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RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL

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RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ♥ 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Controle da constitucionalidade é a verificação da adequação vertical que deve existir entre as normas 
infraconstitucionais e a Constituição. E sempre um exame comparativo entre um ato legislativo ou normativo e a 
Constituição. Todo ato legislativo ou normativo que contrariar a Lei Fundamental de organização do Estado deve ser 
declarado inconstitucional. 
2. FUNDAMENTO 
O fundamento do controle da constitucionalidade encontra-se na idéia de supremacia da Constituição escrita, da 
existência de uma lei maior que se sobrepõe a todas as demais normas jurídicas existentes no País. A supremacia 
decorre da própria rigidez das Constituições escritas. Por exigir a norma constitucional um procedimento especial de 
alteração mais rigoroso que o das normas infraconstitucionais, todos os demais atos legislativos e administrativos são 
hierarquicamente inferiores.O que estiver em desacordo com a Constituição, vértice de todo o sistema jurídico, deve 
ser declarado inconstitucional. Dois pressupostos são indispensáveis para que o controle de constitucionalidade seja 
exercido: 
1°) Rigidez constitucional: a presença de uma Constituição rígida, da qual resulte a superioridade das normas 
constitucionais sobre as demais; a análise comparativa, o controle, só se justifica quando a Constituição impõem um 
procedimento legislativo mais difícil para sua alteração, caso contrário, teremos uma alteração do texto 
constitucional. Assim, a constituição deverá ser rígida ou super-rígida. 
2°) Supremacia da constituição: O ordenamento deverá adotar a estrutura piramidal de Kelsen, com a constituição 
no ápice, superior às demais normas do ordenamento jurídico. Existência de um órgão que efetivamente assegure a 
supremacia do texto constitucional. 
3. ESQUEMA 
Inconstitucionalidade: 
 Por ação: formal e material 
 Por omissão 
 Total e parcial 
 Formas de controle: preventivo e repressivo 
 Órgão de controle: político e judiciário 
 Critérios de controle: difuso e concentrado 
 Meios de controle: incidental e principal 
 Efeitos da decisão: inter partes e erga omnes 
 Retroatividade: ex tunc e ex nunc 
 
4. FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Inconstitucionalidade é a incompatibilidade entre um ato legislativo ou administrativo e a Constituição Federal. 
Existem duas formas de inconstitucionalidade: por ação e por omissão. 
4.1. INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO 
É a produção de atos legislativos ou normativos que contrariem dispositivos constitucionais. A inconstitucionalidade 
pode ser por motivos formais ou materiais. A primeira ocorre quando o ato é produzido por autoridade incompetente 
RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ♥ 
 
 
ou em desacordo com as formalidades legais, como prazos, ritos etc.Já a inconstitucionalidade material é a produção 
de atos legislativos ou normativos que desrespeitem o próprio conteúdo das normas constitucionais. 
4.2. INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO 
É a não elaboração de atos legislativos ou normativos que impossibilitem o cumprimento de preceitos 
constitucionais. É uma inovação da Constituição portuguesa de 1976, que foi adaptada, pelo constituinte de 1988 à 
atual Lei Maior. Sempre que um preceito constitucional não puder ser cumprido por inércia legislativa ou 
administrativa dos poderes constituídos estaremos diante de uma inconstitucionalidade por omissão. Exemplo: 
participação dos trabalhadores na gestão da empresa, "conforme definido em lei" (CF, art. 7°, XI). Enquanto esse 
direito não for passível de cumprimento por falta de legislação regulamentadora, existirá uma inconstitucionalidade 
por omissão. Duas novas ações foram introduzidas pela Constituição de 1988 para solucionar a inércia legislativa ou 
administrativa: a ação de inconstitucionalidade por omissão (art. 103, § 2º) e o mandado de injunção (art. 5º, LXXI), 
com pressupostos e efeitos diferentes. Essas novas ações serão estudadas em capítulos próprios. 
4.3 INCONSTITUCIONALIDADE TOTAL E PARCIAL 
É em relação à extensão do vício: Será Total quando a integralidade do diploma questionado está em desacordo com o 
texto Constitucional. Será parcial quando apenas uma parte do texto está em desacordo com a Constituição. Esta 
parte deverá observar a mesma regra do veto parcial do Presidente, ou seja, a integralidade do artigo, inciso, parágrafo 
ou alínea. 
5. FORMAS DE CONTROLE 
O controle da constitucionalidade pode ser exercido em dois momentos, antes e depois da aprovação do ato 
legislativo ou normativo. São as duas formas de controle: preventivo e repressivo. 
a) Controle preventivo. Feito a priori, antes da elaboração da lei, impede que um projeto de lei inconstitucional 
venha a ser promulgado. Como o controle preventivo é realizado antes da aprovação da lei, incide sobre o projeto de 
lei. É exercido pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. O Legislativo executa esse controle pelas Comissões 
(CF, art. 58). Toda Casa legislativa possui uma CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), ou órgão semelhante, que 
tem como função primordial justamente a verificação da constitucionalidade do projeto de lei apresentado para 
aprovação, uma na Câmara dos Deputados e outra no Senado Federal, e a análise das mesas de cada uma das casas, 
que não podem colocar na pauta de votações projeto em desacordo com a Constituição. O Poder Executivo exerce 
essa forma de controle pelo veto do Presidente da República ao projeto de lei aprovado pelo Legislativo (art. 66, §1º / 
CF). O Judiciário atua quando há desrespeito ao processo legislativo (vício formal) apontado pela Constituição, o 
parlamentar da casa que pratica o ato, terá direito líquido e certo ao Devido Processo Legal Legislativo. Assim, 
entende o STF, que ele poderá ajuizar Mandado de Segurança contra o ato da mesa da casa. O vício material só será 
admitido se flagrante. 
b) Controle repressivo, sucessivo ou "a posteriori". E realizado após a elaboração da lei ou do ato normativo. Sua 
finalidade é retirar uma lei ou ato normativo inconstitucional da esfera jurídica. Essa forma de controle é exercida nos 
países que adotaram o sistema constitucional norte-americano pelo Poder Judiciário. No Brasil, o Poder Judiciário 
exerce o controle repressivo da constitucionalidade mediante dois sistemas, em abstrato e em concreto, que serão 
examinados no item 12. Excepcionalmente, como veremos no item 11, em duas hipóteses, a Constituição admite o 
controle realizado após a edição da lei ou do ato normativo pelo Poder Legislativo. É exercido pelos Poderes 
Legislativo, Executivo e Judiciário. O Judiciário realiza em atividade típica, como guardião da Constituição. O 
Legislativo no curso do processo de conversão de Medida Provisória em lei, uma vez que a Medida Provisória já foi 
publicada, sendo ato que já surte efeitos no mundo jurídico. O Executivo atualmente é discutível este controle pelo 
executivo. Historicamente, por não poder ajuizar ação de controle abstrato, o executivo poderia deixar de aplicar 
RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ♥ 
 
 
norma quando entendesse inconstitucional. Hoje, por integrar o rol de legitimados à propositura de ação em abstrato, 
a maioria da doutrina entende que não é mais possível a ação isolada do executivo. 
OBS: Controle realizado no período de vacância da lei: A lei já é um ato aperfeiçoado, embora ainda não esteja 
produzindo seus efeitos. O ordenamento jurídico pré-existente não sofrerá controle de constitucionalidade, uma vez 
que, tacitamente, a Constituição, ao entrar em vigor, revoga todas as normas contrárias a ela. Como o poder 
constituinte originário é ilimitado, não há que se falar em inconstitucionalidade anterior. O que existe é a recepção 
das normas que se harmonizem coma nova Constituição e a não recepção das normas com ela conflitantes. 
6. ÓRGÃOS DE CONTROLE 
O controle da constitucionalidade pode ser exercido por diversos órgãos, pertencentes ou não ao Poder Judiciário. 
a)Político: O controle político da constitucionalidade é exercido por órgão não pertencente ao Poder Judiciário. 
Exemplos: na França, ele é feito pelo Conselho Constitucional e, na extinta URSS, era exercido pelo [Presidium] do 
Soviete Supremo. 
b)Judicial ou judiciário: O controle judicial da constitucionalidade é exercido pelos integrantes do Poder Judiciário. 
A verificação da adequação vertical, da correspondência entre atos legislativos e a Constituição, é Feita pelos, juízes e 
tribunais. Exemplos: Brasil e Estados Unidos. Esse controle pode ser feito pelos critérios difuso ou concentrado. 
7. CRITÉRIOS DE CONTROLE 
a) Difuso: O controle da constitucionalidade é exercido por todos os integrantes do Poder Judiciário. Qualquer juiz 
ou tribunal pode declarar a inconstitucionalidade da lei no caso em exame (Estados Unidos). 
b) Concentrado: O controle só é exercido por um Tribunal Superior do país ou por uma Corte Constitucional 
(Alemanha). O Brasil adota os dois critérios: o difuso no controle em concreto e o concentrado no controle em 
abstrato. Essas formas de controle serão examinadas no item 12. 
8. MEIOS DE CONTROLE 
a)Incidental ou via de defesa: O objeto da ação é a satisfação de um direito individual ou coletivo. Sendo alegada de 
forma incidental a ofensa do ato legislativo ou normativo ao Texto Constitucional. 
b) Principal ou via de ação: O objeto da ação é a própria declaração da inconstitucionalidade do ato legislativo ou 
normativo. 
9. EFEITOS DA DECISÃO 
a) ["Inter partes"]: A decisão produz efeitos somente entre as partes, para as pessoas que participaram da relação 
processual. É uma consequência da via de defesa. 
b) ["Erga omnes"]: A decisão produz efeitos para todos. É uma consequência da via de ação. 
10. NATUREZA DA DECISÃO 
 a)["Ex tunc"]: A decisão que declara a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo é retroativa, alcançando a 
lei e todas as suas conseqüências jurídicas desde a sua origem. 
b) ["Ex nunc"]: A decisão que declara a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo não é retroativa, 
produzindo efeitos a partir da sua publicação. 
RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ♥ 
 
