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jogos_brinquedos_e_brincadeiras_pedagogia_02

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As manifestações culturais com características lúdicas têm acompanha-
do a evolução da humanidade. Essas manifestações estão assim denomi-
nadas por possuírem características muito semelhantes àquelas presentes 
nos estudos e na literatura especializada sobre o tema.
Para auxiliar a nossa reflexão, tomaremos por base os estudos realiza-
dos por Kishimoto (1994, 1998a, 2005); Friedmann et al. (1998) e Brougère 
(1995).
Nessas obras, além de discutir o conceito do jogo, brinquedo e brinca-
deira, os autores refletem sobre a importância do tema para o desenvolvi-
mento da criança e das atividades lúdicas.
Tomemos, então, as palavras de Kishimoto (2005, p. 27):
Em síntese, os autores assinalam pontos comuns como elementos que interligam a 
grande família dos jogos:
1 – liberdade de ação do jogador ou o caráter voluntário, de motivação interna e 
episódica da ação lúdica; prazer (ou desprazer), futilidade, o “não sério” ou efeito 
positivo;
2 – regras (implícitas ou explícitas);
3 – relevância do processo de brincar (o caráter improdutivo), incerteza de resultados;
4 – não literalidade, reflexão de segundo grau, representação da realidade, imaginação;
5 – contextualização no tempo e no espaço.
As características acima descritas auxiliam no entendimento dos fenô-
menos lúdicos presentes nas atividades e na cultura da humanidade.
Dadas tais características, pretendemos avançar para a identificação 
de algumas modalidades de jogos e brincadeiras presentes na socieda-
de atual, cujas manifestações são desdobradas no cotidiano da educação 
formal e não formal.
Vale também salientar que, no nosso caso, essas modalidades possuem 
apenas caráter didático, e que não estão apoiadas em nenhum critério 
científico.
Jogo, brinquedo e brincadeira: 
diferentes tipos
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
Tipos de jogos 
É comum na sociedade humana organizarmos, compararmos, agruparmos e 
classificarmos conhecimento, tempo, espaço, objetos, materiais, espécies e cos-
tumes entre tantas outras possibilidades. 
No caso dos jogos, brinquedos e brincadeiras não poderia ser diferente, ainda 
mais quando são utilizados na educação. De acordo com Kishimoto, os jogos de-
nominados como “educativos” “estão relacionados à presença concomitante de 
duas funções: 1 – função lúdica [...] 2 – função educativa” (1994, p. 19).
Neste capítulo pretendemos estudar outros tipos de jogos, brinquedos e brin-
cadeiras frequentemente utilizados dentro e fora da escola, com os objetivos de 
ampliar nosso conhecimento, relembrar e reconhecer a importância dos jogos tra-
dicionais, e para que possamos utilizá-los em nossa prática cotidiana agregados às 
duas funções: lúdica e educativa.
Jogo tradicional 
Jogar e brincar compõem um conjunto de atividades humanas bastante com-
plexas, variando de acordo com o tempo e com as diferentes culturas.
Para Brougère: “Para que uma atividade seja um jogo é necessário então que 
seja tomada e interpretada como tal pelos atores sociais em função da imagem 
que têm dessa atividade” (apud KISHIMOTO,1998a, p. 22).
No caso do jogo tradicional, esse tipo de atividade lúdica apresenta-se como 
manifestação cultural ligada à transmissão oral, folclore, cultura popular, as-
sumindo características de anonimato, conservação e universalidade, porque, 
apesar de suas origens serem desconhecidas, permanecem no universo infantil.
Vejamos, como exemplo, o jogo de pedrinhas ou cinco marias, que preser-
vam a mesma estrutura desde tempos remotos e que tem incorporado novos 
formatos, podendo ser adquiridos ou confeccionados em saquinhos de areia ou 
arroz.
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
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Jogo cinco marias.
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Jogo cinco marias.
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
Outro exemplo importante são as cantigas de roda. Muitas delas foram trans-
mitidas durante gerações, espontaneamente. Isso explica a força da expressão 
oral e da manifestação livre e espontânea da cultura popular, que permite a con-
vivência social e o prazer de brincar.
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Crianças brincando de roda.
O jogo tradicional está sempre em transformação, incorporando elementos 
da sociedade na qual os protagonistas o praticam. Como exemplo, temos o caso 
da amarelinha e do pião, cujas origens se perderam no tempo, mas até hoje 
fazem grande sucesso com as crianças.
