Buscar

Trabalho de direito penal usurpação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO
UNISAL-CAMPUS MARIA AUXILIADORA
Luciene Pinhel, Vanessa F. de Oliveira;
SENTIDOS DE; CRIMES CONTRA A PESSOA, O PATRIMONIO E AORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.
 
Americana
2017
CENTRO UNIVERITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO
UNISAL-CAMPUS MARIA AUXILIADORA
Luciene Pinhel, Vanessa F. de Oliveira;
SENTIDOS DE; CRIMES CONTRA A PESSOA, O PATRIMONIO E AORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.
Trabalho de pesquisa de curso apresentado como forma avaliativa na matéria de CRIMES CONTRA A PESSOA, O PATRIMOUNIO E A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.
Orientadora: Prof. Cristiane Tranquilim Lisi 
Americana
 2017
 
 RESUMO 
O presente trabalho tem como finalidade aborda a temática de assuntos relevantes estudados dentro do Direito Penal, sob a perspectiva e entendimento de autores renomados que procuraram conceituar e explicar o que é Crime contra a Inviolabilidade de correspondência (Arts. 151 e152); crimes contra a Inviolabilidade dos segredos (Arts. 153, 154-A, 154-B); (Da usurpação – arts.161 e 162 do CP. Com o propósito de nortear e regular uma sociedade para que se tenha harmonia.
1.Dos crimes contra a inviolabilidade de correspondência 
Conceito 
O art. 151, caput, do Código Penal trata do crime de violação de correspondência. Esse artigo foi tacitamente revogado pelo art. 40 da Lei n. 6.538/78 (dispõe sobre os crimes contra o serviço postal e o serviço de telegrama), que contém a mesma redação do artigo revogado, tendo sido apenas modificada a sanção penal: “Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada dirigida a outrem” (pena — detenção, até 6 meses) ou pagamento não excedente a 20 dias-multa). (Capez, 2011,pg 396)
Violação de correspondência 
 Os delitos previstos nos arts. 151, caput, e seu § 1º, I, do Código Penal, foram substituídos pelos crimes previstos no art. 40 da Lei n. 6.538/78, que trata do serviço postal e de telegramas. 
Violação de correspondência. 
Art. 151. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem: 
Pena-detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.  
1.1 Objetividade jurídica  
A inviolabilidade da correspondência alheia. 
 O dispositivo visa dar concretude ao art. 5º, XII, da Constituição Federal, que declara ser inviolável o sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas.  
O tipo objetivo  trata a lei de proteger a carta, o bilhete, o telegrama, desde que fechados. O princípio não pode ser encarado como absoluto, pois há situações em que é necessária a abertura da correspondência,  podendo ser permitido ao curador abrir carta endereçada ao doente mental e ao pai abrir a endereçada ao filho menor, pois, embora este tenha direito à intimidade, tal direito não é absoluto, podendo ser violada a carta sempre que verificada a existência de qualquer risco para o menor, sendo que estabelece que não constitui violação de sigilo da correspondência postal a abertura de carta: 
I — endereçada a homônimo, no mesmo endereço;  
II — que apresente indícios de conter objeto sujeito a pagamento de tributos;  
III — que apresente indícios de conter valor não declarado, objeto ou substância de expedição, uso ou entrega proibidos;  
IV — que deva ser inutilizada, na forma prevista em regulamento, em virtude de impossibilidade de sua entrega e restituição. 
