro motivo torpe; a expressão “ou outro motivo torpe” é interpretada analogicamente como qualquer motivo torpe equivalente aos casos mencionados. Na interpretação analógica existe norma regulamentadora (diferente da analogia) expressamente positivada. 
Princípios gerais do Direito, trata-se de princípios que se fundam em premissas éticas extraídas do material legislativo. 
“In dubio pro reo”, se persistir dúvida após a utilização de todas as formas interpretativas a questão deverá ser resolvida de maneira mais favorável ao réu, ou seja, esgotada à atividade interpretativasem que se tenha conseguido extrair o significado da norma, a solução será dar interpretação mais favorável ao réu. 
 “No bis in idem”, um dos princípios fundamentais do direito penal nacional e internacional é o princípio da vedação a dupla incriminação ou princípio no bis in idem. Tal princípio proíbe que uma pessoa seja processada, julgada e condenada mais de uma vez pela mesma conduta. 
Princípio da legalidade 
Esse princípio está consagrado no art. 5, XXXIX da constituição federal, encontra-se também descrito no art. 1, do código penal, segundo ele " Não a crime sem lei anterior que o defina, não a pena sem prévia cominação legal. Consagra-se aqui, a irretroatividade da lei penal (Salvo a exceção prevista no art. 2º do CP)
 Principio da reserva legal, apenas a lei em sentido formal pode descrever condutas criminosas. É vedado ao legislador utilizar-se de decretos legislativos, medidas provisórias, regulamentos, para definir crimes.
Princípio da anterioridade da lei penal, é necessário que a lei esteja em vigor na data em que o fato é praticado. Segundo o qual, uma pessoa só pode ser punida, se a época do fato por ela praticado, já estava em vigor a lei anterior que descrevia o delito.
Sujeito ativo de Crime (Réu)
18 anos- Código Penal 
17 anos - Ato Infracional (Estatuto da Criança e do adolescente) (ECA) 
Sujeito ativo, é a pessoa que comete o crime, em regra, só o ser humano, maior de 18 anos pode ser sujeito ativo de uma infração penal. Excepcionalmente, as pessoas jurídicas poderão cometer crimes. (CF 225 § 3), uma vez que a CF estabelece que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar o dano, (art. 225 §3 da CF) esse dispositivo foi regulamentado pela Lei 9.605/98. (Art. 173 § 5 da CF) A constituição federal em seu artigo já especificado, também permite a punição criminal de pessoas jurídicas em razão de ato por ela praticado contra a ordem econômica e financeira e contra economia popular. Esse dispositivo entre tanto ainda está aguardando regulamentação legal.
Sujeito Passivo
	É a pessoa ou entidade que sofre os efeitos do delito (vítima do crime). No homicídio, é a pessoa que foi morta. Em regra, uma só pessoa não pode ser ao mesmo tempo, sujeito ativo e passivo de um mesmo delito. Ex. Crime de fraude para recebimento de seguro. (Art. 171 § 2º, inc. V CP) O agente lesiona o próprio corpo para receber o valor do seguro, mas não é punido pela autolesão, e sim pelo golpe dado a seguradora.
Objeto Jurídico (Bens Jurídicos) 
É o bem ou interesse que a lei visa proteger quando incrimina determinada conduta. Ex. No crime de homicídio o bem jurídico tutelado é a vida. No crime de aborto, o bem jurídico tutelado é a vida intrauterina. (Art. 128 inc. II CP)
Objeto Material, é aquele sobre o qual recai a conduta do agente. Ex. No crime de furto o objeto material é o bem que foi subtraído da vítima (ex. Bolsa, celular, carteira e etc.).
Lei excepcional ou temporária
Art.3 do CP, a lei excepcional ou temporária embora decorrido o período de sua duração ou cessadas a circunstância que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
 Leis excepcionais, são aquelas destinadas a vigorar em situações anormal. Sua vigência está subordinada a essa situação anormal que a motivou. Cessando se a anormalidade a lei se extingue.
Leis temporárias, são aquelas que já trazem tempo de duração em seu texto legal, ou seja, já nascem com a data da sua revogação. 
Em matérias de leis excepcionais ou temporária aplica-se a ultratividade da lei penal que consiste na aplicação da lei, aos fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo após a sua revogação.