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Brincando de amarelinha.
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
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Brincando de pião.
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Os jogos tradicionais acontecem livremente fora do ambiente escolar, porém, 
com a urbanização e a industrialização, os espaços públicos como a rua, as praças 
e as várzeas, antes ocupados por crianças, estão cada vez menos propícios para 
a diversão.
Segundo Kishimoto (1994), existe vasto material sobre o tema, amplamente 
utilizado por pesquisadores para melhor compreender os jogos tradicionais e 
sua aplicação na educação.
Desses pesquisadores, destacamos as obras de Florestan Fernandes (1979) 
com pesquisa sobre as brincadeiras e jogos das crianças paulistas dos anos 1940 
e Nicanor Miranda, contemporâneo de Mário de Andrade, com um livro sobre 
jogos e brincadeiras nos parques infantis no mesmo período.
Ainda sobre os jogos tradicionais, é importante ressaltar que a falta de convívio 
intergeracional fora do ambiente escolar dificulta a transmissão das brincadeiras 
e jogos. Essa situação pode ser modificada à medida que os profissionais de edu-
cação passem a dar oportunidade para que as crianças, nos ambientes escolares 
ao conviver com crianças de todas as idades, possam aprender novas brincadei-
ras, e também não deixem esmorecer a divulgação das brincadeiras e dos jogos 
tradicionais.
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
A transmissão dos jogos tradicionais deve acontecer de maneira participa-
tiva e divertida, tomando cuidado para evitar o excessivo predomínio de jogos 
orientados em detrimento da espontaneidade e autonomia das crianças na es-
colha dos jogos e brincadeiras. Esses cuidados são importantes para que a cul-
tura lúdica seja aperfeiçoada pelas próprias crianças, e não apenas pelos adultos 
que controlam seus tempos e espaços dentro das instituições.
O jogo do faz de conta 
A brincadeira ou jogo de faz de conta inicia-se por volta dos dois ou três anos 
de idade, com o aparecimento da representação e da linguagem.
Também denominado de jogo simbólico, essa atividade lúdica fica caracteri-
zada quando a criança “começa a alterar o significado dos objetos, dos eventos, a 
expressar seus sonhos e fantasias e assumir papéis presentes no contexto social” 
(KISHIMOTO, 2005, p. 39).
Na brincadeira de faz de conta, o imaginário infantil é concretizado na ex-
pressão da criatividade dos protagonistas do ato lúdico e na transformação de 
materiais disponíveis na natureza e no cotidiano social.
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Crianças brincando de cozinhar.
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
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Piaget (1978), Vygotsky (1988), Wallon (1966) e Bruner (1997) são alguns dos 
estudiosos que evidenciam a importância do jogo simbólico em seus estudos.
Jean Piaget, ao estudar o desenvolvimento infantil, ressalta seu interesse na 
contribuição da atividade lúdica para o desenvolvimento da criança. Para ele, o 
jogo, ou atividade lúdica, é fundamentalno desenvolvimento cognitivo do ser 
humano. 
Na opinião de Piaget, o jogo começa quando a criança deixa de realizar uma 
atividade pelo simples prazer de fazer e passa a realizá-la com um sentido, ou 
seja, joga simbolicamente. Assim, pelo faz de conta existe a possibilidade de 
usar um objeto como símbolo de outra coisa, inicialmente pela imitação, depois 
como elemento de representação de algo que está ausente. 
Piaget procura explicar o jogo pela estrutura do pensamento e do desenvol-
vimento da criança, conferindo-lhe valor na evolução cognitiva da criança. Para 
ele, o jogo simbólico é inicialmente solitário e individualizado, sendo usado pela 
criança para satisfazer seus desejos, podendo tornar-se coletivo conforme a oca-
sião e a presença de outros participantes.
Vygotsky, por sua vez, acredita que o jogo é o elemento que impulsiona o 
desenvolvimento da criança. Pontua dois elementos importantes na brincadeira 
infantil: a situação imaginária e as regras. Para o autor, nos primeiros anos de 
vida, a brincadeira é a atividade predominante e tem a função de criar zonas de 
desenvolvimento proximal. 
Segundo Kishimoto (2005, p. 60) “Para Vygotsky (1984), o que define o brincar 
é a situação imaginária criada pela criança”. Por exemplo, quando uma criança 
deseja satisfazer o desejo de ocupar o papel de sua mãe, ela cria conscientemen-
te esse mundo ilusório para realizá-lo.
