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DIREITO PENAL I AV2 (RESUMO) EXCLUDENTES DE ILÍCITUDES Existem 4 Excludentes de Ilicitudes: Estado de necessidade: Sacrifício de um bem jurídico de maior ou igual valor, para salvar-se ou a terceiros de perigo atual que decorre de circunstâncias não provocadas essas pelo agente. Ex: Ocorre um náufrago e duas pessoas estão no mar, contudo só tem uma tábua, se por um acaso tiverem que entrar em luta corporal para se salvar, exclui a ilicitude de quem se salvou. Ex2: Aborto praticado pelo médico para salvar a vida de uma gestante. Legítima Defesa: O indivíduo repele a injusta agressão atual ou eminente de outro para salvar- se ou a terceiros. Legítima defesa imaginária ou putativa: Tem como consequência jurídica a mesma da LD real, ou seja, é causa de justificação, excludente de ilicitude, pois não era razoável exigir do agente que adotasse outro comportamento, se não aquele. Legitima defesa e erro na execução: A consequência jurídica, para a conduta do agente, que afim de repelir injusta agressão, atua por erro, acaba lesionando outra pessoa inocente, está amparado pela causa de justificação da legítima defesa, excluindo a ilicitude. Legitima defesa sucessiva: É aquela originária do excesso da legitima defesa real, onde o agressor inicial se transforma em vítima e a vítima se transforma em agressora. Aquele que após ter conseguido cessar a sua conduta a agressão injusta, não pode prosseguir nos seus atos. Estrito cumprimento do dever legal: É necessário haver um dever legal ao agente que normalmente advém de cargos públicos (Policiais/Of de justiça) sendo também necessário que o cumprimento deste dever seja exercido nos exatos limites legais, sob pena de responder pelo excesso, doloso ou culposo. Ex: Quando um Oficial de Justiça vai fazer a Busca e Apreensão de um carro, se por ventura ele levar o carro, não responderá por furto, pois está cumprindo o estrito cumprimento do dever legal. Exercício regular de direito: objetivamente, é exercer direitos que a lei lhe confere. Seja em Situações expressas nos ordenamentos legais ou até mesmo pelos costumes sociais. Ex: Lutador de UFC. IMPUTABILIDADE PENAL - Art 26. – É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinava-se de acordo com esse entendimento. Redução de pena: A pena pode ser reduzida d um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental imcompleto ou retardado, não era inteiramente capaz o caráter ilícito do fato. Imputabilidade = Regra – Ou seja, são as pessoas que podem ser punidas. Ininputabilidade = exceção – Ou seja, pessoas que não podem ser punidas. - O inimputável por doença mental ou desenvolvimento incompleto ou retardado (critério Biológico) devendo ser complementado com o critério psicológico descrito na parte final do art 26. O critério para isenção de pena dos inimputáveis – Bio – Psicológico. - Semi imputáveis – Aquele que possui alguma capacidade de entendimento sobre ilicitude do fato e pode agir de forma diversa, logo, não será isento de pena, mas sim terá sua pena reduzida, mas condenado pelo crime. - Os inimputáveis serão submetidos a sanção penal, do tipo medida de segurança de internação em hospital psiquiátrico ou tratamento ambulatorial, até que seja cessada sua periculosidade social. - O menor de 18 anos é absolutamente inimputável, não sendo permitido relativizar as condições psicológicas do menor, estando ele sujeito as medidas sócio educativas do ECA. (comete Ato Infracionário) OBS: Para que o agente seja considerado inimputável por embriaguez, ela deve ser completa, decorrente de caso furtuito ou força maior, e além disso, o critério psicológico. ERRO SOBRE OS ELEMENTOS Erro – É a falsa percepção da realidade ou equivocado conhecimento de um objeto, diferentemente da ignorância, que é a capacidade total de conhecimento dos fatos. OBS: A consequência jurídica de erro de tipo, é a exclusão do dolo, ao afastar a vontade e a consciência do agente que poderá ser punido, caso haja previsão de punição na forma culposa. Erro de tipo essencial: Ocorre quando o erro do agente recai sobre elementos circunstanciais ou qualquer outro dado que se agregue a figura típica. Ex: Crime de infanticídio. Erro acidental: Ao contrario do essencial, não tem a ideia de afastar o dolo ou a culpa do agente. E assim, possibilitará a sua responsabilização penal. Erro sobre pessoa: é quando o agente responderá na mesma medida em termos de agravante, majorante ou qualificadora. De acordo com a pessoa que ele deseja atingir. Ex: Homicidio qualificado com promessa de pagamento. Erro sobre coisa: Quando se tem objetivo de praticar uma coisa e comete outra, quando o agente erra sobre o objeto material do crime. Erro na execução: É a mesma do erro sobre a pessoa da vítima. Se o agente atingi pessoa desejada e também por erro uma outra por acidente, responderá por ambos os resultados na forma do concurso formal dos crimes. DIFERENÇA ENTRE ILICITUDE E CULPABILIDADE - Excludente de ilicitude ou (antijuridicidade): são as causas que afastam a contrariedade entre uma conduta e o ordenamento jurídico impedindo, consequentemente, a incidência dos requisitos do crime. Estão previstas no artigo 23 do Código Penal. Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. Excludente de culpabilidade : (ou exculpantes, ou dirimentes), são aquelas que, uma vez reconhecidas, isentam de pena o autor de um fato típico e antijurídico. Estão previstas no artigo 26 do Código Penal. Inimputáveis Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento ETAPAS DO CRIME - Caminho percorrido pelo infrator. Temos 5 Etapas: Cogitação – Atos preparatórios – Atos executórios – Consumação – Exaurimento Cogitação: Não é punível, está na mente do agente. Preparação: São providências tomadas antes do início da execução do crime, visando a prática do delito. - Em regra não são puníveis, salvo se esses atos preparatórios por si só, configurarem algum tipo penal, algum crime. Execução: A partir daí, o crime passa a ser punível. Ato que ataca e imediatamente o bem jurídico, submetendo a risco mínimo de lesão. Consumação: Quando o crime de fato se concretiza. Exaurimento: Agrava as consequências do crime. PRINCÍPIOS APLICADOS NO DIREITO PENAL Princípio da Legalidade: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Ex: Prática de adultério. Não é mais crime no Brasil, pois tal delito foi revogado (Abolitio Criminis) Princípio da Máxima Taxatividade: As condutas previstas nas Leis Penais precisam ser interpretados de modo taxativo, não pode ser ampliada, vale o que está escrito. Sobretudo, a interpretação extensiva só pode ocorrer pra beneficiar o autor do crime. Ex: O companheiro em união estável, será beneficiado pela escusa absolutória Art 181, apesar que neste dispositivo, só há previsão expressa para o cônjuge. Princípio da Lesividade: A conduta praticada pelo agente do fato, deve ser suficiente para lesar, ofender o bem jurídico tutelado pela lei penal. Caso contrário não deverá ser objeto do Direito Penal, que só deve proteger as reais e potenciais lesões ao bem jurídico. Ex: Ninguém pode ser punido por tentativa de suicídio. Nem por exemplo por cortar um membro do seu corpo, cada um fazcom seu corpo o que bem entender. Princípio da Intervenção Mínima, Fragmentariedade e Subsidiariedade: Intervenção Mínima: O princípio Penal da intervenção mínima, é aquele que estabelece que o Estado só deva utilizar o direito penal em ultimo caso, quando todos os mecanismos e dispositivos existentes não sejam suficientes (Ultima Ratio). Ex: O estado pode multar, indenizar o agente, ao invés de prender o indivíduo. Fragmentariedade: É um Sub princípio dentro do Princípio da Intervenção Mínima. Que diz o seguinte, parte da ideia de que o direito penal não consegue evitar todas as condutas que o Estado deseja proibir, ele só alcança fragmentos. Ex: Não se pode evitar todas as condutas indesejáveis, use outros mecanismos e deixe o direito penal para as condutas mais graves. Subsidiariedade: É um Sub Principio, quando os demais Ramos do Direitos não conseguem proibir determinada conduta, o Direito penal é chamado para intervir, para impor pena. Ex: Avanço de sinal vermelho numa grande Cidade, não precisa prender aquela pessoa, pode ser usado outros mecanismos. Princípio da Insignificância ou Bagatela: Quando um bem jurídico é lesadado, contudo, essa lesão é ínfima, muito pequena pra que seja aplicado o direito penal de forma severa e comparando com outras situações parecidas. Ex: Furto de um biscoito em um supermercado. Lembrando, que não pode haver o emprego da violência, ou ser reincidente. Princípio da Culpabilidade: Consiste em não atribuir a denominada culpa, responsabilidade penal objetiva, isto é, pela simples produção do resultado lesivo, assim, o agente só será punido se atuar com Dolo ou Culpa. Princípio da Adequação Social: O direito Penal tipifica somente condutas que tenham relevância social de acordo com a evolução e costumes da sociedade. Ex: Casa de Prostituição é crime, sobretudo, por uma questão de Adequação Social, deixam as mesmas funcionarem normalmente. ________________________________________________________________________________ Princípio do Non Bis In Idem: O agente não pode ser incriminado duas vezes, pela prática de uma conduta típica, nem tão pouco pode receber majorantes ou qualificadores de forma duplicada. ________________________________________________________________________________ PRINCÍPIOS QUE SOLUCIONAM OS CONFLITOS APARENTES DAS NORMAS Especialidade: A norma penal especial, preponderará sob a norma genérica, assim, se um fato estiver com a respectiva conduta prevista em mais de uma norma penal, havendo relação de espécie e gênero entre essas normas, a norma especial será aplicada em detrimento à norma genérica penal. Ex: Homicídio ou infanticídio, quando a mãe mata seu próprio filho após o parto. Consunção ou absorção: Quando houver progressão criminosa entre delitos interligados, onde um crime menos grave, antecede um crime mais grave. O crime meio será absorvido pelo crime fim. Ex: Paulo portando um revolver Cal 38, adquirindo de forma clandestina, sem porte legal, dispara contra Pedro que veio a óbito. Paulo não responderá por crime de porte ilegal e de Homicídio, mas apenas pelo crime de Homicídio. Subsidiariedade: O tipo penal subsidiário, é aquele que só será aplicado ao agente quando a norma penal expressamente estabelecer que determinado delito, só será configurado, se outro crime não for tipificado. Só será caracterizado se o outro crime mais específico não for aplicado. Ex: Crime de omissão de socorro e crime de omissão de socorro no trânsito. Nesse exemplo aplica-se conjuntamente o princípio da especialidade e da subsidiariedade. Alternatividade: Nesse caso o agente será responsabilizado por crime único, ainda que pratique várias condutas previstas no mesmo tipo penal, desde que estejam no mesmo contexto fático. Ex: Adquirir droga ilícita, manter em depósito e vende-las. (Crime único)
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