Buscar

DIREITO PROCESSUAL CIVIL Cópia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Uma função do estado exercida pela juiz dentro do processo para solucionar um litígio entre as partes.
O estado substitui a atividade dos litigantes e no lugar deles passa a dizer o direito.
a jurisdição ainda se característica da inércia do juiz em regra deve aguardar a provocação da parte.
Presença da lide, ou seja, presença do conflito de interesses
Produção de coisa julgada, ou seja, definitivamente na solução dada.
Jurisdição Contenciosa
Atividade jurisdicional
Composição de litígios
Bilateralidade da causa
Questionam-se direitos ou obrigações de outrem
Envolve partes
Há contraditório ou possibilidade de contraditório
Há jurisdição
Há ação
Há processo
Legalidade estrita
Inter nolentes
Há coisa julgada
Há revelia
Em regra não há provas determinadas de ofício
Jurisdição voluntária
Atividade administrativa
Administração pública do direito privado
Unilateralidade da causa
Não se questionam direitos ou obrigações de outrem
Envolve apenas interesssados
Não há contraditório
Não há jurisdição
Não há ação
Não há processo mas, apenas uma medida administrativa
Não há obrigatoriedade de legalidade estrita
Inter volentes
Não há coisa julgada
Não há revelia
Qualquer prova pode ser determinada de ofício 
COMPETÊNCIA
É a delimitação da jurisdição ou a demarcação da area dentro da qual cada juiz vai dizer o direito.
Determinação de competência
Escola de Chiovenda
* Competência pelo critério objetivo;
* Competência pelo critério territorial;
* E pelo critério funcional que se subdivide em : razão da matéria, em razão das pessoas e em razão do valor da causa.
EM RAZÃO DA MATERIA baseia-se no assunto; um acidente de trabalho, por exemplo, será de competência da Vara de Acidente de Trabalho, onde houver essa especialização.
EM RAZÃO DA PESSOA se baseia na qualidade de certas pessoas. Se a União, por exemplo, for autora, ré ou interveniente, a competência será a do foro Capital do Estado ou do Território.
EM RAZÃO DO VALOR DA CAUSA é a estabelecida pelo critério econômico.
CRITERIO TERRITORIAL se fixa pelo domicilio das partes, pela situação das coisas ou pelo lugar de certos fatos.
CRITERIO FUNCIONAL é organizado pelas leis de organização judiciária, que é a partir da CF, distribuem as atribuições do juize, como a substituição entre os mesmos, devido a férias, ou a determinação do tribunal que apreciará a causa se houver recurso.
COMPETENCIA ABSOLUTA
É absoluta quando fixada em razão da matéria, em razão da pessoa ou pelo critério funcional.
 A incompetência absoluta DEVE ser declarada de ofício e pode ser alegada em qualquer tempo e grão de jurisdição, independentemente de exceção.
A incompetência absoluta em regra é argüida como PRELIMINAR DE CONTESTAÇÃO. 
Declarada a incompetência absoluta, os atos decisórios serão NULOS, remetendo ao juízo competente.
COMPETENCIA RELATIVA
Quando fixada em razão do território e em razão do valor.
Cabe ao réu argüir incompetência relativa por meio de exceção.
Se não o fizer dar-se-á a prorrogação da competência e o juiz que era incompetente passa a ser competente.
O juiz não pode declarar incompetência relativa de ofício, exige iniciativa da parte.
A exceção é um incidente processado em separado, que serve para a imcopetencia do juiz, bem como o impedimento e a suspeição.(304)
CONEXÃO E CONTINENCIA
A competência relativa poderá ser modificada pela conexão ou pela continência, para que certas ações propostas em separado sejam reunidas e decididas ao mesmo tempo. Dá-se a reunião por 2 motivos: economia processual e preocupação em evitar sentenças contraditórias.
Duas ou mais ações são CONEXAS quando tiverem em comum o objeto ( é o que o autor pede) ou a causa de pedir ( é o fundamento de fato e de direito da demanda)
A CONTINENCIA é uma espécie de conexão. Ocorre quando as partes ou a causa de pedir são idênticas, mas o objeto de uma ação por ser mais ampla abrange os das outras. (art.104)
Conexão e continência produzem o mesmo efeito: a reunião das ações análogas propostas em separado.
PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇAO
No momento em que se decide a competência da ação, ela não será alterada, mesmo que as partes mudem seus domicílios para outra comarca. Salvo na supressão do órgão judiciário ou de fato que modifique a competência em razão da matéria ou da hierarquia.