 
11. CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL 
O surgimento do controle se deu nos EUA, no caso Marbury Vs Madison, em 1803, quando o judiciário americano 
pela primeira vez se pronunciou pela inconstitucionalidade de uma lei quando em conflito com a constituição local. 
No Brasil, historicamente, é a regra geral de controle, chegando Rui Barbosa a defender que a constitucionalidade de 
uma lei somente poderia ser apontada como fundamento do pedido. O controle direto surge no Brasil em 1934, com a 
ADIN. 
No Brasil o controle da constitucionalidade é exercido por todos os poderes constituídos, que têm o dever de zelar 
pelo respeito à Constituição. O controle preventivo é exercido pelos Poderes Legislativo e Executivo, que impedem 
que um projeto de ato legislativo inconstitucional venha a ser aprovado. O Poder Legislativo realiza O controle pela 
Comissão de Constituição e Justiça existente em toda Casa Legislativa, que examina o projeto de ato legislativo sob 
esse aspecto antes da votação em Plenário (CF, art. 58). O Poder Executivo exerce essa forma de controle pelo poder 
de veto jurídico do Presidente da República ao projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional (CF art. 6, § 1°).De 
forma extraordinária, o Supremo Tribunal Federal tem admitido, somente por parte de parlamentares, o exercício de 
um controle jurisdicional preventivo da constitucionalidade. É assegurado aos membros do Poder Legislativo o 
direito público subjetivo à correta formação de espécies normativas, impedindo a tramitação de emendas 
constitucionais e leis que incidam em vícios constitucionais. Por exemplo, é possível a concessão de um mandado de 
segurança contra ato do Presidente de uma Casa Legislativa que admita a tramitação de uma proposta de emenda 
constitucional que pretenda a supressão de uma cláusula pétrea (RTJ, 9:1.031 e Informativo STF, n. 239). Em relação 
às demais pessoas, em respeito ao princípio constitucional da separação de poderes, não se admite o ingresso em juízo 
para se questionar a constitucionalidade de projeto de ato legislativo, havendo a necessidade de se aguardar eventual 
aprovação e promulgação.O controle repressivo é feito pelo Poder Judiciário. Caso o projeto de lei que contenha 
alguma inconstitucionalidade venha a ser aprovado pela constitucionalidade seja exercido pelo Poder Legislativo, 
com a finalidade de retirar do ordenamento jurídico normas já editadas, com plena vigência e eficácia: 
1ª) decreto legislativo do Congresso Nacional visando sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do 
poder regulamentar (CF, art. 84, IV, segunda parte) ou dos limites da delegação legislativa (CF, art. 68, § 2°), 
conforme o disposto no art. 49, V; 
2ª) medidas provisórias rejeitadas pelo Congresso Nacional por apresentarem vício de constitucionalidade, por não 
atenderem aos pressupostos constitucionais de relevância e urgência (CF, art. 62, § 5°). 
12 . DOIS SISTEMAS DE CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE: 
12.1. EM ABSTRATO E EM CONCRETO 
Existem dois sistemas de se verificar a constitucionalidade de um ato legislativo ou normativo federal ou estadual em 
relação à Constituição Federal: em abstrato ou em concreto. No primeiro, o objeto da decisão judicial é a própria 
constitucionalidade da norma impugnada. No segundo, a satisfação de direito individual ou coletivo, sendo a questão 
da constitucionalidade arguida de forma incidental. No Brasil, esses dois sistemas convivem de forma harmoniosa, 
com as particularidades a seguir destacadas. Controle em abstrato ou direto da constitucionalidade ou via 
principal ou de ação ou concentrado: Conforme entendimento adotado pela nossa Suprema Corte, o controle 
abstrato da constitucionalidade é processo de natureza objetiva, em que é questionada a própria constitucionalidade 
ou não de uma lei, não se admitindo a discussão de situações de interesses meramente individuais. Quando não 
houver nenhum bem da vida posto em juízo para a proteção jurisdicional, neste caso, a analise do texto normativo 
será pura, como é realizada no Congresso Nacional para a elaboração da norma. Não há um bem da vida 
individualizado, identificável. Essa forma de controle apresenta as características a seguir enunciadas. 
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a) O objeto da ação é a própria declaração da inconstitucionalidade ou constitucionalidade do ato legislativo ou 
normativo (via principal ou de ação). 
b) A ação deve ser proposta diretamente perante o Supremo Tribunal Federal (controle concentrado). 
c) A decisão tem efeito erga omnes (vale para todos, produzindo coisa julgada mesmo para as pessoas e órgãos que 
não participaram da ação). Por se tratar de um processo de natureza objetiva, entidades privadas não podem 
participar no polo passivo do processo de ação direta de inconstitucionalidade, mesmo que sejam atingidas pelos 
efeitos da decisão (STF, ADIn 1.254, Rel. Min. Celso de Mello, DJ, 19 set. 1997, p. 45530). Essa vedação, da intervenção 
de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade, contida expressamente na Lei n. 9.868/9, 868/9, em 
seu art. 7°, caput, foi abrandada pela introdução em nosso direito positivo da figura do [amicus curiae], cuja função 
será examinada no item 18 deste capítulo. 
d) A ação só pode ser proposta pelos órgãos e pessoas mencionadas no art. 1O3 da Constituição Federal 
(titularidade). Esse rol já foidevidamente ampliado pela Carta de 1988, pois antes só era reconhecida a legitimidade 
do Procurador-Geral da República para a propositura dessa forma de controle de constitucionalidade. 
e) Declarada a inconstitucionalidade, a lei torna-se imediatamente inaplicável. 
Controle em concreto ou indireto da constitucionalidade ou via de defesa ou de exceção ou difuso ou aberto. 
Ocorre quando o controle for incidental, for realizado como causa de pedir porque o pedido será um bem da vida e a 
causa, o fundamento do pedido, seria a inconstitucionalidade da norma. Poderá, ainda, ser a razão de decidir, mas 
nunca estará no dispositivo da decisão. 
a) O objeto da ação é a satisfação de um direito individual ou coletivo. A inconstitucionalidade do ato legislativo ou 
normativo é arguida incidentalmente [incidentur tantum] por qualquer uma (das partes, autor ou réu (via incidental 
ou de defesa). Pelo autor, pode ser arguida em sede de mandado de segurança, habeas corpus ou qualquer outra ação. 
Pelo réu, em sua defesa judicial. 
b) A questão pode ser arguida perante qualquer juiz ou tribunal (controle difuso). Dessa forma, pela via difusa, há 
possibilidade de decisões conflitantes, conforme o entendimento de cada órgão judicial. 
c) A decisão produz efeitos inter partes. Só vincula e produz coisa julgada para as partes da relação processual. 
d) A questão só pode ser arguida pelo titular do direito individual ou coletivo. 
e) Declarada a inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, em sede de recurso extraordinário 
eventualmente interposto (CF, art. 102, I, a), há necessidade da comunicação ao Senado Federal, para que esta Casa 
Legislativa providencie a suspensão da executoriedade da lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo órgão 
de cúpula do Poder Judiciário no Brasil (CF, art. 52, X). 
12.2 CONTROLE DIFUSO 
Também chamado de controle incidental, controle pela via de exceção ou controle pela via de defesa. 
CARACTERÍSTICAS A questão constitucional será: Incidental ao processo: não será a questão principal do pedido; 
Anterior ao processo: a inconstitucionalidade é anterior a propositura da ação; Autônoma: poderia ser questionada 
em ação própria. 
LEGITIMIDADE Todos os atores do processo podem questionar a constitucionalidade, ou seja, autor, réu, terceiro 
interveniente em qualquer modalidade, Ministério Público, julgador, inclusive o juiz de primeiro grau, amicus curiae. 
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MOMENTO DA DECLARAÇÃO Poderá ser declarada em qualquer momento ou fase do processo, mas, as partes, 
para abrirem a via do recurso extraordinário, deverão apresentar pré-questionamento. 
TIPOS DE PROCESSO A inconstitucionalidade poderá ser arguida em qualquer processo, inclusive em processo 
cautelar. 
OBJETO Poderá ser questionada a constitucionalidade de lei ou ato normativo, federal, estadual ou municipal. No 
entanto, o parâmetro será diferente: Perante a Constituição Federal: norma federal ou estadual; Perante a 
Constituição Estadual: norma estadual ou municipal. O Distrito federal, que é ente híbrido, terá a verificação sob os 
dois parâmetros, de acordo com a matéria da norma questionada, se estadual ou se municipal. 
PROCEDIMENTO Descrito no art. 97 da CF c/c art. 481, § único do CPC. Em primeiro grau de jurisdição, o juiz 
pronunciará a inconstitucionalidade da norma na fundamentação de sua sentença, assim, esta declaração não será 
alcançada pela coisa julgada. Já no órgão fracionário (câmara, turma, grupos, etc), quando a questão for apreciada 
pelo relator, este deverá remetê-la (após identificação de sua existência pelo órgão fracionário) ao plenário do 
Tribunal, ou seu órgão especial quando houver. Ao observar a competência privativa do Plenário para apreciar a 
matéria constitucional o Tribunal estará respeitando a Cláusula de reserva de plenário. 
O plenário (ou órgão especial) se manifestará pela maioria absoluta de seus membros. Desta decisão não caberá 
recurso, pois esta é somente uma parcela do julgamento, que prosseguirá com o retorno dos autos ao órgão 
fracionário. Neste sentido súmula 513 do STF. Esta sistemática de julgamento, dividindo-o por dois órgãos distintos, 
cada um com competência para apreciar e julgar uma parcela é chamada de cisão de competência funcional no plano 
horizontal. O órgão fracionário, no entanto, poderá não remeter ao Plenário do Tribunal quando este já houver se 
manifestado em decisão idêntica anterior (lei 9.756/98) ou quando o STF já houver se manifestado. Naturalmente, o 
órgão fracionário não remeterá quando aplicar a mesma decisão do pleno ou do STF. Caso, porém, haja divergência, 
deverá remeter como se fosse o primeiro julgado da matéria, para que haja uma nova análise. Esta possibilidade não 
engessa a interpretação da Constituição. 
OBS: turma recursal não é órgão fracionário, mas órgão de 1º grau de jurisdição, não cabendo, portanto, a aplicação da 
cláusula de reserva de plenário. Quando houver norma que regule a matéria o juiz, ou o órgão fracionário, terá que 
analisá-la. Não poderia afastar a lei, não aplicá-la sem se pronunciar sobre a questão constitucional, ainda que julgue 
por outros fundamentos. Neste sentido súmula vinculante nº 10. 
EFEITOS Mesmo o STF se manifestando sobre a constitucionalidade ou não da norma, em controle difuso, os efeitos 
serão inter partes e ex tunc, como regra geral. 
CASOS ESPECIAIS NO CONTROLE DIFUSO 
1. Aplicabilidade do art. 52, X / CF. Como os efeitos da decisão serão sempre inter partes, ao proferir tal decisão, o 
STF deve comunicá-la ao Senado Federal, o qual não está obrigado a efetuar a suspensão da execução da norma 
jurídica em questão. No entanto, caso decida pela resolução, esta não poderá ter âmbito diferente do apontado pelo 
STF. Contudo, optando pela suspensão, o Senado deverá aprovar um projeto de resolução com tal finalidade. Como 
consequência, aquela norma jurídica que somente deixaria de ser aplicada naquele caso concreto julgado pelo STF, 
perderá sua eficácia para todos, a partir da suspensão efetuada pelo Senado (o efeito da suspensão será erga omnes e 
ex nunc). Porém, os efeitos que a norma já tinha produzido, no passado, serão mantidos, portanto, com fundamento 
no princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional (art. 5º XXXV / CF), todos aqueles que foram lesados 
poderão buscar o poder judiciário com a finalidade de obter reparação. 
2. Teoria da transcendência dos motivos determinantes Para o Ministro Gilmar Mendes, a resolução do Senado era 
necessária historicamente, quando somente o PGR era legitimado a propor ação direta. Assim, os efeitos erga omnes 
somente poderiam ser obtidos pela resolução do Senado. Hoje, porém, o rol é extenso, assim a resolução serviria, 
apenas, para dar mais publicidade a decisão. Ademais, entende o doutrinador, que o próprio Tribunal poderia 
modular os efeitos da decisão, atribuindo efeitos para o futuro ou ex nunc. Este foi o caso, inclusive, do julgamento do 
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RE 197.917, quanto a redução do número de vereadores do município de Mira Estrela. Para a aplicação da modulação 
dos efeitos pelo plenário do STF, este deverá reconhecer os fundamentos determinados no art. 27 da Lei 9.868/99, de 
excepcional interesse social e urgência. Para Gilmar, estas alterações dos efeitos seriam, hoje, uma abstração do 
controle difuso ou objetivação do controle difuso. 
3. Controle Difuso no curso do processo legislativo Como já visto, a jurisprudência do STF é pacífica no sentido de 
que os parlamentares das respectivas casas do Congresso Nacional têm direito líquido e certo ao devido processo 
legislativo constitucional. Neste sentido, sempre que um parlamentar vislumbrar que sua casa legislativa conferiu a 
um projetoandamento diferente daquele determinado pela Constituição, poderá impetrar mandado de segurança no 
STF, com a finalidade de declarar a nulidade do processo legislativo. 
4. Cláusulas Pétreas Além disso, convém salientar outra hipótese de cabimento de mandado de segurança impetrado 
por parlamentar durante o processo legislativo. É o caso de uma proposta de emenda à Constituição que viole uma de 
suas cláusulas pétreas. O art. 60, §4º da CF veda a deliberação sobre propostas de emenda que violem uma destas 
cláusulas. Assim, o STF tem admitido também a impetração de mandado de segurança por parlamentar em tal 
hipótese. É certo que o objeto do mandado de segurança é o conteúdo da proposta de emenda, devendo o STF se 
pronunciar sobre sua inconstitucionalidade durante a tramitação, o que caracteriza a realização de controle 
preventivo pelo poder judiciário (único caso). 
5. Controle em sede de Ação Civil Pública A jurisprudência do STF tem entendido que é possível realizar controle 
de constitucionalidade incidental através de ação civil pública, contudo, como uma ação coletiva poderá resguardar 
direito individual homogêneo. Neste caso, quando o número de titulares deste direito individual forem tantos quanto 
a população brasileira, não será possível o ajuizamento desta ação. O STF entende que, neste caso, seria usurpação de 
competência privativa do STF, porque o numero de titulares transformaria a decisão de inter partes em erga omnes. 
13. PODER JUDICIÁRIO 
13.1. ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO 
 
