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A IMPORTÂNCIA DA PSCICOPEDAGOGIA NA ESCOLA 
Rafaela R. MOLIN 
 
RESUMO: O processo de aprendizagem é complexo e continuado, para a 
pedagogia, cabe a utilização das técnicas de didática como ferramentas para 
conseguir êxito nesse processo. Entretanto, a psicopedagogia traz outras vertentes 
em conjunto com a Psicologia buscando aprimorar o efeito na educação e também 
desenvolvendo soluções para diagnósticos de dificuldade de aprender. O 
psicopedagogo é o profissional indicado para assessorar e esclarecer à escola a 
respeito de diversos aspectos do processo de ensino – aprendizagem e tem uma 
atuação preventiva. Um psicopedagogo quando está inserido na escola é capaz de 
prevenir possíveis problemas de aprendizagem, ao invés de remediá-los, auxiliando 
a potencializar o máximo da capacidade dos alunos. Ele poderá contribuir no 
esclarecimento de dificuldades de aprendizagem que não tem como causas apenas 
as dificuldades do aluno, mas que são consequências de problemas escolares. O 
profissional de Psicopedagogia é quem pode trazer para o ambiente escolar uma 
visão clínica e pedagógica de como se dá o processo de aprendizagem dos alunos, 
evitando problemas déficit de aprendizagem e desenvolvendo junto ao corpo 
docente técnicas para garantir que a absorção de conhecimento por parte dos 
alunos seja cada vez maior. Uma escola que conta com um Psicopedagogo usufrui 
de análises mais profundas de seus procedimentos educacionais e de como eles 
têm impacto em seus alunos, estreitando muito os laços entre ensinar e aprender. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem; Psicopedagogo; Escola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Introdução 
Na área da Educação os papéis de um psicopedagogo são muitas vezes 
confundidos com o de um pedagogo ou com o de um psicólogo. A verdade é que 
esse profissional se utiliza de embasamentos e diretrizes de ambas as áreas para 
executar sua função, no ambiente escolar é notória sua importância uma vez que 
esse profissional pode oferecer diagnósticos preventivos de possíveis problemas na 
aprendizagem dos alunos. 
Uma vez que a aprendizagem vai ocorrendo na estimulação do ambiente sobre o 
indivíduo, onde, diante de cada situação mostra sua reação e mudanças de 
comportamento, recebe várias interferências de diversos fatores intelectual, 
psicomotor, físico, social e até emocional.Nesse contexto é possível dizer que o 
papel do psicopedagogo é muito importante e pode ser pensado, promovendo o 
desenvolvimento cognitivo, ou seja, é através da aprendizagem que o indivíduo é 
inserido na sociedade. 
Na abordagem preventiva, o psicopedagogo pesquisa as condições para que se 
produza a aprendizagem do conteúdo escolar, identificando os obstáculos e os 
fatores facilitadores, sendo essa uma atitude de dinâmica investigativa para analisar 
a necessidade de possíveis intervenções. 
No ambiente escolar o psicopedagogo preocupa-se muito com a instituição, pois 
a maior parte do processo de aprendizado se dá dentro da escola e é grande 
responsável para o desenvolvimento do indivíduo, consequentemente da sociedade 
como um todo. 
O trabalho psicopedagógico tem como objetivo principal trabalhar os elementos 
que envolvem aprender da maneira que os vínculos estabelecidos sejam bons. A 
relação dialética entre o sujeito (aluno) e objeto (conteúdo) deverá ser construída 
positivamente, de forma que essa transição durante o processo de conhecimento 
seja saudável e prazerosa. 
Contar com um profissional capacitado para unir aprender e prazer é mais que 
necessário, é a própria evolução do saber. 
 
