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NOVA CHANCE ROTEIRO DE ESTUDOS Disciplina: Direito Penal III Objetivos: Ao final de seus estudos de recuperação, você deverá ser capaz de: → Identificar e diferenciar os delitos contra a vida → Identificar os delitos contra a liberdade individual. → Identificar as figuras típicas de lesões corporais → Identificar os delitos contra a honra → Analisar o delito de furto. Orientações gerais: Olá. É importante que, ao estudar para o nosso projeto Nova Chance, você seja organizado e dedicado no seu processo de autoestudo, bem como é imprescindível que tenha iniciativa e autonomia necessárias na aprendizagem fora da sala de aula presencial, a partir da disponibilização de conteúdo on- line. Neste projeto, identificaremos os principais tópicos da disciplina Direito Penal III e que, portanto, necessitam de toda sua atenção ao estudá-los. Desta forma, você seguirá o plano de estudo elaborado especialmente para a sua melhor compreensão sobre a nossa disciplina. Leia com atenção e Bons estudos! Sugestão de cronograma (Plano de Estudo): Sugerimos que dedique o tempo correspondente aos encontros das aulas para a revisão dos principais tópicos que serão citados nos planos de estudos de cada aula. ! ATENÇÃO. A cada videoaula aula siga o seguinte ROTEIRO DE ESTUDOS: 1. Assista à videoaula correspondente (duração de 20 min.) 2.Durante a aula anote os temas selecionados pelo professor (estão todos descritos nos planos de aula 1 a 6) 3. Após assistir à videoaula, leia os artigos de lei indicados pelo professor durante a aula. 4. Após assistir à videoaula, leia os temas anotados durante a videoaula e os revise a partir da gravação, das suas anotações em sala de aula e do livro proprietário de sua disciplina. 5. Faça um resumo, com as suas palavras, dos temas selecionados. 6. Resolva às questões apresentadas no roteiro de cada aula. Bons estudos e ótima prova! PLANO DE ESTUDO AULA 1. Dos Crimes contra a Pessoa. Dos Crimes contra a Vida. O delito de homicídio. Seguem, abaixo, os principais temas da aula 1. → Leia os art. 30, 120, 121 e 123, do Código Penal. → Leia o art.3º, da Lei n.9434/1997 → Leia o art.1º, I , da Lei n.8072/1990. → Leia o Enunciado de Súmula n.18, do Superior Tribunal de Justiça. 1. Bem jurídico tutelado. a) Considerações gerais sobre o início e término da vida extrauterina. → A questão é: quando se inicia e termina a vida extrauterina? O termo inicial da vida extrauterina pode ser extraído do art.123, do Código Penal, ao estabelecer que o infanticídio, pode ser praticado “durante ou logo após o parto”. A doutrina majoritária compreende como termo inicial o rompimento da placenta, independentemente, se é por meio espontâneo ou provocado, por exemplo, por médico. Por outro lado, o art.3º, Lei n.9434/1997, estabelece a morte cerebral como fim da vida extrauterina para fins de transplante de órgãos e tecidos. 2. Conceito de Homicídio. O delito de homicídio se configura como a eliminação da vida extrauterina levada a termo por terceiro. 3. Classificação Doutrinária. Classifica-se como delito comum, material, de dano, unissubjetivo, instantâneo de efeitos permanentes, de forma livre, pode ser doloso ou culposo. ! ATENÇÃO. Não se esqueça que a regra é que os crimes são dolosos. Somente haverá a figura típica culposa se a lei expressamente dispuser. 4) Consumação e Tentativa. Por se tratar de delito material, consuma-se com a morte do sujeito passivo. 5) Figuras típicas 5.1. Homicídio simples (art.121, caput, CP). → Pena - reclusão, de seis a vinte anos. ! ATENÇÃO. Em regra, os crimes somente serão tipificados pela figura típica prevista no caput, quando não pudermos tipificarmos em outras figuras, previstas em parágrafos ou incisos. 