Essa capacidade tem início por volta dos três anos e na medida em que ela 
consegue diferenciar o real do imaginário, ou seja, a criança cria situações ima-
ginárias, agregando elementos do contexto sociocultural ao qual ela pertence 
e participa, situação que não acontece nos primeiros anos de vida. Ainda, para 
Vygotsky, a simbolização com a utilização de objetos é condição para que acon-
teça o jogo de papéis que ocorre por volta da idade pré-escolar.
Outro destaque a ser feito sobre o pensamento de Vygotsky está na conside-
ração de que toda situação imaginária resulta da interação social das crianças 
nos contextos sociais nos quais estejam inseridas, seja em casa ou em institui-
ções educacionais.
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
Wallon, tanto quanto Piaget consideram a imitação do real presente nas brin-
cadeiras, das crianças pequenas, e por consequência fonte do aparecimento da 
representação mental. 
Segundo Kishimoto (1994, p. 41), “para Wallon a atividade lúdica é uma forma 
de exploração, de infração da situação presente”, com um fim em si mesma.
Os três autores entendem a imitação de situações reais como a origem da re-
presentação mental e, por consequência, o aparecimento do jogo infantil (KISHI-
MOTO, 1994). 
Bruner, por sua vez, entende que é na interação mãe-bebê que são criados os 
significados que colaborarão para a aquisição da linguagem. Para esse autor, a me-
diação do adulto durante o jogo, permite à criança a aquisição de um sistema de 
signos importantes para sua inserção social e resolução de problemas. 
A situação lúdica, para Bruner, permite descontração, segurança emocional e 
ausência de tensão que favorecem condições de aprendizagem e aquisição de 
linguagem (KISHIMOTO 1998a).
Interação entre mãe e filho.
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Para nós, educadores, a lição que fica é a da importância da inclusão de opor-
tunidades para que as crianças pratiquem o jogo simbólico, ou seja, é possibilitar 
o usufruto de espaços com diversidade de materiais, para utilizá-los para imitar, 
simular e recriar situações do cotidiano. Essa atitude por parte dos educadores au-
xilia no desenvolvimento da linguagem e garante o desenvolvimento da criança. 
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
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Jogo de construção 
Os jogos de construção têm sua origem nos dons de Froebel e destina-se ao 
livre manuseio e combinação de pequenas peças para a composição do mundo 
imaginário da criança.
Dons de Froebel.
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Os jogos de construção possibilitam enriquecer a experiência sensorial e a 
criatividade, desenvolvem habilidades cognitivas e de manipulação.
O pesquisador russo Venguer (1988, p. 251-281) dá uma série de exemplos mostrando a 
evolução dos jogos de construção elaborados pelas crianças. Comenta que, nesse processo, a 
criança desenvolve capacidades de medir, imaginar, planejar suas ações e compreender tarefas 
colocadas pelo adulto. (KISHIMOTO, 1998a, p. 31)
A capacidade de construção da criança vai sendo aprimorada, diferenciando-
-se da capacidade de empilhar blocos, que ocorre antes dos três anos de idade. A 
ideia da construção já exige o entendimento da junção de várias peças que pode 
ser feito inicialmente pela imitação, com o auxílio de um adulto, para posterior-
mente chegar à criação.
Esse tipo de jogo é muito utilizado nas instituições educacionais. Existem 
muitos e diferentes conjuntos de jogos de construção; eles podem oferecer en-
caixes ou não. Cabe aos profissionais, antes de oferecerem às crianças, manu-
searem as peças para verificar as possibilidades de construção, os encaixes, a 
qualidade e a quantidade de peças relacionando essa experiência prática à faixa 
etária e ao interesse das crianças com as quais trabalha.
Outro ponto a ser salientado está no fato do jogo de construção estar intima-
mente ligado ao jogo de faz de conta, ou seja, para compreender a importância 
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
das construções, é necessário considerar a inter-relação entre a linguagem e a 
ação da criança que materializam os temas encontrados no mundo real.
Modelo de jogo de construção.
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Modelo de jogo de construção.
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Modelo de jogo de construção.
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
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Jogo de regras 
Piaget considera um marco no desenvolvimento da criança o jogo com regras, 
ou seja, a transição da atividade individual para a socialização. Para esse teórico, 
essa transição ocorre entre os quatro e sete anos e predomina no período de 
sete a onze anos.