 
 
3 
 
Breve histórico da Psicopedagogia 
 
Os primeiros centros psicopedagógicos foram fundados na Europa, em 1946, 
por J. Boutonier e Gerge Mauco, com direção médica e pedagógica, Esses centros 
uniam conhecimentos da área de psicologia, psicanálise e pedagogia, onde 
tentavam readaptar crianças com comportamentos socialmente inadequados na 
escola e no lar e entender crianças com dificuldades de aprendizagem apesar de ser 
inteligentes. (MERY, apud BOSSA, 2000, p.39). 
Esperava-se que através dessa união pscicologia-pscicanálise-pedagogia, 
conhecer a criança e seu meio, para que fosse possível compreender o caso para 
determinar uma ação reeducadora. 
Diferenciar os que não aprendiam, apesar de serem inteligentes, daqueles 
que apresentavam alguma deficiência mental, física ou sensorial era uma das 
preocupações da época. 
A psicopedagogia chegou ao Brasil, na década de 70, cujas dificuldades de 
aprendizagem nessa época eram associadas a uma disfunção neurológica 
denominada de disfunção cerebral mínima (DCM) que virou moda nesse periodo, 
servindo para camuflar problemas sociopedagógicos (Id. Ibid, 2000, p.48-49). 
A psicopedagoga para algumas pessoas se tornou sinônimo de outras áreas 
profissionais, como a Psicologia Educacional e a Psicologia Escolar, por serem 
campos que se inter-relacionam. Mas, apesar de ter um corpo teórico no Brasil de 
mais de trinta anos ainda há uma confusão sobre sua definição e seu objeto de 
estudo. 
Segundo BOSSA (2000), a Psicopedagogia é uma área interdisciplinar, que 
para se delimitar necessita de outras áreas, como Psicanálise, Pedagogia, Filosofia, 
Sociologia e outras áreas afins. Concordando que, seu objeto de estudo é a 
aprendizagem humana, e por consequência a dificuldade de aprendizagem. E para 
que possamos entender sobre o que acarreta essas dificuldades, não se pode limitar 
apenas a um elemento a causa das dificuldades, por isso a necessidade de envolver 
outras áreas. 
A análise do sujeito através de correntes distintas do pensamento psicológico 
concebeu uma proposta de diagnóstico, de processo corretor e de prevenção, dando 
origem ao método clínico psicopedagógico. 
4 
 
Na escola a psicopedagogia veio se aliar à pedagogia com a intenção de 
complementar as áreas da educação, o objetivo é conhecer o aluno, seu meio e 
como o processo pedagógico deve ser construído de maneira a aprimorar o 
aprendizado e inibir possíveis problemas cognitivos. 
 
Diferença entre Pedagogia e Psicopedagogia 
 
A palavra pedagogia é grega, paidós (criança) e agogé (condução), o mestre, 
o professor, o guia, o preceptor era então o pedagogo, aquele que levava, aquele 
que conduzia a criança até o paedagogium, à escola. 
Portanto, a faculdade de pedagogia é a faculdade que envolve a educação 
infantil, especialmente a educação infantil. 
Forma professores para lecionar no ensino fundamental, por exemplo, para 
ensinar as crianças a ler e escrever. 
Mas, claro não se limita a educação infantil (embora a graduação seja 
bastante voltada a esse fim) e também possibilita a atuação em outros contextos 
como empresas e hospitais. 
Já a psicopedagogia, portanto, é a área que reúne os estudos da psicologia e 
da pedagogia. 
A psicopedagogia é na maioria das vezes uma pós –graduação, que está 
aberta tanto para psicólogos como para psicopedagogos ou fonoaudiólogos. Em 
resumo, podemos dizer que a psicopedagogia abre novas áreas para esses 
profissionais, a psicopedagogia clínica ou institucional e aprofunda os estudos da 
psicologia clínica voltadas para os problemas de aprendizagem. 
Importante notar que não se reduz ao trabalho dentro de um consultório, 
podendo englobar a atuação em outros locais em hospitais, empresas e com certeza 
na escola e organizações educacionais. 
Esse profissional não vai atuar na escola dentro da sala de aula para ensinar 
os alunos, esse é o papel do pedagogo. Em sua atuação é realizado um estudo 
paralelo, como conhecer os alunos, o meio em que a escola está, suas 
características regionais, elencando suas necessidades e desenvolvendoabordagens específicas para prevenir problemas de aprendizagem, bem como 
corrigir os que possam ocorrer, apoiando os pedagogos e toda a equipe escolar para 
5 
 
