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APONTAMENTOS 06 Direito Societário. Noções gerais.

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APONTAMENTOS 
DIREITO COMERCIAL 
PROFESSORA ANA CARLA BERENGUER 
 
1 
 
PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
 
Personalidade = aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações 
ou deveres na ordem civil. 
É atributo da pessoa, que é sujeito de direitos e deveres. 
 
 
 Personalidade da pessoa jurídica: 
 
Conceito de pessoa jurídica: segundo Carlos Roberto Gonçalves, a pessoa 
jurídica é um “conjunto de pessoas ou de bens dotado de personalidade jurídica própria 
e constituído na forma da lei para a consecução de fins comuns”, ou seja, “são entidades 
a que a lei confere personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e 
obrigações”. Assim, as pessoas jurídicas podem praticar todos os atos que não estejam 
expressamente proibidos. 
Ainda de acordo com Gonçalves, a pessoa jurídica surge da necessidade ou 
conveniência de os indivíduos unirem esforços e utilizarem recursos coletivos para a 
realização de objetivos comuns, que transcendem as possibilidades individuais. 
A pessoa jurídica possui personalidade diversa da dos indivíduos que a 
compõem. 
 
Assim, 
Pessoa jurídica ≠ Pessoas que compõem a pessoa jurídica. 
A pessoa jurídica: - Possui existência própria, distinta de seus sócios. 
 - Possui personalidade jurídica própria. 
 
Início da personalidade jurídica da pessoa jurídica: a existência legal das 
pessoas jurídicas de Direito Privado e, consequentemente, o início de sua personalidade, 
se dá com o registro de seu ato constitutivo (contrato social ou estatuto) no órgão 
competente, precedido, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder 
Executivo. 
 
Registro do contrato social ou estatuto de sociedades empresárias = Junta 
Comercial. 
Registro dos atos constitutivos das demais pessoas jurídicas de Direito Privado 
= Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
 
Consequências da personalização das sociedades empresariais, segundo Fábio 
Ulhoa Coelho: 
a) Titularidade negocial: a pessoa jurídica possui capacidade negocial – 
assim, os negócios jurídicos são realizados pela própria sociedade 
empresária. 
b) Titularidade processual: a pessoa jurídica é dotada de capacidade 
processual, ou seja, pode demandar e ser demandada em juízo. 
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APONTAMENTOS 
DIREITO COMERCIAL 
PROFESSORA ANA CARLA BERENGUER 
 
2 
 
c) Responsabilidade patrimonial: a sociedade possui patrimônio próprio, 
inconfundível e incomunicável com o patrimônio individual dos sócios. 
Desse modo, a pessoa jurídica responde com seu próprio patrimônio pelas 
obrigações sociais. ** A responsabilização dos sócios pelas dívidas da 
sociedade é excepcional. 
 
Fim da personalidade da pessoa jurídica = extinção da pessoa jurídica. 
 
APONTAMENTOS 
DIREITO COMERCIAL 
PROFESSORA ANA CARLA BERENGUER 
 
3 
 
SOCIEDADES 
 
São pessoas jurídicas de Direito Privado (art. 44, II, do CC), constituídas pela 
união de pessoas com finalidade de exploração de atividade econômica e repartição 
de lucros entre seus membros (art. 981 do CC). 
Pressupõe a existência de 02 (duas) ou mais pessoas. 
 
≠ Associações (não possuem fins econômicos – art. 53 e seguintes do CC). 
≠ Fundações (dotação de bens livres, para um dos fins previstos em lei – art. 62 
e seguintes do CC). 
 