5.2 Homicídio privilegiado. (art.121, §1º, CP). Configura-se como causa de diminuição de pena de aplicação obrigatória de um sexto a um terço , ou seja, trata-se de direito subjetivo do réu, desde que presentes os seguintes requisitos: a) se o agente pratica a conduta crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral OU b) sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. → atenção com a expressão “logo em seguida”, pois demonstra que o agente está “dominado” pela violenta emoção, pois caso esteja apenas “influenciado”, não se aplicará a causa de diminuição de pena, mas somente a atenuante genérica prevista no art. 65, III, c, do Código Penal. → O Privilégio e o Concurso de agentes : o privilégio, por ser circunstância de natureza subjetiva, não se comunica ao outro agente no caso de concurso de pessoas, conforme estabelece o art.30, CP. → Atenção: §4º - causa de aumento de pena – vítima menor de 14 ou maior de 60 anos. 5.3. Homicídio qualificado (art.121§2º, CP) → Pena: reclusão, de doze a trinta anos. a)Incidência da Lei n. 8072/1990 – art.1º, I – o homicídio qualificado é considerado hediondo. → Atenção: o homicídio pode ser qualificado-privilegiado, desde que a qualificadora seja de natureza objetiva, já que o privilégio é sempre subjetivo. Neste caso, não há que se falar em hediondez, pois o privilégio (motivo determinante) prepondera sobre os meios de execução (qualificadora), conforme estabelece o art.67, do Código Penal b) As circunstâncias qualificadoras: incisos I a VII. → A figura do feminicídio: se dá por razões de condição de sexo feminino ( art.121,§2º- A, CP)- violência discriminatória de gênero (violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher). Ainda, no caso de feminicídio, podem incidir seguintes causas de aumento, de 1/3 (um terço) até a metade, previstas no §3º, do art.121, quando ele for praticado: durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; na presença de descendente ou de ascendente da vítima. → A figura do homicídio funcional: tem por finalidade proteger os agentes públicos que atuam, direta ou indiretamente, na segurança da coletividade ou no sistema prisional, (art. 121, §2º, VII CP). A circunstância qualificadora também se aplica nos casos em que a vítima for cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau (tio ou sobrinho), do agente público e o homicídio for praticado em razão dessa condição. → Comunicabilidade das qualificadoras no caso de concurso de pessoas: as circunstâncias objetivas (meios e modos de execução) somente se comunicam se o agente concorrente tiver conhecimento dela, por exemplo, meio cruel. Por outro lado, as circunstâncias de caráter subjetivo (motivo determinante ou condições pessoais), jamais se comunicam ao outro agente (art.30, do Código Penal). 5.4. Homicídio culposo. (art.121§3º, CP) → Pena: detenção, de um a três anos. → Atenção: confronto com o delito previsto no art.302, do CTB (Lei n.9503/1997). Conflito aparente de normas solucionado pelo princípio da especialidade. → Causas de aumento de pena (§4º) - 1/3. → Perdão Judicial (art.121,§5º): aplica-se ao homicídio culposo, nos casos em que as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Configura-se como perdão judicial e sua sentença concessiva possui natureza meramente declaratória de extinção de punibilidade, de modo a extinguir todos os efeitos da condenação, conforme estabelece aSúmula n. 18, do Superior Tribunal de Justiça, bem como não gera reincidência ( Art.120, CP). Indicações: Solucione a questão abaixo, disponível em: https://www.qconcursos.com 1) Em relação aos crimes contra a pessoa e à imputabilidade penal, assinale a opção correta. (Q647307) a) Situação hipotética: João, em estado de embriaguez voluntária, motivado por ciúme de sua ex-mulher, matou Paulo. Assertiva: Nessa situação, o fato de João estar embriagado afasta o reconhecimento da motivação fútil, haja vista que a embriaguez reduziu a capacidade de entender o caráter ilícito de sua conduta. b) Comete o crime de infanticídio a gestante que, não estando sob influência do estado puerperal, mata o nascituro. c) O perdão judicial será concedido ao autor que tenha cometido crime de homicídio doloso se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. d) De acordo com o Código Penal, no crime de homicídio qualificado pelo feminicídio, a pena é aumentada de um terço até a metade se o crime for praticado na presença de descendente ou de ascendente da vítima. e) A qualificadora de feminicídio no crime de homicídio fica caracterizada se o delito for praticado contra a mulher por razões de sua convicção religiosa. PLANO DE ESTUDO AULA 2. Crimes contra a Vida II. Seguem, abaixo, os principais temas da aula 2. → Leia os art. 122 a 128, do Código Penal. 