que o processo de educação dentro da escola alcance os alunos de maneira efetiva 
e positiva. 
 O ambiente escolar e o processo pedagógico 
 
No âmbito escolar, o psicopedagogo pode contribuir com orientações à diretores, 
coordenadores, professores e auxiliares, na prevenção e no estudo de como vem 
sendo administrado esse conhecimento dentro da escola por esses profissionais. 
Na visão de Fagali (FAGALI 2002, p.100) “... trabalhar as questões pertinentes às 
relações vinculares professor-aluno e redefinir os procedimentos pedagógicos, 
integrando o afetivo e o cognitivo através da aprendizagem dos conceitos, nas 
diferentes áreas do conhecimento”. 
Com base nessa visão podemos dizer claramente que o profissional de 
psicopedagogia é um agente facilitador no processo pedagógico, 
Ele não deve atuar diretamente em salas de aula, esse é o papel do 
Pedagogo que possui embasamento e conhecimento para isso, sendo o 
psicopedagogo um apoio fundamental principalmente no que tange a evolução do 
conteúdo e a maneira de como esse será transmitido para os alunos de forma que o 
processo de aprendizagem seja natural e eficaz. 
Trabalhando com a escola o psicopedagogo faz a preparação dos 
profissionais da educação para que quando forem detectadas possíveis 
perturbações no processo de aprendizagem, ele participando das relações 
professor-aluno, aluno-conteúdo e também acompanhamento essas relações no 
contexto social e emocional do aluno de acordo com suas necessidades e também 
como isso impacta no desenvolvimento do indivíduo perante a sociedade. 
Por meio de técnicas e métodos próprios, o psicopedagogo possibilita uma 
intervenção psicopedagógica visando a solução de problemas de aprendizagem em 
espaços institucionais, Juntamente com toda a equipe escolar, está mobilizado na 
construção de um espaço adequado às condições de aprendizagem de forma a 
evitar comprometimentos. Elege a metodologia e a forma de intervenção com o 
objetivo de facilitar o processo ou desobstruir possíveis implicações. 
Em outras palavras, é papel do psicopedagogo fazer da escola um ambiente 
de aprender e desenvolver com prazer e preparar os profissionais da educação para 
cumprirem essa impagável missão com excelência. 
6 
 
Psicopedagogia e seus desafios na educação 
 
A escola contemporânea se vê, diante das transformações obrigadas a 
buscar novos posicionamentos. Tais posicionamentos referem-se a uma mudança 
de paradigma nas concepções de escola e ensino-aprendizagem, uma vez que o 
fracasso escolar se impõe de maneira acentuada na atualidade. 
Cada vez mais se tornam necessárias novas abordagens, novas técnicas de 
ensino, pois atualmente a escola atual não está conseguindo corresponder as 
demandas da sociedade. 
As exigências do mundo atual apontam para outra educação, que exige 
qualificação de mais qualidade e constante formação e informação dos professores, 
uma vez que o mundo globalizado aponta para a incessante transformação. 
É preciso renovar as metodologias de ensino com a mesma flexibilidade em 
que ocorrem as mudanças na sociedade. 
Em um mundo onde as informações estão tão acessíveis cada vez mais fica 
difícil escolher onde começar a aprender, eis o verdadeiro desafio da 
psicopedagogia na escola, compreender a melhor forma de aprendizagem em um 
mundo globalizado. 
A Psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de 
aprendizagem e com problemas decorrentes. 
É possível acreditar que se existissem psicopedagogos trabalhando com 
essas dificuldades, o número de crianças com problemas de aprendizagem seria 
bem menor. 
A importância do psicopedagogo perante às dificuldades de aprendizagem 
começa a configurar-se quando toma-se consciência das dificuldades dos alunos e 
cuida-se em apresentar os objetivos, os temas de estudos e as tarefas numa forma 
de comunicação clara e compreensível, juntamente com o professor e na escola 
como um todo. As formas adequadas de comunicação ocorrem positivamente para a 
interação professor-aluno e outros que fazem parte do contexto escolar. 
O desencontro entre sociedade e escola pode gerar ou fortalecer o processo 
de exclusão, sobretudo, considerando uma sociedade cujo o conhecimento é 
distribuído de forma desigual, esse aspecto social se apresenta como um expressivo 
desafio da escola nos dias atuais, na medida em que algumas pessoas são 
privilegiadas e outras não conseguem acessar o conhecimento. 
7 
 