 
 
 SOCIEDADES SIMPLES X SOCIEDADES EMPRESÁRIAS: 
 
Art. 982 do CC 
O que define se uma sociedade é simples ou empresária é a forma de exercício 
do seu objeto social – com ou sem empresarialidade. 
a) Sociedade Simples: pessoa jurídica que exerce atividade econômica não 
empresarial (sem organização dos fatores de produção). 
Ex.: sociedade uniprofissional – formada por profissionais intelectuais, tendo 
como objeto a exploração da respectiva profissão intelectual de seus sócios. 
Nessa hipótese, não há organização dos fatores de produção e, portanto, não 
há exercício de empresa, sendo considerada sociedade simples. 
Todavia, se o exercício da profissão constituir elemento de empresa (com 
exploração da atividade com empresarialidade), a sociedade será considerada 
empresária. 
b) Sociedade empresária: pessoa jurídica que exerce atividade econômica 
empresarial (com organização dos fatores de produção – art. 966 do CC). 
 
Por lei (art. 982, parágrafo único, do CC): 
- Sociedade por ações, independentemente de seu objeto, é sempre sociedade 
empresária. Ex.: sociedade anônima. 
- Cooperativa é sempre sociedade simples, independentemente de seu objeto. 
 
** A sociedade empresária deve se constituir segundo os dos tipos abaixo (art. 
983 do CC): 
- Sociedade em nome coletivo (arts. 1.039 a 1.044 do CC); 
- Sociedade em comandita simples (arts. 1.045 a 1.051 do CC); 
- Sociedade limitada (arts. 1.052 a 1.087 do CC); 
- Sociedade anônima (arts. 1.088 a 1.089 do CC, c/c Lei n.º 6.404/1976); 
- Sociedade em comandita por ações (arts. 1.090 a 1.092 do CC). 
 
** Quanto à sociedade simples, não possui tipo societário específico (art. 983 
do CC). Assim, pode se organizar sob a forma de um dos tipos de sociedade 
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PROFESSORA ANA CARLA BERENGUER 
 
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empresária, com exceção da sociedade por ações (sociedade anônima ou sociedade 
em comandita por ações). Assim, os tipos de sociedade simples são: 
- Sociedade simples pura ou simples simples (art. 997 a 1.038 do CC); 
- Sociedade em nome coletivo (arts. 1.039 a 1.044 do CC); 
- Sociedade em comandita simples (arts. 1.045 a 1.051 do CC); 
- Sociedade limitada (arts. 1.052 a 1.087 do CC). 
- Sociedade cooperativa. 
 
 
 
 SOCIEDADES PERSONIFICADAS X SOCIEDADES NÃO 
PERSONIFICADAS: 
 
Atualmente, ao tratar das sociedades, o Código Civil as divide em duas 
categorias: 
- Sociedades não personificadas (arts. 986 a 966 do CC); 
- Sociedades personificadas (arts. 997 a 1.141 do CC). 
 
Em resumo: 
 
a) Sociedades personificadas: 
São pessoas jurídicas e, portanto, possuem personalidade jurídica própria. 
São espécies de sociedades personificadas: 
 - Sociedade limitada; 
 - Sociedade anônima; 
 - Sociedade em nome coletivo; 
 - Sociedade em comandita simples. 
 - Sociedade em comandita por ações; 
 - Sociedade simples pura ou simples simples; 
 - Sociedade cooperativa. 
 
b) Sociedades não personificadas: 
Não são pessoas jurídicas; não possuem personalidade jurídica. 
São espécies de sociedades não personificadas: 
- Sociedade em comum; 
- Sociedade em conta de participação. 
 
 
 SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS: 
 
Observações importantes sobre as sociedades não personificadas: 
- Não possuem personalidade jurídica; 
- Não são pessoas jurídicas; 
- Tecnicamente, não são sociedades, justamente por não serem pessoas 
jurídicas (relembrando o conceito de sociedade, trata-se de pessoa 
jurídica de Direito Privado, constituída pela união de pessoas para a 
exploração de atividade econômica, com intuito de obtenção de lucro). 
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DIREITO COMERCIALPROFESSORA ANA CARLA BERENGUER 
 
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Apesar de, segundo o rigor técnico, não se tratarem de sociedades, o legislador 
optou por disciplinar as “sociedades não personificadas”, com o intuito de conferir 
segurança jurídica aos atos por elas realizados e às pessoas que com elas contratarem. 
Tem-se, então, o reconhecimento jurídico e a tutela pelo direito de uma situação 
de fato. 
 