 
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Tribunais Superiores ou de Superposição: 
OBS: Não são órgãos de 3º grau de jurisdição. 
STF Supremo Tribunal Federal. É o órgão máximo do Poder Judiciário nacional. Analisa as causas de matéria 
constitucional. Sua competência está determinada no art.102 / CF. É formado por 11 Ministros. O Presidente escolhe o 
indicado, que deverá ser aprovado, por maioria absoluta, em sabatina no Senado Federal. Os requisitos necessários 
são: a) ser brasileiro nato; b) ter entre 35 e 65 anos; c) ser cidadão; d) ter notável saber jurídico e reputação ilibada. 
Não sendo, portanto, necessário ser jurista ou bacharel em direito. 
STJ Superior Tribunal de Justiça. Analisa a legalidade do ordenamento jurídico e é o órgão superior da justiça 
comum. Sua competência está determinada no art. 105 / CF. É formado por 33 Ministros. O Presidente escolhe o 
indicado, que deverá ser aprovado, por maioria absoluta, em sabatina no Senado Federal. Os requisitos necessários 
são: a) ser brasileiro; b) ter entre 35 e 65 anos; c) ter notável saber jurídico e reputação ilibada. O Tribunal será 
composto por 1/3 de membros do TRF, 1/3 de membros dos TJs; 1/6 de membros da OAB; 1/6 de membros dos MPs. 
TST Tribunal superior do Trabalho. Analisa as matérias referentes à área do trabalho, sendo, por isso, um tribunal 
especializado. Sua competência está determinada no art. 111 / CF. É formado por 27 Ministros. O Presidente escolhe o 
indicado, em lista formada pelo próprio TST dentre os integrantes dos TRTs para 4/5 das cadeiras, para o 1/5 restante 
a escolhe será entre membros indicados pela OAB e MPT. É necessária aprovação, por maioria absoluta, em sabatina 
no Senado Federal. Os requisitos necessários são: a) ser brasileiro; b) ter mais de 35 e manos de 65 anos. 
TSE Tribunal Superior Eleitoral. Analisa as matérias referentes à área eleitoral, sendo, por isso, um tribunal 
especializado. É formado por 7 Ministros, sendo 3 do STF e 2 do STJ, escolhidos pelo voto secreto de cada uma das 
casas, e 2 escolhidos pelo Presidente em lista sêxtupla formada pelo STF entre advogados de notável saber jurídico e 
idoneidade moral. O Presidente e o vice serão do STF e o corregedor será do STJ. 
STM Superior Tribunal Militar. Também é um tribunal especializado, sua competência é somente penal, nos crimes 
definidos em lei específica como crimes militares, ou seja, praticados por militares das forças armadas (marinha, 
exército e aeronáutica) e civis, quando os delitos atingirem os bens sob a responsabilidade das forças armadas. É 
composto por 15 Ministros, sendo 3 oficiais da Marinha, 4 do Exército e 3 da Aeronáutica, 3 advogados com mais de 
10 anos de profissão e notável saber jurídico, 1 entre os juízes auditores e 1 entre o MP militar. È necessária aprovação, 
por maioria simples, em sabatina no Senado Federal. 
Justiça de 2º grau: 
TJ Tribunais de Justiça. Integra a justiça comum de 2º grau e tem competência residual, ou seja, é competente para o 
julgamento de todas as causas que não sejam de competência de nenhuma das justiças especializadas nem da justiça 
federal. 
TRF Tribunal Regional Federal. Integra a justiça comum, porém, sua competência se limita aos feitos onde haja 
interesse federal, assim definidos em lei. 
TRT Tribunal Regional do Trabalho. Integra a justiça especializada, competente para processar e julgar os feitos 
relacionados a atividade laboral. 
TRE Tribunal Regional Eleitoral. Integra a justiça especializada, competente para processar e julgar os feitos 
relacionados à atividade eleitoral. 
 