Um profissional da área de estudo da educação, aliando-se às pesquisas de 
efeitos comportamentais e impactos sócio-emocionais é capaz de prevenir alguns 
tipos de dificuldades que os alunos possam apresentar durante a aprendizagem na 
escola, uma vez diagnosticados esses possíveis obstáculos é possível desenvolver 
as melhores técnicas para que a escola atinja os alunos não só com o 
conhecimento, mas com uma transformação de visão de mundo e explorar o máximo 
de sua capacidade. 
Além disso, o psicopedagogo está preparado para auxiliar os educadores 
realizando atendimentos pedagógicos individualizados, contribuindo para a 
compreensão de problemas na sala de aula, permitindo ao professor ver alternativas 
de ação e de como diversas técnicas podem intervir, bem como participando do 
diagnóstico de distúrbios de aprendizagem. 
Solé (SOLÉ, 2000, p.29) afirma que essa intervenção tem um maior alcance 
quando realizada no ambiente em que o aluno desenvolve suas atividades e por 
meio de pessoas com quem convivem no cotidiano, uma vez que os processos de 
aprendizagem se relacionam diretamente com a socialização e integração dos 
alunos no contexto sócio-educacional em que esses estão inseridos. 
A intervenção psicopedagógica deve ocorrer de forma sutil em conjunto com a 
equipe escolar, sem causar impacto negativo tanto para o aluno quanto para o 
professor. 
Uma escola que tem em sua equipe um psicopedagogo definitivamente tem a 
seu favor uma visão ampla do processo de aprendizado, onde além de solucionar de 
maneira preventiva os possíveis problemas de aprendizagem, ainda são um 
importante ponto de apoio e preparo para a equipe escolar, dessa forma a pressão e 
os desgastes de educar são reduzidos significativamente, trazendo ao ambiente 
profissional uma estabilidade muito saudável. 
Ao chegar numa instituição escolar, muitos acreditam que o psicopedagogo 
vai solucionar todos os problemas existentes (dificuldade de aprendizagem, evasão, 
desestímulo docente, entre outros). Porém, o psicopedagogo não traz respostas 
prontas. O que acontecerá é um trabalho em equipe de todos (gestores, equipe 
técnica, professores, alunos, pessoal de apoio e família). O psicopedagogo está na 
escola para ver “o todo” da instituição. 
Barbosa possui uma opinião muito clara a esse respeito quando argumenta 
que: 
8 
 
