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1 Estimulação sensório- motora na UTI neonatal Sandra W de F Chaves Estimulação sensório-motora na UTI neonatal Prematuridade - Todo RN com menos de 37 semanas completas 2 Estimulação sensório-motora na UTI neonatal 1. Fatores neonatais associados ao atraso do desenvolvimento motor - Hipóxia neonatal – EHI – Paralisia cerebral e/ou déficit cognitivo e comportamental - Hemorragia intracraniana – HPIV. Comum na prematuridade menor de 32 sem e baixo peso ao nascer Estimulação sensório-motora na UTI neonatal UTI neonatal: fatores ambientais 3 Estimulação sensório-motora na UTI neonatal - Fatores ambientais: unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal 1- RN depende da UTI para sobreviver 2- São mais vulneráveis ao efeito desse ambiente 3- SN se desenvolve em condições não fisiológicas e adversas – expostos a riscos e agressões (estimulação sensorial excessiva) 4- Manipulação da equipe: cuidados de rotina, procedimentos e exames Estimulação sensório-motora no RN - Fatores ambientais: unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal 5- Poluição sonora da UTI: diminuição da acuidade auditiva, favorece sustos, apnéia, bradicardia, cianose, queda de saturação, alt. da PA e no fluxo sanguíneo cerebral 6- Excesso de luminosidade: estrabismo, comportamento de fechamento dos olhos, interfere na qualidade do sono, dificuldade de ajustar ciclo dia/noite 4 Estimulação sensório-motora no RN - Fatores ambientais: unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal 7- Estímulos dolorosos- pela memória álgica, associar todos os toques a dor – torção do corpo, choro e flexão de braços e pernas alterando o padrão postural 8- Intubação+ acessos venosos + hipotonia = postura de extensão do pescoço, tronco e membros Estimulação sensório-motora no RN - Condições respiratórias (VM e oxigenoterapia) e metabólicas - Hiperbilirrubinemia – neurotoxicidade - Infecções: (LPV) 5 Estimulação sensório-motora no RN 2- Postura e motricidade do RN RNPT: baixo tono muscular (hipotonia), imaturidade dos sistemas de organização, não apresentam maturidade neurológica e vantagem do posicionamento prolongado no ambiente intrauterino para auxiliar o desenvolvimento do tono flexor Objetivos da fisioterapia na UTIN: - Incentivar a flexão fisiológica e movimentos de flexão; - Estimular a orientação em relação à linha média do corpo; - Promover a organização; - Promover a interação entre o lactente e seus pais (vínculo afetivo); - Favorecer o desenvolvimento precoce das capacidade funcionais; - Prevenir possíveis sequelas da postura e do movimento. 6 Bebê pré-termo: “Não é um organismo a termo, funcionando de forma inadequada ou deficiente, mas um organismo bem equipado, competente e adapta do para funcionar no seu estágio de desenvolvimento e em seu ambiente.” Als, 1986 Estimulação sensório-motora no RN Definição Exposição seletiva, baseada na ontogênese do desenvolvimento sensorial, a estímulos táteis, visuais, auditivos, vestibulares e proprioceptivos 7 Estimulação sensório-motora no RN Objetivos - Promover o desenvolvimento harmonioso de todas as funções do SN - Oferecer estímulos externos que facilitem a autorregulação sensório-motora do neonato - Favorecer o desenvolvimento normal - Manter adequado o posicionamento e evitar a formação de contraturas e deformidades Estimulação sensório-motora no RN Quando iniciar? 