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A Celebração do Casamento

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A Celebração do Casamento:
I-	Formalidades:
A cerimônia do casamento é uma norma de ordem pública, onde é necessário o formalismo e a solenidade. Para que haja certeza do ato é imprescindível a existência de duas pessoas de sexo diferente e que ambas estejam de comum acordo quanto a vontade de casar.
A Celebração do casamento obriga aos interessados o cumprimento de regras para a existência do ato, pois esta visa demonstrar à sociedade a significância do vinculo matrimonial.
“Difere, contudo, dos demais contratos, pelas solenidades que o revestem, e que se desenvolvem em três momentos distintos: formalidades preliminares, com o processo de habilitação, que culminam em expedir o Oficial a certidão indispensável à celebração do ato...”( Caio Mário da Silva Pereira)
“A celebração do casamento sem o entendimento dos rigores da lei torna inexistente o ato, salvo casos excepcionais de dispensa, no casamento nuncupativo e na conversão da união estável em casamento.” (Carlos Roberto Gonçalves)
De acordo com o artigo 1.512 do Código Civil, a celebração do casamento será gratuita as pessoas cuja pobreza for declarada:
“Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração.”
“Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.”
Encontra-se no artigo 1.533 do Código Civil, que a celebração tem inicio com o pedido, o qual é dirigido ao mesmo Cartório do Registro Civil que se deu a certidão, inserindo data, local e hora :
“Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão do art. 1.531.”
“O ato, como os demais do registro Civil, pode ser realizado inclusive aos domingos e dias feriados.” ( Sílvio de Salvo Venosa)
Preceitua o artigo 1.534 do Código Civil:
“Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.”
“§ 1o Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas durante o ato.”
“§ 2o Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum dos contraentes não souber ou não puder escrever.”
O local que se realiza a cerimônia do casamento normalmente, é onde o juiz faz suas audiências, ou seja, na sede do cartório. Porém, os nubentes têm opção de escolher outro lugar, isso desde que haja o consentimento da autoridade celebrante.
Ademais é importante ressaltar que quando a celebração suceder em edifícios particulares e nesses não forem permitida a entrada de pessoas, de modo que coloquem empecilhos, inexiste o ato, denominando casamento clandestino.
A testemunha tem a função de fiscalizar a celebração. Como regra geral serão necessárias 2 (duas) testemunhas, que serão chamadas de padrinhos no Civil. No caso de um dos nubentes ser analfabeto, será obrigatório 4 (quatro) pessoas como testemunhas.
II-	Momento da Celebração:
“Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos:”
"De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."
Conforme o artigo 1.535 do Código Civil é necessário a presença simultânea dos contraentes perante o celebrante, que em nome da lei perguntará a ambos se persistem na vontade de casar, devendo essa ser manifestada nesse instante, com exceção do Casamento por procuração. A lei exige que as respostas dos nubentes sejam claras, podendo ser de punho afirmativo ou negativo. No caso de negação o juiz competente determinará a suspensão da celebração.
O juiz de casamento ou o celebrante é a autoridade máxima da celebração, nomeada pelo Estado.
“O silêncio, nesse caso, não pode ser interpretado como manifestação de vontade.” (Carlos Roberto Gonçalves)
“Qualquer dúvida que ainda pudesse existir foi afastada por expressa disposição do Código Civil de 2002: “O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados” (art. 1.514).” (Carlos Roberto Gonçalves)
III-	Suspensão da Cerimônia:
Dispõe o artigo 1.538 do Código Civil:
“Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes:”
“I - recusar a solene afirmação da sua vontade;”
“II - declarar que esta não é livre e espontânea;”
“III - manifestar-se arrependido.”
“Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der causa à suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia.”
Para que a cerimônia continue normalmente, preserva-se de forma indispensável, o consentimento dos nubentes, e sem o qual se tornará inexistente o ato. Dessa maneira a lei determina que se um dos contraentes recusar a afirmação de sua vontade, declarar não ser livre e espontânea sua aceitação ou manifestar arrependido do ato, a lei não permite a continuação da cerimônia.
Afirma Sílvio de Salvo Venosa: “Segundo o parágrafo único desse dispositivo, o nubente que der margem à suspensão não poderá retratar-se no mesmo dia. Nesse caso, o casamento somente poderá realizar-se a partir do dia seguinte. Entendemos que, a partir dia seguinte, a vontade estará livre da emoção anterior, permitindo que o nubente retorne após um período de meditação. A suspensão impõe-se, ainda que a negativa ou reticência tenha sido manifestada por chacota. A seriedade do ato não se harmoniza com o escárnio.”
“Também será suspenso o ato se houver a oposição de qualquer impedimento, ou a autoridade celebrante tiver, por qualquer modo, conhecimento de óbice.” (Sílvio de Salvo Venosa)
E, por último, a celebração do casamento será suspensa se os pais, tutores ou curadores revogarem o consentimento para o casamento.