Fases do procedimento comum ordinário
· Fase postulatória (vai da inicial até a resposta do réu)
· Fase de saneamento (exame especial de regularidade do processo)
· Fase de conciliatória (audiência preliminar)
· Fase instrutória ( audiência de instrução e julgamento e a produção de provas)
· Fase decisória ( sentença )
PETIÇÃO INICIAL
Subscrita por advogado
Contem o pedido do autor e os fundamentos jurídicos do pedido
Art.282
Deve ser redigida de maneira lógica e compreenssivel
O juiz poderá indicar que o autor CORRIJA ou COMPLETE a petição inicial(284)
Poderá também indeferi-la :
Pela falta de correção ou complementação
Inépcia (considera-se inépcia pela falta CLAREZA:
· De pedido ou causa de pedir
· Da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão
· O pedido for juridicamente impossível
· Contiver pedidos incompatíveis entre si )
Falta de documento indispensável
Falta de condição da ação
Ocorrência de decadência deve ser decretada de oficio pelo juiz ou prescrição não pode ser declarada de oficio pelo juiz, salvo se favorecer absolutamente incapaz
Depois da citação não pode mais o autor modificar o pedido ou a causa de pedir sem consentimento do réu.
CITAÇÃO
Não sendo contestadas a ação se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros os fatos articulados pelo autor
O comparecimento espontâneo do réu supre a falta ou nulidade da citação (214)
Formas de citação: citação pelo correio, oficial de justiça, por edital, por precatória, por rogatória.
A falta ou nulidade da citação é um defeito que não se apaga NUNCA (não suprida pelo comparecimento espontâneo do réu) nem pelo Trânsito em Julgado da sentença, nem pelo término do prazo da ação rescisória.
Este defeito pode ser alegada a qualquer momento, até em execução(741, I, do CPC)
RESPOSTA DO RÉU
Citado terá o réu 15 dias para apresentar a sua resposta (297)
Citação pessoal ou com hora certa o prazo só começa a correr depois da juntado aos autos do mandado cumprido ou da precatória (241,II,IV)
Se forem vários réus esse prazo só começara a correr depois da juntada dos autos do ultimo mandado cumprido. E será em dobro (30 dias)caso tenha procuradores diferentes (191)
Não se deve confundir o inicio do prazo com o início da contagem do prazo
A resposta do réu : contestação, reconvenção ou reconhecimento do pedido e exceção.
A ausência de contestação acarreta revelia.
Espécies de defesa
A defesa do réu pode ser contra o mérito(matéria de fato e de direito ) ou contra o processo:
Defesa processual direta OBJEÇÃO = pressupostos processuais ou de condições da ação, por exemplo, incompetência absoluta ;
Defesa processual indireta EXCEÇÃO = refere-se a incompetência relativa, bem como impedimento ou suspeição.
(há controvérsias contra os autores sobre esse tema)
CONTESTAÇÃO
Na contestação o réu deve impugnar especificamente cada um dos fatos narrados na petição inicial, pois presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo a confissão, instrumento público e ou se estiverem em contradição com a defesa.
O advogado dativo
O curado especial 
O representante do MP 
não se aplica a regra do ônus da impugnação especifica ( podem contestar de forma genérica )
as preliminares ( objeção )devem ser apresentadas antes de atacar o mérito da questão. Elas se referem aos pressupostos processuais e às condições da ação ( inexistência ou nulidade da citação, incompetência absoluta, inépcia da petição inicial, etc) art. 301 e 267, IV, IX, X, XI.
Se o réu levantar alguma preliminar ou algumfato impeditivo, modificativo ou extintivo do pedido do autor será ouvido no prazo de 10 dias.
EXCEÇÃO
É o meio pelo qual as partes requerem o afastamento do juiz do juiz da causa por incompetência relativa, impedimento ou suspeição.( conforme já dito a incompetência absoluta não se argui por meio de exceção, mas por meio de preliminar de contestação ou a qualquer outro momento )
Prazo para apresentar a exceção é de 15 dias da citação (297)
A exceção deve ser formulada em peça autônoma, vez que é processado separado.
Art. 134 e 135 SUSPEIÇAÕ E IMPEDIMENTO
O impedimento pode ser reconhecido de ofício pelo Tribunal
A suspeição fica superada se não for alegada em tempo 
A suspeição necessita de provocação da parte
O impedimento não sofre preclusão podendo ser declarado a qualquer momento.
Mas a principal diferença entre suspeição e impedimento está em que a sentença Transitada em Julgado pode ser RESCINDIDA se o juiz estava impedido (485, II, CPC)
O impedimento também pode ser de um advogado, quando no processo já tiver funcionando um juiz que seja seu parente ( aplica-se também impedimento e suspeição aos órgãos do MP, aos serventuários de justiça, ao perito, assistente técnico e ao interprete)
RECONVENÇÃO
É uma ação incidente em que o autor pode mover contra o réu, dentro do mesmo processo
A reconvenção deve ser apresentada em peça autônoma ao mesmo tempo simultaneamente a contestação (arts. 297 e 299 do CPC)
O réu ao se apresentar a reconvenção , adquire o nome de RECOVINTE e o autor RECONVINDO. O reconvindo(autor) não é citado mas intimado, na pessoa do seu procurador, para contestar no prazo de 15 dias.(316)a reconvenção é julgada juntamente com a ação, na mesma sentença.(318)
Do indeferimento liminar da reconvenção cabe agravo, vez que se trata de decisão interlocutória, que não poe termo ao processo .