“Transformar a aprendizagem em prazer não significa realizar uma atividade 
prazerosa, e sim descobrir o prazer no ato de: construir ou desconstruir o 
conhecimento; transformar ou ampliar o que já se sabe; relacionar conhecimentos 
entre si e com vida; ser co-autor ou autor do conhecimento; permitir experimentar 
diante de hipóteses; partir de um contexto para a descontextualização e vice-versa; 
operar sobre o conhecimento já existente; buscar o saber a partir do não saber; 
compartilhar suas descobertas; integrar ação, emoção e congnição; usar a reflexão 
sobre o conhecimento e realidade; conhecer a história para criar novas 
possibilidades”. 
Quando o psicopedagogo entra numa escola, muitas coisas devem serlevadas em conta, pois lá pode-se encontrar uma escola desorganizada. São fatores 
predominantes para impactar no diagnóstico como diretor pouco envolvido com o 
trabalho, professores pouco motivados (dão aulas de acordo com o salário que 
recebem). Então, qual a cultura há por trás dessa situação? Situações assim não 
são visíveis. Ou seja, as bases conceituais da escola estão inseridas em uma zona 
de invisibilidade, onde nada disso está explícito. 
A cultura da escola é um fator que o psicopedagogo tem de investigar e 
buscar compreender, pois através dela é possível mensurar os seus impactos no 
processo educacional. 
O psicopedagogo tem que tomar conhecimento do documento que dá o perfil 
que identifica a escola – o Projeto Político Pedagógico (PPP), que é basicamente a 
obrigação de toda a escola. 
Quando o diretor da escola não sabe montar o PPP, poderá contratar um 
serviço de assessoria para orientá-lo na elaboração, através de dados e informações 
(Filosofia, meio em que está inserida, tipo de clientela que atende, aspectos 
pedagógicos), fornecidos de acordo com a realidade do lugar. Sua estrutura física: 
prédio, dimensão e organização dos espaços, recursos materiais; estrutura 
administrativa (direção). Equipe técnica, corpo discente e docente, pessoal auxiliar, 
tomadas de decisões, participação na comunidade, relação com as autoridades 
centrais e locais. (secretarias de educação); estrutura social: relação entre alunos, 
professores e funcionários, responsabilidade e participação dos pais, democracia 
interna, cultura organizacional da escola, clima social. 
A cultura é fruto de uma rede de movimentos, ou seja, as interações entre os 
subsistemas de um sistema. É esse funcionamento que vai possibilitar o processo 
9 
 
de institucionalização. Caso a rede não funcione ou não seja realmente uma rede ( 
apenas se faz meras aplicações entre os subsistemas), ela se torna truncada 
deixando de gerar mudanças substanciais. 
O psicopedagogo é chamado justamente para ver o que está acontecendo 
com aquela escola, porque a rede de movimento não está funcionando, por essa 
razão as mudanças não estão ocorrendo. 
A presença de um psicopedagogo em uma escola gera diversos efeitos. 
Alguns docentes o percebem como um colaborador que o auxiliará em suas tarefas 
do dia a dia, outros já o enxergam como uma figura perseguidora que está ali para 
julgar. Entretanto o psicopedagogo que tiveram a formação pedagógica sólida terá a 
vantagem de compreender melhor o processo de aprendizagem, porém deverá ter o 
cuidado para não assumir o papel de assessor no campo didático pedagógico, 
invadindo um terreno que não lhe cabe. Cabe ao profissional de psicopedagogia não 
estimular essa fantasia do professor de que ele está ali para supervisionar o trabalho 
no lugar da direção pedagógica, evitando conflitos e competições. 
Um dos grandes desafios enfrentados pelas organizações atualmente é a 
diversidade da força de trabalho, ou seja, como lidar com as diferenças entre as 
pessoas. 
Intervenção da Psicopedagogia na escola 
 
