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DIREITO DIFUSO E COLETIVO
_____________________________________________________________________________
DIREITO DIFUSO E COLETIVO
Prof. Artur Maldonado Gonzaga
02/02/2012
Apresentação do plano de ensino
Bibliografia básica:
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Interesses difusos. 6ª ed. São Paulo, Revista dos Tribunais, 317p. 2004. 
PROENÇA, Luis Roberto. Inquérito Civil. 
CAPÍTULO I – DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
I – INTERESSE
	- Natural: também conhecido como interesse lato sensu, é o que interliga um ser vivo a um bem da vida em virtude de seu valor (vantagem). Esse interesse nasce com o ser vivo. é aquele que nasce com todo e qualquer ser vivo. Todo qualquer ser vivo tem interesse natural (ex.: obtenção de algo para sua própria sobrevivência etc.). 
	- Jurídico: É o que interliga uma pessoa a um bem da vida de seu valor, porém seu conteúdo valorativo está pré-fixado na norma legal. É algo a mais que o interesse natural. Não está relacionado a qualquer ser vivo, mas sim somente ao ser humano (busca-se uma vantagem).
NATURAL ≠ JURÍDICO 
Nem tudo que é interesse natural será interesse jurídico. Ressalta-se que o interesse latu sensu é mais amplo do que o interesse jurídico, já que este tem seu conteúdo valorativo pré-fixado na norma legal. 
Espécies de interesses jurídicos: antes dos anos 70 ocorria a divisão entre o interesse público e privado.
- Público: o titular é o Estado – interesse do Estado em face do particular (indivíduo). Portanto, é indispensável – só o Estado pode punir (aplicar pena). Exceção: legítima defesa; qualidade da parte; incapaz etc.
	O interesse público poderá ser primário ou secundário:
	Interesse público primário: (BEM COMUM) – aspecto social, é o melhor para a coletividade, onde o interesse público prevalece sobre o interesse particular (ex.: saúde; bem-estar etc.). 
	Interesse público secundário: o modo de agir da administração pública ou do administrador que busca o bem comum (ex.: usina de Pará - Belmonte).
	OBS.: existindo conflito entre estes interesses (primário e secundário) é o Judiciário que vai decidir ou solucionar o conflito. 
- Privado: (individual) – onde o titular é o indivíduo (particular), é o interesse dos indivíduos em seu inter-relacionamento (direito civil). Este pode ser subdividido em:
Interesse individual disponível: o particular pode dispor sem restrições – posso dispor do meu carro, da minha casa etc.
Interesse individual indisponível: aqui existe a participação do Estado na realização de um ato jurídico (ex.: dissolução de casamento).
II – SURGIMENTO DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS 
	Os interesses difusos e coletivos sempre existiram, mas não eram analisados com critérios que hoje adotamos em razão do nosso atual ordenamento jurídico. 
Crítica à dicotomia tradicional: por volta de 1974, na Itália, o doutrinador e jurista Maura Cappelletti passou a criticar a sobredita concepção tradicional de interesses (Teoria da individualidade) e passou a discutir a existência de outro grupo de interesses intermediários chamados de metaindividuais ou transindividuais. 
Interesses metaindividuais ou transindividuais: estavam entre os interesses públicos e os privados, era uma categoria intermediária – compartilhados por inúmeros indivíduos 0 atingem grupo de pessoas que possuem algum em comum – relação jurídica ou mera situação de fato. Ex.: meio ambiente sadio; qualidade de ensino, em razão ao pagamento de mensalidades. 
Mauro Cappelletti: dizia que esses grupos de interesses precisavam ser disciplinados de uma forma particular para que pudessem ter uma defesa jurídica mais efetiva, já que o Código de Processo Civil era inapto para atender essas particularidades, com possibilidades de decisões divergentes. 
Cappelletti: defendia que algum grupo de pessoas deveria ter uma legitimação especial para defender esses interesses (legitimação extraordinária). 
09/02/2012
SURGIMENTO DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS NO BRASIL
	No início dos anos 80 a Professora Ada Pellegrini Grinover em um Congresso em Porto Alegre se uniu com outros juristas e de forma inovadora elaboraram o anteprojeto da Lei de Ações Coletivas, que pela primeira vez abordava a questão dos interesses metaindividuais, porém, este projeto recebeu críticas e alterações que redundaram na aprovação da chamada Lei de Ação Civil Pública. 
Críticas ao anteprojeto da Lei das Ações Coletivas:
	1 – Somente tratava dos interesses coletivos, meio ambiente e patrimônio. Nada falava dos interesses difusos e do direito do consumidor. 
	2 – Os legitimados eram autarquias e associações, mas não dava legitimação ao MP, nem falava sobre o Inquérito Civil.
	
Criação do anteprojeto da Lei de Ação Civil Pública
	Em razão das sobreditas críticas o anteprojeto da Professora Ada Pellegrini (Lei das Ações Coletivas) foi aprimorado pelos juristas Édis Milaré e Nelson Nery Júnior, pois:
	a) inclui o Ministério Público como um dos entes com legitimação para ingressar com essas ações coletivas (lato sensu);
	b) inclui o direito do consumidor e qualquer outro interesse difuso ou coletivo, no rol dos interesses difusos e coletivos tutelados pelo nosso ordenamento jurídico;
	c) disciplinou o inquérito civil como instrumento investigatório do MP. 
	Este projeto dos Promotores de Justiça de São Paulo foi o aprovado como a Lei da Ação Civil Pública (LACP) – Lei nº 7.347/1985.
	Todavia, o Presidente da República vetou parte da Lei no que dizia respeito a expressão ‘qualquer outro interesse difuso’ com medo de dar muito poder ao Ministério Público. 
	Assim, com a aprovação da LACP, pela primeira vez, o nosso ordenamento jurídico permitiu a defesa de Interesses de Grupos Coletivos em juízo, ou seja, de um grupo de pessoas que compartilham o mesmo interesse (coesão de interesses) sobre determinada questão: ex.: qualidade do meio ambiente dos moradores da mesma região. 
	Entretanto, somente com a aprovação do Código de Defesa do Consumidor, é que se teve uma definição legal sobre os interesses metaindividuais ou transindividuais. 
III – DEFINIÇÕES DOS INTERESSES METAINDIVIDUAIS
	Foi o Código de Defesa do Consumidor em seu art. 81 que trouxe a definição legal dos interesses metaindividuais. 
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
        Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
        I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
        II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
        III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
	Referida norma, apesar de estar inserida no CDC, possui caráter geral, ou seja, é aplicável para qualquer interesse difuso. 
	Assim, em termos legais, os interesses metaindividuais foram subdivididos em três categorias:
1 – Interesse difuso
2 – Interesse coletivo
3 – Interesses individuais homogêneos 
	Por outro lado, outra corrente subdivide-se os interesses metaindividuais em apenas duas espécies, quais sejam:
	1 – Interesse coletivo em sentido lato: pode ser interesse coletivo em sentido estrito e interesse individual homogêneo.
	2- Interesse difuso. 
16/02/2012
INTERESSES DIFUSOS
	Conceituado pelo inciso I do art. 81 do CDC, que são interesses transindividuais, de natureza indivisível e que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por uma circunstância de fato. 
	Características: situação de fato; indivisível; indivíduos indeterminados (não se consegue identificar/quantificar as pessoas). Emoutras palavras, nos interesses difusos não é possível determinar quem são as pessoas atingidas.
Ex.: fábrica que polua uma região – grupo indeterminado de lesados – dano material indivisível – situação de fato (poluição ambiental). 
Ex.: propaganda enganosa pela televisão – atingem pessoas indeterminadas – unida pelo fato de terem acesso à propaganda – não é quantificável ou divisível.
INTERESSES COLETIVOS 
	Conceituado pelo inciso II do art. 81 do CDC: “os transindividuais de natureza indivisível, de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com parte contrária por uma relação jurídica”.
 