REVELIA
É a situação do réu que não contesta a ação.
Três são os efeitos da revelia:
são presumidos verdadeiros os fatos afirmados pelo autor (confissão ficta) é relativo (ex. a revelia não autoriza que o juiz conceda uma indenização superior ao valor real da coisa danificada ) art. 319.
contra o revel os prazos correm independentemente de intimação. Pode ele intervir depois no processo, porém, no estado em que ele se encontra. (322)
dá-se o julgamento antecipado da lide, se for o caso, quando o réu não contesta a ação (330, II)
Em certos casos a revelia não produz nenhum efeito. Exemplos:
no litisconsórcio passivo, quando algum dos réus contestar a ação
se o litígio versar sobre direitos indisponíveis (alimentação, nome...)
se autor deixar de juntar documento indispensável (320)
ou se o aviso dos efeitos da revelia não constar no mandado de citação(285)
também não sofre os efeitos da revelia o RÉU PRESO e o revel CITADO POR EDITAL ou COM HORA CERTA, pois nesses casos a procuração será oferecida por procurador especial. ( art.9, II do CPC)
no procedimento sumário a revelia se dá na audiência de conciliação. Ocasião em que é nomeado um curador especial para o revel citado por edital ou com hora certa. Neste caso a audiência deve ser adiada , designando-se nova data.
JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO
ART.328 ( tem o sentido de determinar um rumo )o juiz deverá tomar um dos caminhos:
1. extinguir o processo com ou sem julgamento do mérito
2. julgar antecipadamente a lide ou
3. designar audiência preliminar ou de conciliação
1. Extinção do processo
As hipóteses do 267 e 329:
indeferimento da petição inicial
falta de pressupostos processuais ou de condições da ação
abandono da causa
litispendência
coisa julgada
perempção
quando o autor desistir da ação
etc.
Também julgará o processo , porém,
Com resolução do mérito se houver
reconhecimento do pedido ,
transação,
decadência,
Prescrição
ou renúncia
2. Julgamento antecipado da lide
Se achar que o processo está maduro para tanto ou se tiver ocorrido a revelia o juiz conhecerá o pedido, proferindo sentença desde logo. Considera que o processo está maduro para um julgamento antecipado quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova.
3. Audiência preliminar ou de conciliação
 Versando causas sobre direitos que admitam transação, o juiz designará audiência preliminar (331). E se obtida a conciliação, é a mesma homologada, extinguindo-se o processo.
Não obtida a conciliação o juiz dará a decisão de saneamento, decidindo sobre preliminares e admissão das provas, designando audiência e instrução de julgamento, se necessário 
FASE DE INSTRUÇÃO
A fase instrutória compreende a realização das provas e da audiência de instrução e de julgamento.
Poder de instrução 
O juiz pode determinar de ofício a realização das provas, necessárias ao processo. O juiz não pode tomar a iniciativa de realizar provas que não foram requeridas a tempo (na jurisdição voluntária o juiz poderá investigar livremente os fatos e ordenar de oficio a realização de quaisquer provas).
VALORAÇÃO DA PROVA
A decisão do processo baseia-se no que está nos autos.
Princípio da persuasão racional ou do livre convencimento fundamentado.
O juiz pode decidir livremente conforme a razão do seu convencimento, mas deve indicar as razoes de sua convicção.
A prova incube aquele que o alegou. (ônus da prova)
Não dependem de prova :
os fatos notórios
os fatos confessados
os fatos não impugnados especificadamente
e os que gozem de presunção legal de existência ou de veracidade
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO DE JULGAMENTO
Audiência é una e continua, não sendo possível realizar em um único dia o juiz marcará para o dia seguinte.
DESENVOLVIMENTO DA AUDIÊNCIA
Abertura, com pregão das partes e seus respectivos advogados
↓
Tentativa de conciliação
↓
Esclarecimento do perito e dos assistentes técnicos
↓
Depoimentos pessoais do autor e do réu
↓
Inquirição das testemunhas
↓
Debates
↓
Sentença, desde logo ou em 10 dias
Depoimento pessoal
Consiste no interrogatório da parte, pelo juiz, sobre os fatos da causa.
Pode ser determinado de ofício ou a requerimento da parte .