 
RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ♥ 
 
 
Justiça de 1º grau: 
JEC Juizados especiais Cíveis e Criminais. Integra a justiça comum, com competência para processar e julgar os 
feitos de menor complexidade até 40 salários mínimos e os crimes de menor potencial ofensivo. 
TR JEC Turmas Recursais Cíveis e Criminais. Órgão revisor dos julgados dos juizados especiais. No entanto, não e 
órgão de 2º grau, mas integra a justiça de 1º grau. Não sendo considerado, ainda, órgão colegiado. 
JUIZ DE DIREITO Juiz de Direito. Órgão de 1º grau, integrante da justiça comum, responsável pelo primeiro 
julgamento dos feitos. 
JEF Juizados especiais Federais. Integra a justiça comum, responsável por processar e julgar os feitos, onde haja 
interesse federal, de menor complexidade e de menor potencial ofensivo, assim definidos em lei. 
TR DO JEF Turmas Recursais Cíveis e Criminais. Órgão revisor dos julgados dos juizados federias. Integra a justiça 
de 1º grau, não sendo considerado órgão colegiado. 
JUIZ FEDERAL Juiz Federal. Órgão de 1º grau, integrante da justiça comum, responsável pelo primeiro julgamento 
dos feitos de competência federal. 
JUIZ DO TRABALHO Vara do Trabalho. Integra a justiça especializada. Responsável por processar e julgar, em 1º 
grau, os feitos de competência da justiça do Trabalho. 
JUIZ ELEITORAL Juiz Eleitoral. Integra a Justiça especializada. Responsável pelo processamento dos feitos e 
fiscalização da atividade eleitoral em 1º grau. 
AUDITORES MILITARES Auditores Militares e Conselhos de Justiça Militar. Integram a justiça militar de 1º 
grau. Competente para processar e julgar os feitos relativos à Marinha, Exército e aeronáutica. A justiça Militar não 
possui órgão revisor de 2º grau. Militares do Corpo de Bombeiros Militar e Policiais Militares serão processados e 
julgados nos Conselhos Militares, órgãos da Justiça estadual. 
13.2 .INDEPENDÊNCIA DO JUDICIÁRIO 
Os integrantes do Poder Judiciário têm asseguradas algumas garantias, bem como impostas algumas vedações, que 
visam assegurar a imparcialidade dos julgados. 
A) Garantias 
A.1) INSTITUCIONAIS Asseguradas ao Poder Judiciário como um todo. Visam estabelecer equilíbrio entre os 
diferentes poderes constituídos. 
1. Autonomia orgânico-administrativa: art. 96 / CF. A Constituição visa dar autonomia ao poder judiciário, por isso, 
ele é independente para eleger seus órgãos de direção, não ficando subordinado a nenhum dos outros dois poderes da 
República. Além disso, ele pode elaborar seu Regimento Interno e organizar sua estrutura administrativa. Este é o 
desempenho atípico da função administrativa pelo Poder Judiciário.2. Autonomia financeira: art. 99 caput / CF. O Judiciário é independente para elaborar sua proposta de orçamento. 
Esta proposta é encaminhada em conjunto com a proposta do Poder Executivo, no entanto, o Executivo não interfere 
na proposta. 
A.2) INDIVIDUAIS ou FUNCIONAIS ou DE ÓRGÃOS Asseguram a independência e a imparcialidade dos 
membros do Poder Judiciário, de forma individual. 
RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ♥ 
 
 
1. Vitaliciedade: art. 95, I / CF. Adquirida após 2 anos de exercício no 1º grau de jurisdição. Após a vitaliciedade o juiz 
só perderá o cargo com sentença judicial transitada em julgado. No entanto, os magistrados que ingressam no Poder 
Judiciário a partir do 2º grau de jurisdição já adquirem a vitaliciedade na posse. OS ministros do STF e os integrantes 
do CNJ serão processados e julgados por crime de responsabilidade perante o Senado Federal (art. 52, II / CF). 
2.Inamovibilidade: art. 95, II / CF. Após adquirir a vitaliciedade, o juiz somente poderá ser removido com seu próprio 
consentimento. Esta garantia visa evitar perseguições por sentenças desfavoráveis a determinados interesses. 
Exceção: art. 93, VIII / CF – quando houver interesse público na remoção do magistrado, ele poderá ser removido, 
desde haja o voto da maioria do Tribunal ao qual está subordinado ou do CNJ. Esta exceção visa impedir que o 
magistrado exceda os limites do exercício da função. 
3.Irredutibilidade de subsídio: art 95, III / CF. Assegura o valor nominal do subsídio, visando impedir que uma 
redução substancial nos haveres do magistrado possa levá-lo a julgados equivocados. Não se trata de garantir o valor 
real no subsídio, o que levar a garantia dos reajustes nos índices oficiais de inflação, mas somente do valor nominal. 
Assim, não se trata de privilégio pessoal de uma classe, mas uma garantia que visa atender a todos, através de julgados 
independentes. 
B) Vedações: art. 95 §ú / CF Como todo rol restritivo de direitos, trata-se de rol taxativo. Exercer outro cargo, mesmo 
estando em disponibilidade, que não seja de magistério; receber custas ou participação em processos; participar de 
atividade político-partidária; receber auxílios ou contribuições de pessoa física ou jurídica, pública ou privada; 
advogar no Juízo ou Tribunal que integrou antes de 3 anos do afastamento. 
13.3.CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 
A Emenda Constitucional 45 instituiu o Conselho Nacional de Justiça. “Órgão de natureza exclusivamente 
administrativa. Atribuições de controle da atividade administrativa, financeira e disciplinar da magistratura” (ADI – 
3.367, Rel Min. Cezar Peluso, 13.04.2005 DJ de 22.09.2006). O CNJ não controla a função jurisdicional. Está sujeito ao 
STF, órgão máximo do Poder Judiciário em todos os aspectos. As resoluções mais importantes do CNJ, até hoje, são a 
nº 7, que trata do nepotismo, e a nº 11, que apresenta a definição de atividade jurídica. As decisões do CNJ são 
passíveis de controle pelo STF (art. 102, I, r / CF). Os membros do CNJ respondem poderão ser julgados em crimes de 
responsabilidade perante o Senado Federal (art. 52, II / CF). 
OBS: O controle externo do Poder Judiciário já foi entendido, pelo STF, como inconstitucional, por ferir os art. 2º e 
60, §4º, III, ambos da CF, ou seja, a separação e a independência dos poderes. Tal somente poderia se dar através do 
poder constituinte originário. 
13.4. STF 
Histórico Antes da vinda da Família Real para o Brasil, os feitos eram processados e julgados perante a Casa de 
Suplicação de Lisboa. Com a chegada ao Brasil D. João, através do Alvará Régio de 10/05/1808, institui a Casa da 
Suplicação do Brasil, primeiro órgão de cúpula do Judiciário no Brasil. Em 18/09/1828 foi criado o Supremo tribunal de 
Justiça, na fase monárquica. Na República, em 11/10/1890, o Dec. 848 organizou o Supremo Tribunal Federal, 
efetivamente instalado em 28/02/1891. A Constituição de 1988 institui o Superior Tribunal de Justiça, instalado em 
07/04/1989. Mantém, ainda, o Supremo Tribunal Federal reservando-lhe a função de órgão máximo do judiciário, bem 
como, a guarda e defesa da Constituição. 
Competência: O art. 102 da CF estabelece a competência do STF. Então, temos, separadas pelos incisos: I. 
Competência originária, Princípio da reserva legal de competência originária. Ações que iniciam, que são propostas, 
diretamente no STF. De modo geral são as ações de controle concentrado de constitucionalidade, as que têm a 
competência fixada pela prerrogativa de função, e as que envolvem Estado estrangeiro ou as que podem vulnerar o 
RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ♥ 
 
 
pacto federativo. II. Competência recursal. Apenas nos crimes políticos ou quando, nos remédios constitucionais 
originários em um dos Tribunais superiores, este denegar a ordem. III. Competência extraordinária. Quando, em regra 
geral, o STF atua como Corte Constitucional, analisando o ordenamento jurídico. Neste caso, o requerente deverá 
demonstrar a repercussão geral da questão constitucional e o STF só poderá recusá-lo pelo voto de 2/3 de seus 
membros. 
 
14. MODALIDADES DE AÇÃO DIRETA 
No direito constitucional positivo brasileiro existem cinco modalidades de controle em abstrato ou direto da 
constitucionalidade: 
a) ação direta de inconstitucionalidade; ADIn 
b) ação declaratória de constitucionalidade; ADC 
c) ação de inconstitucionalidade por omissão; ADIN por omissão 
d) representação interventiva (Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva) 
e) arguição de descumprimento de preceito fundamental. ADPF 
14.1. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIn) 
Breve Resumo: (CF,ART. 102, I, "A", PRIMEIRA PARTE) A ação direta de inconstitucionalidade visa a declaração de 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual perante a Constituição Federal. Trata-se de ação de 
competência originária do Supremo Tribunal Federal. Seu procedimento está estabelecido na Lei n. 9.868/99. 
Tratando-se de arguição de inconstitucionalidade de lei estadual ou municipal perante a Constituição Estadual, a 
competência originária será dos Tribunais de Justiça de cada Estado (CF, art. 125, § 2°). 
 Competência Originária e privativa do STF, art. 102, I, a) / CRFB. 
 Legitimação art. 103, I ao IX da CRFB. 
A Constituição de 1988 rompe a tradição brasileira, de concentrar a legitimação na pessoa do PGR, e amplia 
significativamente o rol de legitimados, que hoje são mais ou menos 250. Alguns destes legitimados, porém, devem 
demonstrar a pertinência temática. Pertinência temática: os citados nos incisos IV, V e IX, do artigo 103 da 
Constituição de 1988 deverão demonstrar que o dispositivo questionado guarda relação de interesse com as pessoas, o 
grupo, que estes legitimados representam. A pertinência temática foi criada pelo STF com o objetivo de limitar o 
número de ações (que passou de 1050 nos 20 anos que antecederam 1988 para 1000 nos primeiros 4 anos posteriores). 
RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ♥ 
 