Nos casos dos incisos  II e III, a abertura será feita obrigatoriamente na presença do remetente ou do destinatário, para que haja crime, é necessário que a abertura da correspondência se dê de forma indevido, de modo que o consentimento do destinatário exclui a tipicidade. Entre marido e mulher existe consentimento tácito quando se trata de correspondência bancária ou comercial, presunção esta que cede quando se demonstra que havia orientação expressa para que o cônjuge não abrisse a correspondência endereçada ao outro. Tampouco existe tal presunção quando se trata de carta enviada por amigo ou parente , não existe crime quando a correspondência nitidamente contém uma revista ou livro, que não constituem transferência de informação específica de uma pessoa a outra. O tipo penal em análise se refere à correspondência fechada, não abrangendo o conhecimento indevido de teor de correio eletrônico. Em relação a este, a violação constitui crime especial previsto no art. 10 da Lei n. 9.296/96, que pune com reclusão, de dois a quatro anos, e multa, quem realiza interceptação de comunicação telefônica, de informática ou telemática. Quando a violação da correspondência constituir meio para a prática de crime mais grave, ficará por este absorvida. 
O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa, trata-se de crime comum se for cometido por funcionário público nos desempenho das  suas funções  a pena  serão  agravadas. 
1.2 Sujeito passivo  
O remetente e o destinatário, que são as pessoas interessadas na manutenção do sigilo. Trata-se de crime com duplo sujeito passivo. 
1.3 Elemento subjetivo 
 É o dolo. Não existe modalidade culposa, não podendo ser punido aquele que, por engano, abre e lê correspondência alheia. 
1.4 Consumação  
Não basta que o agente abra a carta; o delito só se consuma quando ele se intera de seu conteúdo, exigência feita pelo próprio tipo penal.  .
 1.5 Tentativa   
É possível quando o agente é flagrado quando está abrindo a carta, sendo, porém impedido de ler seu conteúdo.  Causa de aumento de pena, a pena será aumentada em metade se a conduta causar dano para outrem. O dano pode ser econômico ou moral. 
1.6 Ação penal é pública
 condicionada à representação, por se tratar de infração de menor potencial ofensivo, a competência é do Juizado Especial Criminal. 
2. Sonegação ou destruição de correspondência 
§ 1 Na mesma pena incorre:  
 Incorre nas mesmas penas quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada, para sonegá-la ou destruí-la, no todo ou em parte. 
 2.1 Objetividade jurídica
 Não importa se o agente teve ou não conhecimento do conteúdo, a objetividade jurídica é o direito do destinatário de receber a correspondência e o de mantê- la consigo se assim o quiser.  
2.2 Tipo objetivo: 
Tem finalidade punir o agente que se apodera de correspondência alheia, aberta ou fechada, com a intenção de sonegá-la (fazer com que não chegue até a vítima) ou destruí La. Na primeira circunstância, o destinatário ainda não recebeu a carta, de modo que a sonegação impede que o conteúdo chegue ao seu conhecimento. Na destruição, é possível que o destinatário já tenha recebido e lido a carta, pois o tipo penal protege também a correspondência não fechada, se a correspondência tem valor econômico, a subtração constitui furto, e a destruição crime de dano. 
2.3 Sujeito ativo 
 Pode ser qualquer pessoa, trata-se de crime comum se for cometido por funcionário público no desempenho das funções, a pena será agravada. (abuso de autoridade). 
2.4 Sujeito passivo  
O remetente e o destinatário, que são as pessoas interessadas na manutenção do sigilo. Trata-se de crime com duplo sujeito passivo. 
 2.5 Elemento subjetivo  
É o dolo, sendo irrelevante o motivo que levou o agente a querer destruir ou sonegar a correspondência alheia. 
 2.6 Consumação: 
 Ocorre no instante que o agente se apodera da correspondência, sendo, portanto, crime formal, pois dispensa, para fim de consumação, que o agente consiga sonegar ou destruir a correspondência. 
2. Tentativa:  
Admite-se a tentativa naquelas hipóteses em que o agente, embora tenha iniciado o o: iter criminis, com a intenção de sonegar ou desuuir a correspondência, não alcança seu intento por circunstâncias alheias à sua vontade.  
Causa de aumento de pena: a pena será aumentada em metade se a conduta causar dano para outrem. O dano pode ser econômico ou moral. 
Ação penal: trata-se de crime de ação pública condicionada à representação,de competência do Juizado Especial Criminal. 
 
3. Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica. 
 
Art.    151,     
§    1º,    II    —    Na mesma pena incorre quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas. 
Objetividade jurídica: O sigilo das conversas telegráficas, radioelétricas e telefônicas. Visa  dar concretude ao art. 5º, XII, da Constituição Federal, que declara ser inviolável o sigilo das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. 
 3.1 Sujeito ativo
 Pode ser qualquer pessoa, trata-se de crime comum. 
3.2 Sujeito passivo
 As mesmas  vista nos dois crimes anteriores. 
 
3.3 Tipo objetivo
 As condutas típicas são: 
 a) divulgar — relatar o conteúdo a outras pessoas; 
 b) transmitir — narrar o conteúdo à pessoa determinada;  
c) utilizar — usar para qualquer fim; 
O delito somente se aperfeiçoa quando a divulgação ou transmissão são feitas de forma indevida ou quando a utilização é feita de forma abusiva, em relação a conversações telefônicas, o tipo penal ainda pode ser aplicado para quem, ouve conversa alheia em extensão telefônica e divulga seu conteúdo. Constitui crime, bem mais gravemente apenado (reclusão, de dois a quatro anos, e multa) “realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei”. 
Assim, quem realiza a interceptação de conversa telefônica alheia sem autorização judicial já está cometendo crime, independentemente da futura divulgação do conteúdo além disso, como as gravações feitas de forma autorizada devem ser mantidas em sigilo, quem tomar conhecimento de seu conteúdo e der divulgação cometerá também o delito. 
 3.4 Consumação 
No momento em que ocorre a divulgação, transmissão ou utilização.  
3.5 Tentativa
 É possível. 
 Ação penal e pena é pública condicionada à representação a pena é de um a seis meses, ou multa, sendo, por isso, de competência do Juizado Especial Criminal. 
 