	No interesse coletivo a relação jurídica deve ser resolvida de maneira uniforme (indivisível) para todos do grupo ou classe de pessoas que possuem interesses determináveis ou determinados.
	Ex.: aumento ilegal das prestações de um consórcio; pedido de nulidade contratual abusiva de um contrato de adesão.
	Nestes casos a sentença atingirá o grupo de lesados ligados por uma relação jurídica, porém, com interesses não quantificáveis (indivisíveis).
	Aqui existe uma situação de fato qualificada em razão da existência de uma relação – ‘são os transindividuais de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si, ou com a parte contrária, por uma relação jurídica de base’. 
	Os interesses coletivos é dividido pela doutrina em:
- Interesse coletivo sem sentido lato (gênero): são os transindividuais indivisíveis e divisíveis, ou seja, engloba os interesses coletivos (indivisíveis) e individuais homogêneos (divisíveis). 
- Interesse coletivo em sentido estrito (espécie): também chamado de interesse coletivo – em seu conceito é dado pelo CDC como sendo um grupo determinado ou determinável de pessoas, com interesses indivisíveis, e cuja lesão é originada por uma relação jurídica básica, compartilhada pelos integrantes do grupo. 
INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
	Pode ser conceituado como o interesse individual compartilhado por um grupo determinável de pessoas lesadas com os mesmo interesses divisíveis que se origina de uma situação de fato comum. 
	Ex.: alunos da faculdade que querem uma biblioteca sempre com livros atualizados (temos um grupo determinado ou determinável de pessoas com interesses divisíveis e que se originam de uma situação de fato). 
	Ex2.: Caso Sérgio Naia – prédio que ruiu no Rio de Janeiro – interesses divisíveis no que diz respeito aos danos de cada um, mas têm a mesma origem de um fato comum. Aqui as pessoas não estão ligadas pela relação jurídica (contrato de compra e venda) e sim por um fato de origem comum (desabamento do prédio). 
	Ex3.: poluição de corpo água de uma colônia de pescadores (interesses individuais homogêneos).
	Ex4.: compradores de veículos produzidos pelo mesmo defeito de série (o que os une não é a relação jurídica e sim um fato de origem comum). 
QUADRO COMPARATIVO – INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAL HOMOGÊNEOS
	INTERESSES
	GRUPO
	DIVISIBILIDADE
	ORIGEM
	Difusos
	Indeterminável
	Indivisível
	Situação de fato
	Coletivos
	Determinável
	Indivisível
	Relação jurídica
	Individual Homogêneo
	Determinável
	Divisível
	Origem comum
IV – NORMATIZAÇÃO DA TUTELA DOS INTERESSES TRANSINDIVIDUAIS
ANTES DE 1985 – havia uma legislação que amparava alguns interesses metaindividuais:
	Em 1957 – Lei 3.164/57 – Lei Pitombo Ilha.
	Em 1958 – Lei 3.502/58 – Lei Bilac Pinto.
	Em 1965 – Lei 4.771/65 – Código Florestal.
	Em 1965 – Lei 4.717/65 – Lei Ação Popular.
	Em 1985 – Lei 7.347/85 – Lei Ação Civil Pública.
DEPOIS DE 1985: posteriormente a LACP houve a promulgação da Constituição Federal de 1988, onde trouxe em seus arts. 127 e 129 uma nova atribuição do Ministério Público. Ainda o art. 5º, LXX (mandado segurança coletivo) e LXXIII (ação popular).
		Em 1989 – Lei 7.853/89 – Lei para Pessoas Portadoras de deficiência.
 		Em 1989 – Lei 7.913/89 – Lei da defesa dos investidores no mercado de valores.
		Em 1990 – Lei 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor.
		Em 1990 – Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente.
		Em 1992 – Lei 8.429/92 – Lei da Improbidade Administrativa. 
		Em 1994 – Lei 8.884/94 – Lei da Livre Concorrência.
		Em 2001 – Lei 10.257/01 – Estatuto das Cidades.
		Em 2003 – Lei 10.671/03 – Estatuto do Torcedor. 
		Em 2003 – Lei 10741/03 – Estatuto do Idoso.
23/02/2012 – RECESSO CARNAVAL
01/03/2012
V – INSTRUMENTOS PROCESSUAIS PARA DEFESA DOS INTERESSES METAINDIVIDUAIS 
	
	De acordo com o nosso ordenamento jurídico, hoje é possível o ajuizamento de vários tipos de ações para a defesa dos interesses metaindividuais, tais como:
	a) Ação Civil e/ou Ação Coletiva
	b) Ação Popular
	c) Mandado de Segurança Coletivo
	d) Improbidade Administrativa
Conceito de Ação Civil Pública e/ou Ação Coletiva:
		ACP é uma ação de caráter civil (principal, acessória ou cautelar), ou seja, não penal, para a defesa dos interesses metaindividuais (interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos).
Ação Civil Pública e/ou Ação Coletiva: sinônimas? 
		Na prática, utilizar tanto uma quanto outra nomenclatura não tornará a ação apta ou inepta. Vale destacar a posição da doutrina segundo a qual, alguns doutrinadores entendem que o correto é dizer que as ações de interesses difusos e coletivos são Ações Coletivas e somente a ação coletiva pelo Ministério Público é que deve ser chamada de Ação Civil pública. Assim, pode-se dizer que para a doutrina a ação coletiva é gênero da qual ação civil pública é espécie. 
CAPÍTULO II – LEI DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA – LEI 7.347/1985
	Condições da ação: legitimidade de parte; interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido. Identificado tais condições haverá o direito de ação. 
	Finalidade: o objetivo da lei da ação civil pública é a tutela dos interesses metaindividuais ou transindividuais em juízo. 
Interesses tutelados pela LACP: previsto no art. 1º da Lei 7.347/85.
	- Meio Ambiente;
	- Consumidor;
	- Interesse urbanístico, histórico etc.;
	- Defesa da ordem econômica;
	- Qualquer outro interesse difuso ou coletivo (lato senso; stricto senso e individual homogêneo).
	Restrições aos interesses tutelados: art. 1º, parágrafo único.  Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.180-35 de 2001). 
	Conceito de ação civil pública: a doutrina critica a respeito de uma falha terminológica, uma vez que o correto seria ação coletiva e não ação civil pública. Diz ser inadequada a expressão ação civil pública, uma vez que esta deveria ser utilizada para identificar a ação que tinha um autor determinado, no caso o Ministério Público. Mas no caso dos interesses metaindividuais qualquer dos legitimados pode ajuizar a ação civil pública. 
	Conceito de ação coletiva: é o gênero da qual a ação civil pública é espécie. 
	Crime de sonegação de informação: previsto no art. 10 da LACP, segundo o qual, constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa de 10 (dez) a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, a recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público.
	Legitimação ativa: art. 5º da LACP.
	Têm legitimidade para propor a ação:
	- Ministério Público (interesse social) – art. 127 a 129 CF. 
	- Defensoria Pública;
	- Adm. Pública Direta: União, Estados, Distrito Federal ou Municípios. Territórios não tem legitimação por falta de personalidade jurídica. 
	- Adm. Pública Indireta: A autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
	- Associação: que concomitantemente esteja constituída há pelo menos 01ano nos termos da lei civil; e inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico ou paisagístico. 
	Tal rol é descrito, não é taxativo, uma vez que a lei poderá ampliá-lo para alguns casos específicos. 
08/03/2012
TRABALHO EM SALA
15/03/2012
Continuação: legitimação ativa.
Ministério Público: tem direito a defesa dos interesses difusos e coletivos.
	Em relação aos interesses individuais homogêneos, o art. 129, III da CF fala expressamente na defesa dos interesses difusos e coletivos, porém, não fala dos interesses individuais homogêneos.
	A CF de 1988 – e a expressa ‘interesses individuais homogêneos’ foi apresentada pelo legislador infraconstitucional em 1990 no Código de Defesa do Consumidor. 
	Assim é de má-fé o argumento de que o MP não pode defender interesses individuais homogêneos. Não existe motivo para a CF vedar esta atribuição do MP.
	Legitimação restrita ou irrestrita: ou seja, sempre o MP pode defender os interesses metaindividuais desde que haja interesse social (art. 127 CF). 
	Exemplo: quinze pessoas importam carros de luxo da Europa – carros afundam – o MP pode defender seus interesses? Não, uma vez que não há interesse social e o MP não terá legitimidade para propor ACP neste caso. 
Defensoria Pública: 
	A defensoria pública não tem legitimidade para propor qualquer ACP, uma vez que sua legitimidade é somente em casos de assistência judiciária (necessitados). O artigo 134 da CF traz a finalidade da defensoria pública. 
 	A legitimidade da Defensoria Pública em se tratando de interesses difusos deverá ser analisada no caso em concreto para ver se está em questão o interesse dos necessitados. 
Características da legitimação ativa: poderá ser:
	Concorrente: qualquer legitimado ativo pode propor.
	Disjuntivo: não se exige que os legitimados compareçam em conjunto na inicial – qualquer deles pode agir isoladamente (MP, autarquias, União, Estados, Defensoria Pública etc.).
OBS.: possibilidade de litisconsórcio:
	Litisconsórcio ocorrerá quando a ação tiver mais de um autor (ativo) ou mais de um réu (passivo).
	Em relação ao litisconsórcio ativo no caso de propositura de ACP poderá ser:
	Facultativo: qualquer dos legitimados podem facultativamente ingressarem juntos ou não com a ACP. Assim, mesmo o MP sendo obrigado a participar das ações, caso, por exemplo, a Defensoria Pública entre com a ACP e ocorrer a participação do MP, este atuará como fiscal da lei e não como autor. Nesse caso, o litisconsórcio é facultativo e não obrigatório. 
	Inicial: ocorrerá o litisconsórcio inicial quando os legitimados entram juntos com a ACP. 
	Ulterior: é o litisconsórcio formado após a propositura da ação. Exemplo: um legitimado entra com a ACP e depois outro entra com outra ACP, com o mesmo objeto, porém, com um pedido mais amplo (além do pedido de obrigação de fazer pede a reparação dos danos) estas ações são unidas (litisconsórcio). 
	Por outro lado, quando não há mudança no pedido e outro co-legitimado que ingressar no polo ativo da ação ocorre a assistência litisconsorcial. 
	Ressalta-se que no caso da ACP, a posição majoritária da doutrina é de que não há litisconsórcio ulterior na ACP. 
INTERESSE DE AGIR
	