 
É necessário ressaltar, ainda, que, segundo o entendimento do STF, a lei determina uma capacidade postulatória 
especial para os legitimados dos incisos I a VII do art. 103 da CRFB. No entanto, entidades de classe e confederações 
sindicais deverão comparecer no Juízo representadas por advogado com procuração específica para atuar em sede de 
ação direta. Caberá litisconsórcio, mas mantendo a necessidade de pertinência temática, quando exigida. OBS: 
Ressalte-se que não é possível intervenção de terceiros em ações abstratas. 
 Objeto 
A) Lei ou ato normativo federal ou estadual contrários à Constituição federal Os atos federais encontram-se no art. 59 
da CRFB. Há, ainda, o decreto autônomo, art. 84, IV / CRFB, onde o Presidente da República exercita competência 
privativa,tratando-se, portanto, de ato primário, ligado diretamente à Constituição, passível de controle 
concentrado. Além destes, os atos estaduais que se ligam diretamente à Constituição Federal podem ser objeto de 
ADI. É o caso da Constituição estadual, suas emendas, leis estaduais, decretos autônomos do Governador, etc. OBS: 
Ato primário é aquele que retira seu fundamento de validade diretamente da Constituição Federal. 
B) Atos do Distrito Federal O Distrito federal acumula a competência legislativa estadual e municipal. Assim, quando 
o ato normativo for exercício de competência estadual, poderá ser objeto de ADI. Caso, no entanto, seja exercício de 
competência municipal, não poderá ser objeto de ADI. 
C) Atos anteriores à Constituição O fenômeno da inconstitucionalidade só se verifica em face da Constituição vigente 
na época da elaboração da lei. O ordenamento jurídico anterior a CRFB terá análise de recepção pela Lei Maior. A 
recepção da lei não é um processo expresso, a Constituição o faz de maneira tácita. O judiciário, interpretando a nova 
Constituição e a harmonia do ordenamento jurídico, deverá, após análise caso a caso, declarar a recepção ou não 
através do controle, tanto concreto como abstrato. 
D) Tratados e convenções internacionais O Poder Constituinte Originário, que elabora a Constituição, é inicial, 
ilimitado e incondicionado, sujeitando, por isso, os poderes constituídos (executivo, legislativo e judiciário). Ao 
aderir a Tratado internacional inconstitucional, o Presidente estará praticando uma inconstitucionalidade. Da mesma 
forma, o Congresso Nacional, ao internalizá-lo. Em regra, os tratados serão Decretos Legislativos, mesmo processo 
legislativo da lei ordinária. Porem, de acordo com o § 3º do artigo 5º da Constituição Federal, se o Tratado 
internacional versar sobre direitos humanos e tiver votação diferenciada terá status de Emenda Constitucional. ( para 
o STF os Tratados terão posição supra legal ou seja, acima do ordenamento infraconstitucionais, mas abaixo da 
Constituição federal). Se, no entanto, contrariar a Constituição, caberá arguir a inconstitucionalidade através de ADI. 
E) Os decretos No ordenamento jurídico brasileiro, há dois tipos de decreto, o decreto autônomo e o decreto 
regulamentar. Decreto autônomo é aquele que viabiliza o exercício das competências privativas do executivo. Como 
atos normativos primários, ligados diretamente à Constituição, o STF entende pela possibilidade de arguição através 
de ADI. Já os decretos regulamentares, que se ligam à lei e não à Constituição Federal, são atos secundários, por isso, 
não podem ser objeto de ADI. Assim: 
 
RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ♥ 
 
 
 AGU – art. 103, §3º / CRFB. Deve atuar como defensor da lei questionada, atua como curador da presunção de 
constitucionalidade, chamado de defensor legais. Poderá, excepcionalmente, deixar de se pronunciar quando o STF já 
tiver se manifestado por sua inconstitucionalidade em plenário, com efeitos inter partes. Poderá, ainda, não se 
pronunciar quando o autor da ADI for o Presidente, porque a AGU tem como função primordial a defesa do 
executivo. Neste caso, haveria um conflito de interesses entre sua função primordial é a defesa do texto questionado. 
Nos dois casos, porém, será discricionária sua participação, podendo se manifestar caso entenda pertinente ou que 
não há conflito. 
 PGR – art. 103, §1º / CRFB. O MP é órgão autônomo, por isso, o PGR poderá se manifestar livremente, mas terá 
participação obrigatória. O MP vai atuar como custus legis, defendendo os interesses da sociedade na manutenção do 
ordenamento jurídico coeso. Sua manifestação não vincula o STF. 
 Processo e Julgamento Hoje, encontra-se regulado pela Lei 9.868/99. 
OBS: Procedimento Embora a lei não aponte prazo prescricional, apresenta os requisitos da petição inicial (art. 3º). 
São eles:  Indicação do dispositivo sobre o qual versa a ação, assim como os fundamentos jurídicos de cada um dos 
pedidos (art. 3º I). Entende o STF não ser admissível uma alegação genérica ou por amostragem. Da mesma forma, o 
Tribunal não se vincula a fundamentação apresentada.  O pedido com suas especificações (art. 3º, II). Como todas as 
ações submetidas à apreciação do Poder Judiciário, o pedido deve ser especificado.  Duas cópias da lei ou ato 
normativo impugnado, bem como os documentos necessários à comprovação (art. 3º § único). 
14.2. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC) (CF, ART. 102, I, "A", SEGUNDA PARTE) 
Resumo: Trata-se de nova forma de controle em abstrato da constitucionalidade introduzida pela Emenda 
Constitucional n. 3, de 1993. Essa ação visa a declaração da constitucionalidade de uma lei ou alo normativo federal. A 
finalidade dessa modalidade de ação foi dar ao governo a oportunidade de obter uma rápida decisão judicial definitiva 
do Supremo Tribunal Federal que produzisse efeitos erga omnes, evitando decisões contrárias em instâncias 
inferiores e o não cumprimento da medida legislativa adotada. Para a propositura dessa ação é indispensável a 
demonstração da existência de séria divergência jurisprudencial que justifique o uso dessa forma de controle direto da 
constitucionalidade. Conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal, há "necessidade de que esse dissídio se 
exteriorize em proporções relevantes, pela ocorrência de decisões antagônicas, que, em ambos os sentidos e em 
volume expressivo, consagrem teses conflitantes" (STF, ADC 8-DF, Rel. Min. Celso de Mello, Informativo STF, n. 
160). O Supremo não pode ser transformado em um simples órgão de consulta sobre a constitucionalidade de uma lei 
antes da comprovação de um sério dissídio judicial. O Supremo não pode ser transformado em um simples órgão de 
consulta sobre a constitucionalidade de uma lei antes da comprovação de um sério dissídio judicial. O procedimento 
da ação declaratória de constitucionalidade está estabelecido na Lei n. 9.868/99. 
OBJETIVO Criada pela EC 03/93 é um instrumento apto a encerrar uma controvérsia instalada no seio da 
comunidade jurídica sobre a constitucionalidade de uma norma. Embora as normas nasçam com a presunção de 
constitucionalidade, isto pode ser questionado pela via direta ou pelo controle difuso. Havendo este questionamento 
toda a segurança do ordenamento jurídico fica abalada. 
PRESSUPOSTO A lei nasce com a presunção de constitucionalidade, no entanto, tal presunção é relativa. Assim, não 
seria admissível a ação declaratória sem a comprovação de controvérsia quanto a constitucionalidade da lei. Para 
Gilmar Mendes, a controvérsia jurisprudencial quanto a constitucionalidade da lei seria pressuposto para a ação 
declaratória. 
OBJETO Diversamente do que ocorre na ADI, somente lei ou ato normativo federal poderá ser objeto de ADC. 
RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ♥ 
 
 
COMPETÊNCIA Originariamente o STF, conforme art. 102, I, a) da CRFB. 
LEGITIMIDADE Embora antes da EC 45 houvesse um rol especial para ADC no § 4º do art. 103 da CF, após a referida 
emenda a ADC foi incluída no caput do art. 103, passando a apresentar o mesmo rol de legitimados. Ressalte-se que, 
segundo o STF, os legitimados que não têm capacidade postulatória devem outorgar à advogado procuração com 
poderes específicos para postular em sede de ação direta. 
AMICUS CURIAE A participação de amicus curiae é idêntica à ADI, quando funciona para carrear ao juízo outros 
argumentos. 
O PAPEL DO PGR Manifesta-se obrigatoriamente, no prazo de 15 dias, conforme art. 19 / Lei 9.868/99. 
MEDIDA CAUTELAR Positivada no art. 21 da Lei 9.868 / 99, nasceu de construção jurisprudencial, que visava a 
suspensão dos processos em curso que tivessem como fundamento a lei ou ato normativo questionado. No entanto, o 
mesmo artigo, em seu §único, impõe o julgamentopela Suprema Corte no prazo máximo de 180 dias, uma vez que os 
processos suspensos não poderiam ser mantidos sem julgamento eternamente. Ressalte-se que Gilmar Mendes 
entende que este prazo poderá ser prorrogado pelo STF. 
Efeitos e Eficácia da cautelar A cautelar visa evitar o estado de insegurança jurídica originado no questionamento da 
norma. Assim, a eficácia erga omnes e o efeito vinculante se impõe para a obtenção do resultado pretendido. O STF já 
tem reconhecido, na medida cautelar, os efeitos ex-tunc e erga omnes para a manutenção da segurança do ordenamento 
jurídico. 
OBS: As ações diretas, de constitucionalidade e de inconstitucionalidade, são ações em sentido oposto. Assim, em 
linhas gerais, os mesmos efeitos anotados na ADI serão utilizados na ADC, porém, em sentido diverso. Ambas as ações 
visam questionar a norma em face da constituição. Na ADC, sendo procedente, haverá a declaração de que a norma 
está de acordo com a constituição, sendo improcedente, porém, ela será inconstitucional. Exatamente o oposto do 
que se verifica na ADI. Efeitos e Eficácia da decisão: A decisão terá eficácia erga omnes e ex-tunc, quando procedente. 
Quando improcedente, porém, como no caso da ADI, o Tribunal poderá modular seus efeitos. Isto é o que a 
jurisprudência chama de efeitos para futuro quando serão tidos como válidos os atos praticados com base na norma 
até determinada data, a partir do quê, será tida como inconstitucional com seus efeitos suspensos. 
OBS: A Lei 9.868/99 aponta procedimento para o julgamento da ADC no Supremo Tribunal Federal. Não há prazo 
prescricional para o ajuizamento da ação. O art. 14 da Lei especial aponta os requisitos especiais da petição inicial: 
indicação do dispositivo sobre o qual versa a ação, com os fundamentos legais. Poderá ser mais de um dispositivo 
questionado, neste caso, cada um terá seu fundamento legal; formulação do pedido com suas especificações; indicação 
da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação. 
14.3. AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (CF,ART. 103, § 2º) 
A Constituição de 1988 apresenta normas que necessitam de regulamentação infraconstitucional. É o caso das normas 
de eficácia contida e limitada. Há vários destes dispositivos na Constituição Federal. Esta omissão do legislador é tão 
grave, tão problemática quanto a inconstitucionalidade por ação. Pode-se até considerá-la mais grave, visto que 
permanece silenciosa dentro do texto, só tomando conhecimento dela aqueles que trabalham com o texto 
constitucional. Tal falha vai, paulatinamente, minando a constitucionalidade da própria constituição, porque uma 
vez que a Carta não é regulamentada, não pode ter seus efeitos plenamente desenvolvidos, perde sua legitimação 
frente à sociedade. É em razão disso que o constituinte previu este tipo de ação. 
1. Inconstitucionalidade por omissão total Ocorre quando a lei que deveria regulamentar a norma constitucional 
não existe. Neste caso, o direito estabelecido pelo legislador constituinte não pode ser exercido de modo algum. É o 
RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ♥ 
 
