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Teoria e Prática da Educação Física Adaptada Ana Paula Costa Faculdade Estácio de Alagoas Departamento de Educação Física DEFICIÊNCIA FÍSICA/MOTORA DEFINIÇÃO E CONCEITUAÇÃO: Caracteriza-se por um distúrbio da estrutura anatômica ou da função, que interfere na movimentação e/ou locomoção do indivíduo. (SEAMAN e DEPAUW, 1982 apud MATTOS, 1994) Refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende os sistemas ósteo- articular, muscular e nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade variáveis, segundo o(s) segmento(s) corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida. ⦿ A deficiência física quanto ao tempo de aquisição ou à duração pode ser classificada em: Temporária - presente por um certo período, depois do qual pode desaparecer ou ser curada. Permanente - não vai mais desaparecer ou curar. Congênita - já presente no nascimento. Adquirida - adquirida após o nascimento. ⦿ A deficiência física quanto a evolução pode ser classificada em: Progressiva - que evolui. Não progressiva - que não progride. Aguda - manifestação intensa. Crônica - manifestação de longa duração, sem quadro intenso. ⦿ A deficiência física quanto a natureza dos distúrbios motores pode ser classificada em: Ortopédicos – que se referem aos problemas dos músculos, ossos e/ou articulações. Neurológicos – que se referem às deteriorações ou lesões do sistema nervoso central, de origens diversas. ⦿ A deficiência física quanto ao grau de comprometimento pode ser classificada em: Tetraplegia/ tetraparesia – envolvimento dos quatro membros. Triplegia/ triparesia – envolvimento dos três membros. Paraplegia/paraparesia – envolvimento dos membros inferiores. Hemiplegia/hemiparesia – envolvimento de um lado do corpo (direito ou esquerdo). Monoplegia/monoparesia – envolvimento de um membro do corpo. Atenção: a terminação plegia corresponde a ausência total de movimento e paresia a existência de movimentos residuais. • Observação quanto ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê (não firma a cabeça, não senta, não fala no tempo esperado; • Atenção para perda ou alterações dos movimentos, da força muscular ou da sensibilidade para membros superiores ou inferiores; • Identificação de doenças infecto-contagiosas e crônico-degenerativas; COMO IDENTIFICAR ? • Controle de gestação de alto risco; • Dificuldades em controlar os movimentos, desequilíbrios e quedas constantes; • Dor óssea, articular ou muscular. Obs.: A identificação precoce pela família seguida de exame clínico especializado favorece a prevenção primária e secundária e o agravamento do quadro de incapacidade. alguns tipos e principais causas • LESÃO MEDLULAR – Ferimento por arma de fogo e arma branca, acidente de trânsito e desportivo, mergulho em águas rasas, quedas, processos infecciosos, processos degenerativos, etc; • PARALISIA CEREBRAL – Prematuridade, anóxia perinatal, desnutrição, rubéola, toxoplasmose, trauma de parto, etc; • AMPUTAÇÕES – Causas vasculares, traumas, malformões congênitas, acidentes de trânsito, etc; • MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS – Exposição à radiação, uso de drogas, causas desconhecidas; • ARTROPATIAS – Processos inflamatórios e degenerativos, alterações biomecânicas, hemofilia, distúrbios metabólicos, etc. Lesão medular Condição resultante de uma lesão da vértebra e/ou dos nervos da coluna espinhal. Esta lesão quase sempre está associada com algum grau de paralisia por causa dos danos à medula, afetando as funções dos sistemas motor, sensorial e autônomo. Sendo a etiologia de causa traumática e não traumática. Traumática é mais frequente (86%) destacando-se os ferimentos por arma de fogo, 45%; acidente de transporte (automóvel, atropelamento, motocicleta, bicicleta), 30%; quedas, 13%; mergulho, 10%; outros traumas, 2%. Entre as causas não-traumáticas predominam, respectivamente, as tumorais, as infecciosas, as vasculares e as degenerativas. (CAVALCANTI e GALVÃO, 2007) completa = plegia – ausência de função motora e sensitiva. incompleta = paresia – pode haver função motora e/ou sensitiva abaixo do nível neurológico da lesão. Acima de T1 = tetra T1 e abaixo = para NÍVEIS DE COMPROMETIMENTO SENSÓRIO-MOTOR NA LESÃO MEDULAR CERVICAL NÍVEIS DE COMPROMETIMENTO SENSÓRIO-MOTOR NA LESÃO MEDULAR TORÁCICA NÍVEIS DE COMPROMETIMENTO MOTOR NA LESÃO MEDULAR LOMBAR A espasticidade corresponde a uma alteração motora caracterizada por hiperatividade do reflexo miotático, diretamente proporcional à velocidade de estiramento do músculo. Ação: evitar movimentos bruscos e rápidos. Evitar de forçar o contra movimento quando em situação de