	Interesse de agir do MP: decorre da própria lei, mas está vinculado ao interesse social. 
	Interesse de agir dos demais co-legitimados: a União, Estados e Municípios – Autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações, deverão demonstrar o seu interesse. Exemplo: município de Marília ao propor ação ambiental contra fábrica poluidora de Pompeia não é parte legítima. 
LEGITIMAÇÃO PASSIVA
	Qualquer pessoa poderá ser réu na ACP. Ou seja, não há regras especiais – qualquer pessoa física ou jurídica pode ser parte passiva em ação civil pública ou coletiva – particular ou Estado – pessoa física ou jurídica. 
	MP: entidade estatal sem personalidade jurídica – não pode ser sujeito passivo – Estado é que responderá. Em se tratando de órgãos da administração pública (não têm personalidade jurídica), quem será acionado será a União, o estado, o distrito federal ou o município. 
OBS.: não é permitido na ACP a denunciação a lide ou o chamamento ao processo, pois na maioria das ACP trabalha-se com a responsabilidade objetiva e a responsabilidade solidária – restando acionar o direito de ingressar com ação regressiva. 
22/03/2012
AÇÃO COLETIVA X AÇÃO POPULAR
PEDIDO NA ACP – ART. 3º DA LACP
		Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.
	OBS.: Quando for apresentar pedido em ação civil pública cautelar não há limitação quanto ao pedido.
	Sendo que o pedido poderá ser único ou cumulativo de acordo com o caso e suas necessidades. Exemplo: dano ambiental de pequena proporção basta o pedido de reparação. Por outro lado, poderá ainda ser um pedido cumulativamente obrigação de não fazer + reparação.
INVESTIGAÇÃO NA LACP – art. 8º. 
		Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias.
	Assim, a única forma de investigação para apuração de lesão aos interesses metaindividuais prevista na LACP é o Inquérito. Ademais, somente o Ministério Público é que tem atribuição para instaurá-lo.
			Art. 8º, § 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.
INQUÉRITO CIVIL x INQUÉRITO POLICIAL
	São instrumentos diferentes porque possuem finalidades diferentes.
DO INQUÉRITO CIVIL – INSTRUMENTO PRÉ-PROCESSUAL
	Diz ser pré-processual, uma vez que ele antecede à Ação Civil Pública. 
Origem histórica: A prima tentativa de se trabalhar com um procedimento investigatório, que hoje é chamado de inquérito civil, no Ministério Público ocorreu nas Promotorias de Justiça de Bauru. Em razão de seu sucesso, os autores do projeto da LACP incluirão o referido procedimento investigatório na lei, chamando-o de inquérito civil. 
Origem legal: o inquérito civil foi criado pela Lei nº 7.347/1985 em seu artigo 8º, §1º e também consagrado pela no art. 129, III da CF e ainda no art. 90 do CDC. 
Denominação: foi dado o nome de inquérito civil com a busca para diferencia este procedimento investigatório (inquérito civil) do inquérito policial que tem sua finalidade disciplinada pelo art. 4º do CPP.   § 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.
FINALIDADE DO INQUÉRUTO CIVIL
	Destina-se a colher elementos necessários a servir de base à propositura da ação civil pública pelo Ministério Público. Portanto, é presidido pelo MP sem o acompanhamento do Judiciário, que somente terá conhecimento do Inquérito Civil quando o MP propuser a ACP. 
FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL
	É diferente da finalidade do inquérito civil, pois o inquérito policial visa comprovar a materialidade de um crime e a determinação de sua autoria para embasar a propositura de uma ação penal pública pelo Ministério Público. 
CONCEITO DE INQUÉRITO CIVIL
	É um procedimento administrativo, preparatório e investigatório (pré-processual) a cargo do Ministério Público, destinado a colher elementos de fato para a propositura de eventual ação civil pública em defesa de qualquer interesse transindividual.
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO CIVIL
	. Não se caracteriza como procedimento contraditório, mas norteado pela informalidade.
	Iluminado pelo princípio da publicidade –art. 37 da CF, com exceções – sigilo fiscal, telefônico e bancário; prejuízo para as investigações etc. – analogia ao art. 20 CPP. B
	Não há que se falar em nulidades que contaminem a ação proposta, mas mera irregularidade. Ou seja, não gera nulidade na ACP. 
	Não é imprescindível ou obrigatório para a propositura da ACP. O IC não é instrumento obrigatório para que se possa propor a ACP. 
	Tramitação: Subsidiariamente aplicam-se normas do CPP e no MP existem atos internos disciplinando a instauração, instrução e conclusão do Inquérito Civil. (CPP + Lei Orgânica do MP + Atos Internos do MP). 
27/03/2012
FASES DO INQUÉRITO CIVIL
a) Instauração: a instauração ocorre por meio de portaria ou despacho ministerial em representação. Sendo que o MP poderá agir de ofício ou a requerimento de qualquer pessoa.
	- Portaria 
	- Despacho na representação
b) Instrução: é a parte de colheita de provas, oitiva de testemunhas, requisições de documentos e informações, perícias etc. O MP tem direito de informação – ver crime do art. 10 da LACP, salvo matéria sigilosa.
	- Prova material: são as provas periciais. 
	- Prova documental: MP pode requisitar informações; certidões ao órgão.
	- Prova testemunhal: colheita de declarações das pessoas. 
		OBS.: se a requisição do MP não for atendida pelo órgão ora requisitado, no tocante às provas materiais ou documentais, este estarão sujeitos a penalidade do art. 10 da LACP.
		OBS.: No caso de uma testemunha não comparecer ao ato no qual ela foi notificada, se ela não faz parte de órgão público, ela responderá apenas por desobediência prevista no art. 330 CP.
	OBS.: A fase de produção de provas deve ser concluída em 180 dias, podendo este prazo ser prorrogado por mais 180 dias sucessivamente, desde que fundamentado e embasado (ex.: espera de laudo pericial). 
	
c) Conclusão: por meio do relatório final de arquivamento ou ajuizamento de ACP. Ou seja, o inquérito será arquivado ou vai virar ACP. 
	- Arquivamento 
	- Ajuizamento da ACP
	Arquivamento do Inquérito Civil: feito o arquivamento, deverá este ser remetido ao Conselho Superior do Ministério Público em 3 dias, pois está sujeito a homologação deste Conselho ou órgão equivalente (MPF - Coordenadoria) – art. 9º LACP. 
	Efeitos do arquivamento: não impede o ajuizamento de ACP por outro legitimado e pode ser desarquivado com provas novas (LOMP). Ou seja, o arquivamento não é absoluto, não impedindo o seu ajuizamento por outro legitimado. 
	Falta de homologação do arquivamento do IC pelo Conselho: se o Conselho não concordar com o arquivamento do inquérito civil pode ser solicitada nova diligência ou se for caso de propositura de ACP será designado outro Promotor de Justiça para ingressar com a ação, aplicando o disposto no artigo 28 do CPP, princípio da independência funcional do MP (art. 9º, §4º da LACP). 
	OBS.: O Conselho Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo é formado por onze membros: 
	Procurador Geral de Justiça – PGJ; 
	Corregedor Geral do Ministério Público – CGMP; 
	Três conselheiros escolhidos pelo órgão especial do MP;
	Seis conselheiros escolhidos pelo restante da classe do MP. 
Procurador do Estado: representante da Procuradoria do Estado, em defesa do Estado.
Procurador da República: membro do MP dentro do MP federal
Procurador de Justiça: membro do MP na justiça estadual. 
	
