Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 2 AULA 4: DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA 3 CONTEÚDO 3 DO DESAPARECIMENTO DOS SUJEITOS 3 EXTINÇÃO DA EMPRESA, FECHAMENTO OU FALÊNCIA 3 DA DISPENSA POR JUSTA CAUSA 4 SISTEMAS QUE TRATAM A JUSTA CAUSA 5 A HIPÓTESE DO ART. 482, CLT NÃO SÃO TAXATIVOS, E SIM EXEMPLIFICATIVAS 6 COMUNICAÇÃO DA DISPENSA 7 DESPEDIDA INDIRETA – ARTIGO 483, CLT 9 TERMINAÇÃO OPE JUDICIS 9 REFERÊNCIAS 12 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 12 CHAVES DE RESPOSTA 16 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 16 3 Conteúdo Do Desaparecimento dos Sujeitos Morte do empregado - Extingue o contrato de trabalho: Sem concessão de aviso prévio; Sem indenização de 40% sobre os depósitos do FGTS; Sem a entrega das guias para percepção do seguro-desemprego. Recebe as demais verbas resilitórias. Com a liberação dos depósitos do FGTS, através de alvará judicial, em favor dos dependentes habilitados perante o INSS - (art. 20 da Lei 8036/90). Morte do empregador pessoa física - Quando o empregador é pessoa física, o empregado poderá dar como rescindido o seu contrato de trabalho. (art. 483, parágrafo 2º – CLT). Em havendo o prosseguimento da atividade empresarial, por outrem, é facultado ao empregado rescindir o contrato – art. 485 da CLT. Extinção da Empresa, Fechamento ou Falência • Extinção da empresa: 4 Todavia, ocorrendo o encerramento das atividades do estabelecimento empresarial em sua totalidade, ou seja, não mais existindo filiais, deixa de existir o vínculo empregatício, pois não há mais a relação de emprego. Inclusive, esse efeito entende-se até mesmo ao empregado estável, já que impossibilita a sua continuação ou reintegração no emprego. Mas o empregador não se exime de suas obrigações contratuais, pois a extinção regular ou irregular da empresa acarreta a rescisão do contrato, por isso o empregador é considerado o responsável pelas verbas resilitórias. Súmula 44 do TST - Aviso prévio. Cessação da atividade. CLT, ART. 487. «A cessação da atividade da empresa, com o pagamento da indenização simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso prévio.» Súmula mantida pelo Pleno do TST (Res. 121, de 28/10/2003). Res. 41, de 08/06/73 - DO-GB de 14/06/73 - Republ. No DJU de 02/08/73: Da Dispensa Por Justa Causa A Lei estabelece a possibilidade de dispensa por justa causa tanto por ato praticado pelo empregado como por ato praticado pelo empregador. É uma ruptura caracterizada pela quebra da fidúcia, ou seja, motivada, e que por esta razão é admitida em qualquer situação, desde que comprovadas as situações previstas em lei, norma coletiva ou contratual. No trato diário da relação jurídica, as obrigações contratuais refletem a confiança que deve existir entre o empregado e o empregador e, por esta razão, é justificável, desde que seja respeitado o princípio da razoabilidade e o ônus probatório na dispensa por justa causa. Há diversos dispositivos legais que admitem a demissão motivada, mas o mais amplo, tratando-se de demissão por ato praticado pelo empregado, é o artigo 482, CLT e por ato praticado pelo empregador é o artigo 483, CLT. 5 A demissão por justa causa do empregador faz com que o empregado rescinda o contrato de trabalho indiretamente, aplicando a denominada rescisão indireta do contrato de trabalho. Se comprovada a falta praticada pelo empregador, fará jus o empregado ao recebimento de todas as verbas de uma demissão sem justa causa. Nesse diapasão, ocorrendo a rescisão indireta, receberá o empregado saldo de salário, férias vencidas e proporcionais, acrescidas de 1/3 constitucional, décimo terceiro proporcional e/ou integral, FGTS + 40%, aviso prévio e guias do seguro-desemprego, se houver. Na hipótese de demissão do empregado somente terá direito a férias integrais + 1/3 Constitucional e saldo de salário. Conceito: É o ato doloso ou culposo, de natureza grave, que fazendo desaparecer a confiança e a boa-fé entre empregado e empregador, torna impossível a continuidade da relação de emprego. (Otavio Bueno magano). Portanto, é todo ato gravoso cometido pelo empregado que autoriza a ruptura do contrato, por quebra da confiança, sem que a parte que não deu causa tenha o dever de indenizar. Sistemas que Tratam a Justa Causa Genérico: permite a dispensa por justa causa sem que a norma legal especifique quais são as hipóteses que dariam ensejo a esse tipo de rescisão. Taxativo: todas as hipóteses de justa causa encontram-se previstas em lei. 6 Misto: envolve os dois anteriores. A lei traz as hipóteses, mas alguns tipos legais são amplos e genéricos que abrangem situações não previstas pelo legislador. A Hipótese do Art. 482, CLT não são Taxativos, e sim Exemplificativas Elementos: Subjetivos: Diz