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Unidade II RECREAÇÃO Profa. Adriana Morbin No desenvolvimento psicomotor, tudo passa pelo corpo: movimentos, pensamentos e sentimentos. A cognição está presente na maioria das ações, no caso, ações conscientes. Ao brincar, a criança aprende. Todas as atividades recreativas para esse fim devem sempre ativar o pensamento e a decisão. Recreação como meio na Educação Física Fonte: autoria própria O papel do professor na recreação Mediador: Facilitador. Estimulador. Re = cabeça – refletir. Cre = coração – sentir. Ação = corpo – agir. Formação inicial. Sequência. “Mate a brincadeira antes que ela morra!” Fonte: autoria própria O jogo como atividade lúdica e sociocultural Educação para o trabalho: Assim como o trabalho, o jogo depende de adaptação com o meio ambiente, com os objetos físicos e sociais. Educação para o lazer: O jogo não se distancia das questões sociais que envolvem a educação para a vida em sociedade, a compreensão de valores sociais e a percepção dos papéis de cada um dentro de uma comunidade. Fonte: autoria própria Na perspectiva desenvolvimentista de Piaget Jogo do exercício: o objetivo é exercitar a função em si para alcançar o domínio. Jogo simbólico: se baseia na representação, na imitação, no faz de conta e na fantasia. Jogo de regra: é o jogo do ser socializado que exige a resignação por parte do sujeito. Jogo do exercício sensório-motor – de 0 a 2 anos Primeira infância. Prazer do funcionamento. Exercício = repetição = domínio. Entender o mundo: Bebê, neném. Mamãe, papai, babá. Pega-pega, esconde-esconde, gira-gira. Fonte: autoria própria Jogo do exercício sensório-motor – de 0 a 2 anos Os exercícios sensório-motores não são específicos dos dois primeiros anos, na fase pré-verbal; essa forma de atividade lúdica se estende por toda a vida, por exemplo, a criança de 5 anos que tenta pular em um pé só, pular corda; aos 7 anos andar de bicicleta, até o adulto que se diverte aprendendo a dirigir, fazendo funcionar o novo aparelho de som ou celular sem qualquer outra finalidade, senão o próprio prazer de exercer seus novos domínios. Fonte: autoria própria Interatividade As atividades recreativas devem ser desenvolvidas de forma voluntária e espontânea. Frente a esse aspecto importante podemos encontrar dificuldades quanto ao papel do professor, pois ele parece não poder exercer função de líder ou comandante, pois assim estará interferindo na livre escolha. Para que a atividade recreativa seja um meio da Educação Física, qual seria o papel do professor? Interatividade a) De observador, para que as crianças brinquem com segurança. b) De um participante, porém sem que ele represente uma vantagem no caso de um jogo competitivo. c) De controlador, não deixando que as crianças entrem em conflito, e sim em harmonia na hora de brincar. d) De mediador, facilitando e estimulando seus alunos nas tomadas de decisões. e) De árbitro, ou seja, fazendo com que todos obedeçam as regras, mesmo que elas sejam criadas pelos próprios participantes. Jogo simbólico – pré-operatório – de 2 a 6 anos Segunda infância. Símbolo = representação. Representação = fantasia = faz de conta. Fonte: autoria própria Jogo simbólico – pré-operatório – de 2 a 6 anos O jogo simbólico se desenvolve a partir dos esquemas sensório-motores que, à medida que são interiorizados, dão origem à imitação e, posteriormente, à representação. É uma forma de assimilação do real e um meio de autoexpressão. É o transporte a um mundo de faz de conta que possibilita à criança a realização de sonhos e fantasias, revela conflitos interiores, medos e angústias, aliviando a tensão e as frustrações. Fonte: autoria própria Jogo simbólico – pré-operatório – de 2 a 6 anos É o transporte a um mundo de faz de conta que possibilita à criança a realização de sonhos e fantasias, revela conflitos interiores, medos e angústias, aliviando a tensão e as frustrações. O jogo simbólico da casinha: Eu sou a mamãe e você é a filhinha. Fonte: https://pixabay.com/static/uploads/photo/2014/08/16/15 /59/children-419424_960_720.jpg Jogo simbólico – pré-operatório – de 2 a 6 anos Jogo simbólico “pré-desportivo”. Circuito de atividades motoras: Aventura na floresta. O professor deve estar envolvido pelo faz de conta que