Tempo do crime
O Art.4 do código penal define o tempo do crime em nosso ordenamento jurídico. 
Três teorias foram desenvolvidas: Atividade; resultado e teoria da ubiquidade (mista).
Teoria da atividade, considera praticado o crime no momento da ação ou omissão; assim em consequência dessa teoria, a imputabilidade do agente deve ser analisada no momento em que ação ou omissão é praticada, pouco importando o dia em que o resultado venha a ocorrer. Ex. Caio de dezessete anos esfaqueia ticío, que falece após dois meses de internação, época em que Caio já completará 18 anos. Mesmo Caio tendo adquirido a maioridade Penal será considerado inimputável pois no dia em que praticou o fato, sua idade era 17 anos. 
Teoria do resultado
Considera praticado o crime no momento da produção do resultado.
Teoria da Ubiquidade (mista)
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ou no momento do resultado. O Código penal brasileiro adotou a teoria da atividade em matéria de tempo do Crime.
Da lei penal no tempo 
 O Art.5, XL, da CF trata da impossibilidade de se retroagir a lei penal. Portanto, a irretroatividade é a regra no ordenamento jurídico brasileiro, porém, em alguns casos a retroatividade da lei penal é possível, mas somente quando tal medida for aplicada em benefício do réu.
Da mesma maneira de acordo com o art. 2, do CP, ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Contudo, a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, será aplicada aos fatos anteriores (Retroage), ainda que haja sentença condenatória transitada em julgado. Portanto, a retroatividade da lei penal mais benéfica ao réu não sofre nenhuma limitação alcançando até mesmo a sentenças condenatórias já transitadas em julgado. No caso, por exemplo, se uma lei desconsiderar um fato tido, anteriormente como crime, o condenado que estiver preso e cumprindo penal por tal conduta será imediatamente liberado e terá a sua ficha limpa. Em consequência do exposto surgem as figuras conhecidas como, "ABOLITIO CRIMINIS, NOVATIO LEGIS IN MELLIUN E NOVATION LEGIS IN PEJUS".
ABOLITION CRIMINIS:
O aparecimento de uma nova lei que deixa de considerar um fato como criminoso. Trata-se, portanto, de lei posterior que revoga o tipo penal incriminador, passando a considerar o fato como atípico.
NOVATION LEGIS IN MELLIUN, é a lei posterior, que de qualquer modo, traz um benefício para o agente. Ex. Art. 28 da lei 11.343/2006 que aplicou ao usuário de drogas penas de caráter educativo.
NOVATION LEGIS IN PEJUS, é contrariamente à lei nova que vem agravar a situação do agente no caso concreto.
Da exceção a retroatividade da lei penal mais benéfica.
De acordo com a súmula,711 do STF "A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior a cessação da continuidade ou da permanência.
Leis aparentemente conflitantes.
Tal conflito existe, quando há, aparentemente o mesmo fato criminoso onde se aplica várias normas, sendo que na realidade, apenas uma delas é aplicada.
Para que exista o conflito aparente de normas são necessários os seguintes elementos: 1) Pluralidade de normas;2) unicidade ou unidade de fatos; 3) aparente aplicação de todas as normas;4) efetiva aplicação de apenas uma delas.
Para saber qual das normas deve ser efetivamente aplicada, ao fato concreto, entre as aparentemente cabíveis torna-se necessário recorrer aos princípios.
Princípio da Especialidade: 
	De acordo com esse princípio, se, no caso concreto, houver duas normas aparentemente aplicáveis, e uma delas puder ser considerada especial 	em relação a outrem, deve o juiz aplicar essa norma especial. Considera-se norma especial aquela que possui todos os elementos da lei geral e mais alguns, denominados “Especializam-te”. Importante frisar que não se trata aqui de norma mais ou menos grave, visto que nem sempre a norma especial será mais grave do que a norma geral. Ex. ª: Homicídio e infanticídio, em que, o infanticídio embora seja menos grave, é especial em relação ao homicídio. Assim, para avaliar a especialidade de uma norma em relação a outra basta compara-lasabstratamente, sem que seja necessário avaliar o caso concreto. Basta, portanto, uma leitura dos tipos penais para saber se uma norma é especial em relação a outra. 
