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1º peça AÇÃO TRABALHISTA pronta

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AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE MANAUS/AMAZONAS
 HEITOR SAMUEL SANTOS, brasileiro, solteiro, desempregado, filho de ISAURA SANTOS, portador da Carteira de Identidade nº 559 e do CPF nº 202, endereço eletrônico X, residente e domiciliado na Rua Sete de Setembro, casa 18, CEP 999 Manaus/ Amazonas, por meio de sua advogada que subscreve OAB X, endereço eletrônico X, vem, respeitosamente, a Vossa Excelência, ajuizar a presente:
 RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Nos termos dos artigos 840 da CLT e 319 do CPC, em face de NIMBUS S.A. situada na Rua Leonardo Malcher, 7070, CEP 210, Manaus/ Amazonas, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I- Dos Fatos
O Reclamante trabalhou para a Reclamada no período de 10/10/2012 á 02/11/2015, oportunidade na qual foi dispensado sem justa causa. Durante todo período de trabalho a Reclamada fiscalizou o e-mail pessoal do Reclamante, para onde eram encaminhadas as mensagens relacionadas ao trabalho, alegando um problema na plataforma de e-mail corporativo visualizando, inclusive, informações e conteúdos de caráter privativo. Verifica-se também que, apesar de não ser sindicalizado, o Reclamante sofreu ao longo de seu vinculo de trabalho, descontos relacionados à contribuição sindical e confederativa. Além do mais, ficou constatado que o reclamante desenvolvia atividades de assistente de estoque, contudo, era determinado por seu chefe, que realizasse tarefas estranhas ao seu cargo, como analista de compras, durante parte de sua jornada de trabalho. Resta verificado na oportunidade, que a jornada de trabalho do Reclamante era cumprida de 2ª a 6ª feira, das 8 horas ás 16h45 h, com intervalo de 45 minutos para refeições e, aos sábados, das 8h ás 12h, sem intervalo.
Dos Direitos
Do Dano Moral
Verifica-se que a atitude da Reclamada enseja a sua condenação ao pagamento de dano moral, tendo em vista que a fiscalização de e-mail pessoal do Reclamante configura violação á intimidade do mesmo, protegida pelo artigo 5º, X, da CF/88, art. 186 e 927, III do CCB/2002. Acerca da impossibilidade de o empregador controlar o conteúdo das mensagens pessoais enviadas/recebidas por seus empregados, destaca-se o posicionamento do eminente Alexandre Agra Belmonte: “O e-mail particular é meio de comunicação de natureza estritamente pessoal e, portanto, inviolável. Nessa qualidade, somente podendo ser vasculhado mediante prévia autorização, do próprio empregado ou ainda judicial, na última hipótese se entendido que não fica limitada à instrução processual penal, podendo ser estendida aos processos civil e trabalhista. Qualquer intromissão material não autorizada será considerada invasão de intimidade e, especificamente, quebra de sigilo de correspondência ou violação da intimidade, vulnerando os direitos fundamentais do trabalhador e dando ensejo a reparações inibitórias e de cunho patrimonial e moral” (BELMONTE, Alexandre Agra. O monitoramento da correspondência eletrônica nas relações de trabalho. São Paulo: LTr, 2004. p. 79). É este também o entendimento jurisprudencial conforme passa-se a expor:
TST - RR 4497-69.2010.5.15.0000 - 1.ª Turma - j. 26/2/2014 - v.u. - julgado por Hugo Carlos Scheuermann - DEJT 7/3/2014 - Área do Direito: Civil; Trabalho DANO MORAL - Indenização - Acesso desautorizado ao conteúdo de mensagens eletrônicas pessoais trocadas pelos empregados - Comunicação que embora realizada durante expediente e através de computadores corporativos tem natureza pessoal e inviolável - Abuso do poder diretivo que viola o direito à intimidade e o sigilo da correspondência - Verba devida - Inteligência do art. 5.º, X e XII, da CF/1988. Ementa Oficial: Agravo de instrumento em recurso de revista. Danos morais. Indenização. Comunicação eletrônica. Programa de mensagem instantânea (MSN). Acesso ao conteúdo das mensagens enviadas e recebidas pelos empregados. Ofensa ao direito à intimidade. Violação do sigilo da correspondência. Abuso do poder diretivo [...]. Agravo de instrumento conhecido e provido. (grifei)
Ante ao exposto, requer a Vossa Excelência, alicerçado nos fatos narrados acima, que condene o Reclamado ao pagamento á titulo de Danos Morais causados ao Reclamante pela exposição a terceiros decorrente da violação de e-mails pessoais de, no mínimo, 15 vezes o valor de sua remuneração mensal. 