 O não comparecimento ou a recusa da parte em depor implica em confissão.
No depoimento pessoal o juiz e o advogado da parte é que podem formular perguntas, estas serão dirigidas ao juiz que formulará a parte.
Confissão ficta é a confissão presumida por lei, como ocorre na revelia (319)e na falta de impugnação especifica do fato (302)
Prova documental
Documentos indispensáveis são os que servem de base para o pedido, como a certidão de casamento na ação de separação judicial ou o titulo executivo na ação de execução.
A falta de um documento indispensável pode acarretar indeferimento da inicial(284 e 295)
Em regra, os documentos devem ser juntados pelo autor na inicial e pelo réu na resposta, salvo, exceções expressamente contidas em lei.
Sentença
A sentença compõe três partes :
relatório : é um resumo do processo
fundamentação : é uma análise do fatos e do direito aplicável, também pode, o juiz, resolver questões preliminares e prejudiciais.
dispositivo : é a conclusão em que o juiz enfatiza sua decisão.
Será NULA se não comportar essas três partes.
A sentença não pode decidir além do que foi pedido (ultra petita), nem menos (infra ou citra petita ) e nem fora da questão proposta (extra petita).
Depois de proferida a sentença o juiz não pode alterá-la, salvo no caso de inexatidões materiais ou erro de cálculo. (também poderá haver alteração no caso de embargos de declaração)
A sentença pode ser terminativa ou definitiva.
A terminativa extingui-se o processo sem resolução do mérito, já a definitiva com resolução do mérito. 
As sentenças definitivas ou de mérito podem ser DECLARATÓRIAS ( decidem sobre a autenticidade do documento ou sobre a existência de relação jurídica. Ex. declaração da incidência ou não incidência do tributo)
CONDENATÓRIAS( além de declarar um direitoimpõe a elas uma obrigação. Ex. condenação ao pagamento por perdas e danos)
OU CONSTITUTIVAS ( além de declarar o direito, criam, modificam ou extinguem um relação jurídica. Ex. como uma renovatória de aluguel ou no divórcio)
 COISA JULGADA
É a qualidade que a sentença adquire de ser imutável, depois que ela não couber mais recurso.
Coisa Julgada Formal é a imutabilidade da sentença dentro do processo em que ela foi proferida 
Coisa Julgada Material é o impedimento de ser a lide novamente discutida em outro processo ( ou no mesmo) por estar a questão definitivamente julgada.
RECURSOS
NO PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO
1. apelação
2. agravo retido
3. agravo de instrumento
4. embargos de declaração
5. embargos de alçada
1. Apelação
Cabe a apelação da sentença
Prazo de 15 dias (508)
Efeito devolutivo da apelação é o reexame do tribunal da matéria impugnada.
Efeito suspensivo da apelação a circunstancia de não poder praticar mais nenhum ato na primeira instancia, no aguardo da decisão superior.
Interposta a apelação, o recorrente comprovará : o PREPARO, PORTE DE REMESSA E DE RETORNO sob pena de serem considerados DESERTOS, isto é abandonados, insubsistentes.
Atos Processuais:
Preliminarmente, é necessário fazer uma distinção entre a classificação de fatos jurídicos e não jurídicos; fatos e atos jurídicos.
Fatos são quaisquer acontecimentos do mundo exterior, logo, fatos não jurídicos são acontecimentos do mundo exterior juridicamente irrelevantes, que não interessam ao Direito; enquanto fatos jurídicos são aqueles que produzem consequências jurídicas relevantes.
Os fatos jurídicos estão subdivididos em fatos jurídicos “stricto sensu” (quando não há uma conduta humana), e em atos jurídicos (quando há uma conduta humana dirigida na realização daquele ato).
Os atos jurídicos, por sua vez, estão divididos em materiais (regulado pelas leis materiais), e processuais (atos praticados em juízo).
Trataremos desses atos processuais que são definidos como “os atos que têm consequência imediata a constituição, a conservação, o desenvolvimento, a modificação ou a extinção de um processo”. Chiovenda.
Classificação dos atos processuais:
Atos do juiz:
 
Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei.
§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente.
§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários.
 
→ De 1º grau: juízes de 1ª instância.
Despachos: são atos que impulsionam o processo e incapazes de causar prejuízo, uma vez que “toca o processo pra frente”. Se tiver potencialidade de causar prejuízo, é decisão.
Sentenças:
Obs: em um processo há a discussão em torno de uma questão, nessa questão há um ponto controvertido (Carnelucci), esse ponto controvertido nada mais é que a alegação da parte promovente, por exemplo, é credora de determinado valor e a contestação da parte promovida de que aquela alegação não corresponde à realidade dos fatos, ou seja, que não dívida, obrigação existente entre elas. No entanto, se a parte promovida reconhece a existência da referida dívida mas aduz que o valor é outro, há ponto incontrovertido apenas quanto ao valor, mas não mais sobre a existência ou não da dívida. Ponto controvertido, portanto, é um ponto alegado e contestado na lide.