Princípio da Subsidiariedade:
	Havendo duas normas aplicáveis ao caso concreto, se uma delas puder ser considerada, puder ser considerada subsidiaria em relação a outra, aplica-se a norma principal, denominada primária em detrimento da normal subsidiaria. A Subsidiariedade de uma norma, não pode ser avaliada abstratamente. O interprete deve analisar o caso concreto e verificar se em relação a ele, a norma é ou não subsidiaria. Aqui existe uma relação de conteúdo e continente, pois a norma subsidiaria é menos ampla que a norma primária. Dessa forma, primeiro se deve tentar encaixar o fato na norma primária e, não sendo possíveis encaixa-la na norma subsidiaria. Deferi de lei Especial, na qual se fala em características diferentes e especializam-te e não em amplitude. A norma subsidiaria é a que descreve um grau menor de violação de um bem jurídico, ficando absorvida pela lei primaria, que descreve um grau mais avançado dessa violação. Ex. ª: O Crime de dano qualificado pelo emprego de fogo em relação ao crime de incêndio que é um crime mais grave.
Princípio da consunção:
	A relação de consunção ocorre quando um fato definido como crime atua como fase de preparação ou de execução, ou, ainda como posfactum de outro crime mais grave, ficando, portanto, absolvido por este. Difere da subsidiariedade, pois nesta enfoca-se as normas, (uma e mais ou menos ampla que a outra), em quanto na consunção enfoca-se os fatos, ou seja, o agente efetivamente infringe duas normas penais, mais uma deve ficar absorvida da outra. Hipóteses em que se aplica o princípio da consunção: 
1). Crime Progressivo, ocorre o crime progressivo quando o agente, desejando desde o início a produção de um resultado mais grave, mediante diversos hábitos, realiza sucessiva e crescentes violações ao bem jurídico. Nesta hipótese, o agente responderá apenas pelo resultado final e mais grave obtido, absorvido os atos anteriores. Ex. ª: Para matar alguém é necessário que antes se lesione essa pessoa.
2). Progressão Criminosa em sentido estrito: Na progressão criminosa, o agente inicialmente deseja um resultado, após atingi-lo, pratica novo fato (novo crime e não ato) produzindo um resultado mais grave. Aqui o agente responderá apenas pelo crime final, em razão da aplicação do princípio da consunção. Ex. ª; O agente inicialmente quer lesionar a vítima e, durante a execução de lesões corporais ele altera o seu dolo (vontade) e resolve matá-la, respondendo assim, apenas pelo homicídio doloso. São requisitos da progressão criminosa: )1) Pluralidade de elementos subjetivos, no início o agente quer um resultado, mas, após consegui-lo, passa a desejar um resultado mais grave.
2) Pluralidade de fatos: A pratica de vários crimes (fatos);
3) crescentes violações ao bem jurídico. 
AnteFactum imponível é um fato menos grave praticado pelo agente antes de um crime mais grave, como meio necessário para realização desde. O crime anterior integra a fase de preparação ou de execução do crime posterior e, por isso, não é punível: Ex. ª; subtrair folha de cheque em branco para preenche-lo e com ele cometer o crime de estelionato, e esse absorve o crime anterior. 
PosFactum imponível é o fato mais grave praticado contra o mesmo bem jurídico da mesma vitima após a consumação do primeiro crime, embora constitua um novo delito é considerado com imponível por ser menos grave que o anterior. Neste caso aplica-se o princípio da consunção e o agente responde pelo crime mais grave. Ex. ª; O agente subtrai uma bicicleta e depois a destrói, o crime de dano praticado posteriormente fica absorvido pelo crime de furto.