	Formação do órgão especial: 20 procuradores mais velhos e 20 procuradores eleitos.
TRANSAÇÃO
	A transação nada mais é do que o ‘acordo’. Ela poderá ser judicial ou extrajudicial:
Judicial: ocorre depois do ingresso da ACP. 
	Ocorre verdadeiramente a transação, que um título executivo judicial e que acarreta a extinção da ação, mas também não impede a ação dos demais co-legitimados. 
Extrajudicial: ocorre antes do ingresso da ACP. 
	É chamada de compromisso de ajustamento de conduta.
	Este compromisso somente pode ser feito por órgãos públicos conforme determinado pelo art. 5º, §6º da LACP. (MP; Defensoria Pública; Administração pública direta e indireta). Sendo que as Associações não podem fazer o termo de ajustamento de conduta para evitar transtornos. 
	No compromisso de ajustamento de conduta é obrigatória a existência de uma cláusula cominatória (multa) em caso de descumprimento do acordo. 
	Este compromisso é um título executivo extrajudicial. 
	Os seus efeitos do compromisso de ajustamento de conduta são relativos, pois não impedem a ação dos demais co-legitimados.
	OBS.: TAC feito pelo MP, remete para homologação do CSMP. A partir da homologação, o TAC passa a ser um título executivo judicial
	OBS.: TAC feito pelos demais co-legitimados (exceto associações), passará a ser título executivo extrajudicial. 
05/04/2012 – RECESSO
12/04/2012 – PROVA
19/04/2012
LITISCONSÓRCIO, ASSISTÊNCIA E INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Conceito de litisconsórcio: pluralidade de partes (autores ou réus) litigando no mesmo processo. 
Grande ocorrência: 
- Continência: art. 104 do CPC e art. 94 CDC – no caso de existir uma ACP e outro co-legitimado ingressar com ACP (ou um cidadão ingressar com a Ação Popular) com o mesmo objeto (causa de pedir), porém, com pedido mais amplo – o juiz pode reunir os processos por continência.
- Conexão: art. 103 CPC e art. 94 CDC – no caso de existir uma ACP e outro co-legitimado ingressar com ACP (ou um cidadão ingressar com a Ação Popular) com o mesmo objeto (causa de pedir) as ações serão unidas pela conexão. 
- Litispendência: se caracteriza através do ajuizamento de duas ações que possuam as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido (art. 301, §§1º e 2º CPC). 
- Coisa julgada: a qualidade conferida à sentença judicial contra a qual não cabem mais recursos, tornando-a imutável e indiscutível. 
Elementos da ação
Requisitos da inicial: partes; pedido e causa de pedir. 
Vários autores = litisconsórcio ativo.
Vários réus = litisconsórcio passivo. 
Vários autores e réus = litisconsórcio misto, ou seja, existe vários autores e vários réus. 
Pedido: 
- Imediato: provimento: condenatória / declaratória / constitutivo.
- Mediato: é o bem da vida (bem material e imaterial).
Causa de pedir: (é o fato jurídico)
- Próxima – fato: diz respeito ao fato propriamente dito.
- Remota – efeitos: são os efeitos decorrentes dos fatos. 
Exemplo: 
	Causa de pedir
	Próxima – Fatos
	Remota – Efeitos
	Dívida
	Descumprimento contratual
	Falta de pagamento
	Dano ambiental
	Vazamento de esgoto
	Morte de animais
	Ato ilícito
	Acidente de trânsito
	Danos
26/04/2012
cont. 
Conceito de litisconsórcio: quando há pluralidade de partes (autores ou réus) litigando no mesmo processo. 
Características litisconsórcio ativo: concorrente (qualquer legitimado ativo pode propor) e disjuntiva (não se exige que os legitimados ativos compareçam em conjunto na inicial – qualquer deles pode agir isoladamente).
Espécies de litisconsórcio: o litisconsórcio ativo poderá ser:
	Facultativo: qualquer dos legitimados podem facultativamente ingressarem em conjunto (juntos) ou não com a ACP (critério das partes).
	Inicial: quando os legitimados entram (assinam) juntos com a ACP – antes do ingresso da ACP – é a regra.
	Ulterior: o litisconsórcio se forma depois de proposta a ACP. Exemplo: um legitimado entra com a ACP e depois outro co-legitimado pede para integrar o polo ativo da ACP< porém, com um pedido mais amplo (além do pedido de obrigação de fazer pede também a reparação de danos). A possibilidade deste tipo de litisconsórcio é criticada pela doutrina, uma vez que há dúvida no que a lei quis dizer no art. 5º, §2º da LACP.
	Para o professor Hugo, dependendo do caso concreto, pode-se formar o litisconsórcio ulterior ou a assistência litisconsorcial.
	Exemplos: acontecerá o litisconsórcio ulterior quando um legitimado entra com ACP e outro co-legitimado entra com outra ACP com pedido mais amplo, assim, nesse caso, deve ser reconhecido como litisconsórcioulterior, ingressando na mesma ação. 
	A assistência litisconsorcial acontece quando há uma ACP e mais pra frente é proposta uma mesma ACP com o mesmo objetivo, ou seja, são idênticas, nesse caso o professor Hugo sustenta que acontecerá a assistência litisconsorcial.
	Vale destacar que a posição majoritária da doutrina é de que sempre ocorrerá a assistência litisconsorcial independentemente se a nova ACP tem pedido mais amplo ou igual a ACP anterior. 
	