1) Induzimento, instigação e auxílio ao suicídio (art. 122, do Código Penal). a) A autolesão e o sistema jurídico-penal vigente - Princípio da Alteridade. Neste delito, a conduta é realizada por terceiro que, de qualquer forma, auxilia o suicídio de outrem, pois, de acordo com o princípio da alteridade, o Direito Penal não sanciona a autolesão. b) Consumação e Tentativa: Controvérsias. Correntes → trata-se de delito instantâneo e de mera conduta, logo os resultados lesão corporal grave ou morte configuram mera condição de punibilidade. (Luiz Regis Prado). →trata-se de delito material, logo os resultados lesão corporal grave ou morte configuram elementares do tipo penal e o delito só se consuma com sua ocorrência (MAJORITÁRIA) c) Figuras Típicas. c.1) Simples. – art.122, caput, CP - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou - reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. → Atenção. O delito não admite a modalidade tentada. A tentativa descrita pela lei é a do suicida e não de terceiro que induz, instiga ou auxilia. c.2) Majoradas. art.122, parágrafo único, CP - a pena é duplicada, nos casos: - se o crime é praticado por motivo egoístico; ou -se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. → Atenção. E se a vítima for menor de 14 anos? Neste caso, a figura será de homicídio por autoria mediata, pois o menor de 14 anos, por ser vulnerável, não terá capacidade de discernimento para ser induzida, instigada ou auxiliada. 2) Infanticídio. art. 123, do Código Penal. Pena - detenção, de dois a seis anos. a) Bem Jurídico tutelado e o início da vida extrauterina. É indiferente a capacidade de vida autônoma. → Atenção. Configura-se como delito próprio, pois somente pode ser praticado pela própria mãe, de dano, material, unissubjetivo, de forma livre, doloso, instantâneo de efeitos permanentes. → Em decorrência da elementar “estado puerperal”, configura-se como delito especial em relação ao delito de homicídio. O estado puerperal é um critério fisiopsíquico a ser aferido mediante laudo pericial com vistas à atenuação da culpabilidade. Atenção para o lapso temporal “ durante o parto ou logo após o parto”. →Atenção: distinção entre o delito de infanticídio e exposição ou abandono de recém-nascido qualificado. No delito de infanticídio, em decorrência da influência do estado puerperal, há o dolo de matar. Já na figura qualificada preterdolosa do art. art.134,§2º, CP, o dolo é abandonar o recém-nascido (expor à perigo) e o resultado morre ocorre a título de culpa. → Concurso de pessoas no delito de infanticídio: possibilidade e comunicabilidade do estado puerperal, conforme art.30, do CP, desde que o outro agente tenha ciência da elementar. 3) Aborto (art. 124 a 128, do Código Penal). a) Bem jurídico: a vida intrauterina. O entendimento majoritário é no sentido de que esta se inicia com a nidação, sendo irrelevante para a caracterização do delito de aborto o estágio de desenvolvimento da gestação, bem como a capacidade de vida independente. b) Espécies de Aborto. b.1) natural: geralmente ocorre por problemas de saúde da gestante. (atípico). b.2) acidental: decorrente de quedas, traumatismos e acidentes – em regra, atípico. b.3) criminoso: previsto nos art. 124 a 127, CP b.4) legal ou permitido: previsto no art. 128, CP. c) Classificação do delito. Classifica-se como delito, material, de dano, unissubjetivo, de forma livre, doloso . → A figura do autoborto, prevista no art.124, do Código Penal é crime próprio. As figuras dos art.125 e 126 são