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Proteção da Propriedade Intelectual (PPI) Prof.º: Tiago Martins Resumo 2º bimestre Patente (Cont.) Legitimidade para requerer patente (art. 6º, LPI) Somente pode decorrer de um processo administrativo (IN nº 71, INPI) Analisa os requisitos, se ele pode ser patenteável Não é feito num balcão, tem uma série de estudos e laudos técnicos O direito de requerer a patente é resguardado de forma expressa pela LPI aos seus legitimados O inventor não é garantido, de imediato, a propriedade, mas sim ao direito de OBTER essa patente Precisa da requisição perante o INPI O INPI não se preocupa se a pessoa que foi lá fazer o pedido é o verdadeiro legitimado Há a presunção de que o cara que foi lá é o legitimado verdadeiro (art. 6º, § 1º) Se essa presunção não for verdadeira, haverá um momento do processo em que o INPI abrirá oportunidade para objeções (contestar) “Ao requerente é garantida a presunção de legitimidade para tal ato, bem como o INPI não tem o ônus de geração de provas em contrário, cabendo a terceiros produzi-las em momento oportuno, em processo administrativo específico” Apesar de ser regras, nem sempre é o inventor que faz a requisição da patente (art. 6º, § 2º, LPI) Existem casos em que se abre a oportunidade para terceiros Hipóteses Sucessão Cessionário do direito Lei ou contrato de trabalho/prestação de serviço que determine essa legitimidade Pode ser de competência da Justiça Federal ou Estadual Isso vai de cada caso concreto Ex.: participação do INPI JF “O direito para requisição de uma patente tem caráter sucessório, logo herdeiros e sucessores gozarão de legitimidade para requisição de uma patente em nome do de cujus inventor” “O contrato de trabalho do inventor deverá prever expressamente a possibilidade de legitimidade do contratante de gozar de legitimidade para requisição de patente de invento realizado pelo contratado” Patente ou legitimidade coletiva (art. 6º, § 3º, LPI) Esforço comum de mais de uma pessoa, trabalhando em conjunto Deve estar nomeado cada participante e qualificado os seus trabalhos Essa qualificação é o que cada um fez no invento ou modelo de utilidade Legitimidade solidária Um da equipe pode representar os demais Deve estar munido com os documentos necessários Não é necessária a procuração, caso seja comprovado que você faz parte da equipe de inventores Só se for externo à equipe, aí tem que ter uma procuração pública “Quando dois ou mais inventores, de forma independente a outros inventores ou a um contratante, obtiverem um resultado de possível patenteamento, todos gozarão de legitimidade solidária para requisição de tal patente” O inventor deverá ser qualificado e nomeado (art. 6º, § 4º, LPI) Tem a opção de escolher se seu nome como inventor será público ou não Não precisa explicar o motivo (ex.: vergonha) É um direito indisponível Não pode ser transacionado “Ao inventor é garantido, indisponivelmente, o direito de ser nomeado no ato da requisição da patente, cabendo unicamente a este inventor a liberalidade de tornar público ou não tal nomeação” Pessoas que inventam a mesma coisa juntas (art. 7º, LPI) Contudo, o depósito foi realizado por quem inventou depois A preferência é dada para quem fez o primeiro depósito e não quem inventou primeiro “É garantido ao inventor que primeiro efetuar o depósito de requisição de patente no INPI a prioridade para a sua obtenção, independente do fato ter outro inventor ter efetuado o mesmo invento de forma independente, mesmo comprovando que tenha finalizado o invento anteriormente” Se o INPI comete algum ato violador a direito, cabe MS contra o seu presidente Marcas (Lei 9279 de 1996) Conceito (art. 122, LPI) Não serve para proteger o invento Serve para proteger o know how Que é a tradição e o respeito que o produto ou serviço adquiriram no mercado Ex.: evita que os consumidores contratem um serviço achando que é outro, porque a logomarca é parecida; o caso do biscoito passatempo do Tiago Proteção de uma respeitabilidade tanto que você