Diversas são as decisões dentro do processo, porém, nem todas dizem respeito ao mérito do processo, são várias as questões paralelas ou incidentais.
O mérito do processo diz respeito ao pedido feito na inicial.
Por isso afirmamos que as sentenças estão ligadas ao mérito do processo. Enquanto as decisões interlocutórias não adentram no mérito do processo, mas apenas em questões incidentais a ele.
A sentença é chamada definitiva quando há decisão com resolução de mérito, julgando procedente ou improcedente a ação. Faz coisa julgada formal e material
 Art. 269. Haverá resolução de mérito:
I – quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;
II – quando o réu reconhecer a procedência do pedido;
III – quando as partes transigirem;
IV – quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição;
V – quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.
A sentença será terminativa quando não houver resolução do mérito. Algo impede o julgamento da demanda.
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
I – quando o juiz indeferir a petição inicial;
Il – quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III – quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV – quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V – quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
(…)
→ De 2º Grau/De instâncias superiores:
Acórdão é toda decisão de colegiado (não precisa de unanimidade).
Decisões monocráticas: decisão de um único membro de órgão colegiado em casos excepcionais, como de urgência, férias, etc.
 
Reputa-se importante citar a classificação que a doutrina atribui aos atos do juiz, em abreviada síntese, citando Alexandre Câmara, os atos do juiz podem ser provimentos (ou pronunciamentos) e atos reais (ou materiais):
“Denomina-se provimento aos atos pelos quais o juiz se manifesta no processo, os seus pronunciamentos. São de três tipos: sentença, decisão interlocutória e despacho.
Sentença é ato pelo qual o juiz põe fim ao seu ofício de julgar, resolvendo ou não o mérito da causa. Decisão interlocutória é ato pelo qual, no curso do processo, o juiz resolve questão incidente (art. 162, §2º, CPC), como o provimento que decide a exceção de incompetência ou a impugnação ao valor da causa. Por fim, despachos são os provimentos judiciais destituídos de qualquer conteúdo decisório, como o ato que determina a remessa dos autos ao contador judicial, ou o que abre vista às partes para se manifestarem sobre o laudo pericial”.
→ Atos dos auxiliares da justiça: “os atos dos auxiliares da justiça podem ser de movimentação (como o termo de abertura de vista e o termo de conclusão), de documentação (como a certidão e o termo de juntada) e de execução (como a citação e a perícia)”. Alexandre Câmara.
Obs: ver o § 4º do art. 162 do CPC.
→ Atos das partes: “são chamados atos das partes os que dão vida à situação jurídica processual, quer dizer, os que criam, modificam ou extinguem a perspectivas, possibilidades e conseqüências processuais, ou a liberação destas. Os atos das partes são atos jurídicos, isto é, de transcendência jurídica”. James Goldschmidt.
Atos postulatórios: são os requerimentos, os pedidos direcionados ao juiz. “são os que têm por finalidade uma resolução judicial de determinado conteúdo, mediante influências psíquicas exercidas sobre o juiz”. James Goldschmidt. Pedido é o mérito da causa, requerimento é concernente a um aspecto processual, ou seja, a citação do demandado pra integrar a relação processual.
Atos instrutórios: deve-se ligar à ideia de provas. Logo, são atos praticados pelas partes para a produção e colheita de provas. “São os que tem por finalidade convencer o julgador da verdade, preparando-o para decidir. (…) reconhecendo-se duas espécies de atos instutórios: as alegações, manifestações aduzidas em defesa do interesse de um ou outra das partes, como a sustentação oral no julgamento de um recurso, os memoriais, e mesmo as alegações contidas na petição iniciale na contestação, e os atos probatórios, atos de produção de prova praticados pelas partes, como a confissão e o depoimento pessoal”. Alexandre Câmara.
Dispositivos: “são declarações de vontade destinadas a dispor da tutela jurisdicional. Podem ser unilaterais, quando praticados por apenas uma das partes, como o reconhecimento do pedido, a renúncia à pretensão ou a desistência da ação, e concordantes, praticados por ambas as partes, como a transação e a convenção pra suspensão do processo”. Alexandre Câmara.
Atos reais: caracterizam-se pelo seu aspecto material, não sendo atos de postulação, propriamente ditos. Ex: pagamento de custas processuais.
 
Formas dos atos processuais:
ü Modos dos atos processuais: são princípios reguladores dos atos processuais.(por Alexandre Câmara)
Princípio da liberdade das formas:
Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial.