Crime complexo: é o que resulta da união de dois ou mais crime autônomos, que passam a funcionar como elementares ou circunstancias do crime complexo. Pelo princípio da consunção o agente não responde pelos crimes autônomos, mas tão somente pelo crime complexo. Ex: O crime de latrocínio, que surgem da fusão dos crimes de roubo e homicídio. Art. 157 § 3 (Latrocínio); O crime de extorsão mediante sequestro que aparece com a fusão dos crimes de sequestro e extorsão. Art.159
Princípio da alternatividade, na realidade, a diversas críticas quanto a inclusão desse princípio entre as soluções do conflito aparente de normas. Isso porque, nesses casos, não propriamente um conflito aparente de normas, mas sim um conflito dentro da mesma norma. Ele só é aplicado nos chamados tipos alternativos mistos em que a norma penal incriminadora descreve várias formas de execução de um mesmo delito, no qual a pratica de mais de uma dessas condutas, em relação a mesma vítima, caracteriza crime único. Ex. Art. 122
Classificação Geral dos Crimes	
Quanto ao momento de duração do crime (momento consumativo) o crime pode ser: instantâneo: é aquele cuja a consumação ocorre em um só instante, sem continuidade temporal. Ex. ª: Crime de estrupo (Art.213 do CP) O crime se consuma no instante que é praticado a conjunção carnal ou outro ato libidinoso. 
Permanente: é aquele cujo momento consumativo se prolonga no tempo por vontade do agente. EX: Crime de Sequestro (ART .148 do CP), a consumação ocorre no momento em que a vítima é privada de sua liberdade, mas a infração continua consumando-se enquanto a vítima permanecer em poder do sequestrador. 
Instantâneo de efeitos permanentes: é aquele cuja a consumação se dá em determinado momento, mas seus efeitos são irreversíveis. Ex. ª: Crime de Homicídio (Art. 121 do CP).
Classificação do Crime no que diz respeito a espécie de conduta empregada na pratica do crime.
Comissivo: é aquele praticado por uma ação.
Crime Omissivo: é aquele no qual o agente comete o crime ao deixar de fazer alguma coisa. Os crimes omissivos se subdividem em: 1) Omissivos Próprios (ou puros), são aqueles que se perfazem pela simples abstenção, independentemente de um resultado posterior. Ex. ª: omissão de socorro (Art. 135 do CP), que se aperfeiçoa pela simples ausência de socorro. 
Comissivos por omissão: também chamados de omissivos impróprios, são aqueles nos quais o agente, por uma omissão inicial da causa a um resultado posterior, que ele tinha o dever jurídico de agir. Ex. ª, A mão que tinha o dever jurídico de alimentar o filho, deixa de fazê-lo, provocando a morte da criança por inanição. Essa mão responde por homicídio. As hipóteses de crimes comissivos por omissão estão previstas no ART.13 § 2 DO CP.
Quanto ao Resultado: Crimes materiais, são aqueles em que a lei descreve uma ação e um resultado, e exige a ocorrência desse tipo para que o crime esteja consumado. Ex. ª: Estelionato (ART. 171 DO CP). A lei descreve a ação (induzir ou manter alguém em erro) e o resultado (obter vantagem ilícita em prejuízo alheio), pela forma como está redigido o crime de estelionato ele só se consuma no momento em que o agente obtém a vantagem por ele visada. 
Crimes Formais, são aqueles em que a lei descreve uma ação e um resultado, mas a redação do dispositivo deixa claro que o crime se consuma no momento da ação, sendo o resultado um mero exaurimento do delito. Ex. ª: Art. 159 do CP, que descreve o crime de extorsão mediante sequestro: Sequestrar pessoa (ação) com o fim de obtém qualquer vantagem como condição ou preço do resgate (resultado). Trata-se de um crime formal, com à ação (sequestrar) já se consuma o delito, sendo a obtenção da vantagem, um mero exaurimento.
Crimes de mera conduta são aqueles que em relação aos quais a lei descreve apenas uma conduta e, portanto, se consuma no exato momento em que está é praticada. Ex. ª: Art. 150 do CP, no qual a lei incrimina a simples conduta de entrar ou permanecer em casa ale-a, sem autorização do morador. 
Classificação quanto ao sujeito ativo da infração penal
Crime Comum, são aqueles que podem ser praticados por qualquer pessoa. Ex. ª: Furto, roubo, homicídio, estelionato e etc. 
Crime Próprio, são aqueles que só podem ser praticadospor determinada categoria de pessoas, por exigir o tipo penal determinada qualidade ou característica do sujeito ativo. Ex. ª: Concussão (Art. 316 do CP), exige que o sujeito ativo seja funcionário público.