1. Todos os RN com 33 sem gestacionais ou aqueles com 72 horas após o nascimento que apresentem um ou mais indicadores de risco descritos: - Peso de nascimento menor ou igual a 1500g - IG menor ou igual a 32 sem - PIG - Hemorragia peri ou intraventricular grau III ou IV - Anormalidade no tônus - Convulsões neonatais recorrentes - APGAR menor que 6 no quinto minuto 8 Estimulação sensório-motora no RN Quando iniciar? - Infecções congênitas - Meningite - Sepse e anormalidades bioquímicas - Hidrocefalia - Microcefalia - Anormalidades cromossômicas, musculoesqueléticas - Nascimentos múltiplos - Lesões de plexo braquial Estimulação sensório-motora no RN Quando iniciar? Contra indicações Absolutas - Instabilidade clínica e hemodinâmica - RN submetidos à ventilação não convencional - RN submetidos à terapia com óxido nítrico ou ECMO 9 Estimulação sensório-motora no RN Quando iniciar? Contra indicações Parciais - RN submetidos à VNI - RN submetidos à oxigenoterapia - RN submetidos à VM convencional Estimulação sensório-motora no RN Quando iniciar? Orientações - Objetivos - Benefícios - Duração - Frequência e tipos de estimulação suplementar 10 Estimulação sensório-motora no RN Quando iniciar? Material - Materiais de texturas diferentes - Lenços ou manta - Cartões de estimulação visual Estimulação sensório-motora no RN Quando iniciar? Descrição dos procedimentos - Alerta - 30 min antes das mamadas - Estimulação: 15 a 30 min Frequência - 1 vez ao dia 11 Estimulação sensório-motora no RN Quando iniciar? Sinais que caracterizam o excesso de estimulação - Caretas e extensão de língua - Opistótono - Mudança repentina do tônus muscular - Regurgitação, náuseas, vômitos, soluços, espirros, bocejos - Dedos abertos, abdução de braços estendidos - Mudança de coloração da pele - Mudança na FC e FR - Tosse e/ou choro Estimulação sensório-motora no RN Estímulo tátil ( 1º sistema sensorial a se desenvolver no feto) - Promove sensação de segurança - Melhora a função gastrointestinal e genitourinária - Promove ganho ponderal - Ajuda a desenvolver a percepção - Melhora o crescimento neuromuscular e a maturação dos reflexos 12 Estimulação sensório-motora no RN Estímulo tátil ( 1º sistema sensorial a se desenvolver no feto) - Mão aquecidas antes do procedimento - Toque continuo e suave, porém firme - Material de textura diferente: algodão - Sentido: cefalocaudal, proximal para distal - Face, MMSS, MMII, tronco Estimulação sensório-motora no RN Estímulo tátil ( 1º sistema sensorial a se desenvolver no feto) - As duas mãos em contato com o RN: uma para aconchegá-lo e a outra faz a estimulação Obs: Não realizar em caso de lesão de pele Risco de queda e perda de acesso venoso 13 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN 14 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN 15 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN 16 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN Estímulo visual ( último sistema sensorial a se desenvolver e amadurecer) A partir da 30 semana Deficiência na precisão do controle e coordenação da musculatura intrínseca ocular 1. Sensíveis à luz e atraídos por figuras simples com grande contraste (preto e branco) 2. Com a evolução do estímulo: aumento da complexidade das figuras 17 Estimulação sensório-motora no RN Estímulo visual RNPT 1. Distância:10 a 20 cm do campo visual 2. A partir da linha média, movimenta linha horizontal, para ambos os lados 3. Vertical: 3 mês de idade corrigida 4. Diagonal: 6 mês de idade corrigida Estimulação sensório-motora no RN Estímulo visual ( último sistema sensorial a se desenvolver e amadurecer) Alerta Semissentado com a cabeça apoiada na mão do terapeuta Duração: tolerância Cores: branco e preto (contraste) Face humana (mãe), cores contrastantes (branco e preto) 18 Estimulação sensório-motora no RN Classificação da resposta do RN ao estímulo visual Não reagente Não mostra interesse ao objeto, não olha Pouco reagente Olha o objeto, mas não o fixa e não acompanha oobjeto Reagente Olha e fixa o objeto, mas não o acompanha em deslocamento Intensamente Olha, fixa e acompanha o objeto em reagente movimento Estimulação sensório-motora no RN 19 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN Posicionamento terapêutico 1. As mudanças posturais: proporcionar experiências sensório-motoras variadas 2. Recomenda-se mudança periódica entre elas Mudanças regulares de postura + posicionamento correto = manutenção das funções neuromuscular e osteoarticular e permitem o desenvolvimento adequado da atividade espontânea e funcional 20 Estimulação sensório-motora no RN Posicionamento terapêutico • Componentes posturais anormais mais observados - Vplantar com eversão dos pés - / e rot. Externa dos MMII - Hiper/ cervical e de tronco - Retração escapular, rot. externa e elevação dos ombros Estimulação sensório-motora no RN Posicionamento terapêutico DL • Evita a hiperextensão de pescoço e tronco • Promove resposta flexora e de linha média • Facilita o contato entre as mãos e o comportamento mão-boca • Facilita o esvaziamento gástrico (DLD). • Possibilita o alerta visual para as mãos • Promove auto-organização e a simetria 21 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora na UTI neonatal 22 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN Posicionamento terapêutico DV 1. Promove a organização e diminuição da irritabilidade/chora menos 2. Aumenta o tempo de sono profundo, proporcionando um sono mais quieto 3. Favorece o esvaziamento gástrico 4. Reduz episódios de RGE 23 Estimulação sensório-motora no RN Posicionamento terapêutico: DV 1. Vantagens para a mecânica respiratória • Promove estabilidade para a caixa torácica, favorece a excursão diafragmática, melhora a sincronia toracoabdominal e o movimento das costelas • Reduz consumo de oxigênio • Regulariza FC Estimulação sensório-motora no RN Posicionamento terapêutico DV 1. Vantagens para a mecânica respiratória • Reduz o número de apnéias • Diminui a f 24 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN 25 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN 26 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN Posicionamento terapêutico DD/Supina 1. Melhor acessibilidade e visualização do RN para procedimentos 2. Facilita o posicionamento do cateter umbilical e do TOT Evitar a hiperextensão da cabeça e do pescoço 27 Estimulação sensório-motora no RN Posicionamento terapêutico DD/Supina 1. Ação da gravidade dificulta a resposta flexora, leva ao atraso das aquisições motoras 2. Dificulta o movimento de alcance 3. Permite movimentos amplos dos MMII e MMSS 4. Favorece a rotação da cabeça, preferencialmente para o lado direito 5. Ocasiona assimetria na região occipital Estimulação sensório-motora no RN 28 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN 29 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN Posicionamento terapêutico Acão da gravidade sobre a musculatura hipotônica + restrição dos movimentos espontâneos + posicionamento inadequado = anormalidade do tono muscular e deformidades do sistema musculoesquelético 30 Estimulação sensório-motora no RN Posicionamento terapêutico Componentes posturais anormais mais observados - Vplantar com eversão dos pés - Extensão e rot. externa dos MMII - Hiperextensão cervical e de tronco - Retração dos ombros Estimulação sensório-motora no RN Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras - Normalização do tono global - Inibição de padrões anormais de movimento e postura - Estimulação proprioceptiva - Aumento do limiar de sensibilidade tátil e cinestésica - Promoção do estado de organização - Integração entre familiares e RN - Prevenção de anormalidades musculoesqueléticas 31 Estimulação sensório-motora no RN Exercícios terapêuticos Atividade 1: rolando com as mãos sob o quadril Posição 1. DD, flexão do quadril e extensão de MMSS e as mãos espalmadas sob a coluna lombar ou quadril Atividade realizada 1. Rolar suavemente a criança de um lado para o outro Objetivo 1. Relaxamento e alongamento do tronco superior 2. Estimular e fortalecer a flexão cervical, tronco e MMII Estimulação sensório-motora