Parágrafo único. Os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar a prática e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP – Brasil
A regra geral é que os atos processuais têm forma livre, ou seja, não dependem de forma determinada, a não ser que a lei assim o determine.
“Em outras palavras, segundo esse princípio, as regra é que os atos processuais sejam “não-solenes”, não estando submetidos, em linha de princípio, a formas sacramentais, ou seja, a exigências formais para a sua validade. A solenidade é a exceção, e depende de expressa previsão legal”.
Princípio da instrumentalidade das formas: “determina este princípio que os atos processuais solenes, tendo sido praticados sem observância das formalidades impostas por lei, ainda assim serão válidos, desde que atinjam sua finalidade essencial. Valoriza-se, assim, o conteúdo do ato, em detrimento de sua forma, o que se faz mesmo nos atos solenes”.
A forma é importante, mas mais importante é o seu conteúdo. Se há exigência de forma para determinado ato e este é praticado sem observância daquela, mas atinge sua finalidade, não há que se falar em anulação desse ato.
Princípio da publicidade: “Os atos processuais são públicos, salvo aqueles que – em razão do interesse público, ou para resguardar algum interesse particular relevante – devam ser realizados em segredo de justiça. A regra, portanto, é a publicidade”.
Art. 155. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os processos:
I – em que o exigir o interesse público;
Il – que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores.
Parágrafo único. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do desquite.
Uso obrigatório do vernáculo: vernáculo é a língua nacional de cada povo. Logo, só poderá, no Brasil, ser utilizada a língua portuguesa para a prática dos atos processuais (pode ser juntado documento em língua estrangeira, mas se devidamente traduzido, bem como o depoimento de estrangeiro em outra língua). Podem ser utilizadas expressões em latim, por exemplo.
Princípio da documentação: os atos devem ser praticados por escrito ou, se oral, reduzidos a termo escrito. É possível a documentação em outra forma que não escrita, como um vídeo ou gravação.
ü Tempo dos atos processuais:
Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
§ 1o Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
§ 2o A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso Xl, da Constituição Federal.
§ 3o Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de expediente, nos termos da lei de organização judiciária local.
Como regra, esses prazos do art. 172 devem ser cumprido, mas não é absoluto, mas sim relativo, uma vez que, para evitar perecimento de direito, pode haver exceção tanto quanto ao dia como ao horário, devido a importância.
ü Lugar dos atos processuais:
 
176. Os atos processuais realizam-se de ordinário na sede do juízo. Podem, todavia, efetuar-se em outro lugar, em razão de deferência, de interesse da justiça, ou de obstáculo argüido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
 
“Quanto ao lugar dos atos processuais, este é, via de regra, a sede do juízo (art. 176 do CPC). Atos há, porém, que são praticados em lugar diverso, seja por absoluta necessidade (como fazer, por exemplo, uma perícia num imóvel senão indo ao próprio prédio?), seja por deferência (como nos casos previstos no art. 411 do CPC, em que se verifica que os ocupantes de certas funções relevantes, como a Presidência da República, são inquiridos em suas residências ou no lugar onde exercerem suas funções), seja com o fim de tornar mais efetivo o ato, permitindo que ele alcance melhores resultados (assim, por exemplo, pode-se realizar uma audiência em “ação possessória” em imóvel vizinho àquele cuja posse se controverte)”. Alexandre Câmara.
 
ü Comunicação dos atos processuais:
É uma das condições para o exercício da ampla defesa.
Nenhum documento é juntado ou retirado dos autos do processo sem conhecimento das partes.
 Citação: é, sem dúvida, o mais importante ato; feito uma única vez e ao réu (se forem 30 réus, serão 30 citações, uma para cada um).
É ato pelo qual o órgão judicial comunica a alguém sua condição de réu no processo e sua possibilidade de apresentar defesa.
O mandado de citação é uma ordem expedida pelo juiz que deve constar: a) nome do juízo; b) nome do réu (o citando, enquanto não for citado não é réu); c) informações sobre o caso (tipo de ação, quem é o autor…); d) cópia da inicial.
Art. 225. O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter
 I – os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências;
II – o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis;
III – a cominação, se houver;
IV – o dia, hora e lugar do comparecimento;
V – a cópia do despacho;
VI – o prazo para defesa;
VII – a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz.
Parágrafo único. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as cópias, depois de conferidas com o original, farão parte integrante do mandado.
→ Formas de citação: citava-se, preferencialmente, pelo oficial de justiça.
Formas reais: (verdadeiramente aconteceu)
Correio: é um meio mais rápido e menos custoso. No entanto, o carteiro não tem autoridade de adentrar nos condomínios para cumprirem esses mandados, sendo válidos os que forem entregues a um funcionário do condomínio. A correspondência entregue ao funcionário do condomínio do citando presume-se entregue (cabendo, se for o caso, o ônus de provar o contrário quem o alega).