	Assim a doutrina entende que há um erro de denominação no §2º do art. 5º LACP, onde deveria simplesmente mencionar a possibilidade da assistência litisconsorcial. 
	Art. 5º, § 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
Assistência litisconsorcial: prevista no §2º do art. 5º da LACP – quando não há mudança no pedido e outro co-legitimado quer ingressar no polo ativo da ação ocorre a chamada assistência litisconsorcial. Sendo que a doutrina classifica como um erro de denominação o disposto neste artigo quando fala em assistência litisconsorcial, já que poderia ter ocorrido o litisconsórcio facultativo, porém, como ele não se formou antes da propositura da ação, agora com a ação em curso se forma a assistência litisconsorcial. 
Consequências do litisconsórcio na Ação Civil Pública (art. 5º, §§ 1º, 3º e 5º LACP).
	- Intervenção obrigatória do MP. Art. 5º, § 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei.
	- Art. 5º, § 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. Ou seja, no caso do co-legitimado desistir da ação o outro pode assumir o polo ativo da ACP. 
	- Art. 5º, § 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei.
	OBS.: o juiz pode limitar o número de litisconsortes conforme parágrafo único do artigo 46 do CPC: Art. 46, parágrafo único. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O pedido de limitação interrompe o prazo para resposta, que recomeça da intimação da decisão.
Possibilidade de ações iguais ou semelhantes na ACP: 
- Conexão: art. 103 CPC e art. 94 CDC – no caso de existir uma ACP e outro co-legitimado ingressar com ACP (ou um cidadão ingressar com a Ação Popular) com o mesmo objeto (causa de pedir) as ações serão unidas pela conexão. 
- Continência: art. 104 do CPC e art. 94 CDC – no caso de existir uma ACP e outro co-legitimado ingressar com ACP (ou um cidadão ingressar com a Ação Popular) com o mesmo objeto (causa de pedir), porém, com pedido mais amplo – o juiz pode reunir os processos por continência.
- Litispendência: se caracteriza através do ajuizamento de duas ações que possuam as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido (art. 301, §§1º e 2º CPC). O juiz que conheceu a primeira ação se torna prevento e a segunda ação é extinta. 
- Coisa julgada: a qualidade conferida à sentença judicial contra a qual não cabem mais recursos, tornando-a imutável e indiscutível. 
Possibilidade de conexão / continência na ACP. 
	Exemplo 1: Ministério Público X Petrobrás. As partes são MP e Petrobrás. O fato jurídico é o derramamento de óleo (causa de pedir) e o pedido do MP é de que a Petrobrás tire o óleo.
	Exemplo 2: Green Peace X Petrobrás. As partes são Green e Petrobrás. O fato jurídico é o derramamento de óleo (causa de pedir) e o pedido do Green Peace é de que a Petrobrás pague indenização por isso. 
	Assim, o juiz deverá reconhecer a conexão no caso acima, uma vez que houver o ingresso de ação com a mesma causa de pedir. 
	Exemplo 3: Ministério Público X Petrobrás. As partes são MP e Petrobrás. O fato jurídico é o derramamento de óleo (causa de pedir) e o pedido do MP é de que a Petrobrás tire o óleo.
	Exemplo 4: Green Peace X Petrobrás. As partes são Green e Petrobrás. O fato jurídico é o derramamento de óleo (causa de pedir) e o pedido do Green Peace é de que a Petrobrás pague indenização e tire o óleo derramado.
	Nesse caso, apesar de as partes não serem idênticas, ambas tem a mesma legitimação. Assim, deverá ser reconhecida a continência, haja vista que a segunda ação teve mesma causa de pedir e um pedido mais amplo.
	Exemplo 5: Ministério Público X Petrobrás. As partes são MP e Petrobrás. O fato jurídico é o derramamento de óleo (causa de pedir) e o pedido do MP é de que a Petrobrás tire o óleo.
	Exemplo 6: Green Peace X Petrobrás. As partes são Green e Petrobrás. O fato jurídico é o derramamento de óleo (causa de pedir) e o pedido do Green Peace é de que a Petrobrás tire o óleo derramado.
	Nesse caso, apesar de as partes não serem idênticas, ambas tem a mesma legitimação, onde houver a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. Assim, por se tratar de ACP, o juiz irá reconhecer o litisconsórcio ulterior ou a assistência litisconsorcial com base no §2º do art. 5º da LACP, dependendo de seu posicionamento doutrinário. Destaca-se que nesse caso não há que se falar em litispendência uma vez que se trata de ACP. 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
	Está relacionado ao polo passivo da ação
Denunciação a lide: na ACP não cabe a denunciação a lida, pois a referida ação é especial e o réu pode ingressar depois com ação regressiva contra quem quiser. Ex.: proprietário de área rural que sofreu dano ambiental por ação de fogo – primeiro ele deve efetuar a reparação ambiental para somente depois pedido o seu ressarcimento em juízo – visa a proteção dos interesses metaindividuais sobre os demais interesses. 
		Art. 88 do CDC. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide.
Chamamento ao processo: o tema é controvertido, mas o TJ/SP tem decidido que o chamamento ao processo somente é possível com a concordância do autor e com base no artigo 101, II do CDC. Exemplo: segurado que pretende chamar ao processo a seguradora. 
		Art. 101, II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este.
Nomeação a autoria e a oposição: também são permitidas na ACP, desde que atendidas as regras do Código de Processo Civil. Assim, para a nomeação a autoria o autor deve concordar (art. 64 CPC). E a oposição será permitida desde que seguidos os artigos 56 a 61 do CPC. 
Desconsideração da personalidade jurídica: prevista no artigo 28 do CDC.
		Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
	Além do causador do dano o CDC autoriza que os dirigentes de empresas sejam responsabilizados de forma conjunta (solidária) com as empresas em que estão vinculados quando ocorrer abuso de direito; excesso de poder; fato ou ato ilícito; insolvência. 
03/05/2012COMPETÊNCIA NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Regra: a competência da ACP é fixada, em regra, na comarca do dano segundo art. 2º da LACP.
Exceções: para benefício do lesado – vítima.
	No Código de Defesa do Consumidor a competência é fixada em alguns casos no domicílio do consumidor – art. 93 e 101, I do CDC.
	No ECA a competência é fixada no loca da ação ou omissão segundo artigo 209 do ECA. 
Abrangência do dano: deve ser observado o seguinte: 
	- Se o dano abrange mais do que uma região ou comarca a ACP deve ser proposta na capital do estado. 
	- Se o dano abrange mais do que um estado, a ACP deve ser proposta no Distrito Federal – art. 93, I do CDC.
Competência - Dúvidas: sobre a competência da Justiça Federal ou Estadual. Caso não haja vara da Justiça Federal?
	Exemplo: Usina Nuclear de Angra – não existindo Vara da Justiça Federal na comarca de Angra – de quem será a competência? Da Justiça Federal ou Estadual?
	RESP.: Há duas correntes, a majoritária diz que, mesmo sendo competência da Justiça Federal, a ACP (primeiro grau) deverá correr na Justiça Estadual (pela falta de vara da Justiça Federal), porém, o recurso (segundo grau) será para o Tribunal Federal. 
	A minoritária diz que a competência será decidida em favor do juiz federal com jurisdição sobre o local do dano – art. 109, I da CF – Compete a Justiça Federal – Interesse da União – entidade autárquica, empresa pública ou fundação federal. 
SENTENÇA E RECURSO NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
	Em primeiro lugar deve dizer que a sentença será o reflexo do que foi pedido na ação civil pública onde o pedido foi de indenização, de reparação ou de obrigação de fazer ou não fazer. 
Caráter: na ACP a sentença pode ter caráter de:
	- Declaratória (declarar um direito – ex.: indenizar ou reparar o dano)
	- Constitutiva (constitui uma obrigação – ex.: obrigação de fazer) 
	- Desconstitutiva (desconstitui uma obrigação – ex.: obrigação de não fazer). 
Possibilidade de cominação de multa (astreintes): o juiz pode na sentença ou em sede de liminar fixar multa diária em caso de descumprimento da ordem judicial, porém, ela somente poderá ser executada depois do trânsito em julgado da ação – art. 11 e 12 da LACP. Ressalta-se que esta multa poderá ser imposta independentemente do pedido das partes, uma vez que decisão judicial deverá ter o poder de coerção. 
	
	OBS.: 
	a) A multa somente será imposta quando o ocorrer o descumprimento de ordem judicial: caso a ordem judicial não seja cumprida pela parte, será imposta a multa;
	b) Trânsito em julgado: ou seja, a multa somente poderá ser executada a partir do trânsito em julgado da sentença. 
	c) Quando o juiz for fixar a multa, esta deve ser uma multa elevada, para que se possa exercitar o poder de coerção. 
	d) Há a possibilidade de multa diária (multa cominatória) em sentença, devendo o juiz fundamentar com o art. 11 da LACP c/c art. 84 do CDC.
	e) O juiz pode também fixar a multa em caráter liminar (durante o processo), fundamentado pelo art. 11 da LACP e c/c art. 84 do CDC. 
	Art. 13 da LACP. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados. 
	Ou seja, sempre que houver a condenação em dinheiro na ACP, esta será revertida para um Fundo Especial Estadual ou Federal de defesa dos interesses difusos e coletivos (art. 13 LACP). 
	Art. 14 da LACP. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
	Isto é, o juiz pode conceder efeito suspensivo na sua decisão quando houver possibilidade de dano de difícil reparação. 
Recursos na Ação Civil Pública: sempre que o juiz julgar o mérito da ação civil pública, caberá apelação sobre essa decisão.
	Quando o juiz decidir uma liminar (no curso do processo) caberá agravo dessa decisão. 
COISA JULGADA NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
Previsão legal: art. 5º, XXXVI CF/88: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
Direito adquirido
Ato jurídico perfeito
Coisa julgada: o alcance da coisa julgada deve ser analisado:
	Pro et contra: a decisão judicial atinge o status de coisa julgada independentemente do resultado da demanda. Esta é a regra geral do CPC. 
	Secundum e lites: o efeito da coisa julgada dependerá se a ação foi julgada procedente ou improcedente. 
	Secundum e probationes: segundo o resultado probatório, ex.: no caso mandado de segurança. 
	