Outro destaque importante é a distinção de dois tipos de regras: as que são 
construídas pelos próprios jogadores e as que são impostas por quem está fora 
do jogo, por outros atores.
Por meio do jogo, a criança internaliza regras e encontra soluções para os 
conflitos que lhe são impostos na vida real. A criança tende a imitar a realidade 
no seu faz de conta, atuando num nível superior ao que se encontra.
Para Vygotsky, os jogos são condutas que imitam a realidade e não apenas 
ações sobre os objetos e seus usos de acordo com o contexto cultural onde a 
criança está inserida. Dessa forma, além da situação imaginária, existem as 
regras, ou como nos diz Kishimoto (1994, p. 43): 
Em uma ponta encontra-se o jogo de papéis com regras implícitas e, em outra, o jogo de regras 
com regras explícitas. Por exemplo, a criança imita um motorista de trem que vai de um lugar 
ao outro, mudando o roteiro conforme suas regras implícitas. No jogo de futebol, as regras são 
explícitas, mas a situação varia conforme a estratégia adotada pelos participantes. 
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Modelo de jogo de regras.
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
Modelo de jogo de regras.
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Segundo Kishimoto (1994, p. 45), “Bruner demonstra que a brincadeira do 
bebê em parceria com a mãe auxilia a aquisição da linguagem, a compreensão 
de regras e colabora com seu desenvolvimento cognitivo”.
Para esse estudioso, a açãocomunicativa existente entre mãe e filho contribuirá 
para que a criança dê significado aos gestos, descubra regras, adquira linguagem.
Cada estudioso, a seu modo, procura explicar a importância do jogo no de-
senvolvimento do ser humano, oferecendo subsídios para que os profissionais 
que atuam nas instituições de ensino compreendam que as regras devem ser 
construídas em conjunto com as crianças, e não simplesmente impostas. Afinal, 
criar e respeitar as regras também faz parte do jogo.
Jogo cooperativo 
O jogo cooperativo corresponde a uma nova modalidade de jogo que surgiu 
da necessidade de redução da quantidade dos jogos competitivos nas aulas de 
educação física e que reforçam a ideia equivocada de que o aluno precisa apren-
der a competir para sobreviver às adversidades sociais, políticas e econômicas 
da vida lutando contra seus pares (CORREIA, 2006a).
Muitos profissionais de educação física compartilham dessa ideia, e inspirados 
por Terry Orlick – professor, Ph.D. em psicologia do esporte e atividade física da Uni-
versidade de Alberta, no Canadá – utilizam em suas aulas jogos baseados em ativi-
dades que procuram evitar violência física e psicológica e enfatizar a diversão.
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
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Esse tipo de modalidade utiliza-se de jogos visando estimular a participação 
dos alunos e a cooperação intragrupal entre as equipes, pretendendo transfor-
mar a competição em cooperação, a fim de que as equipes envolvidas possam 
alcançar um objetivo comum.
Nesse tipo de jogo, o participante aprende a se colocar no lugar do outro, 
priorizando sempre os interesses coletivos. O importante não é ganhar ou 
perder, mas sim participar, aperfeiçoar-se, reforçar a confiança em si e no outro, 
aceitando-o como ele é. Acreditamos que essa modalidade deve ser incentivada 
principalmente nesses tempos conturbados pela competição e conflito.
Modelo de jogo cooperativo.
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Modelo de jogo cooperativo.
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
Texto complementar
Jogos e brincadeiras tradicionais: 
um passeio pela história 
(BERNARDES, 2009)
Resumo
Grande parte dos jogos e brincadeiras tradicionais que encantam e fazem 
parte do cotidiano de várias gerações de crianças está desaparecendo na 
atualidade devido às transformações do ambiente urbano, da influência da 
televisão e dos jogos eletrônicos. Pesquisas atuais mostram a importância 
de resgatar os jogos tradicionais na educação e socialização da infância, pois 
brincando e jogando a criança estabelece vínculos sociais, ajusta-se ao grupo 
e aceita a participação de outras crianças com os mesmos direitos. Obede-
ce às regras traçadas pelo grupo, como também propõe suas modificações. 
Aprende a ganhar, mas também a perder. Na experiência lúdica, a criança, 
assim como o adulto, cultiva a fantasia, vivencia a amizade e a solidariedade, 
traços fundamentais para se desenvolver uma “cultura solidária” na socieda-
de brasileira atual [...] 