tem, quanto que você possa vir a ter “A marca é o instrumento de propriedade intelectual que visa resguardar a tradição e o respeito que uma empresa, um produto ou um serviço adquiriram ao longo do tempo em um mercado específico” É o signo distintivo de uma empresa Distingue um produto/serviço de outro Representa tudo que foi feito de bom e de ruim (a trajetória da empresa) Ex.: a logomarca da Shell Requisitos Para ser registrada pelo INPI Percepção visual Capacidade de ser percebida pelo homem Ex.: McDonalds que tem a marca em braile (decodificação que tem uma tradução para leitura tátil de tudo o que tem percepção visual) Distintividade Diferenciabilidade do produto ou serviço Que não seja confundível com outros Ex.: a garrafa de Coca Cola que é diferente das demais Disponibilidade Ninguém ter registrado aquela marca (englobando nome, desenho e formato) Licitude Não pode registrar algo que seja proibido de registrar ou que seja vedado por outro motivo Ex.: a marca da OAB (essa sigla jamais pode ser usada, pois é exclusiva da Ordem) Tem marcas que assumem a identidade do produto Gilette lâmina de barbear Jet Ski moto aquática Leite Moça condensado Tipos de marcas (art. 123, LPI) De serviço ou de produto E quando parece que representa os dois? Ex.: McDonalds – presta serviço, mas seus produtos têm uma marca própria, como o Big Mac Marcas de certificação Ex.: FSC – atesta qualidade dos derivados da madeira; ABNT; INMETRO; ISSO-9001 Atestam a qualidade do produto Não é a marca do produto, mas serve para atestar ao produto um maior know how E deve ser outorgada por terceiro no produto Marcas coletivas Produto/serviço/atividade exercido por uma coletividade Ex.: Unimed (cooperativa de médicos) Apresentação das marcas Uma classificação não exclui a outra Nominativa Registro do nome Não é da fonte na qual se escreve, pois a fonte é domínio público Ex.: CESUPA – Centro Universitário do Estado do Pará É feito no INPI Não é uma questão empresarial, como o nome empresarial ou nome fantasia Por isso, não é registrado na Junta Comercial Figurativa É o símbolo da marca, torna-a reconhecível Ex.: o negócio marajoara do CESUPA; just do it da Nike; a maçã da Apple Mista Possui nome e um formato específico Ex.: Samsung – que tem um nome e uma fonte; CESUPA – um nome e uma fonte específica Tridimensional A forma do produto se torna tão significativa que passa a representar ele “marca tridimensional ocorre quando a embalagem ou o conteúdo do produto passam a ter caráter distintivo relevante, podendo vir a ser considerado como marca” Ex.: a garrafa da Coca Cola, o formato do Baton, a garrafa do Leite de Rosas Excluídos do registro como marca (art. 124, Lei 9.729) O art. 124, LPI traz em seu rol um elenco taxativo e exaustivo de hipóteses de impossibilidades de registro como marca Ex.: armas, brasão, bandeira, monumentos oficiais (nacionais ou estrangeiros), letras, algarismos, datas O símbolo OAB é protegido pelo EOAB Legitimidade (art. 128, LPI) Em tese, qualquer pessoa, mas ressalvados os casos: De quando você não exerce atividade relacionada àquela marca (§ 1º) Criação de marca não pode ser um negócio As marcas coletivas não podem ser requeridas por pessoa física (§ 2º) Deve ser pessoa jurídica que goze de legitimidade para representar aquela coletividade Marcas de certificação somente podem ser outorgadas por um terceiro sem interesse econômico na venda do produto ou serviço (§ 3º) “A empresa certificadora jamais poderá ter interesse econômico na comercialização do produto ou serviço certificado” Isso não exclui uma marca coletiva Ex.: artesanato da DI9NA Prazos (art. 133) De 10 anos – sendo prorrogável por iguais períodos sucessivos Para renovar, de modo ordinário (que é esse), deve ser feito no último ano (entre o 9º e 10º) Prazo extraordinário (§ 1º) 6 meses antes do fim dos 10 anos Paga mais caro para renovar Perda de todosesses prazos? Cai em domínio público Pode renovar, mas perderá o direito de preferência Ou seja, se alguém for lá e registrar, o detentor antigo