Crimes de mão própria, são aqueles cuja conduta descrita no tipo penal só pode ser executada por uma única pessoa, e por isso, não admitem coautoria. Ex. ª: Crime de falso testemunho previsto no Art. 342 do CP, que só pode ser cometido pela pessoa que está prestando depoimento naquele exato instante. (Art. 308 do Código de transito brasileiro “CTB”).
Crimes Principais e acessórios
Crimes Principais, são aqueles que não dependem de outra infração penal para que configure. Ex. ª: Homicídio, furto.
Crimes acessórios, são aqueles que pressupõe a ocorrência de um delito anterior. Ex. ª: Receptação (Art. 180 do CP). 
Classificação quanto ao bem jurídico tutelado
Crime simples são aqueles que protegem um único bem jurídico. Ex. ª: no homicídio, a vida, no crime de furto, o patrimônio. 
Crimes complexos, são aqueles em que a norma penal protege dois ou mais bens jurídicos. Ex. ª: Extorsão mediante sequestro, tutela o patrimônio, e a liberdade individual. 
Crimes unissubsistentes e crime plurissubsistente
Crime unissubsistente é aquele cuja ação é composta por um só ato e, por isso, não admite tentativa. Ex. injuria verbal (Art. 140 do CP). 
Plurissubsistente, é aquele cuja ação é representada por vários atos, formulando um processo executivo que pode ser fracionado e, assim, admite tentativa. Ex. Homicídio, furto, roubo.
Crimes de ação múltipla 
São aqueles em relação aos quais a lei descreve várias condutas (possui vários verbos) separadas pela conjunção alternativa, ou, em que basta a realização de uma delas para que aja o crime. Nesses tipos penais, a pratica de mais de uma conduta, em relação a mesma vítima, constitui crime único. Ex: Art. 122 do CP. É também chamado de tipo alternativo misto. 
Crime habitual é aquele cuja a caracterização pressupõe a reiteração de atos. Ex: Crime de curandeirismo, Art. 284 do C.
Crime privilegiado e qualificado, haverá crime privilegiado quando o legislador, após a descrição do delito, estabelecer circunstancias com a finalidade de reduzir a pena. Ex. Homicídio cometido sobre o domínio da violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. (Art. 121 §2 do CP). 
Qualificado, quando a lei apresenta as circunstancias que alteram a própria pena em abstrato. Ex. A pena do homicídio simples é de reclusão de 6 a 20 anos, se o homicídio for qualificado pelo motivo fútil a pena passa a ser de 12 a 30 anos.
Delito Putativo, dá-se quando o agente imagina que a conduta por ele praticada constitui crime, mas, não passa de um fato atípico. 
Crime falho ou tentativa, ocorre quando o agente percorre todo o “iter criminis”, mas não consegue consumar o crime. É também chama de tentativa perfeita. 
Teoria Clássica 
Fato típico (na qual não interessa a finalidade do agente)
Conduta, resultado, nexo causal, tipicidade
Antijuridicidade: Cometido um fato típico presume-se ser ele antijurídico, salvo se ocorrer uma das causas de excludentes de ilicitude previstas na lei. 
Culpabilidade, composta pelos seguintes elementos. 
Imputabilidade, b) exigibilidade de conduta diversa; c) dolo e culpa
O dolo, é normativo, possuindo os seguintes requisitos;
Consciência da conduta e do resultado
Consciência do nexo de causalidade
Consciência da antijuridicidade
Vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. 
Para essa teoria, a conduta é uma simples exteriorização de movimento ou abstenção de comportamento, desprovida de qualquer finalidade. Para essa teoria é totalmente desnecessário para efeito de caracterização do fato típico, saber se atuação do agente foi dolosa ou culposa. Exemplo. Uma pessoa vem conduzindo seu veículo com absoluta prudência em via pública e, sem que pudesse esperar ou prever, um suicida se precipita sobre as rodas do seu carro, vindo a falecer, para essa teoria não interessa se o motorista quis matar ou se agiu culposamente, ele responde por homicídio. A análise do dolo e da culpa fica para o momento posterior, na aferição da culpabilidade. 
Tipicidade Direita e indireta (estudar)
Direta (art. 121) indireta (art. 121, cc art.14, II) 
Crimes de mera conduta. Conduta e tipicidade apenas (art. 150 do CP)

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