no RN 32 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN Exercícios terapêuticos Atividade 2: rolando com as mãos no joelho Posição 1. DD, cabeça na linha média. Mãos do terapeuta ao redor da pelve e das coxas do RN. Manter o quadril em flexão e com os dedos tracionar as mãos do bebê sobre os joelhos, mantendo-as abertas Atividade realizada 1. Rolar suavemente o RN para ambos os lados parando na linha média, para que ele possa focalizar o terapeuta Objetivo 1. Estimular a protusão de ombros 2. Estimular e fortalecer a flexão cervical, tronco e MMII 3. Posicionar a cabeça na linha média 4. Auxiliar a focalização e seguimento visual 33 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN Exercícios terapêuticos Atividade 3: colocação plantar Posição 1. DL, tronco ligeiramente fletido, retificação cervical. Uma mão sobre o tronco e a outra sobre a perna supralateral do bebê Atividade realizada 1. Faça a rotação externa de quadril e joelho supralateral, fazendo a colocação plantar em frente ao quadril infralateral Objetivo 1. Estimula a dorsoflexão 2. Relaxamento de tronco e cintura pélvica 3. Preparar os pés para sustentar o peso na posição ortostática 4. Proporcionar estímulos proprioceptivos 34 Estimulação sensório-motora no RN 35 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN Exercícios terapêuticos Atividade 4: dissociação de tronco Posição 1. DL, tronco ligeiramente fletido, retificação cervical, flexão de MMII. Uma mão sobre o ombro e a outra sobre o quadril do bebê Atividade realizada 1. Movimentos simultâneos alternados de cintura escapular e pélvica Objetivo 1. Estimula o rolar 2. Relaxamento de tronco, MMSS e MMII 3. Estimular a movimentação dos membros 36 Estimulação sensório-motora no RN Estimulação sensório-motora no RN 37 Estimulação sensório-motora no RN Exercícios terapêuticos Atividade 5: alcance alternado Posição 1. DD, tronco ligeiramente fletido, retificação cervical, flexão de MMII. O terapeuta deve envolver os braços e cotovelos com as mãos Atividade realizada 1. Movimentos alternados para a frente e para trás (adução e abdução da escápula) 2. Tocar, atingir a face do terapeuta será uma boa interação Objetivo 1. Relaxamento de tronco e cintura escapular 2. Estimular movimentos isolados de MMSS e sensibilidade tátil 3. Preparar para o alcance Estimulação sensório-motora no RN 38 Estimulação sensório-motora no RN Exercícios terapêuticos Atividade 6 Posição 1. DD, semi-flexão de MMII Atividade realizada 1. Segure os ombros do bebê e, lentamente, faça movimentos rotacionais e para baixo. Cabeça posicionada na linha média para que ele possa focalizá-lo 39 Estimulação sensório-motora no RN Exercícios terapêuticos Atividade 7: cócoras – Estimulação vestibular Posição 1. Bebê na vertical com o dorso em contato com o fisioterapeuta. Segure o bebê sob os artelhos e calcanhares, fletindo os MMII levemente abduzidos (cócoras) Atividade realizada 1. Balancear suavemente tronco inferior e o quadril de um lado para o outro Objetivo 1. Estimular a flexão cervical, tronco e MMII 2. Proporcionar estímulos proprioceptivosaos pés 3. Encorajar o início do controle de cabeça e tronco Estimulação sensório-motora no RN 40 Estimulação sensório-motora no RN Exercícios terapêuticos Atividade 8: sentir a cabeça e as mãos- Estimulação cinestésica Posição 1. DD, tronco ligeiramente fletido, retificação cervical, flexão de MMII. O terapeuta deve segurar uma das mãos do bebê Atividade realizada 1. Leve a mão do bebê à cabeça , fazendo com que a palma da mão deslize suavemente sobre a face Objetivo 1. Relaxamento dos MMSS Estimulação sensório-motora no RN 41 “ “Quem se dedica à prática sem um conhecimento ordenado é como um timoneiro que sobe a um navio sem leme e bússola e nunca sabe para onde vai” Leonardo da Vinci
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