respeito à culpa latu sensu (negligência, imprudência, imperícia (culpa e dolo) do empregado. Objetivos: Previsão legal: (é uma decorrência do direito penal – prevista no art. 5º, XXXXIX, da CR/88 c/c art. 1º CP – não pode haver crime sem lei anterior). A doutrina aponta os seguintes pressupostos que devem ser observados para aplicação da justa causa Gravidade da falta: a falta deve ser grave para justificar o término do contrato. A confiança deve ficar abalada com a ação ou omissão do empregado. Causalidade: deve haver nexo de causa e efeito entre o fato e a medida disciplinar. Imediatividade: A pena deve ser aplicada na maior brevidade possível (atualidade), logo que se tenha conhecimento do fato, sob pena de perdão tácito. Devendo ser observado o princípio da razoabilidade. Proporcionalidade: Deve ser observada a conduta do empregado e a punição aplicada pelo empregador. Este não pode extrapolar o seu 7 poder diretivo. Se a falta é leve, a punição deve corresponder às penas mais leves. Singularidade: Ausência de punição anterior, pois o empregado não pode ser punido por duas vezes pelo mesmo fato, para não ocorrer o bis in idem. Atenção: ausência de perdão tácito A lei não exige a gradação na aplicação das penalidades, mas é comum, antes da ruptura do contrato, ocorrer a advertência, suspensão e, por último, a dispensa. - Advertência – Suspensão - Multa pecuniária (artigo 15, parágrafo 1º, LEI 6354/76). Comunicação Da Dispensa Precedente normativo 47, TST - As hipóteses do art. 482 não são taxativas, mas exemplificativas, sendo admitidas outras hipóteses revistas em lei. Hipóteses: Artigo 482, 508, 240, parágrafo único, 158, 433, II, CLT Lei 7783/89, artigo 15º Lei 9962/00, artigo 3º Decreto 95247/87, artigo 7º, parágrafo 3º Decreto 73626/74, artigo 23 Lei 5859/72, artigo 6º-a Lei 6019/74, artigo 13º Lei 6354/76, artigo 20º De acordo com o artigo 482, CLT – constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) Ato de improbidade; 8 b) Incontinência de conduta ou mau procedimento; c) Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) Desídia no desempenho das respectivas funções; f) Embriaguez habitual ou em serviço; g) Violação de segredo da empresa; h) Ato de indisciplinaou de insubordinação; i) Abandono de emprego; j) Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) Ato lesivo da honra ou da fama, ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria de outrem. l) Prática constante em jogos de azar. Direitos: Férias vencidas + 1/3 constitucional Saldo de salários 9 Despedida Indireta – Artigo 483, CLT Comunicação ao empregador - Ação de rescisão indireta do contrato de trabalho – todas as verbas decorrentes da demissão sem justo motivo, por parte do empregador. Observação: parágrafo 4º, art. 487, CLT (devido aviso prévio na hipótese de rescisão indireta). Conceito: A rescisão indireta ou despedida indireta é a modalidade de resolução do contrato de trabalho, por iniciativa do empregado, em decorrência de ato faltoso contra ele praticado pelo empregador. Vale dizer que é a resolução decorrente da justa causa do empregador. O empregado, diante do ato faltoso, denuncia o contrato. Em relação ao enquadramento dos motivos que ensejaram a justa causa: Corrente ortodoxa: Que não permite o enquadramento equivocado. Deve haver uma simetria entre o fato alegado e a tipificação legal invocada em juízo. Corrente heterodoxa: O empregador deve narrar os fatos com objetividade e o juiz deve enquadrá-lo na hipótese legal. Pouco importando o nome que o empregador dê à justa causa. Ônus das Provas: Cabe ao empregador o ônus da prova quanto à existência da justa causa para a dispensa do empregador (art. 333,II do CPC c/c art. 818 da CLT). Terminação Ope Judicis A lei exige que, para a extinção do contrato de trabalho do empregado estável, o pronunciamento do Judiciário, por meio de ação denominada de 10 inquérito judicial, interposta pelo empregador para apurar e aplicar a justa causa, por ventura, cometida pelo empregado detentor de estabilidade. Desta forma, ocorre a extinção Ope judicis do contrato conforme o – art. 496 CLT. Material complementar 11 Acórdão: 2ª turma - 3ª câmara Recurso ordinário em procedimento sumaríssimo da vara do Trabalho de campinas 11 a Processo: TRT/15ª região n.