 
caso do direito de greve do servidor público (art. 37, VII / CF), e dos juros limitados a 12 % ao ano, norma do art. 192, 
§3º que foi revogado sem chegar a ser regulamentado. 
2. Inconstitucionalidade por omissão parcial Há omissão propriamente dita quando a lei existe, mas regulamenta a 
matéria de forma deficiente. É o caso, por exemplo, do salário mínimo (art. 7º, IV / CF), onde a lei fixa o valor, mas 
este é muitíssimo inferior ao necessário para cumprir o dispositivo constitucional. Há, ainda, a omissão parcial 
relativa na qual a lei regulamentadora existe e outorga determinado benefício a uma categoria, mas deixa de outorgar 
a outra que, em tese, também teria direito ao mesmo benefício. 
COMPETÊNCIA STF, art. 103, §2º c/c art. 102, I, a), ambos da CRFB. 
LEGITIMIDADE A mesma da ADI genérica, ou seja, o rol dos legitimados do art. 103 da CRFB, mantendo a 
necessidade de comprovação de pertinência temática. 
EFICÁCIA E EFEITOS DA DECISÃO De acordo com o órgão que deixou de praticar o ato previsto 
constitucionalmente haverá uma posição do STF. Caso a omissão tenha sido praticada por um dos poderes, o STF irá 
assinalar ao poder competente que este se encontra em mora (art. 12-H caput / Lei 9.868/99), no entanto, não poderá 
fixar prazo para que seja suprida a omissão, com fundamento no art. 2º / CRFB. Se, no entanto, a omissão for de órgão 
administrativo, prevê o art. 103, §2º / CRFB que o STF apontará o prazo de 30 dias para que seja suprida a omissão, 
sob pena de responsabilidade (art. 12-H, §1º / Lei 9.868/99). Nas decisões mais recentes da Suprema Corte, porém, 
embora não tenha sido fixado prazo para a elaboração da lei, o STF entendeu por assinalar um parâmetro temporal: 
“Não se trata de impor um prazo para a atuação legislativa do Congresso Nacional, mas apenas da fixação de um 
parâmetro temporal razoável”. 
ADI POR OMISSÃO E MANDADO DE INJUNÇÃO A ADI, por ação ou por omissão, é uma ação típica do controle 
concentrado de constitucionalidade. Visa combater uma inconstitucionalidade, suprir uma lacuna ou atacar uma 
agressão ao texto maior. Por outro lado, o Mandado de Injunção é uma ação que integra o controle difuso de 
constitucionalidade. Assim, também se caracteriza por combater a inefetividade das normas constitucionais. Como 
ação pertencente ao controle difuso, o mandado de injunção não terá a legitimidade ativa estabelecida no rol do art. 
103 da CF, mas poderá ajuizar ação qualquer pessoa que tenha limitado o exercício de direitos, liberdades, 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, por falta de norma regulamentadora. 
REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO Muito embora o art. 125, § 2º da CF fale 
somente em Representação de Inconstitucionalidade, o que equivaleria a ADI, parte da doutrina entende ser possível 
a representação em caso de omissão da lei estadual ou municipal em face da Constituição Estadual. Neste sentido 
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Controle de Constitucionalidade) e Pedro Lenza (Direito Constitucional 
esquematizado). 
14.4. REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA (CF, ART. 129, IV) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
INTERVENTIVA 
Breve Resumo: Além da declaração da inconstitucionalidade, essa ação visa o restabelecimento da ordem 
constitucional no Estado ou no Município. Existem duas modalidades de ação interventiva: federal e estadual. A 
primeira busca promover a intervenção da União nos Estados (arts. 34, 36, I e 129, IV), enquanto a estadual, a 
intervenção dos Estados nos Municípios. A intervenção federal é de competência originária do Supremo Tribunal 
Federal e a estadual, dos Tribunais de Justiça. 
 
RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ♥ 
 
 
OBJETIVO A regra Constitucional, no Brasil, é da não intervenção de um ente da federação em outro. Há casos, 
porém, em que esta regra poderá ser afastada. Os casos excepcionais estão previstos nos art. 34 e art. 35 da CRFB. 
Aqui, estudando o controle concentrado de constitucionalidade, somente nos interessará analisar a hipótese 
apresentada no art. 34, VII da CRFB. A Ação Direta interventiva baseia-se no descumprimento dos princípios 
constitucionais sensíveis por estados ou municípios, por isso, a grave sanção política do afastamento da autonomia do 
ente federativo, através da intervenção. Este afastamento será temporário. Assim, tem por objetivo fazer cessar o ato 
questionado, não somente declará-lo inconstitucional. Ressalte-se, no entanto, que a União realizará intervenção em 
estados e nos municípios dos territórios. Nos demais municípios a intervenção será realizada pelo respectivo estado. 
Não caberá, portanto, mesmo quede forma excepcional, a intervenção da União em um município de um dos estados 
da federação. 
HIPÓTESES DE CABIMENTO Somente nas hipóteses apresentadas no art. 34, VII da CRFB poderá haver ADI 
interventiva. Esta é uma medida extrema, excepcionalíssima, no ordenamento jurídico. Por esta razão a Constituição 
apresenta como possibilidades, somente o descumprimento, a violação, aos princípios constitucionais de: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. 
 
COMPETÊNCIA STF, art. 36, III da CRFB. 
LEGITIMIDADE A legitimidade ativa será somente do Procurador-geral da Republica, segundo o art. 36, III da 
CRFB. 
DECISÃO A procedência do pedido somente se limitará a suspensão do ato impugnado. Porém, quando isso não for 
suficiente para a manutenção da integridade dos princípios constitucionais, ou seja, caso a lesão aos princípios 
sensíveis continue, será decretada a intervenção federal. Neste caso, o SRF enviará uma requisição ao Presidente da 
República que, através de um decreto autônomo, deverá determinar a intervenção, conforme art. 84, X da CRFB. O 
STF entende que o Presidente não poderá descumprir esta decisão. O decreto de intervenção está previsto no art. 36, 
§3º da CRFB, e não haverá apreciação do Congresso. A intervenção irá durar até cessarem os motivos que a 
determinaram (art 36, §6º da CRFB). É necessário ressaltar que, enquanto durar a intervenção não poderá ocorrer 
nenhuma emenda ao texto da constituição, federal ou estadual. Este é um período de exceção, por isso, o texto 
constitucional se auto-preserva. 
 