As sociedades não personificadas podem ser: 
a) Empresárias: 
Se tiverem como objeto o exercício de empresa (exploração de atividade 
econômica com organização dos fatores de produção). 
b) Não empresárias: 
Têm como objeto atividades civis (não atuam com empresarialidade, ou 
seja, não organizam os fatores de produção). 
 
São sociedades não personificadas: 
- Sociedade em comum; 
- Sociedade em conta e participação. 
 
 
 SOCIEDADE EM COMUM: 
 
É espécie de sociedade não personificada. 
É tradicionalmente conhecida como sociedade irregular ou sociedade de fato. 
 
São consideradas sociedades em comum aquelas que ainda não inscreveram 
seus atos constitutivos no órgão de registro competente (art. 986 do CC). 
As sociedades em comum encontram-se em situação de irregularidade uma vez 
que exploram atividade econômica sem o prévio registro exigido por lei. 
Enquanto não efetuarem a inscrição de seus atos constitutivos no órgão 
competente, não possuirão personalidade jurídica. 
Todavia, o ordenamento jurídico reconhece a sua existência fática e lhe confere 
proteção (apesar de não possuir existência formal, jurídica). 
 
Tradicionalmente, faz-se distinção entre sociedade de fato e sociedade irregular: 
a) Sociedade de fato: não possui instrumento escrito de constituição; 
b) Sociedade irregular: possui instrumento escrito de constituição, mas 
ainda não registrado no órgão competente. 
** Sociedades por ações em organização (ainda não inscritas): disciplinadas 
pela Lei n.º 6.404/1976. 
 
Prova da existência da sociedade em comum: 
- Sócios, nas relações entre si ou com terceiros: somente por escrito. 
- Terceiros: qualquer modo. 
 
Responsabilidade dos sócios da sociedade em comum: 
a) Sócios em geral: 
A responsabilidade é: 
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- Ilimitada 
- Subsidiária (seu patrimônio somente será atingido pelas obrigações sociais 
após o esgotamento dos bens da sociedade, ou seja, daqueles bens que 
estejam afetados ao exercício da atividade empresarial – regra geral de 
responsabilidade dos sócios). 
** Uma vez que não haja mais patrimônio da sociedade, tendo os sócios que 
responder pelas dívidas sociais com seu próprio patrimônio pessoal, a 
responsabilidade entre eles será solidária. 
b) Sócio que contratou pela sociedade: 
A responsabilidade é: 
- Ilimitada; 
- Direta (o patrimônio do sócio responde diretamente pelas obrigações 
sociais, sem benefício de ordem). 
 
 
 SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO: 
 
= sociedade secreta. 
= contrato social de investimento. 
 
Não possui personalidade jurídica. 
Não possui nome empresarial. 
Não é sujeito de direitos e deveres e, portanto, não age em nome próprio. 
 
Disciplina legal: artss. 991 a 996 do CC. 
 
Composição: 
- Sócio ostensivo: sócio que exerce a atividade constitutiva do objeto social. 
Atua em seu próprio nome individual e sob sua própria e exclusiva 
responsabilidade. 
O sócio ostensivo assume as obrigações sociais como obrigações pessoais e por 
elas responde direta e ilimitadamente. 
- Sócios participantes (ou sócios ocultos): sócios que participam dos 
resultados correspondentes à atividade empresarial (investidores). 
Não se relacionam com terceiros em nome da sociedade. 
Caso participem da negociação com terceiros, os sócios ocultos possuirão 
responsabilidade solidária, em conjunto com o sócio ostensivo, pelas obrigações 
nas quais intervierem. 
** É sociedade que só existe “internamente” (para os sócios). 
** “Externamente” (perante terceiros), somente atua o sócio ostensivo – que 
exerce a atividade empresarial em seu próprio nome, respondendo sozinho pelas 
obrigações contraídas. 
 