	Art. 468 CPC. A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas.
Finalidade: a decisão judicial precisa alcançar o status de coisa julgada para atingir a finalidade da paz social e da segurança jurídica. 
Espécies:
	Formal: é o status que a decisão judicial alcança quando em relação quando a ela não caiba mais recursos (impossibilidade de impugnar a sentença no processo que foi proferida). Só gerará efeitos no tocante a sua imutabilidade. Ou seja, uma vez transitada em julgada torna-se imutável, mas poderá ser novamente discutível. Exemplo: ação de alimentos.
	Material: é a qualidade de tornar imutável e indiscutível o comando emergente da parte dispositiva da sentença de mérito que não caiba mais recursos. Gera efeitos da imutabilidade e indiscutibilidade.
Coisa julgada na ACP: o trânsito em julgado na ACP, em regra, faz somente coisa julgada formal (somente status de imutabilidade). Nem sempre faz coisa julgada material 
Coisa julgada na Lei de Ação Popular 
	Se um dos co-legitimados estiver de má-fé e ingressar com uma ACP somente para beneficiar o réu, fazendo com que a ação seja julgada improcedente, um outro co-legitimado poderá ingressar com nova ação civil pública com provas novas., justamente porque neste caso não ocorre a coisa julgada material (somente ocorre a coisa julgada formal). 
10/05/2012
EFEITOS DA COISA JULGADA: a quem a decisão obriga como as afeta.
Art. 16 LACP: foi modificado em 1997 pela MP 1570 e posteriormente foi transformada em lei 9.494/97. 
	Art. 16 LACP. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. 
	OBS.: A doutrina diz que a nova redação do art. 16 da LACP é tida como inconstitucional, uma vez que ele veio limitar o alcance da decisão judicial, quanto a competência territorial da decisão prolatada. Nesse sentido, vigora o art. 103 do CDC, uma vez que é uma lei especial em relação à LACP, assim, prevalece o CDC. 
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual.
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuidao art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.
Ação Civil Pública Procedente: se tratar de:
	- Interesse difuso produzirá efeitos erga omnes (pessoas indeterminadas);
	- Interesse coletivo produzirá efeito ultra partes (são as partes consideradas, ou seja, que tem a relação jurídica – grupo, classe ou categoria de pessoas); 
	- Interesse individual homogêneo produzirá efeitos erga omnes, ou seja, todos que tiverem interesse comum ao fato em questão sofrerão efeitos. 
Ação Civil Pública Improcedente: pode ser julgada por:
	- Falta de provas (o autor não conseguiu provar o que trouxe na ação). Nesse caso, não produzirá nenhum efeito, sendo a decisão imutável dentro do processo e ninguém será atingido por ela. 
	- Não falta de provas (não conseguiu enxergar a lesão, ou seja, apesar de todas as provas produzidas, o juiz conclui que não houve uma lesão). Assim, se o juiz conclui que não houve lesão e que ninguém foi prejudicado, nesse caso produzirá efeitos erga omnes (interesse difuso). Caso um grupo, classe ou categoria de pessoa entra com uma ação pleiteando algo e o juiz não reconhece o direito dessa classe, o efeito será ultra partes, produzindo efeitos somente para esta classe ou grupo de pessoas (interesse coletivo e individual homogêneo). 
EXECUÇÃO NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Art. 15 da LACP:
	Art. 15 LACP. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
	Os autores da ACP podem (tem legitimidade) executar a sentença da ACP. Assim, existindo uma ACP que transitou em julgado e ela não foi executada pelo órgão co-legitimado (faculdade de executar), o Ministério Público será obrigado a entrar com a execução da ACP. 
	Ou seja, no caso de omissão de um co-legitimado na execução de uma sentença de interesse difuso e coletivo, o MP deve (obrigado) executá-la enquanto os outros co-legitimados podem (facultativo). 
	Regra: quem propõe a ACP pode executar a ACP, salvo o MP que tem a obrigação legal de sempre executar a ACP. 
	Exceção: além dos autores que são os co-legitimados e do MP, os lesados também poderão entrar com a execução da ACP. Assim, o CDC (art. 97 e 98) permite que os lesados em interesses individuais homogêneos executem o interesse que é divisível, estando, assim, excluídos os interesses difusos e coletivos que são indivisíveis e somente podem ser executados pelos autores da ACP. 
Execução na ACP: 
	I – Interesses difusos e coletivos – autores ou MP
	II – Interesses individuais homogêneos – autores; MP; lesados. 	
Execução de valor em dinheiro: previsto no art. 100 do CDC, quando a execução for de valor em dinheiro em uma sentença de ACP de interesses individuais homogêneos, a quantia a ser executada deve ficar pelo prazo de 01 ano a disposição dos lesados que devem demonstrar o direito de ressarcimento. 
	Decorrido o prazo de 01 ano, este dinheiro vai ser depositado em um fundo de interesses difusos. 
	 Quando a execução for de valor em dinheiro em uma sentença de ACP de interesses difusos e coletivos, a quantia a ser executada vai direto para o Fundo de interesses difusos. 
LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – LEI 8.429/1992
	A lei de improbidade administrativa também é conhecida como a Lei do Colarinho Branco ou Lei do Enriquecimento Ilícito. 
	O dever de probidade está intimamente ligado à conduta do administrador público como elemento essencial à legitimidade de seus atos – arts. 37 da CF/88.
	Probidade é sinônimo de Honestidade
	Os atos de improbidade administrativa acarretam:
	- Sanções de ordem civil, ou seja, não penal;
	- Dever de ressarcimento do dano ao erário público, sem prejuízo da ação penal cabível, nos termos do parágrafo 4º do art. 37 da CF/88;
	- A indisponibilidade dos bens dos agentes ímprobos na forma de medida cautelar, para o fim de assegurar o cumprimento das sanções supracitadas de caráter pecuniário. 
I – CONTROLE DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA 
Objetivo: necessidade de criar mecanismos para o controle da administração pública.
Tipos de controle:
	Autocontrole: pode ser espontâneo ou provocado – é um poder/dever exercido por autotutela geralmente por órgãos superiores (ex.: Corregedorias). O servidor público tem o dever de informar a ocorrência de ato de improbidade (art. 37 da CF/88).
Controle legislativo
	Poder legislativo: o controle legislativo é exercido por Comissões Parlamentares de Inquérito (art. 58, §3º da CF) ou pelo Tribunal de Contas. 
Controle jurisdicional: ele poderá ser exercido por:
	- Iniciativa popular: feita por ação popular.
	- Iniciativa do Ministério Público: é o feito pelo MP por meio da Ação Civil Pública ou por pessoas jurídicas atingidas imediatamente pela conduta ímproba. 
	Neste controle jurisdicional será analisada a legalidade do ato administrativo, observando-se os princípios constitucionais que regem a administração pública. 
	Aqui não se discute o mérito do ato administrativo, uma vez que se discutirá somente a legalidade.
	A atuação discricionária do administrador público é relativa, pois está vinculada ao dever jurídico de boa gestão pública. 
MINISTÉRIO PÚBLICO E A LEI DE IMPROBIDADE
	O Ministério Público é o primeiro soberano fiscal da lei e da regularidade dos atos da Administração Pública, pois tem o dever de zelar pelo patrimônio público e social – art. 127 da CF/88. 
	A atuação do MP é necessária para garantir a acessibilidade ao Poder Judiciário, através da Ação Civil Pública, além da Ação Popular que tem legitimação restrita ao cidadão.
	É através da atividade do MP que o Estado/Juiz sai de sua inércia, fiscalizando os atos administrativos lesivos ao erário e que atentem contra os princípios constitucionais da Administração Pública. 
	Na atuação do MP deve ser observado o trinômio – LEGALIDADE-LESIVIDADE-MORALIDADE
	Na Lei de Improbidade a lesividade pode ser real (pratica o ato) ou ficta (descumprimento dos princípios da Administração Pública). 
	A investigação do MP em casos de Improbidade Administrativa será realizada a através do Inquérito Civil, sendo que a Lei de Improbidade não permite que possa ser feito um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). 
LEGISLAÇÕES ANTERIORES
	Antes de entrar em vigor a Lei de Improbidade Administrativa existiam duas leis que tratavam parcialmente do tema, porém, as referidas leis foram revogadas pelo artigo 25 da Lei de Improbidade. 
	As leis revogadas eram:
	- Lei nº. 3.164/1957 – Lei Pitombo Godoi Ilha 
	- Lei nº. 3.502/1958 – Lei Bilac Pinto
	A Lei Pitombo Godoi Ilha somente combatia uma espécie de enriquecimento ilícito com desapossamento dos bens amealhados mediante o exercício indevido da função pública
	A Lei Bilac Pinto veio complementar a Lei Pitombo ao enumerar as hipóteses caracterizadoras de enriquecimento ilícito (isto dificultou sua aplicação – era um diploma de rara incidência, porém, foi um passo inicial para o combate efetivo à corrupção e a impunidade), bem como regulou o sequestro ou perdimento dos bens do servidor público em casos de enriquecimentoilícito por influência ou abuso do carto ou função pública. 
	OBS.: os atos de improbidade anteriores da Lei nº. 8.429/92 somente se aplicava a legislação anterior. 
AGENTE PASSIVO DO ATO DE IMPROBIDADE: é a vítima ou o lesado.
	Os atos de improbidade podem ser praticados contra (art. 1º Lei 8.429/1992):
	- Qualquer órgão da Administração Pública direta
	- Qualquer entidade da Administração Pública indireta
	- Qualquer esfera do Governo ou poder;
	- Empresa incorporada ao poder público
	- Entidade em que o poder público participe com mais de 50% do patrimônio ou receita anual
	- Entidade que receba subvenção ou incentivo ou entidade em que o poder público participe com menos de 50% do patrimônio ou receita anual – nestes casos eventual sanção patrimonial será limitada à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
AGENTE ATIVO DO ATO DE IMPROBIDADE: é o autor da improbidade.
	Previsto nos artigos 2º e 3º da Lei 8.429/1992 – podem cometer atos de improbidade administrativa:
	- Qualquer agente público
	- Qualquer pessoa que concorra ou induza para o ato ou dele se beneficie
	- Entidade 
24/05/2012 – TRABALHO EM SALA
31/05/2012
ESPÉCIES DE ATOS DE IMPROBIDADE
	A lei em estudo apresenta um rol exemplificativo de atos de improbidade nos artigos 9º, 10 e 11 da Lei nº. 8.429/1992, dividindo-os em três tipos:
- Atos que importam enriquecimento ilícito: artigo 9º - que visam auferir vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de função ou cargo em órgãos ou entidades supracitadas. (dano real)
- Atos que causem prejuízo ao erário: art. 10 – qualquer ação ou omissão dolosa ou culposa que enseje perda patrimonial dos órgãos e entidades supracitadas. (dano real)
- Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública: art. 11 – qualquer ação ou omissão que viole os princípios administrativos. (dano ficto)
DAS PENAS – artigo 12, I, II e III da Lei nº. 8.429/1992
	As penas (sanções de ordem civil) cominadas nesta lei independem da aplicação de outras sanções penais, civis e administrativas.
	As sanções previstas são:
Art. 12, inciso I: No caso de ato que importe enriquecimento ilícito
- perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
- ressarcimento integral do dano, quando houver;
- perda da função pública;
- suspensão dos direitos políticos de 08 a 10 anos;
- pagamento de multa civil de até 3x o valor do acréscimo patrimonial;
- proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 anos.
Art. 12, inciso II: No caso de prejuízo ao erário:
- ressarcimento integral do dano;
- perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
- perda da função pública;
- suspensão dos direitos políticos de 05 a 08 anos;
- pagamento de multa civil de até 2x o valor do dano;
- proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 05 anos.
Art. 12, inciso III: No caso de contrariar Princípios da Administração Pública: 
- ressarcimento integral do dano, se houver;
- perda da função pública;
- suspensão dos direitos políticos de 03 a 05 anos;
- pagamento de multa civil de até 100x o valor da remuneração do agente;
- proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 03 anos.
*** Deve ser observado que as penas de perda de função pública e de suspensão dos direitos políticos somente se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
*** Em relação a penas existe uma gradação entre os tipos de ato de improbidade, sendo considerados mais graves os que importam enriquecimento ilícito e os menos graves os que violem os princípios da Administração Pública. 
Aplicação das sobreditas sanções:
- Independem da efetiva ocorrência de dano ao erário, bastando, por exemplo, a ocorrência de enriquecimento ilícito ou desrespeito aos princípios da Administração Pública;
- Independem da aprovação ou rejeição de contas pelo controle interno (Câmara de Vereadores) ou pelo Tribunal de Contas. 
- Independem de aplicação de outras sanções, seja penal, civil ou administrativa. 
- Sendo que o juiz não está obrigado a aplicar todas as sanções previstas, aplicando as hipóteses que o juiz julgar necessário.
INVESTIGAÇÃO – arts. 14 a 22 da lei
	A investigação dos autos de improbidade administrativa será exercida pelo Ministério Público através do inquérito civil. Os outros legitimados poderão investigar através de procedimento administrativo. Sendo que o MP é obrigatória e as demais pessoas jurídicas lesadas poderão (facultativas). 
	Todavia, deve ser ressaltado que em se tratando de ato de improbidade administrativa é proibida a realização de termo de compromisso de conduta ou de acordos judiciais – art. 17, §1º da Lei 8.429/1992. 
	