comuns, pois são praticadas por terceiro que não a gestante. d) Sujeitos do delito. d.1) Sujeito Ativo: gestante (art. 124, CP); gestante e terceiro (art. 126, CP) e somente o terceiro (art.125, CP). d.2) Sujeito Passivo – ser humano em formação ainda que não tenha personalidade jurídica.; nas figuras típicas dos art. 125 e 127, CP, também será sujeito e) Consumação e tentativa. É irrelevante se a morte do produto da concepção ocorre dentro ou fora do útero materno. → Atenção. A gestante poderá desistir da conduta mesmo após o início dos atos executórios (durante a operação), desde que, antes da interrupção da gravidez. → Atenção. Validade do Consentimento e capacidade para consentir. A menor de 18 anos pode consentir para a prática do aborto e, portanto ser a conduta do terceiro que praticar o aborto tipificada no art. 126, CP. Entretanto, se a gestante for menor de 14 anos, consoante o disposto no art. 126, parágrafo único, CP, o terceiro será responsabilizado pelo delito de aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante. f) Figuras Típicas: f.1) Autoaborto. Art.124,caput, do CP. Pena - detenção, de um a três anos. Nesta figura identificamos duas condutas distintas: a gestante pratica o autoaborto (mão própria) e a gestante permite que terceiro realize o aborto. →Atenção. Na segunda figura típica há o rompimento com a teoria unitária do concurso de pessoas, pois haverá um crime para a gestante (art.124, CP) e outro para o terceiro (art.126, CP) f.2) Aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante. Art. 125, CP. Pena - reclusão, de três a dez anos. →Dissenso real: nos casos de emprego de fraude, grave ameaça ou violência contra a gestante. →Dissenso presumido: nos mesmos moldes da caracterização da “vulnerabilidade” da vítima prevista no art.217-A, CP - se a gestante não é maior de quatorze anos. f.2) Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante. Art. 126, CP. Pena - reclusão, de um a quatro anos. f.3) Aborto qualificado pelo resultado lesão corporal de natureza grave ou morte. Art. 127, CP. → Aplica-se às figuras típicas previstas nos art. 125 e 126, CP. → Na verdade trata-se de causa de aumento a) um terço no caso da gestante sofrer lesão corporal de natureza grave – figura preterdolosa. b)a pena é duplicada caso a gestante morra em decorrência das manobras abortivas – figura preterdolosa. f.4) Aborto Legal. Art.128, Código Penal.→ Configura causa especial excludente de ilicitude e compreende os denominados aborto necessário e aborto humanitário. a) Aborto Necessário ou terapêutico.Aplica-se à junta médica, no caso de erro de diagnóstico a descriminante putativa prevista no art. 20,§1º, CP. b) Aborto Humanitário, ético ou sentimental. Neste caso é indispensável o consentimento da gestante ou de seu representante legal. → Questão Controvertida: Confronto do delito de aborto com os delitos de lesão corporal qualificada pelo resultado previstas nos §§ 1° e 2°, incisos IV e V, todos do art. 129 do Código Penal. Indicações: Solucione a questão abaixo, disponível em: https://www.qconcursos.com 1) Micaela, de 19 anos de idade, após manter um relacionamento ocasional com Rodrigo, de 40 anos de idade, acaba engravidando. Após esconder a gestação durante meses de sua família e ser desprezada por Rodrigo, que disse que não assumiria qualquer responsabilidade pela criança, Micaela entra em trabalho de parto durante a 40a semana de gestação em sua residência e sem pedir qualquer auxílio aos familiares que ali estavam, acaba parindo no banheiro do imóvel. A criança do sexo masculino nasce com vida e Micaela, agindo ainda sob efeito do estado puerperal, corta o cordão umbilical e coloca o recém nascido dentro de um saco plástico, jogando-o no lixo da rua. O bebê entra em óbito cerca de duas horas depois. Neste caso, à luz do Código Penal, Micaela cometeu crime de: ( Q772233) a) homicídio culposo. b) homicídio doloso. c) aborto. d) lesão corporal seguida de morte. e) infanticídio. PLANO DE ESTUDO AULA 3. Das Lesões