Para identificar e caracterizar as brincadeiras tradicionais infantis recorre-
mos a autores como Cascudo, Gilberto Freyre, Jean Château, Michel Manson, 
João Amado, Florestan Fernandes, Kishimoto e outros. Estes autores eviden-
ciam a importância do universo lúdico para o desenvolvimento infantil, pois 
eles foram e continuam a ser uma verdadeira “introdução ao mundo”.
Os jogos tradicionais infantis são provenientes de rudimentos de roman-
ces, contos, rituais religiosos e místicos abandonados pelo mundo adulto. 
Anonimato, oralidade, tradição, conservação, mudança e universalidade são 
características desses jogos. Canções de roda, advinhas, parlendas, histórias 
de fadas, bruxas, lobisomens, e jogos de bolinhas de gude, pião, amarelinha, 
pedrinhas (saquinhos), a pipa, entre outros, foram divulgadas pelos coloni-
zadores portugueses quando vieram para o Brasil. 
A pipa ou o papagaio trazido pelos portugueses no século XVI tem origem 
nos povos orientais. Segundo a enciclopédia chinesa Khe-Tchi-King-Youen, a 
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
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pipa foi inventada no ano 206 a.C., pelo general chinês Hau-sin, com finali-
dade de estratégias militares, servindo de comunicação entre os soldados 
para enviar notícias a locais sitiados ou pedidos de ajuda. A miscigenação 
índio-branco-negro e a falta de documentação sobre os jogos dos meninos 
negros no período colonial dificultam a especificação da influência africana 
no folclore infantil. Entretanto, pela linguagem oral que a mãe preta trans-
mitiu para as crianças o conto, as lendas, os mitos, as histórias de sua terra.
Na época da escravidão era costume do menino branco receber um ou mais 
moleques negros como companheiros de brincadeira que lhe serviam como 
cavalo de montaria, burros de liteira, de carro de cavalo, em que um barban-
te serve de rédea, um galho de goiabeira de chicote. 
Os sinhozinhos reproduziam nas brincadeiras as relações de dominação. 
As meninas, ao brincarem os jogos de faz de conta, reproduziam a vida do 
engenho, onde as meninas negras eram tratadas como servas pela sinhazi-
nha. Entretanto, longe do controle dos adultos essa relação se invertia, parti-
cularmente, nas brincadeiras de pião, papagaio, matar passarinhos, subir em 
árvores, a liderança era dos moleques negros, prevalecendo as habilidades 
do jogador. 
Da tradição indígena ficaram as brincadeiras de barbantes, atualmente 
conhecidas como cama de gato e o gosto pelos jogos e brinquedos imitando 
animais. Podemos perceber que, apesar da convivência de diferentes raças 
a influência portuguesa foi preponderante nas brincadeiras e jogos infantis 
das crianças brasileiras.
Para acessar o conteúdo completo siga para o site e bom estudo: <www.
faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/47ElizabethBernardes.pdf>.
Dicas de estudo 
Nos sites a seguir podemos verificar o uso dos jogos cooperativos na práti-
ca, quais suas aplicações e objetivos. Nesses sites poderemos conhecer também 
alguns brinquedos e materiais que certamente servirão de inspiração para a 
adoção dos jogos cooperativos nas nossas atividades cotidianas.
Jogos cooperativos: 
<www.febem.sp.gov.br/site/noticias.php?cod=237>.
<www.kriyacooperacao.com.br/paginas/kit/kit.html>. 
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
Atividades 
 1. Quais são as características dos jogos tradicionais e por que é importante 
utilizá-los no cotidiano das instituições educacionais? 
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
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 2. Discorra brevemente sobre cada um dos tipos de jogos.
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
 3. Qual a relação pedagógica que se pode fazer entre os diferentes tipos de 
jogos?
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
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Referências 
BERNARDES, Elizabeth Lannes. Jogos e Brincadeiras Tradicionais: um pas-
seio pela história. Disponível em: <www.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arqui- 
vos/47ElizabethBernardes.pdf>. Acesso em: out. 2009.
BROUGÈRE, G. Brinquedo e Cultura. São Paulo: Cortez, 1995.
BRUNER, J. Atos de Significação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 
CARNEIRO, M. A. B. Brinquedos e Brincadeiras: formando ludoeducadores. São 
Paulo: Articulação Universitária, 2003.