º 0000955-41.2010.5.15.0130 Recorrente: Liliane Feitosa Camelo - ME Recorrido: C.J.V.S. Juiz sentenciante: Liana Maria Freitas de Sá Cavalcante Rescisão do contrato de trabalho. Justa causa. Imputação de conduta criminosa ao trabalhador. Mitigação ao princípio da imediatidade A justa causa, por trazer consequências à vida profissional do empregado há de se caracterizar como um fato típico, ou seja, deve estar elencado no Artigo 482 da CLT. O fato que leva à resolução do contrato por justa causa deve ser robustamente comprovado pela parte que o alega. Nesse sentido, quando o empregador verifica indícios de prática de crime pelo empregado, deve cercar-se de cautela para a rescisão por justa causa, já que a imputação e comunicação às autoridades policiais de falso crime pode lhe trazer complicações de ordem trabalhista e penal. Sendo assim, constatado o fato, deve o empregador averiguar esmiuçadamente a sua ocorrência, o que justifica possível atraso na rescisão contratual, devendo haver mitigação do Princípio da Imediatidade, por relevante a hipótese. A suposta inércia, na hipótese, revela-se necessária para que não se prejudique a imagem do trabalhador, bem como para que a empresa não venha a responder por crime ou eventuais danos causados ao seu colaborador. Recurso provido. 12 Referências CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 8. ed. Niterói: Impetus, 2013. DELGADO GODINHO, Maurício. Curso de Direito do Trabalho. 2013. OLIVEIRA, Aristeu de. Manual de Prática Trabalhista. 47. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Exercícios de Fixação Questão 1 (FCC 2013) Vênus ausentou-se dos serviços por mais de 30 dias consecutivos, sem enviar qualquer comunicação para seu empregador, justificando o motivo de suas faltas. Foram enviados três e-mails e três telegramas para que Vênus retornasse ao serviço ou justificasse a sua ausência. Nessa situação, fica caracterizada a justa causa para rescisão do contrato pelo empregador na modalidade: a) Incontinência de conduta. b) Desídia. c) Insubordinação. d) Indisciplina. e) Abandono de emprego. 13 Questão 2 O descumprimento de ordens legais, legítimas e pessoais de serviços efetuados pelo gerente, para o seu subordinado, constitui justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador na modalidade de: a) Incontinência de conduta. b) Ato de indisciplina. c) Desídia no desempenho das respectivas funções. d) Ato de insubordinação. e) Ato de improbidade. Questão 3 (FCC 2013) Hermes trabalhou como empregado na empresa "Olimpo Industrial Ltda." durante três meses, sendo que no período foram contabilizadas quarenta faltas sem justificativa e não consecutivas, vinte e cinco atrasos no horário de entrada, além de ter recebido algumas advertências por apresentar produção mensal bastante inferior, comparada aos colegas do setor que trabalham nas mesmas condições. Nessa situação, conforme previsão do artigo 482 da CLT, está caracterizada a justa causa para rescisão contratual pelo empregador na modalidade de: a) Abandono de emprego. b) Ato de indisciplina. c) Desídia no desempenho das respectivas funções. d) Ato de insubordinação. e) Incontinência de conduta. 14 Questão 4 (CESPE 2013) No que concerne às formas de extinção do contrato de trabalho, assinale a opção correta. a) Se o término do contrato de trabalho vigente há dez meses decorrer de pedido de demissão do empregado, conforme entendimento do TST, o valor das férias proporcionais não comporá as verbas rescisórias devidas pelo empregador. b) Constituem justa causa para a rescisão do contrato de trabalho pelo empregador a incontinência de conduta e a condenação criminal do empregado, ainda que haja suspensão da execução da pena. c) É motivo para pedido de rescisão indireta do contrato de trabalho o fato de o empregador tratar o empregado com rigor excessivo. d) Se a extinção do contrato de trabalho decorrer de culpa recíproca do empregado e empregador, o empregado terá direito ao recebimento de 50% do valor do aviso prévio e das férias proporcionais, perdendo, entretanto, o direito ao décimo terceiro salário, em razão de ter contribuído para o fim da relação. e) O pagamento da remuneração das férias proporcionais, direito constitucionalmente garantido, será sempre devido, independentemente da forma de extinção do contrato de trabalho. 15 Questão 5 (VUNESP 2013) É considerada uma hipótese de justa causa prevista na Consolidação das Leis do Trabalho: a) Desídia no desempenho das respectivas funções, caracterizada pelos atos que importem em concorrência desleal ou prejuízo ao empregador. b) A incontinência, que se dá quando o empregado desrespeita o empregador com expressão desrespeitosa, ou pratica os crimes de calúnia, injúria ou difamação. c) O ato de improbidade, agindo de maneira ímproba oempregado que, por exemplo, comete furto ou roubo de materiais da empresa. d) A condenação criminal, desde que a sentença já tenha sido alcançada pelo trânsito em julgado, ou ainda, quando nesta tenha sido determinada a suspensão condicional do processo. e) A exigência de serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato. 16 Exercícios de Fixação Questão 1 - E Questão 2 – D Questão 3 – C Questão 4 – C Questão 5 - C Atualizado em: 27 jun. 2014
Compartilhar