Corporais. →Leia o art.129, do Código Penal. → Leia o art.303, do CTB (Lei n.9503/1997) → Leia o art. 88, da Lei n. 9099/1995. → Leia a Súmula n. 542, Superior Tribunal de Justiça. Seguem, abaixo, os principais temas da aula 3. → Art. 129. Pena - detenção, de três meses a um ano. 1) Bem jurídico tutelado. Integridade física, fisiológica e psíquica do ser humano. → A autolesão não é punida pelo ordenamento jurídico face ao princípio da alteridade, salvo nos casos expressamente previstos em lei – art.171, §2º, V, CP e art.184, CPM. → Atenção: Validade do consentimento do ofendido. a) Lesões desportivas e intervenções médico cirúrgicas → Regra (art.23, III, CP), ou até mesmo (art. 24 e art. 146,§3º, I, ambos do CP). b)Transplante de órgãos e tecidos → Entendimento majoritário : exercício regular de direito (Art.9º, Lei n. 9434/1997 e art. 199,§4º , CRFB/1988 c) Esterilização cirúrgica. → Entendimento majoritário : exercício regular de direito (art.10, da Lei n. 9263/1996 e art. 226,§7º, CRFB). d) a possibilidade de disponibilidade do bem jurídico tutelado por força do princípio da adequação social, como por exemplo: nas tatuagens. → A representação como condição de procedibilidade da ação penal para o delito de lesões corporais leves e culposas (art. 88, da Lei n. 9099/1995) → A ação penal nos delitos de lesão corporal leve praticados no âmbito da violência doméstica de gênero (Súmula 542, Superior Tribunal de Justiça). 2) Sujeitos do delito. → Regra: Crime comum. → Exceção: Violência doméstica – Art.129, §9º, CP. 3)Consumação e tentativa → Delito material, de dano. 4) Figuras Típicas a) lesão corporal leve – art.129, caput, CP. Pena - detenção, de três meses a um ano. b) lesão corporal qualificada pelo resultado: b.1 grave § 1º (Pena - reclusão, de um a cinco anos) - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; - perigo de vida; - debilidade permanente de membro, sentido ou função; - aceleração de parto. b.2 gravíssimo – art.129, §§1º e 2º. (Pena - reclusão, de dois a oito anos). -Incapacidade permanente para o trabalho; - enfermidade incurável; -perda ou inutilização do membro, sentido ou função; - deformidade permanente; - aborto. c) lesão corporal seguida de morte – delito preterdoloso. art.129, §3º, CP → Pena - reclusão, de quatro a doze anos. → Delito complexo. → Não admite tentativa. → Não se confunde com o delito de homicídio culposo. d) lesão corporal privilegiada - art.129, §4º, CP. → Causa de diminuição de pena, nos mesmos moldes do art.121, §1º, CP. [...] o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. e) lesão corporal culposa - art.129, §6º, CP. → Pena - detenção, de dois meses a um ano. → Lesões corporais culposas no Código Penal e no Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9503/1997). 5) Perdão Judicial → Art.129, § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. 6) Violência Doméstica. Art.129, §§9º,10 e 11, CP a) Nos casos de lesões corporais leves, caracterizará qualificadora. ( Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos) b) Nas lesões graves, gravíssimas e qualificadas pelo resultado morte, caracterizará causa de aumento (aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). Art.129, §10, CP c) Nas lesões leves contra contra pessoa portadora de deficiência, caracterizará causa de aumento (aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). Art.129, §11, CP 7) Lesão corporal funcional. Nos mesmos moldes do homicídio funcional, todavia, aqui, torna-se causa de aumento de um a dois terços (Art.129, §12, CP). Atenção. A figura qualificada da lesão corporal (art. 129,§§2º e 3º) funcional é considerada delito hediondo (art. 1º, I –A, da lei n.8072/1990) Indicações: Solucione a questão abaixo, disponível em: https://www.qconcursos.com 1)O artigo 129 do Código Penal Brasileiro estabelece o crime de lesões corporais. Sobre esse assunto, analise as afirmativas. (Q793906) I. A lesão corporal que tem como resultado aborto é classificada como lesão corporal seguida de morte. II. Inutilização de função é classificado como lesão gravíssima. III. Perda de sentido é classificada como lesão grave. Assinale a alternativa correta. a) Todas as afirmativas estão corretas b) Estão corretas apenas as afirmativas I e II c) Estão corretas apenas as afirmativas I e III d) Está correta apenas a afirmativa I e) Está correta apenas a afirmativa II PLANO DE ESTUDO AULA 4. Crimes contra a Honra Seguem, abaixo, os principais temas da aula 4. →Leia os art.138 a 145, do Código Penal. 