Oficial de justiça: meio mais demorado e custoso (até mesmo por vícios de corrupção). É hoje reservado a determinadas ações, como as de família (alimentos, separação, etc.); quando o réu for o Poder Público (União),etc. O autor poderá pedir, na sua petição inicial que a citação seja feita por oficial de justiça.
Formas fictas:
Com hora certa: pode acorrer a situação em que o oficial encontre obstáculos para cumprir a citação. Caso o oficial não seja atendido e havendo motivos de suspeição de ocultação, ou seja, havendo suspeita de que o desejo do alvo da citação é de não atendê-lo, e ocorrendo essa situação por três vezes, o oficial chamará testemunhas e marcará um horário para revisitá-lo e efetuar a citação, se, no entanto, mesmo depois de marcado o horário, a pessoa não aparecer, considerar-se-á citado.
Edital: comumente utilizado quando o endereço da pessoa é desconhecido. Pode ocorrer em duas hipóteses: a) Imediata (quando na petição inicial o autor admite que desconhece o endereço do demandado; neste caso, caberá ao autor arcar com as custas da publicação em jornal de grande publicação ou no diário da justiça); b) Subsidiária (o autor informa o endereço do demandado, mas o local não é encontrado, ou o réu nunca residiu ali, enfim, a diferença principal é que o endereço é informado pelo autor, mas não é encontrado; neste caso, o AR é devolvido, o autor intimado a requerer o que achar conveniente, como solicitar a publicação por edital).
 
OBS: Quando a citação for ficta, o juiz dará curador especial (ad litem), conforme o art. 9º, II.
 
 Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
 I – a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;
II – ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
III – aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas;
IV – aos doentes, enquanto grave o seu estado.
 
 Intimação: é ato geral de comunicação processual feita aos advogados (na condição de procuradores). É feita para todos os demais atos do processo através de publicação no Diário da Justiça.
 Notificação: não há mais previsão para ela no Código de Processo Civil, apenas em leis extravagantes (a lei do MS fala em notificação da autoridade coatora, o que equivale, nesse caso, à citação). Intimava-se para atos já ocorridos e notificava-se para atos futuros.
 
Nulidades processuais:
1- Diferença entre ato inexistente e ato nulo:
O instrumento é menos importante que o conteúdo, porém elas não devem ser absolutamente abandonadas.
De tão importante, há previsão de anulação inclusive de um processo inteiro por desrespeito às formas processuais, a depender se tipo de situação.
A forma é importante! Embora importante, não é tudo.
Um juiz de uma vara que não seja de Família (10ª VC), julga uma ação de divórcio, caracteriza um vício; este vício pode causar uma nulidade. No entanto, compare a situação com a de a ação ser julgada por um não juiz: um impostor julga uma ação de divórcio. O ato é inexistente porque quem julgou não tinha jurisdição. No caso de ser julgado por um juiz incompetente, há jurisdição, mas não competência, logo o ato existe. Porém a sentença de um não juiz não existe!
Uma coisa é o juiz da 10ª Vara Cível julgar ação de sua incompetência, a sentença é viciada, mas existe, uma vez que foi proferida por um falso juiz; outra coisa é a sentença proferida por uma não juiz (a non iudice), essa sentença não existe, existe como fato, mas não juridicamente.
Só pode ser viciado o ato se existir.
→ Distinção entre seus efeitos:
É errado dizer que o ato nulo não produz efeitos, o que ocorre se ninguém protestar esse ato?
O que não existe é que não produz efeitos.
As pessoas separadas por esse não juiz nunca se separaram; nunca houve divórcio.
“Quod nullus est nullum producit effectum”: o que é inexistente não produz efeitos.
Se não existe não produz efeito nenhum.
Mas se existe, porém de forma viciada, produz efeitos até que seja desfeito. Se não for desfeito, continuará produzindo efeitos.
O ato que não existe não precisa ser desfeito, basta declarar.
→ Distinção quanto à ação proposta para sua impugnação:
Nulidade: ação desconstitutiva (desfazer o ato)
Inexistência: ação declaratória.
2- Princípios relativos às nulidades processuais: só se fala de nulidade de atos existentes.
2.1- Transcendência – importância: (pas nullité sars grief: não há nulidade sem prejuízo)
Não se anula um ato processual sem que seja provado um prejuízo real. Ex: na ação de divórcio a citação deve ser feita por oficial de justiça, no entanto, por erro, foi enviado por correspondência. O sujeito se defendeu, e o processo transcorreu de maneira normal: o ato foi realizado normalmente. Não houve prejuízo. Ex: se o MP não for chamado ao processo que deveria ser chamado e o juiz profere a sentença de modo favorável a quem o MP defenderia. Não há que se falar em anulação se não houve prejuízo.