espasmos. Lesões abaixo de L2 geralmente caracterizam-se como paralisia flácida (não há desequilíbrio na regulação do tônus muscular). Defeito congênito caracterizado por formação incompleta da medula espinhal e das estruturas que protegem a medula. O nome esta relacionado ao fechamento inapropriado do processo espinhoso. A espinha bífida pode resultar em distúrbios neurológicos e desvios da estrutura óssea. Apresenta 3 tipos: Oculta: a estrutura da coluna vertebral menos resistente tornando o indivíduo mais propenso a sofrer deslizamento de vértebras, devendo evitar carregar pesos excessivos ou executar teste de carga máxima. Meningocele: Protrusão sacular junto a coluna vertebral, o qual contem líquor, porem a medula e as raízes nervosas permanecem em posição normal Mielomeningocele: Protrusão sacular contendo meninges, liquor, porções medulares e fibras nervosas, levando quase sempre a lesões medulares parciais e ou totais. oculta meningocele mielomeningocele Ocorre quando o líquor não pode circular normalmente, o que acontece com cerca de 90% das crianças com espinha bífida. Esta situação se resolve introduzindo-se cirurgicamente um tubo fino com uma válvula de pressão no interior dos ventrículos cerebrais. Esta técnica, de modo geral, controla a hidrocefalia, direcionando o líquido para a cavidade abdominal ou para uma veia no pescoço, que leva ao coração. É uma doença infecto-contagiosa viral aguda, caracterizado por um quadro de paralisia flácida, de início súbito com evolução desta manifestação, não maior que três dias. O vírus destrói células motoras e geralmente se aloja no corno anterior da medula. Deixa como sequela a paralisia nas áreas motoras correspondentes, mas preserva a sensibilidade. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia (ausência de reflexos) no segmento atingido. Esta doença encontra-se erradicada no país desde o início dos anos 90. - É o resultado da Lesão Cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento. - As lesões não são progressivas, geralmente relacionadas a ação de anóxia (privação total de oxigênio no cérebro) e hipóxia (diminuição do aporte de oxigênio) podendo ocorrer no período pré-natal, peri-natal e pós-natal. Leva perturbação do controle da postura e movimento do corpo. Porém, pode estar associada com transtornos sensoriais, de linguagem, entre outros. (LIANZA, S., 1995) Não há dois casos semelhantes. Algumas pessoas apresentam perturbações leves, quase imperceptíveis, que as tornam desajeitadas para andar, falar ou usar as mãos. Outras são gravemente afetadas, apresentando incapacidade motora severa, impossibilidade de andar e falar, sendo dependentes nas atividades devida diária (AVDs). Entre esses dois extremos existe uma ampla variedade de casos. De acordo com a localização das lesões e áreas do cérebro afetadas, as manifestações podem ser diferentes e classificadas como: espástica, atetósica, atáxica e mistas. Espástica – Lesões no Córtex – Caracterizada por aumento da tonicidade muscular, reflexos hiperativos e músculos flexores contraídos, o que produz um movimento rígido e sem plasticidade. Coréia – Lesões no núcleo da base – Caracteriza-se por movimentos involuntários rápidos, arrítmicos e de início súbito. (aparência de estar dançando). Atetose – Lesões no núcleo da base – Movimentos involuntários contínuos, uniformes e lentos. (Constante contorcer das porções corporais afetadas). Hipotônica/Flácida – Lesões no núcleo da base – diminuição do tônus muscular Atáxica - Lesões no cerebelo – Sinais de hipotonia, perturbações de equilíbrio, incoordenação. Mista – Combinação de duas ou mais formas. Corresponde ao grau de envolvimento das capacidades de movimentos/funcionais acometidos pela paralisia cerebral. De acordo com as extremidades afetadas a paralisia cerebral pode ser classificada em: quadriplegia – os quatro membros são afetados; diplegia - tanto os membros superiores e inferiores estão envolvidos, no entanto os membros superiores são mais comprometidos que os inferiores; triplegia – 3 extremidades do corpo estão comprometidas; paraplegia – compromete o movimento dos membros inferiores e; hemiplegia – hemicorpo – membros inferiores e superiores do mesmo lado do corpo são afetados. - Praticamente toda a criança com Paralisia Cerebral terá um desenvolvimento motor anormal, o que provocará, por exemplo, uma evolução anormal dos órgãos responsáveis pela alimentação e que mais tarde, intervirão na produção da linguagem. A linguagem expressiva, entendida como os gestos, mímicas e palavras são produzidos por movimentos finamente coordenados, a ausência poderá provocar baixa produção verbal e uma grande dificuldade