criou, participando junto com as crianças do processo do jogo simbólico. Fonte: autoria própria Jogo de regras – operatório concreto – de 7 a 12 anos Terceira infância: tarefas mais complexas: como decifrar códigos; aprender a ler e a escrever; compreender o tempo, o dinheiro; organizar os espaços; entender classificações e conceitos; aprender a ganhar e perder. A fase começa a se manifestar já aos 5 anos, porém se desenvolve dos 7 aos 12 anos, predominando durante toda a vida do indivíduo. Fonte: autoria própria Jogo de regras – operatório concreto – de 7 a 12 anos Além das questões cognitivas e socioafetivas, o jogo de regra, muitas vezes, exige da criança ações motoras mais complexas. Movimentos combinados como: correr e chutar, lançar e bater, rebater, quicar uma bola, saltar e arremessar. A criança nessa fase vai progredindo nas suas ações motoras e, ao final da fase, quando já teve diversas experiências, ela vai escolher aquela atividade que mais lhe agrada para praticar. Fonte: autoria própria Interatividade Em uma aula de Educação Física para crianças da segunda infância, o professor deve estimular: a) Os movimentos repetitivos para a criança aprender a dominar seu corpo e se sentir segura. b) O imaginário da criança, pois ela está na fase do jogo simbólico, em que a representação é a grande motivação para as atividades. c) A brincadeira competitiva para a criança vivenciar momentos bons e ruins, assim como nos contos de fadas. d) O brincar espontâneo, não planejando as aulas, mas sim atendendo as propostas das crianças. e) O uso de materiais de diversas modalidades esportivas de forma exploratória. Jogos tradicionais infantis Os jogos tradicionais infantis são criados e repassados de geração a geração, na maioria das vezes, de forma oral. “Diálogo lúdico” Essa forma de transmissão do jogo já revela o caráter lúdico dessas atividades, desde o momento de aprender a jogar. São características dos jogos tradicionais: anonimato; tradicionalidade; transmissão oral; conservação; transformação; universalidade. Os povos da Grécia e do Oriente da Antiguidade já jogavam amarelinha, empinavam pipa e jogavam pedrinhas. Antigamente, eles eram praticados nas ruas, mas atualmente, em algumas regiões, principalmente nas cidades, não é mais possível usar a rua para realizar jogos e brincadeiras, pois hoje as ruas são movimentadas e pouco seguras para o lazer. Os jogos tradicionais infantis fazem parte do folclore. Folk = povo. Lore = saber. Folclore = cultura popular. Jogos tradicionais infantis Jogos tradicionais infantis O mesmo jogo pode ser chamado de formas diferentes, dependendo da região onde é realizado. No caso da amarelinha, esse nome é dado no Brasil e é assim chamado, principalmente, no estado de São Paulo. No Rio de Janeiro pode ser academia ou “cademia” e “marelinha”. Na Bahia e no Pará, diz-se pular macaco ou macaca, semelhante a Portugal. Em Minas Gerais é maré. Diz-se “pular maré”, não “jogar maré”. No Rio Grandedo Norte é avião, como em Moçambique. No Rio Grande do Sul é sapata. Jogos tradicionais infantis Desenvolvidos sob a forma de antologia: Com versos, rimas, cantos, poesias. Jeitos de escolher. Desenvolvem, principalmente, a linguagem. Desenvolvem os sentidos. Alguns preservam o simbolismo e já introduzem as regras: Gato e rato. Cabra cega. Mãe da rua. Polícia e ladrão. Fonte: autoria própria Jogos tradicionais infantis Como jogo pré-desportivo: Estreia nova sela – ginástica artística. Queimada – handebol. Pega-pega – atletismo. Taco – beisebol. Peteca – vôlei. Interatividade Alguns jogos recreativos sofreram transformações que acabam prejudicando o aproveitamento de seu conteúdo no sentido pedagógico e de desenvolvimento humano global. Como no caso dos jogos tradicionais infantis, o jogo cabra- cega, na atualidade, é realizado sem o formato antológico, limitando-se ao ato motor. As crianças brincam de pega-pega com o pegador usando uma venda nos olhos. Como seria a brincadeira apresentada sob forma de antologia? Interatividade a) Com o uso de vestimenta, fantasias que estimulem o simbolismo e a representação das crianças entre 4 e 10 anos. b) Com a participação de outras gerações que já brincaram do mesmo jogo para que haja um diálogo lúdico. c) Com a explicação do principal