O objeto de estudo do psicopedagogo é sempre o aprendente e sua 
aprendizagem. É com base na visão sistêmica de um administrador que ele encara a 
organização escolar como um todo, entretanto, atenta-se diretamente em como o 
processo de aprender está ou não impactando o indivíduo, suas dificuldades, seu 
cotidiano, sua realidade fora da escola e tudo mais que possa explicar e reduzir a 
distância entre o conhecimento passado e o que ele de fato absorve. 
O psicopedagogo encara sua vivência na escola de maneira crítica e 
investigativa, seu objetivo é sempre fazer com que o processo seja apropriado, que 
a aprendizagem seja leve e prazerosa tanto para o educando como para os 
educadores. 
Ainda dentro desse contexto, o psicopedagogo atua como uma ponte entre os 
alunos e o conhecimento, é suporte aos educadores com informações diferenciadas 
10 
 
sobre o processo em si e também com metodologias adequadas para equacionar os 
possíveis distúrbios do aprendizado dos alunos. 
O processo de introduzir a psicopedagogia na escola é complexo e depende 
de todos, é necessário que a escola esteja aberta a incorporar em sua cultura, 
abordagens diferentes das já existentes, talvez até convergentes com as existentes, 
essa transição é delicada e só vai funcionar se todos estiverem engajados no 
processo como um todo. 
A escola ganha e muito com a psicopedagogia, pois é cada vez mais fácil ter 
empecilhos para a educação, seja ela comportamental, emocional, sociológica ou 
até mesmo a falta de dinamismo ou de identificação do educando com a maneira 
como o conhecimento está sendo passado. Nesse cenário, é fundamental um 
estudo investigativo tanto da vivência do aluno quanto aos detalhes do processo. 
Diagnóstico das dificuldades de aprendizagem 
 
As dificuldades de aprendizagem segundo Rogers (1988), podem siginificar 
uma alteração no aprendizado específico da leitura e escrita, ou alterações 
genéricas do processo de aprendizagem, onde outros aspectos além da leitura e 
escrita podem estar comprometidos (orgânico, motor, intelectual, social e 
emocional). 
Conforme consta em Polity (1998, p. 73), o termo Dificuldade de 
Aprendizagem é definido pelo Instituto Nacional de Saúde Mental (EUA) da seguinte 
forma: 
“Dificuldade de aprendizagem é uma desordem que afeta as habilidades 
pessoais do sujeito em interpretar o que é visto, ouvido ou relacionar essas 
informações vindas de diferentes partes do cérebro. Essas limitações podem 
aparecer de diferentes formas: Dificuldades específicas no falar, no escrever, 
coordenação motora, autocontrole ou atenção. Essas dificuldades abrangem os 
trabalhos escolares e podem impedir o aprendizado da leitura, da escrita ou da 
matemática. Essas manifestações podem ocorrer durante toda a vida do sujeito, 
afetando várias facetas: trabalhos escolares, rotina diária, vida familiar, amizades e 
diversões. Em algumas pessoas as manifestações dessas desordens são aparentes. 
Em outras, aparece apenas um aspecto isolado do problema, causando impacto em 
outras áreas da vida.” 
11 
 
A família deve ter participação efetiva na escola, pois é com a integração 
desses dois polos de convivência que será possível avaliar e diagnosticar as 
possíveis causas as dificuldades de aprendizagem e com essa descoberta 
desenvolver abordagens eficientes para intervir de maneira que o processo de 
aprendizagem atinja seu objetivo com o educando. 
Acredita-se que um programa de intervenção familiar seria fundamental para 
o desenvolvimento e aprendizagem. O relacionamento familiar, a disponibilidade e 
interesse dos pais na orientação educacional de seus filhos, são aspectos 
indispensáveis de ajuda ao educando. Em um trabalho de orientação à pais, de 
acordo com Polity (1998), é possível despertar a sensibilidade dos mesmos para a 
importância destes aspectos, dando-lhe a oportunidade de falar sobre seus 
sentimentos, expectativas e esclarecendo-lhes quanto às necessidades da criança e 
estratégia que facilitam seu desenvolvimento. 
Algumas ferramentas psicopedagógicas 
 