1) Bem jurídico tutelado e conceito de honra. → Integra o direito de personalidade (art.5º, X, CRFB/1988) → “Conjunto de predicados da pessoa que lhe conferem condição social e estima própria” (Magalhães Noronha). →Configuram-se como crimes de dano. → Calúnia e difamação lesionam a honra objetiva. Por outro lado, a Injúria lesiona a honra subjetiva. 2) Disponibilidade para fins de atipicidade da conduta ou perdão judicial: momento do consentimento: a) prévio à ofensa: a conduta é atípica. b) posterior à ofensa. b.1) anterior à ação penal: desistência do direito de ação. b.2) anterior à sentença penal condenatória: perdão judicial. 3) Sujeitos do delito contra a honra. Controvérsias. → A pessoa jurídica como sujeito passivo - controvérsias (ART. 225, § 3º, CRFB e art. 173, §5º, CRFB) → O Superior Tribunal de Justiça, tem decidido no sentido de que a pessoa jurídica somente pode ser sujeito passivo do delito de difamação.(Verbete sumular nº. 227 do STJ - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral). → Os menores e os incapazes: não vale o consentimento feito pelo responsável; têm assegurada a proteção jurídico-penal ( Lei n.8069/1990 – direito à dignidade e ao respeito). 4) Classificaçãodos delitos contra a honra: prevalece o entendimento de que caracterizam-se como delitos de dano, formais, plurissubsistentes. 5) Confronto entre os delitos de calúnia, difamação e injúria. → Na calúnia e na difamação há a imputação de um fato concreto, que na primeira deve ser falso e tipificado como crime (não se aplica à contravenção penal), não exigidos na difamação e lesionam a honra objetiva. → Na injúria, por sua vez, há lesão à honra subjetiva ao serem atribuídas à vítima qualidades negativas à sua dignidade ou decoro. 6) A exceção da verdade a)Conceito. “demonstração pelo acusado da verdade do fato ofensivo imputado” (PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. v.2. 8 ed., pp 205) b) exceção da verdade no crime de calúnia: Em regra cabível no delito de calúnia, salvo o disposto no art.138, §3º, do CP; →Consequências: Causa excludente de tipicidade. c) exceção da verdade no crime de difamação: Admissível, excepcionalmente para o delito de difamação, consoante o disposto no parágrafo único do art.139, CP - se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. → Consequências: Causa excludente de ilicitude. 7) Observações gerais sobre os crimes contra a honra. a)Confronto entre os delitos de calúnia, denunciação caluniosa (art.339, Código Penal):Bem jurídico tutelado: honra X administração da justiça. b) A calúnia e a difamação lesionam a honra objetiva e se consumam quando a ofensa chega a conhecimento de terceiro. c) A injúria, lesiona a honra subjetiva e se no momento em que o ofendido toma conhecimento da ofensa; a honra subjetiva contempla a Dignidade (respeitabilidade ou amor próprio) e o decoro (correção moral ou compostura). 8) A figura típica da Injúria Real. ( art. 140, §2º, CP) Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência (haverá concurso formal imperfeito de crimes). 9) A figura típica da Injúria Discriminatória ou Qualificada pelo preconceito. (art. 140, §3º, CP) → Atenção: Não há que se confundir injúria discriminatória com o delito de racismo, previsto na Lei n. 7716/1989, pois, no primeiro há o dolo de lesionar a honra através de “xingamento” e, neste, o de “segregação social”. 