elemento do jogo, no caso a cabra cega. Dessa forma, as crianças estarão discutindo o tema da inclusão. d) Com música e material alternativo, improvisado, para desenvolver o ritmo e a criatividade da criança e ainda usando uma venda fictícia, pois a criança é motivada para o faz de conta. e) Com versos e poesia para começar ou desenvolver a brincadeira, desenvolvendo, assim, a linguagem da criança e ainda usando o recurso de um objeto para produzir som e estimular a percepção auditiva do pegador que está com olhos vendados. Jogos cooperativos Costuma-se aceitar que um jogo é cooperativo quando: todos jogam (não há exclusão); todos ganham (não há perdedores); joga-se com (e não contra) os demais; todos têm um mesmo objetivo; as pessoas ganham/treinam habilidades; todos se divertem; há forte senso de unidade e interação. Jogos cooperativos Os jogos cooperativos surgiram da preocupação com a tendência das pessoas ao individualismo e a competição intensa na sociedade. As pessoas querem ganhar a qualquer custo, sair na frente, chegar na frente.... Buscam a diversão e a alegria de jogar e não a rivalidade e o confronto da competição. Os jogos competitivos também devem ser praticados, desde que colaborem para melhorar o relacionamento das pessoas e não excluir aqueles que não são competitivos. Jogos cooperativos O objetivo dos jogos cooperativos é promover a autoestima e a convivência. Os jogos cooperativos são jogos: de compartilhar; unir pessoas; despertar a coragem para assumir riscos; geram pouca preocupação com o fracasso ou com o sucesso; como fins em si mesmo. Eles reforçam a confiança uns nos outros e todos podem participar autenticamente. Ganhar e perder são apenas referências para continuar se aperfeiçoando (SESC/99). Jogos cooperativos Exemplos de jogos cooperativos: Fonte: autoria própria Jogos de estafetas Competitivos e cooperativos. Estafeta = mensageiro (leva e trás). Em grupos todos realizam a tarefa pelo menos 1 vez. Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/disc ovirtual/galerias/imagem/0000000792/0000018396.jpg A equipe que cumprir a tarefa mais rápido será a vencedora. Fonte: autoria própria Jogos pré-desportivos O objetivo é trazer experiências próximas ao aprendizado de um esporte. Gestos esportivos. Rituais dos esportes: União da equipe. Respeito às regra, ao árbitro e aos adversários. Jogos de tabuleiro Os jogos de tabuleiro como o xadrez e o wargame (jogos de guerra) são reconstituições de batalhas que permitem não só o aprendizado dos princípios táticos e estratégicos usados na arte da guerra, mas também um grande enriquecimento intelectual. Nesse sentido, mesmo os jogos mais simples são muito instrutivos, pois exigem o raciocínio lógico em cada jogada, no emprego de estratégias e na dedução sobre as próximas jogadas. Os jogos de tabuleiro recebem uma classificação de acordo com a finalidade. Assim, eles podem ser: de sorte; de perícia e inteligência; mistos. Fonte: autoria própria Jogos de tabuleiro Os jogos de tabuleiro podem ser adquiridos ou construídos. Primeira etapa: imaginar o jogo – peças, tabuleiro. Segunda etapa: escolher os materiais para a construção do jogo. Terceira etapa: separar e preparar o material. Quarta etapa: construir o tabuleiro e as peças, e escrever as regras para jogar. Quinta etapa: jogar. Imagens de jogos de tabuleiro confeccionados com sucata Fonte: autoria própria Interatividade O jogo cooperativo chamado “nó nos braços” é uma atividade que ilustra bem a proposta de tal classificação. No seu desenvolvimento, os participantes de cada grupo têm como objetivo desmanchar o nó sem soltarem as mãos uns dos outros. O professor dividiu a turma em dois grupos com o mesmo número de pessoas e propôs uma competição para saber qual grupo desmancha o nó mais rápido. Nesse caso, o jogo: I. Continuou sendo cooperativo, porém com uma motivação a mais. II. Deixou de ser cooperativo, pois o objetivo principal era ser melhor que o outro. III. Deixou de ser cooperativo, pois incentivou a rivalidade. IV. Foi transformado em atividade competitiva, mas não perdeu a característica cooperativa. Interatividade Estão corretos os itens: a) I e IV. b) I e II. c) II e III. d) II e IV. e) II, III e IV. ATÉ A PRÓXIMA!
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