Do Acúmulo de Função
O Reclamante desenvolvia a atividade de assistente de estoque, mas também realizava as tarefas de um analista de compras, pois era determinada pelo chefe a realização de tais atividades estranhas ao seu cargo, durante parte da jornada de trabalho. Tal afirmativa deixa claro o acumulo funcional a que estava submetido o reclamante, já que dentro de sua jornada de trabalho desenvolvia atividades inerentes a dois cargos conforme art. 456,§ único, da CLT. Neste sentido é entendimento jurisprudencial majoritário conforme exposto:
¨ACÚMULO DE FUNÇÃO- O acúmulo de funções se caracteriza quando as tarefas extras desempenhadas pelo empregado causam um desequilíbrio qualitativo ou quantitativo no contrato de trabalho, implicando alteração da função inicialmente ajustada, sem a devida contraprestação. Desse modo, restando comprovado que o reclamante desempenhava efetivamente atividades que não faziam parte de suas atribuições iniciais, mostra-se devido o acréscimo salarial pleiteado. ¨ (Processo -0010108-61.2016.5.03.0053 - 3ª Reg. - 6ª Turma - Relator Jorge Berg de Mendonça - DEJT-MG 12.07.2016, pag. 193) (grifei).
Ante ao todo exposto, requer a Vossa Excelência, alicerçado nos fatos narrados acima, que Condene o Empregador ao pagamento do salário correspondente ao acúmulo da função de analista de compras.
Dos Descontos Indevidos
Conforme visto nos autos, o Reclamante, desde que começou a trabalhar para o Reclamado vem sofrendo descontos relacionados à contribuição confederativa, apesar de não ser sindicalizado. Tal desconto é totalmente ilegal, nos termos propostos pelo PN 119 do TST, assim como, OJ 17 – SDC TST. Neste sentido a jurisprudência também não deixa dúvidas quanta à ilegalidade dos descontos conforme exposto:
TST - RR 1103-69.2011.5.02.0036 - 7.ª Turma - j. 22/2/2017 - julgado por Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - Área do Direito: Trabalho RECURSO DE REVISTA – DEVOLUÇÃO DE DESCONTOS - CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL - EMPREGADOS NÃO SINDICALIZADOS. Ementa Oficial: RECURSO DE REVISTA – DEVOLUÇÃO DE DESCONTOS - CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL - EMPREGADOS NÃO SINDICALIZADOS. A jurisprudência pacífica e reiterada do TST, consubstanciada no Precedente Normativo nº 119 e na Orientação Jurisprudencial nº 17, ambos da SDC, segue no sentido de que a Constituição da República, nos arts. 5º, XX, e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização, sendo ofensiva a essa modalidade de liberdade a instituição de cláusula em acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados, restando efetivamente nulas as estipulações que não observem tal restrição e passíveis de devolução os valores irregularmente descontados. Esse também é o posicionamento do Supremo Tribunal Federal, consubstanciado na Súmula nº 666, segundo a qual a contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. Observe-se, ademais, que, mesmo quando facultado o direito de oposição, não se verifica a convalidação de cláusulas dessa natureza. Isso porque, ao impor ao empregado não sindicalizado o ônus de refutar o desconto que não autorizou previamente, a norma coletiva desrespeita previsão legal expressa no sentido de que os descontos devem ser prévia e expressamente autorizados (art. 545 da CLT). Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido.
Ante ao exposto, requer a Vossa Excelência,alicerçado nos fatos narrados acima, que condene o Reclamado a devolução dos valores que, de forma ilegal e arbitrária, foram descontados do Reclamante durante o todo período de contratação.
Das Horas Extras
Haja vista que a jornada de trabalho do Reclamante era cumprida de 2ª a 6ª feira, das 8h ás 16h45min, com intervalo de 45 minutos para refeições e, aos sábados, das 8h ás 12h, sem intervalo, resta concluso que o intervalo mínimo para descanso que alude o art. 71 da CLT não era cumprido em sua integralidade, já que em vez de 1h ininterrupta, o reclamante gozava apenas 45 minutos, gerando direito ao recebimento de 1h extra diária, nos termos da Súmula 437, I, do TST e do art. 71, § 4º, da CLT, Neste sentido, conforme jurisprudência consolidada e abaixo exposta é notória a violação dos direitos adquiridos ao Reclamante pelas horas extras. 