10) Perdão Judicial no delito de injúria. (CP, Art.140, § 1º) O juiz pode deixar de aplicar a pena: quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; ou no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 11) Disposições gerais sobre os crimes contra a honra. a)causas de aumento. CP, Art. 141 – As penas são aumentadas de um terço. b)causas especiais de exclusão dos delitos de injúria ou difamação . art. 142, CP. c) A retratação dos delitos de calúnia ou difamação. Art. 143, CP. → Ato unilateral e subjetivo → Causa extintiva de punibilidade (art.107, VI, Código Penal). d) Pedido de explicações em juízo dos delitos de calúnia , difamação ou injúria (art. 144, CP). → medida preliminar e facultativa; torna o juízo prevento. → medida preparatória, cautelar e facultativa para o oferecimento da queixa. 12) Ação Penal. Art. 145. Do Código Penal. → Regra: Ação Penal de Iniciativa Privada. → Exceção. a) Ação Penal Pública condicionada à representação da vítima: Se da violência resulta lesão corporal (140, § 2º, CP); no caso do inciso II do art.141 ou ainda, no caso do § 3º do art. 140, CP. b) Ação Penal Pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça: No caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código Indicações: Solucione a questão abaixo, disponível em: https://www.qconcursos.com 1) 1) A respeito dos crimes contra a honra, insculpidos no Código Penal, assinale a afirmativa correta. (Q646141) a) Configura o crime de injúria imputar a alguém fato ofensivo a sua reputação. b) Configura o crime de difamação ofender a dignidade ou o decoro de alguém. c) A calúnia somente admite a exceção da verdade em caso de o ofendido ser funcionário público, em exercício de suas funções. d) Configura o crime de calúnia imputar a alguém falsamente fato definido como crime. e) A calúnia contra os mortos não é punível. 2) Assinale a alternativa INCORRETA: (Q331512) a) No que se refere ao delito de difamação, a exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. b) No que se refere ao delito de calúnia, admitese a prova da verdade, salvo: se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; se o fato é imputado contra o Presidente da República ou contra chefe de governo estrangeiro; se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. c) O querelado que, antes do recebimento da denúncia, retratase cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. d) No que se refere ao delito de injúria, o juiz pode deixar de aplicar a pena quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria, bem como no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. PLANO DE ESTUDO AULA 5. Crimes contra a Liberdade Pessoal Seguem, abaixo, os principais temas da aula 5. →Leia os art. 146 a 149, 150, 154-A e 154-B, do Código Penal. 1) Crimes contra a Liberdade Pessoal. a)Bem jurídico tutelado. Considerações gerais. Natureza subsidiária dos delitos. b) Constrangimento ilegal. Art.146, do Código Penal. →Concurso com crimes praticados com violência. → Causas excludentes de ilicitude. c) Ameaça. Art.147, do Código Penal. → Concurso com crimes praticados com violência. → Ação Penal. d)Sequestro. Art.148, do Código Penal. → Concurso com crimes praticados com violência. → Distinção do delito de extorsão mediante sequestro. → Concurso entre os delitos de sequestro e roubo. e)Redução a condição análoga à de escravo. Art.149, do Código Penal.. → Concurso com crimes praticados com violência. f) Tráfico de Pessoas - Art.149-A, do Código Penal. g) Violação de domicílio. Art.151, do Código Penal. → Conflito aparente de normas e concurso de crimes com demais delitos previstos no Código Penal e na Legislação Extravagante. h). Invasão de dispositivo informático. (Lei Carolina Dieckmann) Art.154-A, do Código Penal. → Delitos de informática: crimes cometidos com o computador e crimes cometidos contra o computador. → Confronto com os delitos contra a honra, patrimônio e dignidade sexual praticados pela rede de computadores →Ação Penal Indicações: Solucione as questões abaixo, disponíveis em: https://www.qconcursos.com 1) Quem constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda estará incorrendo no crime de: (Q800803) a) ameaça. b) constrangimento ilegal. c) extorsão. d) estelionato. e) extorsão indireta. 