perde o direito sobre a marca A marca volta a ficar disponível Se uma marca coletiva perde o direito de representar uma coletividade, essa marca perde sua proteção Indicação geográfica (art. 176-182, LPI) Casos em que não há como identificar a pessoa ou grupo – físico ou jurídico – que iniciou aquela atividade É diferente de marca coletiva O que se consegue é delimitar sua abrangência geográfica Ex.: queijo do Marajó, farinha de Bragança, castanha do Pará “A indicação geográfica é a ferramenta de proteção da propriedade intelectual que resguarda o direito de seus destinatários a partir de parâmetros a partir de parâmetros geográficos, podendo também considerar critérios ambientais, sociais, históricos e culturais” A maioria da regulamentação sobre isso é administrativa Surgiram com o acordo TRIPs A indicação geográfica no Brasil se caracteriza em dois modelos: a indicação de procedência e a denominação de origem (art. 176, LPI) Esses dois tipos são complementares e não excludentes entre si De procedência É a mais fácil de conseguir A região se torna referência/destaque na realização da atividade Liga aquela região a um respeito e qualidade do produto serviço Não leva outros fatores em consideração Ex.: champagne – que levou em consideração fatores climáticos; ou um modus operandi A indicação de procedência se configura pelo binômio região e qualidade, não sendo critério preponderante fatores climáticos, ambientais em geral e humanos Denominação de origem Esse tipo leva em consideração outros fatores (como o climático no caso do champagne) O produto/serviço tem características exclusivas ou essenciais que Ex.: champagne que se muda pra região de conhaque não consegue fazer champagne, por causa dos fatores climáticos A denominação de origem se caracteriza pela relação direta entre fatores humanos, ambientais e climáticos com a qualidade representada pela região Não representará mais indicação geográfica (art. 180, LPI) As marcas são instrumentos que devem estar sempre atrelados às indicações geográficas para aumentar o seu arcabouço protetivo Direito autoral (art. 3º, Lei 9.610) Não requer certas formalidades para ser configurado Tem natureza jurídica de bem móvel Somente é um direito de quem, usando seu labor intelectual, cria aquela obra Contudo, há direitos conexos a esse direito autoral (art. 1º, Lei 9.610) Ex.: compositor direito autoral Cantor direito conexo Contudo, nem sempre esses direitos conexos estão protegidos pela legislação Não precisa de um órgão estatal para registro desse direito Então, a transação desse direito se dá por uma tradição ficta “Direito do autor é a propriedade intelectual de alguém que se vale do seu labor intelectual e de sua criatividade para dar origem a uma obra artística ou literária e fará jus aos seus frutos” “Os direitos conexos são direitos de terceiros não autores que, de forma positiva, atuam para obtenção dos resultados de uma obra artística ou literária. Ou seja, equiparam-se ao autor nos limites da lei” Ex.: empresário, gravadora/editora, executante Obs.: músicas com roupagem nova? Tem direito autoral para aquela roupagem Assim como a propriedade intelectual, também não será perpétuo “O direito autoral não tem caráter perpétuo, tendo a vigência, não prorrogável, de 80 anos. Contudo, a nomeação da autoria jamais poderá ser desfeita, sob pena de configuração de plágio” Copyright ou direito de cópia (art. 14, 9.610) Ex.: Napster Você baixa é só para você, sem fins lucrativos – mas se copia para tocar no seu bar, aí é violação Você viola o copyright quando tem a intenção de lucrar com a reprodução da obra Royalties (art. 82, Lei 9.610) Contraprestação pecuniária devida pelo uso de qualquer propriedade intelectual de um terceiro Devem ser repartidos com aqueles que possuem os direitos conexos Como pagar esses royalties? ECAD Órgão responsável para recolher os direitos autorais no Brasil É feito por meio de um cálculo meio complexo Ou pode ser feita de forma direta
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