TST - RR 2719-84.2012.5.02.0314 - 1.ª Turma - j. 15/4/2015 - julgado por HUGO CARLOS SCHEUERMANN - Área do Direito: Trabalho. RECURSO DE REVISTA. SUMARÍSSIMO. INTERVALO INTRAJORNADA. REDUÇÃO POR NORMA COLETIVA. IMPOSSIBILIDADE. 1. Ementa Oficial: RECURSO DE REVISTA. SUMARÍSSIMO. INTERVALO. INTRAJORNADA. REDUÇÃO POR NORMA COLETIVA. IMPOSSIBILIDADE. 1. O Tribunal Regional consignou que “a reclamada juntou aos autos os instrumentos coletivos válidos, às fls. 56/64, prevendo a redução do horário de intervalo para refeição e descanso de 30 minutos, as normas coletivas devem ser respeitadas (...).” 2. Ao considerar válidas as normas coletivas que preveem a redução do intervalo intrajornada, a Corte de origem decidiu em desacordo com o entendimento pacificado por este Tribunal, sedimentado no item II da Súmula 437 do TST, segundo o qual "[É] inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva". Recurso de revista conhecido e provido.
Ante ao todo exposto, requer a Vossa Excelência, alicerçado nos fatos narrados acima, que Condene o Reclamado ao pagamento de 1 hora extra diária referente à hora de almoço não usufruída corretamente no percentual prevista em lei devida a natureza salarial que produza reflexos no Repouso Semanal Remunerado, ambos em férias acrescidas de 1/3 constitucional, 13º salario, depósito fundiário e recolhimento da previdência, conforme determina a legislação devida ao Reclamante, desde o inicio de sua contratação.
Juros e Correção na Forma da Lei
Em conformidade com a súmula 200 do TST requer a Vossa Excelência que o Empregador seja condenado ao pagamento dos valores atualizados ao Reclamante até o momento do levantamento.
IRRF e INSS
Requer que o Empregador seja condenado ao recolhimento dos valores direcionados ao IRRF e INSS, uma vez que foi por um ato liberal de sua iniciativa que deixou de pagar ao Reclamante os valores perseguidos em juízo.
Assistência Judiciária Gratuita e Honorários de Sucumbência
O Reclamante não possui condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo de sua subsistência e de sua família, assim requer a Vossa Excelência a concessão do Benefício da Gratuidade da Justiça com base no artigo 14, § 1º da Lei 5584/1970 c/c art. 98 e seguintes do CPC, assim como honorários de sucumbência.
Dos Pedidos e Requerimentos 
Ante ao todo exposto, requer á Vossa Excelência, que, após o recebimento e analise dessa reclamação trabalhista, ao final, julgue totalmente procedente, especialmente para condenar o empregador ao:
DANOS MORAIS – Conforme fundamentado no item II, a da causa de pedir, requer a condenação do Reclamado ao pagamento de indenização á títulos de danos morais referentes á violação á intimidade do Reclamante protegida pelo artigo 5º, X, da CF/88, art. 186 e 927, III do CCB/2002;
PAGAMENTO DE SALÁRIO PELO ACUMULO DE FUNÇÃO - Conforme fundamento exposto no item II, c, da causa de pedir, requer a condenação do Reclamado ao pagamento de salário pelo acúmulo de função, em possível liquidação de sentença;
DESCONTOS INDEVIDOS – Conforme item b do tópico II, que seja o Reclamado condenado ao pagamento de descontos relacionados à contribuição confederativa, claramente ilegal, nos termos do PN 119 do TST, assim como, OJ 17 – SDC TST;
DAS HORAS EXTRAS – Conforme exposto no item II, d; requer ao condenado o pagamento de 1h extra diária, nos termos da Súmula 437, I, do TST e do art. 71, § 4º, da CLT.; 
JUROS E CORREÇÃO NA FORMA DA LEI – Conforme exposto no item e, da causa de pedir;
IRRF e INSS – Conforme exposto no item f, da causa de pedir;
ASSISTENCIA JUDICIÁRIA GRATUÍTA E HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA – Conforme exposto no item g, da causa de pedir;
 V – Requerimentos Finais
Para tanto, requer ainda:
A notificação da parte contrária para querendo oferecer resposta;
A produção de provas documentais, periciais e oral cujo rol de testemunhas será apresentado oportunamente;
VI- Do valor da Causa
Atribui-se á presente, o valor de $ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais).
Nestes Termos,
Pede e espera deferimento.
Manaus, 17 de Outubro de 2017.
_______________________
 Advogada/OAB

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