CORIA-SABINI, M. A; LUCENA, R. F. Jogos e Brincadeirasna Educação Infantil. 
Campinas: Papirus, 2008. 
CORREIA, M. M. Trabalhando com Jogos Cooperativos: em busca de novos pa-
radigmas na educação física. Campinas: Papirus, 2006a. 
______. Jogos cooperativos: perspectivas, possibilidades e desafios na educação 
física escolar. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Campinas, v. 27, n. 2, 
p. 149-164. 2006b. 
FERNANDES, F. Folclore e Mudança na Cidade de São Paulo. Petrópolis: Vozes, 
1979.
FRIEDMANN, A et al. O Direito de Brincar: a brinquedoteca. 4. ed. São Paulo: 
Sociais: Abrinq, 1998.
GALVÃO, I. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 
São Paulo: Vozes, 1995.
KISHIMOTO, T. M. Jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneira, 1994.
______. O Brincar e suas Teorias. São Paulo: Pioneira, 1998a.
______. O Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 8. ed. São Paulo: Cortez, 
2005.
PIAGET, J. A Epistemologia Genética: sabedoria e ilusões da filosofia; proble-
mas de psicologia genética. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
VYGOTSKY, L. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1988. 
WALLON, H. Do Acto ao Pensamento. Lisboa: Portugália, 1966.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
Gabarito 
 1. Esse tipo de atividade lúdica apresenta-se como manifestação cultural liga-
da à transmissão oral, folclore, cultura popular, assumindo características 
de anonimato, conservação e universalidade, cujas origens, apesar de se-
rem desconhecidas, permanecem no universo infantil. Os jogos tradicionais 
acontecem livremente fora do ambiente escolar, fazendo parte da cultura da 
infância.
 A importância em utilizá-los dentro da instituição escolar reside na supera-
ção de problemas como a urbanização, a industrialização, a falta de espaços 
públicos como a rua, as praças e as várzeas, em condições de segurança e 
acessibilidade para serem ocupados por crianças.
 Se os educadores não abrirem esses espaços, a falta de convívio intergera-
cional fora do ambiente escolar dificulta a transmissão das brincadeiras e jo-
gos e, por consequência, a aprendizagem e a atualização das brincadeiras.
2. Jogos tradicionais: manifestação cultural ligada à transmissão oral, folclo- �
re, cultura popular, assumindo características de anonimato, conservação 
e universalidade, cujas origens, apesar de serem desconhecidas, perma-
necem no universo infantil
 � Jogo simbólico ou de faz de conta: na brincadeira de faz de conta, o imagi-
nário infantil é concretizado na transformação de materiais disponíveis na 
natureza, para a imitação do cotidiano social, na expressão da criatividade 
dos protagonistas do ato lúdico.
 � Jogos de construção: os jogos de construção têm sua origem nos dons 
de Froebel, e destinam-se ao livre manuseio e combinação de pequenas 
peças para a composição do mundo imaginário da criança.
 � Jogos de regras: por meio do jogo a criança internaliza regras que são 
construídas por ela ou por seus parceiros jogadores. Nesse tipo de jogo a 
criança encontra soluções para os conflitos que lhe são impostos na vida 
real. 
 � Jogos cooperativos: os jogos cooperativos correspondem a uma nova mo-
dalidade de jogo que surgiu da necessidade de redução da quantidade 
dos jogos competitivos nas aulas de educação física e que reforçam a ideia 
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Jogo, brinquedo e brincadeira: diferentes tipos
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equivocada de que o aluno precisa aprender a competir para sobreviver às 
adversidades sociais, políticas e econômicas da vida lutando contra seus 
pares. São utilizados para estimular a participação dos alunos e a coopera-
ção intragrupal entre as equipes, pretendendo transformar a competição 
em cooperação a fim de que as equipes envolvidas possam alcançar um 
objetivo comum.
 3. Para o profissional de educação, essa divisão é apenas didática. Para a crian-
ça que brinca autonomamente, criando suas brincadeiras, os diferentes tipos 
de jogos podem estar integrados, ou seja, ela imita o cotidiano simbólica-
mente, criando regras individuais ou coletivamente, construindo com peças 
e materiais que dispõe, cooperativamente com seus parceiros de jogos.
 Esse é o objetivo, observar a criança brincando e participar desse momen-
to ativamente, oferecendo um ambiente com condições materiais e objetos 
que possam contribuir para que ela autônoma e criativamente construa seus 
brinquedos e brincadeiras.
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