no aumento do vocabulário. - A pessoa com a PC tem inteligência normal, ou até acima do normal, mas também pode apresentar atraso intelectual, não só devido às lesões cerebrais, mas também pela falta de experiência resultante das suas deficiências. Os espasmos faciais e a deficiência na fala, relacionada ao descontrole dos movimentos, podem dar uma aparência de atraso mental que na realidade não existe. Por vezes, aliados aos problemas motores, problemas visuais, de audição e cognitivos podem estar associados a paralisia cerebral. - Definição É descrito como déficit neurológico de início súbito causado por distúrbio vascular que acarreta a interrupção do fluxo sanguíneo para uma área específica, resultando em lesão cerebral e consequente comprometimento motor, sensorial, da cognição, da linguagem e da percepção visual. Os sintomas iniciais do AVE comumente englobam a incoordenação em um membro, alteração da sensibilidade ou formigamento no membro ou face, comprometimento da fala, dificuldade de deglutição, distúrbios visuais ou cognitivos ou cefaléia intensa. - Etiologia Os fatores mais comuns que predispõem à ocorrência de um AVE são hipertensão, obesidade, idade avançada, sedentarismo, diabetes, história de distúrbio vascular e infarto miocárdio. - Definição Lesão Cerebral que pode reduzir ou alterar o estado de consciência, provocar comprometimento de funções física, cognitiva, sensorial, social e emocional. Tipos: - Aberta: Lesão Visível, dano cerebral + focalizado. - Fechada: Lesão não visível, dano cerebral + difuso. - Definição Amputação é uma palavra derivada do latim, com o seguinte significado: ambi = ao redor de/em volta de, e putatio = podar/retirar. Pode ser definido como a retirada cirúrgica ou traumática de um membro. - Incidência 75% traumáticas acometendo adolescentes e adultos jovens, expostos a acidentes por meios de transporte, trabalho, armas de fogo, queimaduras e choques elétricos. O restante são causadas por patologias vasculares. Amputações - classificação MMSS – 46% Parcial mão Mão Transradial Desarticulação do cotovelo Transumeral Desarticulação do ombro Amputações - classificação MMII – 54% Parcial pé Pé Transtibial Desarticulação do joelho Transfemoral Desarticulação do quadril Distrofia Muscular Progressiva – engloba um grupo de doenças genéticas, que se caracterizam por uma degeneração progressiva do tecido muscular. Distrofia Muscular Progressiva de Duchenne (DMD) – forma que evolui mais rapidamente e de forma mais grave. Defeito no braço curto do cromossomo X Mãe é portadora e o desenvolvimento ocorre nos filhos (menino). - Definição ÓRTESE – é um dispositivo que é aplicado externamente ao corpo humano para modificar as características funcionais ou estruturais do sistema esquelético O termo órtese é derivado do grego “ortho” que significa corrigir, alinhar. São exemplos de órteses: Palmilhas ortopédicas, tutores, joelheiras, coletes, munhequeiras entre outros. Órtese então significa algo provisório (que não é para sempre). - Definição PRÓTESE – é um dispositivo acrescentado ao corpo para substituir esteticamente ou funcionalmente um membro perdido por deficiência congênita ou adquirida. Essa prótese responde a qualquer impulso nervoso, virando um substituto ideal, com a vantagem de ser mais resistente. As próteses podem também ser internas , para substituição de articulações ósseas. São exemplos do prótese: . Prótese Membro Inferior Prótese Membro Superior Cadeira de rodas ADAMS, R. C. Jogos, esportes e exercícios para o deficiente físico. 3. ed. São Paulo: Manole, 1985. BRASIL. A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais: deficiência física. Brasília: MEC- SEESP, 2006. BRASIL. Lazer, atividades física e esportiva para portadores de deficiência. Brasília: SESI-DN: Ministério do Esporte e Turismo, 2001. BROMLEY, I. Paraplegia e tetraplegia: um guia teórico-prático para fisioterapeutas, cuidadores e familiares. 4. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1997. CAVALCANTI, Alessandra., GALVAO, Claudia Terapia ocupacional: fundamentação e pra´tica. Rio de Janeio: Guanabara Koogan, 2007 FREED, M.M. Lesões traumáticas e congênitas da medula espinhal. In: KOTTRE, F. J.; STILLWEL, G.K. LEHMANN, J.F. Krusen: Tratado de medicina física e reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1984, p. 668 – 697. GORGATTI, M. G; COSTA, R. F. org. Atividade Física Adaptada. São Paulo: Manole, 2008. MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. Rio de Janeiro: Atheneu, 1988. WINNICK, Joseph. Educação Física e esportes adaptados. 3. ed. São Paulo: Manole, 2004. OBRIGADA!!!
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