 
14.5. ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) 
 
Breve Resumo: A Constituição, em seu art. 102, § 1º, estabeleceu uma nova forma de controle concentrado da 
constitucionalidade. Compete ao Supremo Tribunal Federal apreciar e julgar arguição de descumprimento de 
preceito fundamental. Essa ação constitucional, prevista em norma de eficácia limitada, veio a ser regulamentada 
somente pela Lei n. 9.882/99. Dada a previsão da incidência do princípio da subsidiariedade, essa ação constitucional 
não será admitida "quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade" (Lei n. 9.882/99, art. 4°, § 1°). 
Poderá ser proposta quando não for cabível ação direta de inconstitucionalidade, ação declaratória de 
constitucionalidade, mandado de segurança, ação popular, agravo regimental, recurso extraordinário, reclamação ou 
qualquer outra medida judicial apta a sanar, de maneira eficaz, a situação de lesividade, conforme reiteradas decisões 
do Supremo Tribunal Federal (Informativo STF, n. 243). Foi concedida legitimidade ativa para as mesmas pessoas e 
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órgãos previstos no rol estabelecido no art. 103 da Constituição Federal. Aos demais interessados é facultado solicitar, 
mediante representação, ao Procurador-Geral da República a propositura dessa arguição. 
A ação pode ser proposta para: 
a) evitar ou reparar lesão a preceito fundamental decorrente de ato ou omissão do Poder Público; e 
b) quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou 
municipal, incluídos os anteriores à Constituição. Esse segundo objeto estende o alcance do controle da 
constitucionalidade para as leis municipais e para as elaboradas antes da vigência da atual Constituição, o que 
contraria a orientação jurisprudencial deixada pelo Supremo Tribunal Federal. A decisão proferida possui eficácia 
erga omnes e efeito vinculante em relação ao Poder Público. Foi atribuída à Suprema Corte, tendo em vista razões de 
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, a possibilidade de estabelecer, por maioria de 2/3, que a 
declaração de inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo só tenha eficácia a partir do trânsito em julgado ou de 
qualquer outro momento que venha a ser fixado. 
DEFINIÇÃO DE PRECEITO FUNDAMENTAL Não há uma definição legal sobre o que seja o preceito fundamental 
que fundamente a propositura da ação. No entanto, a doutrina entende que a expressão não seja sinônima de 
“princípio fundamental”. Para a doutrina a expressão abrange os dispositivos constitucionais de natureza 
principiológica, como as normas do art. 1º, I a V e art. 60, §4º, I a IV, ambos da CRFB. Assim, englobaria a soberania, a 
cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, o pluralismo político, a 
forma federativa de Estado, do voto direto e periódico, do voto secreto e universal, da separação dos poderes, os 
direitos e garantias individuais. Em uníssono a doutrina entende, no entanto, que somente o STF, guardião e 
intérprete da Constituição, poderia, no caso apresentado, identificar o preceito fundamental. 
OBJETIVO Até o advento da Lei 9.882/99, o direito municipal e pré-constitucional somente poderia ser submetido a 
analise do STF pela via do controle difuso, pela análise incidental, por meio de recurso extraordinário. Assim, a ADPF 
nasce com o objetivo de evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, suprindo a lacuna legislativa e permitindo que 
a matéria seja apresentada diretamente ao STF. 
OBJETO A lesão ao preceito constitucional poderá estar em lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, 
incluídos os anteriores à constituição. Assim, poderá ser ajuizada ADPF em duas hipóteses: - ato do poder público 
que gere lesão ao preceito fundamental, com objetivo de evitar ou reparar a lesão; - existência de relevante 
controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, inclusive os anteriores à 
Constituição. 
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE Trata-se da Lei 9.882/99, que expressamente aponta sua natureza supletiva, ou 
seja, não caberá propositura de ADPF quando “houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade” (art. 4º, §1º / 
Lei 9.882/99). Isto significa que o STF não apreciará a ADPF quando houver outro meio processual capaz de sanar a 
lesividade. Ou seja, é pressuposto da ADPF o esgotamento de todas as vias judiciais que poderiam sanar a lesividade 
apontada. Neste sentido o STF já se pronunciou algumas vezes, como na ADPF/QO 3- CE, de 18/05/2000, rel. Min. 
Sydney Sanches (INFO 189); ADPF/QO 1- RJ, de 03/02/2000, rel. Min. Néri da Silveira. 
COMPETÊNCIA A competência é exclusiva do STF, conforme art, 102, §1º da CRFB. A ação de controle concentrado, 
no entanto, não alterou os fundamentos do controle incidental. Assim, todo o judiciário continua a apreciar as 
questões que lhe são postas, como faziam antes da criação desta ação direta. Neste caso, porém, do controle difuso, 
somente o STF se manifestará sobre a questão em si, pela uniformização da interpretação constitucional. Os demais 
órgãos do poder judiciário a ele remeterão a questão. 
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LEGITIMIDADE De acordo com o art. 2º, I da Lei 9.882/99, o rol de legitimados é igual ao rol de propositura da ADI, 
ou seja, o art. 103, I a IX da CRFB. 
ESPÉCIES DE ADPF A ADPF configura mais uma ação de controle concentrado no direito brasileiro. No entanto, 
diversamente das demais apresenta caráter supletivo, ou subsidiário, ou seja, somente poderá ser utilizada se não 
houver outro meio eficaz. Poderá questionar ou impugnar lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal de 
forma abstrato, como também de forma concreta, realizar o questionamento ou impugnação. Assim, teremos: Autônoma Ação tipicamente de controle concentrado, visa impugnação ou questionamento de lei ou ato normativo 
federal, estadual ou municipal. O controle é colocado como questão principal, abstratamente. 
 Arguição incidental A impugnação ou questionamento é realizada a partir de uma situação concreta, ou seja, terá 
caráter incidental no processo. Neste caso, o procedimento é semelhante ao que ocorre em todo o controle difuso, 
uma vez que estamos diante de um processo subjetivo. Nas palavras de Gilmar Mendes: “Aqui a instauração do 
controle de legitimidade da norma na ADPF repercutirá diretamente sobre os casos submetidos à jurisdição ordinária, 
uma vez que a questão prejudicial a ser dirimida nestes processos será elevada à apreciação do Supremo Tribunal” 
(Mendes, Gilmar F; Coelho, Inocêncio M; Branco, Paulo GG. Curso de Direito Constitucional. Saraiva. 2ª Ed. 2008. 
Pág. 1.147). 
 A competência e o sistema difuso É necessário salientar, no entanto, que no curso da análise incidental, haverá um 
procedimento semelhante ao que ocorre na análise do controle difuso. A competência para a apreciação da 
impugnação ou questionamento é exclusiva do STF. Assim, ao verificar a presença do questionamento, o órgão do 
judiciário remeterá a questão, em apartado, para apreciação pelo STF. Trata-se, na verdade, de um procedimento 
semelhante ao do art. 97 / CRFB (controle de constitucionalidade incidental). Aqui, verifica-se o que Gilmar Mendes 
chama de “cisão funcional no plano vertical”, ou seja, a matéria é remetida de órgãos do judiciário, de instâncias 
menores, para o órgão superior. 
 CONCESSÃO DE LIMINAR A Lei 9.882/99 expressamente admite a concessão de liminar em sede de ADPF. 
Deverá, no entanto, observar o quorum de maioria absoluta para sua concessão (art. 5º / Lei 9.882/99). Há uma 
exceção, porém, apontada no § 1º do referido artigo, quando o relator poderá conceder a liminar sem ouvir o Tribunal, 
pela natureza de extrema urgência ou perigo de lesão grave. Poderá ser concedida durante o recesso do Tribunal. A 
concessão deverá ser realizada, ou referendada, pelo Tribunal por 2/3 de seus membros, ou seja, 8 ministros. 
 Efeito e eficácia da decisão A liminar em sede de ADPF poderá suspender o curso dos processos e os efeitos das 
decisões já proferidas. Não caberá a suspensão dos efeitos se a decisão das instâncias inferiores já transitou em 
julgado. 
 DECISÃO FINAL Tal como nas demais ações do controle concentrado, as decisões finais proferidas pela Suprema 
Corte são irrecorríveis e não caberá, da mesma forma, ação rescisória. Embora o texto não faça referência em relação a 
decisão final, não caberia um quorum menos significativo do que o apontado para a liminar, desta forma, caberá o 
mesmo quorum de 2/3 dos membros, atualmente 8 ministros. 
 Efeitos e eficácia da decisão A Lei aponta expressamente os efeitos erga omnes e vinculante para as decisões finais, 
art. 11 da Lei 9.882/99. No entanto, apresenta, no mesmo dispositivo, a possibilidade do Tribunal apontar os efeitos a 
partir de sua decisão (ex nunc) ou “outro momento que venha a ser fixado”, ou seja, adota expressamente a 
possibilidade de modulação dos efeitos para o futuro. Nestes casos, porém, pela necessária manutenção da segurança 
jurídica ou de excepcional interesse social (art 11 caput da Lei 9.882/99). 
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 PROCESSO (Lei 9.882/99) A lei expressamente aponta os requisitos especiais da petição inicial, art. 3º da Lei 
9.882/99. Destes, é necessário destacar a necessidade de apresentação de prova da violação do preceito fundamental e, 
se for o caso, da comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do preceito 
fundamental que se considera violado. Poderá a petição inicial ser indeferida liminarmente cabendo, desta decisão, 
agravo no prazo de 5 dias. É necessário ressaltar que não caberá ADPF quando houver qualquer outro meio eficaz 
para sanar a lesão. Havendo pedido de liminar, o relator poderá ouvir o AGU e a autoridade responsável pelo ato, no 
entanto, tal não é obrigatório. O PGR somente terá participação obrigatória após as informações das demais 
autoridades, porém, poderá ser ouvido no caso de liminar, com prazo conjunto ao AGU, art. 7º da Lei 9.882/99. 
15. CONCEITO DE LEI E ATO NORMATIVO PARA EFEITO DE CONTROLE EM ABSTRATO DA 
CONSTITUCIONALIDADE 
A Constituição Federal estabelece, em seu art. 102, I, a, que poderá ser declarada a inconstitucionalidade de qualquer 
lei ou ato normativo federal ou estadual. concretos, com destinatários certos, não são suscetíveis dessa forma de 
controle. O conceito de ato normativo abrange todos os atos expedidos pelos poderes constituídos, contendo regras 
gerais e abstratas que não estejam inseridas no conceito de lei empregado pela Constituição. Alcança, entre outras 
medidas. decretos do Poder Executivo, instruções normativas da Secretaria da Receita Federal, normas regimentais 