2) O crime de ameaça: (Q692966) a) não pode ser praticado por meios simbólicos. b) é de ação penal privada. c) pressupõe injustiça do mal prometido. d) quando usado como meio executório de um roubo, coexiste com este em concurso de crimes. e) não admite transação penal. PLANO DE ESTUDO AULA 6. Crimes contra o Patrimônio. O delito de furto. Seguem, abaixo, os principais temas da aula 6. → Leia o art.155, do Código Penal. → Leia os Verbetes de Súmula n. 511 e 567, do Superior Tribunal de Justiça 1) Bem jurídico-penal e conceito de patrimônio.2) furto de uso. Requisitos: bem infungível, ausência de especial fim de agir de assenhoreamento definitivo para si ou para outrem e restituição imediata e integral ao sujeito passivo. 3) coisas que não podem ser objeto de furto: res nullius; res derelicta; res desperdicta. 4) consumação e tentativa. - Entendimento dominante nos Tribunais Superiores (STJ e STF). Teoria Amotio “ dá-se a consumação quando a coisa subtraída passa para o poder do agente, mesmo que num curto período de tempo, independentemente do deslocamento ou posse mansa e pacífica” (CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal. Parte Especial. 2 ed. pp123/124.) Atenção. Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial e a tentativa de furto (Verbete de Súmula 567, STJ) 5) Figuras Típicas. a) Furto simples (Art. 155, caput, CP) b) Abrangência da expressão “repouso noturno”. (Art. 155, §1º, CP) – causa de aumento de pena (um terço) c) Furto Privilegiado (Art. 155, §2º, CP) causa de diminuição de pena ( de um a dois terços). Requisitos: a primariedade do agente e que a coisa seja de “pequeno valor” (controvérsia). c) Furto de Energia Elétrica (Art. 155, §3º, CP): Interpretação analógica, pois o legislador equiparou a energia elétrica à coisa alheia móvel que tenha valor econômico. → Possibilidade do concurso de crimes entre o furto qualificado pelo concurso de pessoas e o crime de associação criminosa (art.288, CP). →Possibilidade da ocorrência de furto qualificado-privilegiado nos casos de pequeno valor da res furtiva e primariedade do agente (Verbete de Súmula n. 511, do Superior Tribunal de Justiça). d) Furto qualificado(Art. 155, §4º, CP) Atenção. Furto qualificado pela subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração (§6º) 6)Distinção entre o delito de furto e demais figuras típicas: a)furto qualificado e roubo. No furto qualificado a violência é praticada contra a coisa, enquanto no roubo, a violência é praticada contra a pessoa. b) furto mediante fraude e estelionato. No furto há a subtração da coisa no momento em que a vigilância sobre o bem é desviada em face do ardil; no estelionato a fraude é empregada para obter a entrega voluntária do próprio bem pelo proprietário em decorrência do induzimento a erro. c)furto e apropriação indébita. Na apropriação indébita a coisa é entregue licitamente ao agente e a sua posse sobre a coisa é desvigiada, no furto o agente não tem a posse do bem, apoderando-se deste contra a vontade da vítima. Indicações: Solucione a questão abaixo, disponível em: https://www.qconcursos.com A respeito do crime de furto, considere: (Q629453) I. Peter cavou um túnel e, com grande esforço, conseguiu entrar no interior de uma loja, dali subtraindo produtos eletrônicos. II. Paulus, com o auxílio de uma corda, entrou pela janela em uma residência, de onde subtraiu objetos. III. Plinius escalou uma árvore, galgou o telhado de um supermercado e removeu várias telhas, entrando no local, de onde subtraiu diversos objetos. Ficou caracterizada a qualificadora da escalada a) nos furtos cometidos por Peter e Paulus, apenas. b) nos furtos cometidos por Peter, Paulus e Plinius. c) nos furtos cometidos por Peter e Plinius, apenas. d) nos furtos cometidos por Paulus e Plinius, apenas. e) no furto cometido por Plinius, apenas.
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