2.2 – Princípio da instrumentalidade das formas:
244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade.
Art. 250. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo praticar-se os que forem necessários, a fim de se observarem, quanto possível, as prescrições legais.
Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados, desde que não resulte prejuízo à defesa.
Se a finalidade do ato é alcançada, o ato não será anulado.
Deve-se anular o que deve ser anulado, deve-se, também, salvar o que é possível salvar de partes que possam ser aproveitadas. Se der pra salvar algum ato, deverá ser aprveitado.
Está ligado, intimamente à
2.3 – Economia Processual: se a oitiva de uma testemunha é presenciada por outra que não deveria, não se deve anular todo o ato processual de uma audiência, apenas aquela oitiva viciada. (Uma pessoa não vai ser sacrificada porque há um defeito no seu braço).
Art. 248. Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subseqüentes, que dele dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes.
Art. 249. O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados.
§ 1o O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta quando não prejudicar a parte.
§ 2o Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.
Ex: na petição inicial o autor diz, dolosamente, desconhecer o endereço do réu e solicita a citação por edital (de difícil conhecimento), passando o prazo para contestação sem manifestação, não havendo contestação, o juiz decreta a revelia (ausência de contestação: presumindo como verdadeiro os fatos ditos). Leva à derrota por presunção; o juiz nomeia o curador, haverá audiência, as testemunhas do autor falarão e haverá sentença a favor do autor. Proferida a sentença, no prazo para recurso, o réu toma conhecimento e em sede de recurso, suscita anulação do processo. Haverá efeito dominó: a nulidade atinge os demais (um ato se liga ao outro, como uma corrente). No caso concreto, não atinge a petição inicial.Se for favorável ao réu, anula-se? O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta quando não prejudicar a parte (§ 1º). No entanto, o que puder salvar, é salvo.
 
2.4 – Causalidade:
243. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que Ihe deu causa.
Aproveitando o exemplo anterior, o autor da ação, que causou a nulidade dolosamente, não pode alegá-la. Caso contrário, estaria se beneficiando da própria torpeza.
3- Espécies de nulidades: as nulidades do Direito Civil (n. absoluta: uma coisa que jamais pode ser sanada) são diferentes das nulidades do Direito Processual Civil.
3.1– Nulidade absoluta:
– Conhecimento de ofício pelo juiz (“ex officio”): é dever de todo julgador reconhecer. Há o dever (e não poder) de, ao deparar com a nulidade absoluta, de reconhecer.
– Não sujeição à preclusão*: a nulidade absoluta não está sujeita a prazos.
*PRECLUSÃO:
1- Conceito: perda da faculdade de praticar um ato processual.
2- Espécies:
2.1- Preclusão temporal: perda de prazo para praticar um ato processual. Há 15 dias para contestar, não contesta, há preclusão temporal.
2.2- Preclusão lógica: há uma sentença que condena o réu a pagar 15 mil reais. A interposição de um recurso suspende a eficácia da sentença, logo, se houver recurso, o réu não precisa pagar enquanto este não for julgado. No terceiro dia do prazo o condenado paga o valor, cumprindo, voluntariamente a sentença. Se for interposto no oitavo dia o recurso, não terá efeito, pois a atitude não condiz com este.
É a perda da faculdade de praticar determinado ato por já ter realizado ato incompatível com ele.
2.3- Consumativa: exemplificativamente, se no terceiro dia do recurso, o advogado impetra agravo, havendo, portanto, erro no recurso. Não há o direito de, mesmo que dentro do prazo, impetre o recurso certo. Gasta-se o direito de recorrer com a interposição de recurso errado. Ao recorrer no terceiro dia, gasta-se o direito.
3- Há preclusão para o juiz? Apenas a consumativa e a lógica.
“A nulidade absoluta pode ser declarada a qualquer tempo, em qualquer grau de jurisdição, em qualquer fase do precesso”.
3.2- Nulidade Relativa:
– Alegação com ônus da parte: o juiz não declarará, de ofício, a nulidade que for relativa. Esta deverá ser alegada pelas partes. O juiz deve aguardar a parte
– Está sujeita à preclusão: a parte precisa alegar a nulidade no prazo correto.
Ex.: é devido o domicílio da mulher em ação de divórcio (art. 100, I, CPC). Se a mulher reside em Fortaleza e o ex-marido entra com uma ação de divórcio em Recife, a mulher, deve apresentar exceção de incompetência para que seja a ação transferida para Fortaleza, no entanto, se apresentar contestação, reconhecerá a competência da jurisdição de Recife.
Súmula 33 do STJ: A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.
OBS: Nulidades absolutas: todos os incisos do art. 301 do CPC, com exceção do inciso IX.

Outros materiais