PRESCRIÇÃO
	A propositura de Ação Civil Pública com a prática de ato de improbidade administrativa está sujeito a prescrição nos termos do artigo 23 da Lei nº. 8.429/1992.
	CARGO EFETIVO E COMISSÃO - Até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança.
	SERVIDOR PÚBLICO DE CARRERIRA - Dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para falta disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. Ou seja, prescreve junto com a falta funcional. Prescrita a falta disciplinar está prescrita a improbidade administrativa. 
07/06/2012 - FERIADO
14/06/2012
3º BIMESTRE
DIREITO DA INFÂNCIA DE DA JUVENTUDE 
I – INTRODUÇÃO 
	Previsto na Constituição Federal em seus artigos 226 a 230.
	No Código Civil – artigos 1618 a 1630.
	No ECA – Lei nº. 8069/1990
II – NASCIMENTO DO ECA
	Regra prevista no artigo 227 da CF/88.
	Lei anterior caducou: ou seja, o Código de Menores, Lei nº 6.697/1979. Sendo que a doutrina estabelecida por ela foi revogada com a criação do ECA. O Código de Menores começou a perder a força com a CF/88 porque ele estava na contramão do que a própria CF/88 determinava. 
	Doutrina anterior: no Código de Menores havia a doutrina da situação de risco ou da situação irregular, onde era aplicado somente para as crianças e adolescentes que estavam em situação irregular. A situação irregular é caracterizada pela situação de abandono ou quando da prática de infração de ordem penal. 
	Doutrina atual: a doutrina adotada pelo ECA é a chamada doutrina da proteção integral.
	Características da nova doutrina: a doutrina da proteção integral trouxe algumas características:
	- Extensão da proteção: ou seja, aplica-se para todas as crianças e adolescentes. Ela é qualitativa e quantitativa, veio para assegurar todos os direitos elencados no artigo 227 da CF. Considera a criança e o adolescente como sujeito de direitos. 
	- Ampliação do atendimento: o ECA diz que é dever do Estado assegurar todos os direitos relacionados à criança e ao adolescente. 
	- Garantia de prioridade: a lei garante à criança e ao adolescente tem prioridade em relação aos adultos no que diz respeito ao cumprimento da lei, das garantias legais que o ECA traz em seu texto legal. 
ESTRUTURA DO ECA 
PARTE GERAL: apresenta as normas gerais. É dividido em duas áreas: 1) Direitos Fundamentos e 2) Prevenção (Garantias).
PARTE ESPECIAL: apresenta normas específicas, entre elas, situações de risco; 
medidas protetivas; atos infracionais; medida socioeducativas; 
JULHO – FÉRIAS
02/08/2012
TRABALHO MANUSCRITO PARA ENTREGAR ATÉ DIA DA PROVA: “FONTES E PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL”. VALENDO 1 PONTO EXTRA.MÍNIMO DE 04 LAUDAS. 
3º BIMESTRE
DIREITO DA INFÂNCIA DE DA JUVENTUDE 
INTRODUÇÃO 
	Previsto na Constituição Federal em seus artigos 226 a 230.
	No Código Civil – artigos 1618 a 1630.
	No ECA – Lei nº. 8069/1990
NASCIMENTO DO ECA
	Regra prevista no artigo 227 da CF/88.
	Lei anterior caducou: ou seja, o Código de Menores, Lei nº 6.697/1979. Sendo que a doutrina estabelecida por ela foi revogada com a criação do ECA. O Código de Menores começou a perder a força com a CF/88 porque ele estava na contramão do que a própria CF/88 determinava. 
	Doutrina anterior: no Código de Menores havia a doutrina da situação de risco ou da situação irregular, onde era aplicado somente para as crianças e adolescentes que estavam em situação irregular. A situação irregular é caracterizada pela situação de abandono ou quando da prática de infração de ordem penal. 
	Doutrina atual: a doutrina adotada pelo ECA é a chamada doutrina da proteção integral.
	Características da nova doutrina: a doutrina da proteção integral trouxe algumas características:
	- Extensão da proteção: ou seja, aplica-se para todas as crianças e adolescentes. Ela é qualitativa e quantitativa, veio para assegurar todos os direitos elencados no artigo 227 da CF. Considera a criança e o adolescente como sujeito de direitos. O ECA determina que criança e adolescente são sujeitos de direitos fundamentais. Ou seja, a extensão da proteção está relacionado à norma, uma vez que diz que todas as crianças e adolescentes são sujeitos de direitos. Sendo que esta extensão deve ser analisada sob o caráter quantitativo e ainda qualitativo. 
	- Ampliação do atendimento: o ECA diz que é dever do Estado assegurar todos os direitos relacionados à criança e ao adolescente. Ou seja, todas as crianças e adolescentes tem direito aos atendimentos previsto no ECA (ex.: creche). 
	- Garantia de prioridade: a lei garante à criança e ao adolescente a prioridade em relação aos adultos no que diz respeito ao cumprimento da lei, das garantias legais que o ECA traz em seu texto legal. 
		Art. 1º do ECA. Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
		Art. 3º do ECA. A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
AÇÕES E PROCEDIMENTOS – ECA
	Segredo de justiça: todas as ações e procedimentos de crianças e adolescentes devem obrigatoriamente correr em segredo de justiça conforme demonstrado pelo artigo 143 do ECA: “É vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional”. Ou seja, somente o juiz, o promotor, as partes e o advogado com procuração terá o acesso ao processo, garantindo assim a integridade da criança ou do adolescente. 
	Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
	Ressalta-se que caso ocorra o descumprimento deste artigo a pessoa incorrerá em crime conforme demonstrado pelo artigo 247 do ECA: 
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional. Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Ação de Natureza voluntária: neste caso não há lide, como por exemplo, habilitação ao cadastro de adoção. Exemplo2: é o alvará judicial para realização de festa que contará com a presença de criança e/ou adolescentes. Exemplo 3: filho menor de idade que viaja sozinho para o exterior também deve ter alvará judicial. 
Ação de Natureza contenciosa: quando ocorre a entrada de ação para a guarda, tutela, adoção etc. 
PRINCIPAIS OPERADORES DE DIREITO NA VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
	Juiz: art. 146 do ECA. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local.
	Ministério Público: o MP participa/intervém obrigatoriamente em todo e qualquer procedimento relacionado à criança e ao adolescente. 
			Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
	Advogado: a intervenção do advogado é obrigatória apenas nas ações que contenham lides, ou seja, somente quando o processo for contencioso é que se terá a presença do advogado. 
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
	Órgãos auxiliares: estes fornecem relatórios e pareceres ao juiz com a finalidade de formar seu convencimento. Exemplos de órgãos auxiliares: SSJ (Serviço Social Judicial); Conselho Tutelar; CRAS (Centro de Referência e Assistência Social )
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico.
ESTRUTURA DO ECA 
PARTE GERAL: apresenta as normas gerais. É dividido em duas áreas: 1) Direitos Fundamentos e 2) Prevenção (Garantias).
PARTE ESPECIAL: apresenta normas específicas, entre elas, situações de risco; medidas protetivas; atos infracionais; medida socioeducativas. Traz a infração administrativa (art. 245 ECA). 
APLICAÇÃO DO ECA 
	Criança: é a pessoa em desenvolvimento de 0 a 12 anos incompletos. 
	Adolescente: é a pessoa de 12 a 18 anos incompletos. 
	Exceções: o ECA poderá ser aplicado para pessoas maiores de 18 anos quando se tratar de infrações administrativas. Exemplo2: quando da adoção de pessoas maiores de 18 anos poderá correr na VIJ quando a pessoa já tinha a guarda e a tutela da pessoa que vai adotar. Diferentemente se a pessoa não tinha a guarda da pessoa. Exemplo3: é o caso do jovem adulto, quando a pessoa praticar infração quando é menor de idade, e vai ser punido quando for maior de idade (>18), sendo que nesse caso vai responder as sanções pelo ECA, sendo no máximo até 21 anos de idade. 
	Diferença de criança e adolescente: o ECA faz a distinção entre a criança e o adolescente. Ou seja, a diferença de tratamento, uma vez que elas estão em nível de desenvolvimento mental diferentes, haja vista que há diferença no nível de consciência e no domínio dos seus atos. Logo, haverá diferença de tratamento. 
	A criança que pratica o ato infracional será aplicado medida de proteção.
	Ao adolescente que pratica o ato infracional será aplicado a medida de proteção + medidas socioeducativas. 
09/08/2012
DIREITOS ESSENCIAIS E FUNDAMENTAIS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES 
I – DIREITO À VIDA E À SAÚDE – ART. 7º a 14.
	Não basta o direito à vida é necessário assegurar condições dignas para a manutenção da vida e existência da criança e do adolescente.Segundo artigo 8º do ECA, o direito à vida também alcança o nascitura e a gestante – garantindo direito de um parto seguro (ex.: pré-natal; pós-natal etc.). 
	Ainda, o artigo 10 complementa o artigo 8º, determinando que hospitais mantenham em seu cadastro pelo prazo de dezoito anos informações sobre as pessoas que nasceram e suas gestantes – sendo que o descumprimento desta norma acarreta a prática de crime e de infração administrativa conforme demonstrado pelos arts. 228 e 229 do ECA. 
	O artigo 13 impõe a qualquer pessoa a obrigação de agir (denunciar) para a autoridade competente a prática de maus tratos contra a criança e o adolescente. Sendo que o funcionário público omisso pode praticar infração administrativa (nesses casos, autoriza a quebra de sigilo profissional – ex.: art. 154 ECA). 
II – DIREITO À LIBERDADE, DIGNIDADE E RESPEITO – ART. 15 a 18.
	O artigo 16 trata da liberdade de ação, onde ninguém pode ser obrigado a fazer algo ou deixar de fazer algo senão em virtude da lei. 
	