4. Impedimento de comunicação ou conversação 
 
Art.    151,    §    1º,    III    — Na mesma pena incorre quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior. 
Pune-se, agora, quem (qualquer pessoa), dolosamente, embaraça (obsta, impede) a comunicação das vítimas (crime de dupla subjetividade passiva).  
Emende-se por impedir tanto a candura de colocar obstáculos para que a comunicação não se inicie quanto sua interrupção, podendo se dar de diversas formas (crime de ação livre) 
A lei pune quem impede a comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiros ou a conversação entre outras pessoas sendo indiferente que o agente o faça de forma continuada ou não. O crime configura-se quando o agente impede a comunicação ou conversação já iniciadas ou mesmo quando, ainda não iniciadas, o agente atua de forma a inviabilizar que as partes entrem em contato telefônico, telegráfico etc. A pena do crime é aumentada em metade se a conduta provoca dano (art. 151, § 2º). A ação é pública condicionada à representação (art. 151, § 4º). A pena será de um a três anos, se o crime for cometido com abuso de função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico, e, em tal caso, a ação é pública incondicionada (art. 151, § 4º). 
 
Instalação ou utilização de estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposição legal (§ 1 o, IV)  
O presente dispositivo foi revogado pelo art. 70, caput, da Lei 4.117/62 (Código Brasileiro de Telecomunicações), que assim dispõe: "Constitui crime punível com a pena de detenção de 1 (um) a2 (dois) anos, aumentada da metade se houver dano a terceiro, a instalação ou utilização de telecomunicações, sem observância do disposto nesta Lei e nos regulamentos".  
4.1 Núcleo do tipo 
comporta duas condutas diversas que são, ínstalar e utilizar telecomunicações. Exige-se, ainda, que a prática se dê sem  na própria lei que pune a conduta e em outros regulamentos.  
 4.2 Qualificadora e majorante de pena  
As penas aumentam-se de metade se há dano para outrem .Pode-se dizer que ó dano a que o dispositivo faz referência pode ser tanto o material quanto o moral, não importando se atinge pessoas estranhas à relação remetente-destinatário.  
4.3 Qualificadora  
Prevê figura qualificadora para os casos em que o delito é praticado com abuso de função. Deve-se considerar o abuso somente quando praticado no exercício da função desempenhada pelo agente, não bastando ser ele funcionário da empresa postal. 
4.4 Ação penal  
Em regra, a ação penal é pública condicionada à representação do ofendido,  em que a pena será perseguida independentemente do pedido-autorização das vítima , nos casos de ação penal pública condicionada  a negativa de uma das vítimas em representar os fatos não impede a faculdade da outra de exercer o mesmo direito.  
 
5.  Correspondência comercial 
 Art. 152. Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo: 
 Pena — detenção, de três meses a dois anos.  
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação. 
 5.1 Objetividade jurídica
 A inviolabilidade da correspondência das empresas. 
 5.2 Tipo objetivo
 Contém um tipo misto alternativo, incriminando quem desvia (dá rumo diverso do correto), sonega (se apropria e esconde), subtrai (furta) ou suprime (destrói) correspondência comercial. Basta a realização de uma dessas condutas para que o fato seja considerado crime, mas a prática de mais de uma delas, em relação à mesma correspondência, constitui crime único. Também há crime na conduta do sócio ou do empregado que revela o conteúdo da correspondência a outras pessoas que dele não deviam tomar  conhecimento  sendo preciso para a existência do crime, que haja pelo menos a  possibilidade de dano, seja patrimonial ou moral, pois  o objeto material do delito é a correspondência comercial, assim entendida aquela que diga respeito às atividades exercidas pelo estabelecimento se disser respeito a assuntos estranhos à atividade ali desenvolvida, a conduta poderá caracterizar apenas o crime comum de violação de correspondência . 
5.3 Sujeito ativo
 Trata-se de crime próprio, que só pode ser cometido pelas pessoas elencadas no texto legal — sócio ou empregado da empresa vítima. Não é necessário que o agente esteja trabalhando no momento da infração penal. O sujeito ativo pode ser sócio ou empregado tanto da empresa remetente quando da destinatária. 
5.4 Sujeito passivo
 É a empresa remetente ou destinatária. 
5.5 Elemento subjetivo
É o dolo. Não se exige qualquer finalidade específica. Não existe figura culposa. 
 5.6 Consumação 
No exato momento em que praticado quaisquer dos atos descritos no tipo penal. 
5.7 Tentativa
É possível, efetiva-se o delito no momento em que o agente pratica, ainda que parcialmente, uma das condutas descritas no tipo, criando para a vítima (sociedade comercial ou outrem) concreta possibilidade de dano (moral ou material).  
5.8 Ação penal 
É Pública condicionada à representação. Esta poderá ser oferecida pela própria pessoa jurídica ou pelos sócios.   
 
6. Dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos 
 Divulgação de segredo 
 Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem: 
 Pena — detenção, de um a seis meses, ou multa. 
§ 1-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da AdministraçãoPública:  
Pena- detenção, de 1 (um) a 4 {quatro) anos, e multa.  
§ 1 Somente se procede mediante representação.  
§ 2Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será incondicionada 
6.1 Objetividade jurídica
 A finalidade do dispositivo é resguardar o sigilo em relação aos fatos da vida cujo conhecimento por outras pessoas possa provocar dano.  
6.2 Tipo objetivo 
A conduta típica é divulgar o conteúdo de documento particular ou de correspondência sigilosa, divulgar significa dar conhecimento do conteúdo a número elevado e indeterminado de pessoas. Não basta, portanto, a transmissão a uma só pessoa.  
6.3 Objeto material
 Deste crime é o documento particular, ou seja, aquele que não é elaborado por funcionário público no desempenho de suas funções, e a correspondência sigilosa. O caráter confidencial do conteúdo da correspondência pode estar expresso em ou implícito na natureza da informação contida. É necessário, ainda, que o documento ou correspondência contenham algum segredo cuja divulgação possa provocar dano material ou moral a outrem. Se não houver um segredo ou se não existir a potencialidade de provocar dano, a divulgação é atípica.  
O tipo penal portanto, diz respeito apenas ao segredo escrito  assim, a divulgação de segredo que lhe foi confidenciado oralmente não constitui crime, salvo se constituir violação de sigilo decorrente de dever profissional  o sacerdote que ouve confissão e a divulga ou crime contra a honra (crime de difamação). A divulgação de segredo contido em documento público pode, eventualmente, caracterizar crime de violação de sigilo funcional, quando praticado por funcionário público. A descrição contém um elemento normativo manifestado na expressão “sem justa causa”, que significa a inexistência de motivo razoável a justificar a divulgação. Há justa causa, quando a divulgação se faz necessária para o desvendamento de um crime, ou quando há consentimento do interessado. 
6.4 Sujeito ativo 
Trata-se de crime próprio, pois só pode ser cometido pelo destinatário ou detentor do documento ou correspondência. 
 6.5 Sujeito passivo 
É a pessoa que pode sofrer o dano como consequência da divulgação do segredo. Pode ser o remetente da carta, o destinatário (no caso de o autor do crime ser o detentor) ou qualquer outra pessoa. 
6.6 Consumação
No momento da divulgação do segredo, independentemente da produção de qualquer dano. 
6.7 Tentativa
 É possível  , o tipo não exige que a divulgação produza danos efetivos a outrem, bastando a sua potencialidade lesiva (perigo).  
6.8 Elemento subjetivo
O crime é doloso  è  como a lei exige que o fato ocorra sem justa causa, é necessário que o agente saiba da ilegitimidade de seu comportamento, que tenha ciência de que o conteúdo divulgado era sigiloso e que, portanto, poderia gerar prejuízo a outrem não existe figura culposa.  
6.9 Forma qualificada 
7. Divulgação de informações sigilosas da Administração Pública  
Art. 153, § 1º-A — Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informação ou banco de dados da Administração Pública: Pena  reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 Essa modalidade qualificada  se refere a outro tipo de informação sigilosa ou reservada, ou seja, aquelas que sejam  definidas em lei. Trata-se, de norma penal em branco a ser complementada por outras leis. A conduta típica é a mesma da modalidade simples, divulgar sem justa causa.  
7.1 Ação penal  
Os § 1º e 2º do art. 153 estabelecem como regra a ação pública condicionada à representação, salvo se o fato causar prejuízo à Administração Pública. Nota-se, portanto, que o crime em análise, embora consumado com a simples  a divulgação do segredo crime formal, sofrerá consequências se o fato causar prejuízo à Administração Pública, na modalidade simples, a competência é do Juizado Especial Criminal. 
7.2 Objetividade jurídica
 A finalidade do dispositivo é resguardar o sigilo em relação aos fatos da vida cujo conhecimento por outras pessoas possa provocar dano. 
7.3 Tipo objetivo
 A conduta típica é divulgar o conteúdo de documento particular ou de correspondência sigilosa.
Sujeito ativo
 Trata-se de crime próprio, pois só pode ser cometido pelo destinatário ou detentor do documento ou correspondência.
7.4 Sujeito passivo
 É a pessoa que pode sofrer o dano como consequência da divulgação do segredo. Pode ser o remetente da carta, o destinatário (no caso de o autor do crime ser o detentor) ou qualquer outra pessoa.
7.5 Consumação
 No momento da divulgação do segredo, independentemente da produção de qualquer dano. Trata-se, pois, de crime formal.
 7.6 Tentativa
 É possível. 
7.7 Elemento subjetivo
O crime é doloso e, como a lei exige que o fato ocorra sem justa causa, é necessário que o agente saiba da ilegitimidade de seu comportamento.
7.8  Violação de segredo profissional 
 Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo de que tem ciência em razão da função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: 
 Pena — detenção, de três meses a um ano, ou multa. Parágrafo único. Somente se procede mediante representação. 
 8. Objetividade jurídica 
Resguardar o sigilo profissional. 
 Na vida em sociedade o indivíduo, no exercício de sua atividade toma conhecimento de segredos de outras pessoas  o legislador   a condição de crime a conduta daqueles que sem um motivo justo, revelem tais segredos. 
8.1 Tipo objetivo
A conduta típica consiste em revelar o segredo, contar a alguém o segredo. Ao contrário do que ocorre com o crime do artigo anterior, cuja conduta é divulgar, neste artigo basta que o segredo seja contado a uma só pessoa  desde que isso possa, causar dano a alguém. A revelação pode  escrita, oral etc. O crime só se configura se não existir justa causa para a divulgação do segredo . 
8.2 Sujeito ativo 
Trata-se de crime próprio os sujeitos ativos do crime são os confidentes necessários, pessoas que recebem o conteúdo do segredo em razão da função, ministério, ofício ou profissão. Dizem-se confidentes necessários porque, em razão de sua atividade específica, tomam conhecimento de fatos particulares da vida alheia.Se o agente toma conhecimento do segredo em razão de função pública, a revelação constitui crime especial. 
 8.3 Sujeito passivo
 É aquele que pode sofrer algum dano com a revelação do segredo, podendo ser o titular do segredo . 
8.4 Consumação
 Por ser crime formal, a infração se consuma no momento em que o segredo chega até a terceira pessoa, mesmo que disso não decorra prejuízo para a vítima, bastando, portanto, a possibilidade do dano.  
8.5 Tentativa 
É possível, na forma escrita quando uma carta contendo a revelação do segredo se extravia.  
 8.6 Elemento subjetivo 
É o dolo não existe figura culposa. 
8.7 Ação penal 
Ê pública condicionada à representação. 
 
9. INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO  
 Invasão de dispositivo informático  
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: ·  
Pena-detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.  
§ 12 Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.  
§ 22 Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico.  
§ 39 Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: Pena  reclusão  de  6   meses a 2 anos mullta, se a conduta não constitui crime mais grave .  
Havendo  a hipótese do§ 3º, aumenta-sea pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos.  
 Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra:  
Presidente da República, governadores e prefeitos;  
Presidente do Supremo Tribunal Federal;  
Presidente da Câmara dos deputados, do Senado Federal, Assembleia Legislativa de Estado, da câmara   legislativa  , Distrito Federal ou de Câmara  Municipal  ou  dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal do Distrito  federal  
 
A lei tipificou como crime a invasão de dispositivo informático, criminalização fomentada pelo episódio que vitimou a atriz Carolina Dieckmann, que teve seu computador invadido e seus arquivos pessoais subtraídos, vendo expostas suas fotos Íntimas na rede mundial de computadores.  
Apesar de a sociedade estar cada vez mais inserida no mundo da informática, percebe direito  penal não acompanha, como deveria, a evolução que movimenta o setor cibernético.  
O  art. 154-A do CP tipifica o comportamento daquele que invade dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular  do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita . 
9.1 O objeto jurídico
 Do crime, como se percebe, é privacidade individual e/ou profissional, armazenada em dispositivo informático,  sendo  direito fundamental assegurado no art. 5°, sendo invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 
O crime é de menor potencial ofensivo, salvo na sua forma qualificada § 3) quando majorado pela divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos§ 4°. 
9.2 Sujeito ativo
Qualquer pessoa pode ser, não se exigindo qualidade ou condição especial do seu agente
9.3 Sujeito passivo
Qualquer pessoa pode figurar como vítima da indevida invasão. 
9. 4 A pena é aumentada de um terço à metade se o crime for praticado contra
Presidente da República, governadores e prefeitos;  
Presidente do Supremo Tribunal Federal;  
 Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; 
 Dirigente máximo da administração direta e indireta, federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal  
Conduta  Pune-se a invasão de dispositivo informático alheio, mediante violação indevida de mecanismo de segurança ou instalação de vulnerabilidades.  
Por dispositivo informático entende-se qualquer aparelho (instrumento eletrônico) com capacidade de armazenar e processar automaticamente informações/programas (notebook, notebook, tablet, Ipad, Iphone, Smartphone, pendrive etc.). Importante observar ser indiferente o fato de o dispositivo estar ou não conectado à rede interna ou externa de computadores (intranet ou internet).  
9.5 Duas são as formas de agir
 Na primeira, o agente vence os obstáculos de proteção do dispositivo (senha, chave se segurança, mecanismos de criptografia, assinatura digital, mecanismos de controle). 
 Nota – se  a respeito da autorização para acesso, que, uma vez concedida, não se perfaz o crime, ainda que o titular do dispositivo a tenha revogado posteriormente e que o agente tenha obtido dados depois da revogação. Isto ocorre porque o tipo pune a conduta de invadir o dispositivo sem autorização do titular, mas não abrange o ato de permanecer acessando indevidamente os dados do dispositivo após a revogação da autorização . 
Na segunda conduta, o criminoso instala no dispositivo vulnerabilidades, isto é, brechas no sistema computacional para espalhar software malicioso que serve para atacar, degradar, impedir a utilização correta de um equipamento ou obter informações de encoberta, visando o agente conquistar vantagem ilícita.  
Pune o tipo a invasão de dispositivo informático para instalar vulnerabilidades visando à obtenção de vantagem ilícita , a lei pune a conduta de invadir com a finalidade de instalar vulnerabilidades, se o agente se vale de vulnerabilidade já existente, e sua pretensão é efetivamente a obtenção de vantagem, não a obtenção, adulteração ou destruição de dados ou informações, não há o crime  ainda que a vantagem seja obtida porque o tipo não contempla a conduta de invadir; o dispositivo se valendo de vulnerabilidade preexistente.  
As duas formas de execução recaem sobre os dados e as informações no dispositivo informático ou sobre o próprio dispositivo é  necessário, ainda, que o equipamento informático seja alheio. 
Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida obter, adulterar ou destruir dados ou informações, ou instalar  vulnerabilidades . 
É o dolo, consistente na vontade consciente de invadir dispositivo informático alheio, mediante violação indevida de mecanismo de segurança ou de instalar no mesm0 vulnerabilidades, tornando-o desprotegido, facilmente sujeito a violações.  
O tipo prevê elementos subjetivos específicos, representados pelas expressões "com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações" e "para obter vantagem ilícita". Logo, ausentes essas finalidades especiais, o fato passa a ser um indiferente penal.  
9.6 Consumação e tentativa  
Trata-se de crime consumação antecipada, perfazendo-se no momento em que o agente invade o dispositivo informático da vítima, mediante violação indevida de mecanismo de segurança, ou nele instala vulnerabilidades, independentemente da produção do resultado visado pelo invasor de  adulteração ou destruição de dados ou informações da vítima ou obtenção de vantagem ilícita.  
9.7 A tentativa 
É possível.  
9.8 Qualificadora  
 O§ 3°, punido com reclusão, de seis meses a dois anos, e multa, qualifica o delito:  
 Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas e-mail, por exemplo, segredos comerciais ou industriais, projetos  informações sigilosas . 
Não sem razão, alerta BITENCOURT:  
"É irrelevante que se trate de segredo temporário ou condicionado ao advento de determinado fato: mesmo assim sua invasão ou violação de dispositivo informático caracteriza a qualificadora do presente dispositivo. Nesses termos, pode-se concluir, a temporariedade ou condicionalidade, por si só, não exclui a proteção legal do segredo industrial ou comercial. "376  
Se da invasão resultar o controle remoto não autorizado do dispositivo. Aqui, o dispositivo informático do agente passa a se denominar guest (hóspede), e o da vítima  host (hospedeiro). Essa figura qualificada ocorre quando, após a invasão, o agente instala um programa para acesso e controle remoto do dispositivo, sem a autorização da vítima. 
O dispositivo  de lei pune a interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, e a quebra segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Se pune  a invasão de dispositivo de informática para obter dados já armazenados relativos a comunicações privadas, a lei  se refere à interceptação  de dados, ato que só pode ser praticado simultaneamente à comunicação.  
9.9 Majorantes 
 Nos termos do § 2°, aumenta-se a pena de 1/6 a 1/3 se da invasão resulta prejuízo econômico para a vítima. Pena é aumentada de um a dois terços se houver divulgação , propagação, tornar público ou notório ,  comercialização atividade relacionada à intermediação ou venda ou transmissão (uansf a terceiros, a qualquer títtulo, dos dados ou informações  obtidas). 
9.10 AÇÃO PENAL   
Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração públicadireta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.  
A ação penal, em regra, é condicionada à representação da vítima, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos, hipóteses em que a ação será  publica  incondicionada. 
 