Informalidade: art. 992 do CC. 
Seu contrato não precisa ser escrito. 
Além disso, o contrato não pode ser inscrito na Junta Comercial. 
 
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 SOCIEDADES DEPENDENTES DE AUTORIZAÇÃO: 
 
Arts. 1.123 a 1.141 do CC. 
 
O exercício de determinadas atividades, possuidoras de indiscutível interesse 
público, dependem de autorização governamental. 
Ex.: atividades financeiras, de seguro, relacionadas à saúde e à educação etc. 
 
Competência para autorizar o exercício de tais atividades: Poder Executivo 
Federal (art. 1.123, parágrafo único, do CC). 
 
 
 
 SOCIEDADE NACIONAL: 
 
Arts. 1.126 a 1.133 do CC. 
 
A nacionalidade da sociedade independe da nacionalidade de seus sócios ou da 
residência desses, bem como da origem de seu capital social. 
Art. 1.126 do CC: “é nacional a sociedade organizada de conformidade com a 
lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração”. 
 
 
 
 SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES: 
 
Permite-se aos cônjuges contratarem sociedade entre si ou com terceiros, desde 
que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação 
obrigatória (art. 977 do CC). 
 
O art. 977 do CC deve ser interpretado do seguinte modo: 
- Pessoa casada pode, sozinha (sem o outro cônjuge), contratar sociedade com 
terceiros, independentemente do regime de bens adotado pelo casamento. 
 - Cônjuges podem contratar sociedade entre si, desde que não estejam casados 
sob o regime da comunhão universal de bens ou da separação obrigatória de bens. 
 
As regras acima somente se aplicam a sociedades constituídas após a vigência 
do CC/2002. 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS: 
 
As principais formas de se classificar as sociedades empresárias são: 
 
a) Quanto à responsabilidade dos sócios: 
Trata-se de classificação quanto à delimitação da responsabilidade pessoal 
dos sócios por dívidas da sociedade. 
A responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada. Já a 
responsabilidade da sociedade é sempre ilimitada. 
- Sociedades de responsabilidade limitada: todos os sócios possuem 
responsabilidade limitada pelas obrigações sociais. 
A princípio, o patrimônio pessoal dos sócios não responde por débitos da 
sociedade, não podendo ser objeto de execução por tais dívidas. 
Eventualmente, caso seja possível executar o patrimônio pessoal dos 
sócios, há um limite de responsabilidade. Nesse aspecto, a 
responsabilidade dos sócios é considerada subsidiária. 
Ex.: sociedade limitada e sociedade anônima. 
- Sociedades de responsabilidade ilimitada: os sócios respondem 
ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
Assim, esgotado o patrimônio da sociedade, o restante da dívida poderá 
ser satisfeito a partir da execução dos bens pessoais dos sócios, sem 
limites. 
Ex.: sociedade em nome coletivo. 
- Sociedades de responsabilidade mista: alguns sócios possuem 
responsabilidade limitada, enquanto outros possuem responsabilidade 
ilimitada. 
Ex.: sociedade em comandita simples e sociedade em comandita por 
ações. 
b) Quanto ao regime de constituição e dissolução: 
- Sociedades contratuais: constituição por contrato social; dissolução 
porregras do CC. 
Ex.: sociedade limitada. 
Características: vínculo contratual entre os sócios; máxima autonomia da 
vontade dos sócios para a constituição do vínculo societário. 
- Sociedades institucionais: constituição por ato institucional ou 
estatutário (estatuto); dissolução por regras previstas na Lei n.º 
6.404/1976. 
São também chamadas de sociedades estatutárias. 
Ex.: sociedade anônima. 
Características: o vínculo dos sócios é estatutário; o estatuto tutela 
interesses gerais da sociedade enquanto instituição; mínima autonomia da 
vontade dos sócios na formalização do ato constitutivo. 
c) Quanto à composição: 
Leva em consideração as condições de alienação da participação societária. 
- Sociedades de pessoas: sociedades intuito personae. 
É atribuída grande importância à figura pessoal do sócio – affectio 
societatis. Nesse caso, os sócios são unidos por um vínculo psicológico. 
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A entrada de sócios estranhos ao quadro social depende do 
consentimento dos demais sócios. 
- Sociedades de capital: sociedades intuito pecuniae. 
Não se atribui relevância à figura pessoal do sócio. O que mais importa, 
na espécie, é a contribuição dada pelo sócio ao capital social. 
A entrada de sócios estranhos ao quadro social independe do 
consentimento dos demais sócios. 
 