O uso das ferramentas psicopedagógicas são técnicas de intervenção com o 
menor conflito e o mínimo de invasão ao ambiente, podendo ser utilizadas para a 
estruturação e estudo dos conflitos. Jogos e dinâmicas são as mais pesquisadas 
para esse tipo de interação, porém se o psicopedagogo não encontrar em suas 
pesquisas dinâmicas que atendam as necessidades da situação poderá criar suas 
próprias dinâmicas, para facilitar essas aplicações há diversos materiais que 
orientam sobre a aplicação dessas ferramentas. 
Tendo por base o Manual de Exercícios Estruturadosde Pfeifer e Jones (vol 1 
e 2), Gramigna apresenta O Ciclo de Aprendizagem Vivencial (CAV) que deve servir 
de base para a aplicação de jogos de empresa e das técnicas vivenciais e podem 
ser dividido em cinco etapas e resumido na seguinte forma “Pfeifer, Jones apud 
Gramigna. 
 Vivência: É o fazer algo, construir (experiência individual ou em 
grupo). A atividade deve estar de acordo com o objetivo do programa 
de intervenção e ser atrativa, lúdica e interessante; 
 Relato: É o momento de expressar sentimentos e emoções. Os relatos 
poderão ser individuais ou coletivos, utilizando-se de diversas 
estratégias: Relatos verbais, utilização de mural com registros 
12 
 
individuais, discussão livre (intermediada pelo facilitador), utilização de 
figuras, símbolos ou cores para expressar sentimentos, etc; 
 Processamento: É a hora da análise de desempenho, feita pelo grupo. 
Aqui os participantes avaliam questões de liderança, organização, 
planejamento, comunicação e administração de conflitos. Podem-se 
utilizar analogias, questionários individuais, levantamento de 
dificuldades e facilidades com roteiros pré – estabelecidos, etc; 
 Generalização: É o momento da comparação entre o jogo e a 
realidade da organização. Aqui se podem introduzir temas, 
informações técnicas, referenciais teóricos, etc; sempre levando em 
consideração critérios como clareza, objetividade, atratividade e 
delimitação de tempo. 
 Aplicação: Etapa para planejamentos. Gramigna lembra que não 
adianta passar por todas as etapas anteriores e não encerrar o ciclo de 
aprendizado com a reflexão e comprometimento com a mudança. 
Nesse momento, o participante tem a oportunidade de estabelecer seu 
papel como corresponsável na busca de melhorias. Nesse sentido o 
facilitador orienta na elaboração dos planos individuais de 
desenvolvimento das metas, no “contrato psicológico”, etc. 
As intervenções psicopedagógicas devem ser realizadas após pesquisa 
investigativa do ambiente, das situações de conflito e também de seus 
desdobramentos. 
Ainda sobre as ferramentas vivenciais, Failde comenta: As dinâmicas de 
grupo podem estimular comportamentos e atitudes (como liderança, relacionamento 
interpessoal, iniciativa, etc) que dificilmente viriam a tona em atividades individuais. 
As dinâmicas de grupo possibilitam por meio de atividades lúdicas, exercícios 
corporais, jogos e simulações de casos, uma maior facilidade em relação à tomada 
de atitude, ampliando a visão de uma situação e estimulando a mudança. 
Somente após um estudo detalhado do ambiente, de seus indivíduos e de 
como se relacionam entre si durante os processos, poderá ser elaborada uma 
abordagem de intervenção para que essa ocorra de maneira branda e sem se tornar 
invasiva, de maneira que o material colhido na atividade seja aproveitado para a 
melhoria do processo e ainda leve os participantes para uma reflexão das questões 
propostas. 
13 
 