10. Da USURPAÇÃO 
CONCEITO :
“Usurpação, concentram-se crimes que, em sua maioria, destinam-se a proteger a propriedade imóvel, ao contrário dos delitos de roubo e furto, cuja proteção abarca a propriedade móvel. Dentre os crimes previstos no presente capítulo temos o de alteração de limites, cujo teor é o seguinte “Suprimir ou deslocar tapume, marco ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia”. Pena: detenção de 1 a 6 meses, e multa.  Alteração de limites” (Fernando Capez, 2011, pg 519)
        Art. 16 caput - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia. Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
      Objeto jurídico
Visa a lei resguardar a posse e a propriedade dos bens imóveis
10.1 ELEMENTOS DO TIPO
Esse tipo penal encontra-se dois verbos:
Supressão : fazer desaparecer, eliminar é a total retirada do marco divisório.
Deslocamento: do marco divisório, transferir para outro local, a alteração da linha divisória da propriedade tanto pode ser total quanto parcial, de modo que aumentar a área do agente.
10.2 Objeto Material
 O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural Art. 1.297. Esse dispositivo é para proprietário marcar de forma correta sua propriedade. Se por ventura ele ultrapassar usando esses meio ou qualquer outro segundo Capez ex; as sebes vivas, as cercas de arame ou de madeira, as valas ou banquetes, ou quaisquer outros meios de separação de terrenos para se apropriar indevidamente da propriedade alheia.
10.3 Sujeito ativo
 Aquele que suprime ou desloca o tapume, marco ou qualquer outro sinal indicativo da linha divisória. Lembrando que é necessário que o agente tenha intenção de apropriar-se, no todo ou em parte, da propriedade alheia. Caso ele retire uma cerca apenas para reforma isso não será caracterizado um delito.
10.4 Sujeito passivo
Proprietário ou possuidor do bem imóvel
10.5 Elemento subjetivo
 É o dolo, na vontade livre e consciente de alterar os sinais divisórios da propriedade. Exige-se que tenha o elemento subjetivo do tipo, que é a intenção de apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa alheia móvel, sendo necessário que o agente tenha a intenção de apossar-se da propriedade imóvel para seu uso e fruição. Ausente essa intenção específica, o crime poderá ser outro: dano (CP, art. 163), exercício arbitrário das próprias razões (CP, art. 345), fraude processual (CP, art. 347). (Capez, 2011, pg.520).
10.6 Tentativa 
É possível quando o agente é flagrado iniciando a supressão ou deslocamento e é impedido de prosseguir. Se já o fez por completo, conforme já mencionado, o crime está consumado, ainda que a vítima retome posteriormente a parte a que faz jus.
10.7 Ação penal
 Nos termos do art. 161, § 3º, do Código Penal, a ação penal é privada, exceto se para a prática do crime tiver havido emprego de violência ou se a propriedade usurpada for pública que dispõe o § 2º do art. 161
11 ART. 161, § 1º, I — USURPAÇÃO DE ÁGUAS
Conceito
Art. 161, § 1º — Na mesma pena incorre quem: I — desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias.
11.1 Objetividade jurídica
A Lei visa resguardar águas particulares ou públicas, que possam ser deslocada ou represadas por outra pessoa sem o consentimento do proprietário ou de ordem pública.
11.2 ELEMENTOS DO TIPO
 a) desviar: deslocar, alterar, mudar o curso da água;
b) represar: reprimir, impedir que flua, conter o fluxo da água para a formação de reservatórios.
11.3 Objeto material
É a água alheia, a pertencente a terceiros, corrente ou paradas, pública ou particular. O Decreto n. 24.643/34 (Código de Águas) define o que se considera água pública, particular e águas subterrâneas, ou seja, aquelas que se encontram debaixo da superfície (art. 96 do Código de Águas), assim como as águas pluviais, as que procedem das chuvas (art. 103 do Código de Águas), também são objeto material do crime em estudo.
11.4 Sujeito Ativo
É qualquer pessoa trata-se de crime comum, é aquele agente que desvia ou represe água de outrem para se beneficiar. Pode ser cometido por vizinho ou não. No caso de águas comuns que atravessam condomínios, até o condômino pode ser autor do crime, desde que, com o desvio, seja prejudicado o uso de algum coproprietário.
11.5 Sujeito Passivo
É o proprietário ou possuidor da água desviada ou represada.
 11.6 Elemento subjetivo
É o dolo na condição da vontade livre do agente e consciente de desviar ou represar as águas alheias para proveito próprio ou alheio.
11.7 Consumação
Consuma-se no momento que o agente represou ou desvio águas alheias para proveito próprio ou alheios.
11.6 Tentativa
11.7 É perfeitamente possível. 
11.8Ação penal
 Nos termos do art. 161, § 3º, do Código Penal, a ação penal é privada, exceto se para a prática do crime tiver havido emprego de violência ou se a propriedade usurpada for pública. Trata-se de infração de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal. 
12 ART. 161, § 1º, II — ESBULHO POSSESSÓRIO