de tribunais federais e estaduais, decisões normativas do Conselho Superior da Magistratura ou do Conselho Superior 
do Ministério Público. 
16. CONCESSÃO DE MEDIDA CAUTELAR NO CONTROLE EM ABSTRATO DA CONSTITUCIONALIDADE 
A Constituição Federal admite expressamente a concessão de cautelar nas ações diretas de inconstitucionalidade 
(art. 102, I, p). O Supremo Tribunal Federal já decidiu que é possível também, mesmo sem previsão constitucional 
expressa, dentro do poder geral de cautela do Poder Judiciário, a concessão de medida cautelar em ações declaratórias 
de constitucionalidade. A Lei n. 9.868/99, que dispõe sobre essas modalidades de ação, admite n concessão de medida 
59: emendas à Constituição, leis ordinárias, leis complementares, medidas provisórias, decretos legislativos e 
resoluções. Qualquer espécie de ato legislativo pode ser objeto do controle direto da constitucionalidade, desde que 
seja de caráter geral e abstrato. Atos legislativos de efeitos cautelar pela maioria absoluta dos membros do tribunal, 
após audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo, salvo no período de recesso ou de 
excepcional urgência. 
17. PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO 
Pelo princípio da reserva de Plenário, os tribunais somente poderão declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do Poder Público pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo Órgão 
Especial (CF, art. 97). Trata-se de uma cautela introduzida na Constituição brasileira de 1934 e reiterada em todas as 
seguintes. A declaração de inconstitucionalidade de uma lei ou de um ato normativo, quer no controle em abstrato, 
quer no controle em concreto da constitucionalidade, dada a sua relevância, não pode variar de acordo com a 
composição da Turma julgadora, nem estar sujeita a maiorias ocasionais. Tendo sido arguida a inconstitucionalidade 
de uma lei perante órgão fracionário do tribunal (Câmaras, Grupos, Turmas ou Seções), a questão constitucional 
deverá ser examinada pelo Plenário do tribunal ou pelo respectivo Órgão Especial. Competirá ao órgão fracionário do 
tribunal, em acolhendo a alegação, submeter a controvérsia jurídica ao Tribunal Pleno (STF, R7J, R7J, 150:223-4). 
Contudo, acompanhando a evolução jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal, foi acrescentado um parágrafo 
único ao art. 949 do Código de Processo Civil, que recebeu a seguinte redação: "Os órgãos fracionários dos tribunais 
não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver 
pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão". 
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18. FUNÇÃO DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, DO ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO E DO AMICUS 
CURIAE NO CONTROLE EM ABSTRATO DA CONSTITUCIONALIDADEa) O Procurador-Geral da República é sempre ouvido nos processos de controle de constitucionalidade. Sua função 
é de custos legis, de defesa da ordem jurídica, mesmo quando é o autor da ação, podendo opinar pela sua procedência 
ou não (CF, art. 103, § 1º). 
b) O Advogado-Geral da União exerce a função de defensor da lei 
(defensor legis) ou do ato normativo federal ou estadual impugnado na ação direta de inconstitucionalidade, velando 
pela presunção de constitucionalidade das normas infraconstitucionais elaboradas pelo Poder Público (CF, art. 103, § 
3°). Não poderá sustentar posição contrária ao ato impugnado (STF, ADIn 1.254-1, Rel. Min. Celso de Mello, DJU, 10 
set. 1997). Deverá ser intimado para, no prazo de quinze dias, apresentar a defesa do ato impugnado (Lei n. 9.868/9, 
art. 8º). 
c) Um novo personagem processual foi introduzido no controle de constitucionalidade em nosso ordenamento 
jurídico. Trata-se do denominado amicus curiae, previsto na Lei n. 9.868/99, atuando nos dois sistemas de controle de 
constitucionalidade, em abstrato e em concreto. Na ação direta de inconstitucionalidade, por se tratar de um 
processo de natureza objetiva, em que não são examinados direitos individuais, é vedada expressamente a intervenção 
de terceiros. Esse rigor é atenuado pelo disposto no art. 7°, § 2°, da mencionada legislação, ao admitir a intervenção de 
outros órgãos ou entidades, por despacho do relator, atendendo os pressupostos de relevância da matéria e da 
representatividade adequada dos postulantes. Como observou o Ministro Celso de Mello, trata-se de um fator de 
legitimação social das decisões da Suprema Corte, e tem por finalidade pluralizar o debate constitucional, ao 
possibilitar a "participação formal de órgãos ou entidades que efetivamente representem os interesses gerais da 
coletividade ou que expressem valores essenciais de grupos ou classes sociais" (ADIn-MC-2.130/SC). Dispositivo 
semelhante foi incluído no controle de constitucionalidade em concreto, durante a tramitação do incidente de 
declaração de inconstitucionalidade (Código de Processo Civil, art. 138). 
19. CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS MUNICIPAIS 
A atual Constituição, em seu art. 102, I, a, admite o controle em abstrato ou direto somente de leis ou atos normativos 
federais ou estaduais. Em razão da ausência de previsão constitucional expressa, o Supremo Tribunal Federal não 
conhece de ações diretas de inconstitucionalidade de leis municipais perante a Constituição Federal, em razão da 
impossibilidade, jurídica do pedido (STF, ADIn 1.803-0-SP Rel. Min. Moreira Alves, DJU, 24 abr. 1998, p. 4). 
Tratando-se de lei municipal contrária à Constituição Federal, é possível apenas o controle difuso da 
constitucionalidade, podendo a questão ser examinada pelo Supremo somente pela via incidental, no julgamento de 
casos concretos, produzindo efeitos inter partes. A lei municipal que contrariar a Constituição Estadual poderá ser 
objeto de ação direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça (CF, art. 125, § 2°). Reproduzindo a 
Constituição Estadual norma da Carta Federal de observância obrigatória nos Estados, é possível a propositura de 
ação direta de inconstitucionalidade de lei municipal, por afronta à Constituição Estadual, perante o Tribunal de 
Justiça local, com possibilidade de recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal. Tratando da arguição de 
descumprimento de preceito fundamental, a Lei n. 9.882/99 expressamente admite o exame de controvérsia 
constitucional fundada em lei municipal, alterando a jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal Federal. 
20. CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS ESTADUAIS 
Atos normativos estaduais e municipais contrários à Constituição estadual: art. 125, § 2º / CRFB. O parâmetro de 
análise, agora, é a Constituição estadual, por isso, a ação cabível se chamará Representação de 
inconstitucionalidade e julgada no TJ do respectivo estado. O rol de legitimados será adaptado do rol apresentado 
no art. 103 da Constituição federal. Então, teremos a seguinte adaptação: 
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OBS: Apesar do DF não possuir Constituição Estadual, mas sim lei orgânica, a lei 9.868/99 prevê a “representação de 
inconstitucionalidade” em face de lei orgânica. 
21. COMUNICAÇÃO AO SENADO FEDERAL DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 
A Constituição Federal, em seu art. 52, X, dispõe que compete privativamente ao Senado "suspender a execução, no 
todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal". Duas 
controvérsias surgiram sobre o alcance desse dispositivo, ambas já solucionadas pela jurisprudência constitucional 
brasileira. 1ª) O Supremo Tribunal Federal estabeleceu que somente nos processos de controle em concreto da 
constitucionalidade, em que a declaração de inconstitucionalidade de uma lei é proferida de forma incidental 
(incidentur tantum), com efeito inter partes, há necessidade de comunicação da decisão do Senado, para que este 
órgão providencie a suspensão da executoriedade da lei. Transitado em julgado, a decisão no caso concreto produz 
efeitos ex tunc e inter partes, ou seja, Constituição Estadual norma da Carta Federal de observância obrigatória nos 
Estados, é possível a propositura de ação direta de , retroativos e alcançando apenas as partes da relação processual. 
Assim que publicada a resolução do Senado Federal, é suspensa a executoriedade da lei, com a extensão dos efeitos ex 
nunc e erga omnes, ou seja, a decisão passa a valer para todos, sem possuir efeitos retroativos. A resolução do Senado 
não invalida, nem revoga a lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, apenas lhe retira a eficácia 
jurídica, produzindo efeitos em relação a todos a partir daquela data. Nas decisões proferidas no controle direto ou 
em abstrato da constitucionalidade já não há necessidade dessa comunicação, pois o v. aresto assim que publicado 
produz efeitos erga omnes, dispensando a comunicação ao Senado Federal para que providencie a suspensão da 
executoriedade da lei. 2ª) O Senado Federal não é obrigado a suspender a executoriedade da lei assim que recebe a 
comunicação da decisão definitiva proferida pela via incidental. Os Poderes Judiciário e Legislativo são 
independentes. A decisão do Supremo Tribunal Federal não vincula o Senado, que age com absoluta 
discricionariedade. podendo optar pela suspensão imediata ou aguardar por outras decisões proferidas no mesmo 
sentido. Michel Temer entende que o Senado poderá, inclusive, retirar parcialmente a eficácia de uma lei que o 
Supremo Tribunal Federal tenha declarado, em seu todo, inconstitucional. O Senado age com absoluta 
discricionariedade, conforme lhe assegura o art. 52, X, ao possibilitar a suspensão parcial ou total da lei. 
22. TITULARIDADE 
Antes da Constituição de 1988 somente o Procurador-Geral da República possuía legitimidade para a propositura de 
ação direta de inconstitucionalidade. Como exercia o cargo por deliberação do Presidente da República, sendo 
demissível ad nutum, não agia com absoluta independência, deixando de propor diversas ações reclamadas pela 
sociedade civil. Como a atual Constituição foi concebida cm um momento de aspiração democrática da sociedade 
brasileira, ampliou-se o rol das pessoas legitimadas para a propositura de tal ação, bem como se conferiu mandato ao 
RESUMO JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ♥ 
 
 
Procurador-Geral da República. Hoje, de acordo com o art. 103 da Constituição Federal, podem propor a ação direta 
de inconstitucionalidade: o Presidente da República, as Mesas do ,Senado Federal, da Câmara dos Deputados e das 
Assembleias Legislativas, os Governadores de Estado, o Procurador-Geral da República, o Conselho

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