Conclusões 
 
Desde seu surgimento, a Psicopedagogia traz várias reflexões importantes de 
toda a dinâmica educacional, tanto com relação ao ambiente escolar, quanto às 
nuances e dificuldades de aprendizagem, sejam essas por parte dos alunos que não 
compreendem os conteúdos, ou pela cultura da escola que não flexibiliza a didática 
proporcionando aos educadores a falta de liberdade para disseminar o 
conhecimento de maneira mais viva, mesmo que para isso, o conteúdo programático 
sofra alterações coerentes. 
Ainda que após 40 anos de seu surgimento do Brasil, há muitas indagações 
sobre o real papel de um psicopedagogo, esse artigo trouxe essa reflexão sob o 
âmbito escolar. A escola é o cenário onde grande parte do aprendizado acontece, 
isso contribui ativamente para o comportamento e desenvolvimento do indivíduo na 
sociedade, sendo o lugar que muito carece das competências desse profissional. 
A escola além de ser foco de aprendizado, é também uma instituição 
organizacional, abrange diversas questões complexas, possui cultura própria, o que 
para sua missão, acaba acarretando impactos significativos para o processo de 
aprendizagem. 
O psicopedagogo na escola é de fundamental importância, desde a criação 
do conteúdo programático, didática, abordagens diferenciadas, bem como a redução 
de conflitos sociológicos e emocionais que possam contribuir para distúrbios do 
aprendizado. Além de atuar com os educandos, transformando o processo de 
aprendizagem interessante e lúdico, o psicopedagogo busca através de diversas 
técnicas, estudos e abordagens fazer da escola um ambiente agradável tanto para 
quem vai aprender quanto para quem vai ensinar. 
É importante ressaltar que o psicopedagogo dentro da escola não só atua 
como mediador de conflitos e facilitador de aprendizagem, mas como suporte a toda 
equipe escolar, pois todos os elementos contribuem e impactam o processo e seus 
resultados. 
A psicopedagogia na escola deve ser vista como solução para problemas 
impensados, prevenção de problemas futuros e correção de distorções 
educacionais. É fato de que contar com um profissional da psicopedagogia traz 
inúmeros benefícios seja para a instituição escolar, seja para o aprendizado ou para 
14 
 
a comunidade. Mas para que sua atuação possa ser melhor interpretada é 
fundamental que se conheça o papel do psicopedagogo e suas flexibilidades. 
O fato de a psicopedagogia atuar interdisciplinarmente com áreas 
correlacionadas como psicologia e pedagogia faz com que essa área de estudo da 
educação seja confundida com tais áreas. É compreensível a resistência atual de 
instituições a aderirem em suas equipes um profissional dessa área, pois muitas 
vezes não se parece muito definida qual será a sua relevância para a instituição e de 
como poderá participar no processo educacional. 
O mais interessante sobre esse artigo é que a importância da psicopedagogia 
está muito clara e que sua atuação para dirimir as dificuldades de aprendizagem são 
muito eficazes, entretanto, essa valiosa informação ainda não está tão difundida 
quanto poderia. 
Com a globalização mundial cada vez mais aumentam os ruídos de 
aprendizado, se antes pela falta de compreensão da contextualização dos 
conhecimentos para uma aprendizagem significativa, agora também sofremos com o 
excesso de informações através da internet. Com um dinamismo tão imediato de 
ensino, não cabe mais à escola permanecer engessada com suas didáticas 
ultrapassadas, nem educadores acomodados em se ater somente no programa de 
ensino da escola. O mundo de hoje é vivo e dinâmico, a educação deve acompanhar 
esse ritmo se não quiser passar despercebida na vida dos indivíduos. Tal qual o 
mundo se transforma rapidamente, as maneiras de ensinar e compreender as 
dificuldades de aprender devem seguir no mesmo ritmo. 
Quando as escolas compreendem a relevância da psicopedagogia em seu 
processo, uma série de fatores são evitados e compreendidos, o número de alunos 
em dificuldade são reduzidos drasticamente, além do fato de que esse poderá ser 
um diferencial muito importante para a harmonia do ambiente escolar. 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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disponível em HTTP://www.abpp.com.br/artigos - acessado em 10/05/2016 
 
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