Conceito
Art. 161, § 1º — Na mesma pena incorre quem: II — invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório
12.1 Objetividade jurídica
Tutela-se também aqui a posse e a propriedade dos bens imóveis, integridade física e liberdade da vítima, que durante a invasão do imóvel podendo haver emprego de violência física ou verbal ou concurso de mais de duas pessoas.
12.2 ELEMENTOS DO TIPO
Invadir: entrar no terreno ou edifício alheio.
12.3 Objeto material
É o terreno ou o edifício invadido por algum agente.
12.4 Sujeito ativo
É aquele que invade o terreno ou edifício que se encontra legitimamente na posse de terceiro
12.5 Sujeito passivo
É o indivíduo que legitimamente detém a posse do bem imóvel proprietário que é o locatário, usufrutuário, arrendatário.
12.6 ELEMENTO SUBJETIVO
 É o dolo, na vontade livre e consciente de invadir terreno ou edifício alheio, exige a lei uma finalidade específica: “para o fim de esbulho possessório”.
12.7 MOMENTO CONSUMATIVO
 No momento da invasão
12.8 Tentativa
É possível sim, quando por o agente é surpreendido pelo proprietário ou pelo os seus vizinhos, impedindo o criminoso.
12.9 Concurso
Se o agente comete o esbulho com emprego de violência, responde também pelas lesões corporais causadas, ainda que leves, nos termos do art. 161, § 2º, do Código Penal. O texto legal deixa claro que as penas serão somadas. Os doutrinadores costumam dizer que esse dispositivo também se aplica aos crimes de alteração de limites e usurpação de águas quando cometidos com emprego de violência. Ressalte­se, contudo, que, como esses dois crimes não contêm a violência dentre suas elementares, sequer é necessária regra expressa para a hipótese de provocação de lesão, sendo óbvio que esta não ficaria absorvida.
12.10 Ação penal e procedimento
Nos termos do art. 161, § 3º, do Código Penal, a ação penal é privada, exceto se para a prática do crime tiver havido emprego de violência ou se a propriedade usurpada for pública. Trata-se de infração de menor potencial ofensivo, de competência do Juizado Especial Criminal
13 Supressão ou alteração de marca em animais
Conceito
Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ourebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade: Pena — detenção, de seis meses a três anos, e multa.
13.1 Objetividade jurídica
Tutelam-se a posse e a propriedade do semovente, em especial o gado ou rebanho, considerados para efeitos penais coisa móvel.
13.2 ELEMENTOS DO TIPO
O tipo penal tem dois verbos : Suprimir ou alterar
a) suprimir — extinguir, eliminar
b) alterar — mudar, desfigurar, no caso, marca ou sinal indicativo de propriedade (objeto material do crime) em gado ou rebanho alheio. A marca “é o característico empregado, relativo à propriedade do animal, para distingui-lo de outros. Consiste, geralmente, nas iniciais do proprietário, mas é frequente também o uso de desenhos (p. ex., estrela, círculo etc.)”12. Sinal “é todo distintivo artificial, diverso da marca (ex.: argolas de determinado feitio nos chifres ou focinho dos animais)”13. A supressão ou alteração da marca ou sinal indicativo de propriedade aposta em gado ou rebanho deve ser indevida (elemento normativo do tipo). Assinala Hungria que “o emprego deste advérbio, no texto do art. 162, não é de todo supérfluo (como parece a Magalhães Noronha): com ele, quis o legislador significar que não é protegida a marca ou sinal em si mesmos, mas a propriedade que indicam, tanto assim que, se alguém adquire animais e vem a
suprimir ou alterar a respectiva marca ou sinal, não comete crime algum.
13.3 Sujeito ativo
 Pode ser qualquer pessoa, inclusive quem possui animal que pertence a terceiro.
13.4 Sujeito passivo
O dono do animal.
 13.5 Consumação
 Ocorre com a simples supressão ou alteração da marca ou sinal, ainda que se dê apenas em relação a um animal.
13.6 Tentativa
 É possível, quando o agente não consegue concretizar a remarcação iniciada, pela repentina chegada de alguém ao local, ou até mesmo quando concretiza a remarcação, porém, a faz de tal forma que continua sendo possível identificar a marca do verdadeiro dono.
13.7 Ação penal
Pública incondicionada. Como a pena mínima não supera um ano, admite a suspensão condicional do processo, desde que o acusado preencha os demais requisitos do art. 89 da Lei n. 9.099/95.
 
 CONCLUSÃO 
No presente trabalho procuramos tratar dos aludidos temas Crimes contra a Inviolabilidade de Correspondência, Crimes Contra a Inviolabilidade dos Segredos e Da usurpação, destacando o pensamento dos autores Fernando Capez, Victor Eduardo Rios Gonçalves, Rogério Sanches Cunha.
 REFERÊNCIA
Capez, Fernando. Curso de Diretito Penal 2 Parte Especial, 12.ª edição 2012, editora Saraiva;
Rios, Gonçalvez, Eduardo, Victor. Direito Esquematizado Parte Especial, 1.a edição: fev./2011; 2.ª tir., maio/2011;
Cunha, Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal Parte Especial, 9.ª edição 2017 editora JUSPODIVM.

Outros materiais