No mesmo diapasão encontra-se no Supremo Tribunal Federal:
EMENTA: CASAMENTO. ANULAÇÃO. ERRO ESSENCIAL. PARA QUE HAJA ERRO ESSENCIAL QUANTO A PESSOA DA ESPOSA, CUJO PROCEDIMENTO IRREGULAR ANTES DO CASAMENTO, DESCONHECIDO DO MARIDO, TORNOU INSUPORTAVEL A VIDA COMUM, NÃO E INDISPENSAVEL QUE TAL COMPORTAMENTO TENHA CHEGADO A CARACTERIZAR VERDADEIRA DEPRAVAÇÃO MORAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO.
Resumo Estruturado: CASAMENTO, ANULAÇÃO, ERRO ESSENCIAL, PESSOA, COMPROVAÇÃO, (CV). CV0315,CASAMENTO ANULAÇÃO ERRO ESSENCIAL.
(STF - RECURSO EXTRAORDINÁRIO: RE 76634 GB, Relator(a): RODRIGUES ALCKMIN, Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA, Julgamento: 08/10/1973, Publicação: DJ 19-11-1973 PP-08721 EMENT VOL-00930-02 PP-00555).
http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/713025/recurso-extraordinario-re-76634-gb-stf
na data de 25 de maio de 2010.
IV-	Assento do Casamento:
Logo após a celebração do casamento, ou seja, significando o término do ciclo matrimonial do casamento, a norma legal ordena a lavratura do assento no livro de registro, onde será obrigatória a presença dos requisitos presentes no artigo 1.536 do Código Civil. Contudo, será de suma importância incluir a escritura antenupcial, quando houver necessidade de autorização para efetuar o casamento. (Artigo 1.537 do Código Civil)
“Tal assento destina-se a dar publicidade ao ato e, precipuamente, a servir de prova de sua realização e do regime de bens. A sua lavratura constitui formalidade ad probationem tantum, e não ad solemnitatem, pois ocorre depois que o casamento já está concluído e aperfeiçoado. A sua falta apenas dificultará a prova doa ato, mas não o tornaráinválido. Assim, o cônjuge que optou por adaptar os apelidos do outro deve assiná-lo com o nome de casado.” (Carlos Roberto Gonçalves)
Na mesma linha encontra-se no Tribunal de Justiça de Sergipe:
EMENTA: Apelação Cível - Ação de Retificação de Assento de Casamento - Correção na profissão da nubente - Admissibilidade em consonância com o art. 109 da Lei nº 6.015/73 - Apelo conhecido e improvido - Decisão Unânime.
- Restando comprovado nos autos que a apelada trabalha na lavoura, mantém-se a sentença que julgou procedente o pedido de retificação de Assento de Casamento, para corrigir a sua profissão...
(TJSE - APELAÇÃO CÍVEL: AC 2002200844 SE, Relator(a): DESA. JOSEFA PAIXÃO DE SANTANA, Julgamento: 15/10/2002, Órgão Julgador: 1ª.CÂMARA CÍVEL).
http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/4705897/apelacao-civel-ac-2002200844-se-tjse
na data de 25 de maio de 2010.
V-	Casamento por procuração:
“Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais.”
“§ 1º A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, responderá o mandante por perdas e danos.”
“§ 2º O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo.”
“§ 3º A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias.”
“§ 4º Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.”
Casamento por procuração, quando for impossível a presença de um ou ambos os contraentes no dia da realização da celebração do casamento, os nubentes poderão nomear procuradores diversos com poderes especiais para receber em seus nomes. Isso ocorrerá no ato da celebração do casamento.
“Por esta via, facilita-se o matrimônio quando um dos nubentes reside em localidade diversa do outro e não pode deslocar-se, ou quando um deles se acha no estrangeiro em trabalho ou cumprimento de bolsa e não pode interromper. Descrevendo a cerimônia, o Código autoriza o contraente a constituir mandatário para receber o outro contraente em seu nome, e é óbvio que, sem a presença de um deles, o ato nupcial perde as características cerimoniais peculiares. O mandado tem validade por noventa dias. Se o matrimônio não se realizar nesse prazo, necessitará da presença do mandante, ou de outro instrumento.” ( Caio Mário da Silva Pereira)
VI-	Conclusão:
A Celebração do casamento é um ato solene pelo qual os nubentes, mediante a vontade de se unir matrimonialmente, celebram um contrato onde obedecem as formalidades preliminares. Para sua realização, é de suma importância que o casal, homem e mulher, compareçam pessoalmente no dia e local da cerimônia, salvo casamento por procuração; e que expressem livremente a vontade de casar.
O casamento é o ato concretizador do objetivo do casal, de constituir família. Este podendo ser realizado em lugar público (praça, avenida, rua, etc.), em lugar particular (salão de festa, igreja, etc.) ou na Sede do Cartório.
O casamento por se tratar de um ritual de ordem pública não admite que as partes imponham condições para casar, devem obedecer às regras determinadas pelo Estado.

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