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Contestação em Ação de Anulação de Negócio Jurídico

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EXMO (A) SR (A) DR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE X-Y.
AUTOS Nº ...
JUAREZ DOS SANTOS, ..., casado, ..., portador da C.I./RG..., inscrito no CPF/MF nº ...., localizado na Av..., nº ..., Bairro:..., X-Y, com endereço eletrônico ..., nos autos da AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, que lhe move ADEMAR VIEIRA, já devidamente qualificado, vem através de seu advogado, com endereço profissional situado na ..., e endereço eletrônico..., oferecer CONTESTAÇÃO, no que possa a expor: 
I – PRELIMINARMENTE
– ILEGITIMIDADE PASSIVA – LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO
O requerente alega que o requerido era fiador em contrato de locação, e desta forma, não podia fazer a doação do imóvel objeto da ação anulatória para sua filha absolutamente capaz, sendo que como bem dito pelo requerente o requerido é FIADOR, e desta forma, inicialmente parte ilegítima para figura no polo passivo desta demanda sem a presença do locatário, responsável direto pela locação, assim dispõe o art. 114, NCPC, em decorrência de tratar-se de litisconsórcio necessário, assim como estabelece o art. 337, II, em razão da pessoa, levando em consideração que já consta uma ação que tramita na 40ª vara cível desta comarca.
II – MÉRITO 
Em 28/08/2010 foi lavrada e registrada a escritura de doação do requerido e sua esposa à sua filha LUCIANA, hoje com 19 anos, de um imóvel objeto da Ação de Anulação de NJ, nesta mesma época o requerido era fiador em contrato de locação o qual o requerente é proprietário.
Primeiramente é necessário esclarecer que no ato da doação o requerente e sua esposa eram proprietários de outros imóveis, desta forma, mesmo com a doação de um imóvel a filha, ainda eram capazes de solver perante o contrato os quais prestavam fiança, pois ainda possuíam outros imóvel relativos ao montante do patrimônio do casal. 
A doação realizada não está sujeita a anulação do negócio jurídico, pois, além dos casos expressamente declarados na lei, tal ato somente é comprovado por incapacidade relativa do agente e por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Desta forma, fica clara a validade da doação, estando os pressupostos necessários de acordo com o art. 104, CC, in verbis:
 , : 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
. 
É válido esclarecer que o requerente e sua esposa ainda possuíam outros imóveis, que foram vendidos após a doação em decorrência do dispendioso tratamento de saúde de sua esposa, sendo assim, não podendo o requerente alegar fraude contra credores. Além disso, é necessário destacar que só é cabível a anulação do negócio jurídico, nos casos previstos em lei, ou conforme preconiza o art. 171, CC, in verbis:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Cabendo ressaltar que a doação foi realizada mediante escritura pública registrada em cartório, elemento necessário e devidamente cumprido pelo requerido e sua esposa, conforme artigo in verbis:
 
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular. (Grifo)
Ademais, é permito por lei e desde que por mera discricionariedade o adiantamento da herança aos descendentes, bastando que para isso o doador tenha outros recursos necessários a sua sobrevivência, fato devidamente comprovado a época da doação, tendo em vista os outros imóveis de propriedade do requerido e de sua esposa, tal alegação tem base nos artigos abaixo mencionados:
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.
		Portanto, resta claro, que a beneficiária é herdeira necessária, e que não assiste direito ao requerido a anulação do negócio jurídico em face deste ter alcançado a sua eficácia e ter preenchido dos requisitos necessários a validação do Negócio Jurídico, desta forma, devendo este juízo julgar totalmente improcedente esta demanda judicial.
III –PEDIDO 
Por intermédio deste, requer o requerido:
Que seja acolhida a preliminar de incompetência pela ilegitimidade passiva e litisconsórcio necessário;
Julgar improcedente a ação de anulação de negócio jurídico; 
Condenar o requerente a pagar as custas processuais e os ônus da sucumbência arbitrados pelo juízo.
IV – PROVAS
Requer a produção de provas admitidas em direito, na amplitude do artigo 369, NCPC, especialmente a documental, a testemunhal, e o depoimento pessoal da parte autora.
Nestes termos, 
Pede e espera deferimento. 
X-Y, 14, Dezembro de 2016.
ADVOGADO
OAB/Y

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