 
 
 
(FONTE: RAMOS, André Luiz Santa Cruz: Direito empresarial esquematizado. 5. 
ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015, p. 235). 
 
 
 
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EMPRESÁRIO ESTRANGEIRO 
 
O ordenamento jurídico brasileiro permite a atuação de empresário estrangeiro 
no território pátrio. 
Todavia, impõe algumas limitações. 
 
 
 Empresário individual: 
 
Para que o estrangeiro pessoa física seja empresário, no Brasil, é preciso, em 
regra, possuir visto. 
 
Não pode ser empresário individual o estrangeiro: 
 
a) Sem visto permanente ou com o visto fora do prazo de validade; 
No caso de empresário estrangeiro pessoa física – titular de firma mercantil 
individual, administrador de sociedade mercantil ou de cooperativa – 
residente e domiciliado no Brasil, exige-se a prova de visto permanente. Nos 
demais casos, basta visto temporário. 
Exceção: cidadãos dos países membros do Mercosul e dos Estados 
Associados que obtiveram residência temporária de dois anos poderão 
exercer atividade empresarial na condição de empresários, titulares, sócios 
ou administradores de sociedades ou cooperativas. 
A pessoa física, brasileira ou estrangeira, residente e domiciliada no exterior, 
e a pessoa jurídica com sede no exterior, que participe de sociedade 
mercantil ou de cooperativa deve apresentar procuração específica, 
outorgada a representante no Brasil. 
 
b) Para a exploração de determinadas atividades, mesmo com o visto 
permanente. 
- Pesquisa ou lavra de recursos minerais ou de aproveitamento dos potenciais 
de energia hidráulica; 
- Atividade jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens; 
- Serem proprietários ou armadores de embarcação nacional, inclusive nos 
serviços de navegação fluvial e lacustre, exceto embarcação de pesca; 
- Serem proprietários ou exploradores de aeronave brasileira, ressalvado o 
disposto na legislação específica. 
 
Obs.: portugueses, no gozo dos direitos e obrigações previstos no Estatuto da 
Igualdade, comprovado mediante portaria do Ministério da Justiça, podem requerer 
inscrição como Empresários Individuais, exceto na hipótese de atividade jornalística e 
de radiodifusão sonora e de sons e imagens. 
 
Devem ser registrados no Registro de Títulos e Documentos todos os 
documentos de procedência estrangeira acompanhados das respectivas traduções. 
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 Sociedade estrangeira: 
 
Sociedade não organizada em conformidade com a lei brasileira e com sede 
em outro Estado nacional que não o Brasil. 
 
Para seu funcionamento no Brasil, exige autorização governamental. 
Independe de autorização governamental, contudo, para ser acionista de 
sociedade anônima. 
 
Após a devida autorização governamental, deve efetuar registro na Junta 
Comercial do Estado-membro onde desenvolverá suas atividades. ** Antes do registro, 
não pode iniciar suas atividades no respectivo Estado. 
 
Uma vez autorizada e registrada, a sociedade estrangeira se submete às normas 
brasileiras bem como aos tribunais pátrios. 
 
Nome empresarial = nome que tenha em seu país de origem, com acréscimo ou 
não da expressão “do Brasil” ou “para o Brasil”. 
 
Deve possuir, permanentemente, representante no Brasil, com poderes 
específicos. 
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