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CATETERISMO VESICAL Disciplina: SISTEMATIZAÇÃO DO CUIDAR III INTRODUÇÃO O sistema urinário desempenha uma importante função no equilíbrio hidroeletrolítico do organismo. O ato da micção é importante para o desempenho do individuo nas suas atividades da vida diária. ANATOMIA FEMININA ANATOMIA MASCULINA FISIOLOGIA Um adulto normal excreta entre 1.000 e 1.500 ml de diurese nas 24h; Tem PH que varia de 4,0 a 8,0. O padrão de micção é individualizado. Na aparência a urina normal é clara, cor palha ou âmbar. CATETERISMO VESICAL É a introdução de um cateter na bexiga urinária através do meato urinário/uretral, configurando-se na drenagem artificial de urina. É utilizado quando o cliente/paciente não consegue urinar espontaneamente ou perde o controle da excreção urinária. Tipos: Demora Alívio e intermitente INDICAÇÕES DO CATETERISMO VESICAL Aliviar a retenção urinária aguda ou crônica; Drenar urina no pré e pós-operatório; Evitar a contaminação do campo operatório em algumas cirurgias durante o trans-operatório; Controle rigoroso do débito urinário; Irrigação contínua Prevenir o extravasamento urinário em clientes com úlceras de decúbito em estágio avançado Coleta de exames TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DE CATETERISMO VESICAL DE DEMORA É um procedimento que deve ser realizado pelo enfermeiro, seguindo a técnica correta; O conhecimento de técnicas assépticas é fundamental para evitar contaminação do sistema e expor o paciente à infecções; A lavagem das mãos deve preceder a técnica de cateterismo. Sonda Nelaton Sonda Nelaton Mais rígidas, polivinil; Números pares: 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18 20 22 Sonda Folley Mais flexível, de látex ou silicone Números pares: 6 e 8 (com guia) 10, 12,14, 16, 18, 20, 22, 24 MATERIAL UTILIZADO - Bandeja de cateterismo vesical; - Pacotes de gaze estéril; - Luva de procedimento e estéril; - Seringa de 20 ml (com bico); - ABD (Água Bidestilada); - Sonda de Foley ou uretral (nelaton); - Coletor fechado; -Campo fenestrado; - Esparadrapo, micropore; -Anestésico tópico; -Aparadeira SOLUÇÕES UTILIZADAS Água e sabão: limpeza inicial Soro fisiológico ou ABD PVPI degermante + PVPI aquoso OU Clorexidine degermante + Clorexidine aquosa/ tópica PROCEDIMENTO Organizar o material necessário; Lavar as mãos; Explicar o procedimento a ser realizado ao paciente e pedir sua colaboração; Manter a privacidade do paciente usando biombos; Realizar limpeza vulvo perineal com água e sabão ou PVPI degermante e SF 0,9% ou clorexidina degermante e SF 0,9%(pode-se usar a luva de procedimento para realizar a higiene íntima). Essa higiene deverá ser realizada no leito e para não sujar os lençóis, utilizar a paradeira ou travessa impermeável. Retirar a luva de procedimento e lavar as mãos novamente; Abrir o material para a realização do cateterismo com técnica estéril; Calçar a luva estéril; Antes de realizar a antissepsia, testar o balão da sonda, conectar ao coletor fechado e encher a seringa com ABD Realizar antissepsia com PVPI tópico/aquosa ou clorexidina tópica/aquosa (utilizando a pinça da bandeja ou com a própria mão); Se utilizar a mão – trocar de luva estéril Colocar o campo fenestrado; Retirar a sonda de Foley protegida no plástico; Lubrificar a sonda; Se homem: injetar diretamente na uretra Se mulher: lubrificar a ponta da sonda com gazes Introduzir a sonda no meato uretral, até a bifurcação da sonda; Observar drenagem de urina; Encher o balão com 10 a 20 ml de ABD; segurar a sonda para não sair acidentalmente durante o enchimento do balão Tracionar a sonda – puxá-la até sentir resistência; Fixar com esparadrapo ou micropore na parte lateral interna da coxa (para Mulheres) ou região suprapúbica (para homens) OBSERVAÇÕES Para a escolha da sonda orienta-se o uso do menor cateter capaz de oferecer uma drenagem adequada e que não permita vazamentos, nem obstruções; 1. Adolescentes: nº 10-12 2. Adultos nº 14-16 3. Gestantes nº 14 4. Alívio: nº 10-12 Para a realização do cateterismo vesical de alívio (sonda de nelaton) aplica-se a mesma técnica, sabendo-se que não haverá o uso do coletor fechado, apenas a retirada da diurese. Nesse procedimento a sonda é desprezada após o esvaziamento da bexiga. Fixação Cateter Vesical IRRIGAÇÃO CONTÍNUA Sonda Foley Três vias • Uso de SF 0,9% + equipo macro, conectado a via da sonda, gotejando continuamente. • Indicada para lavagem contínua da bexiga e do seu conteúdo SEMPRE: SISTEMA FECHADO COMPLICAÇÕES Infecção urinária (ITU); Retenção urinária por obstrução da sonda; Hematúria ; Estenose uretral; Trauma de uretra CUIDADOS DE ENFERMAGEM Lavar as mãos antes e após o manuseio em qualquer parte do sistema; Limpar a pele em torno da sonda com água e sabão pelo menos duas vezes ao dia, principalmente após evacuações; Fixar a sonda para evitar tração contínua e trauma; Deixar o coletor em um nível mais baixo do que a bexiga para promover gravidade; Não permitir que a bolsa toque o chão; Sempre que não houver urina na bolsa coletora, verifique se não há dobras ou obstruções no sistema; A troca deve ser do conjunto (sonda e sistema coletor): JAMAIS troque ou substitua apenas um deles em separado Pinçar a sonda a cada transporte do paciente para evitar refluxo de diurese; Anotar rigorosamente o débito urinário, inclusive se houver irrigação contínua; Manter SEMPRE o circuito fechado; Pinçar o circuito e usar luvas para desprezar o conteúdo presente na bolsa coletora; Desprezar a diurese quando a capacidade do coletor exceder ¾ da sua capacidade total; ou esvaziar a 6h Antes de retirar a sonda, realizar o desmame (?) Periodicidade da troca (?) Referências BARROS, A. L. B. L. et al. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. BOSCH, A. P. et al. Micção: necessidade básica na promoção da saúde da aluna de enfermagem. Revista Nursing, São Paulo, v. 109, n. 10, p. 270-275, jun. 2007. DU GAS, B. W. Enfermagem prática. 4. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1988. GAGLIARDI, E. M. D. B.; FERNANDES, A. T.; CAVALCANTE, N. J. F. Infecção do trato urinário. In.: FERNANDES, A. T. (Ed.). Infecção hospitalar e suas interfaces na área da saúde. São Paulo: Atheneu, 2000. (Volume 1). MUSSI, N. M. et al. Técnicas Fundamentais de Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2005. PIANUCCI, A. Saber cuidar: procedimentos básicos em enfermagem. 8. ed. São Paulo: Editora SENAC, 2006. SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. (Volume 3).
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