	LIMITES DO PODER FAMILIAR: = direito de orientação. O poder familiar exercido pelos genitores ou responsáveis legais (guardião ou tutor) das crianças e dos adolescentes tem limites, pois visa evitar que as crianças e os adolescentes sejam submetidos a atividade que não sejam boa ao seu desenvolvimento. 
	Sendo que o referido poder familiar deve ser desenvolvimento sem abuso e sem violência, onde as crianças e adolescentes devem ser tratadas com dignidade e respeito para terem um normal desenvolvimento físico, moral e psíquico (art. 17 e 18 do ECA). 
	A violação destes direitos pode ensejar a prática de crime (art. 230 e 232 ECA) e infrações administrativas (art. 245 e 247) – inclusive o direito de refúgio (colocação em família extensa ou substituta). 
	Lei da palmada: é um Projeto de Lei que está sendo estudada atualmente. Esta lei proíbe de forma expressa qualquer tipo de ato violador da dignidade física, moral e psíquica da criança e do adolescente. 
	* Tatuagem: art. 17: O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
	Alguns estados e municípios possuem legislação onde traz dizendo que o menor poderá fazer tatuagem desde que tenha autorização dos pais. 	
	Ressalta-se que o ECA veda qualquer tatuagem ou piercing em menores. 
III – DIREITO À EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER – ART. 53/59 DO ECA e ART. 208 A 213 DA CF/88
	A educação, que está em primeiro lugar no rol é um direito público subjetivo da criança e do adolescente conforme artigo 53 e parágrafo único do ECA. 
	O artigo 54 assegura o direito de todas as crianças em idade escolar de ter vaga no sistema de ensino público perto de sua casa conforme artigo 208 CF. 
	
	Ainda, a criança e o adolescente do ensino fundamente (1ª a 9ª série) com 06 a 14 anos de idade tem o direito de: transporte; alimentação; assistência médica; material didático (art. 208, VI da CF). 
	Segundo artigo 212 é dever do Estado de assegurar receita na área da educação – União 18% e Estados e Município 25%.
	Direito de creche: para criança de 0 a 6 anos incompletos. (ensino infantil). 
	*** Direito de ensino noturno ao adolescente trabalhador.
	O descumprimento destas normas pode induzir na responsabilidade civil e administrativas do servidor público – artigo 216 do ECA. 
IV – DIREITO DE PROFISSIONALIZAÇÃO E ACESSO AO TRABALHO – ARTS. 60 A 69
	É proibido o trabalho de toda e qualquer criança, pois somente o adolescente com 16 anos pode trabalhar com carteira assinada conforme dispõe o artigo 7º, XXXIII e 227, §3º, I da CF/88 e ainda o artigo 60 e 65 do ECA. 
	* Criança (de 0 a 12 anos incompletos) NÃO PODE trabalhar (é proibido);
	* Adolescente de 12 a 14 anos incompletos NÃO PODE;
	* Adolescente de 14 a 16 anos incompletos pode como APRENDIZ;
	* Adolescente de 16 a 18 anos pode trabalhar (EC 20/1998), porém, com restrição quanto ao trabalho noturno, perigoso e insalubre. 
	Obs.: Será obrigatório assegurar ao adolescente sua capacitação profissional adequada e ainda sua mão de obra não pode substituir a mão de obra adulta. 
	Obs.: Há Ação Civil Pública do MP com relação ao combate à exploração ao trabalho infantil – relacionado com a prostituição – reconhecido direitos trabalhistas – autores condenados ao pagamento de indenização trabalhista aos menores explorados. 
	
	Obs.: Criança que trabalha como artista (ex.: novelas), ela está desenvolvendo a sua atividade artística e têm ordem judicial, logo, nesse caso, não há exploração. 
16/08/2012
V – DIREITO A CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA (é o direito toda criança e adolescente estar junto com os seus familiares)
Família natural: pais / Família extensa: parentes. 
	Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.
	Em regra geral é mais valioso para a criança e para o adolescente permanecer junto com a sua família natural, pois é fundamental para o seu desenvolvimento sadio e harmonioso, já que manterá os seus vínculos emocionais e afetivos.
	
	Sem esses vínculos emocionais e afetivos a pessoa pode ter tudo na vida, mas vida com um vazio, perdido, insatisfeito, uma vez que família é a Célula Mater da Sociedade. 
Direitos assegurados para que a criança e o adolescente seja mantido em sua família:
	Artigo 19: acolhimento com a avaliação de seis em seis meses e com prazo de dois anos para conclusão.
	Art. 19, § 1o  Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei
	Artigo 20: estabelece direitos iguais aos filhos.
	Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
	Artigo 21: estabelece direitos iguais entre pai e mãe e em caso de divergência o judiciário deve resolver.
	Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. 
	Artigo 22: pais tem o dever de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
				Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
	Artigo 23: a carência de recursos materiais não é justificativa para tirar o filho dos pais é necessário, portanto, é necessário dar assistência para essa família.
	Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar.
	Artigo 24: perda ou suspensão do poder familiar só em procedimento com contraditório e nos casos previstos em lei. 
	Art. 24. A perda e a suspensão poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. 
	Artigo 26 e 27: direito de filiação: é personalíssimo, indisponível, imprescritível, segredo de justiça.
	Reconhecimento voluntário (ambos os pais vão ao Cartório) ou

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