Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO AULA 06 – JUIZADOS ESPECIAIS – LEI Nº. 9099/95 Olá, Pessoal! Sejam bem vindos à nossa última aula! Tararemos hoje de um tópico importante e cada vez mais presente nas provas: A lei nº. 9.099/95. Bons estudos!!! ***************************************************************** 6.1 INTRODUÇÃO Os Juizados Especiais são órgãos previstos pela Constituição Federal em seu art. 98, que assim dispõe: Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; § 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal § 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. Diante da necessidade de implementar a norma constitucional, o Congresso Nacional aprovou a Lei 9.099/95, que é resultado da fusão de dois projetos de lei: CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO um que cuida dos Juizados Especiais Cíveis e outro que regula os Juizados Especiais Criminais no âmbito Estadual. No âmbito Federal, a lei 10.259/01 regula os Juizados Especiais Federais. Mas para que criar Juizados Especiais? A inadequação dos procedimentos, o formalismo acentuado, o alto valor das custas processuais, a necessidade de advogado, além da indisponibilidade dos direitos e dos privilégios em favor da União, prejudicavam, em um número significativo de casos, o acesso à justiça. Imagine, por exemplo, um indivíduo que pretendesse exigir R$ 1000,00 de uma determinada empresa, a título de indenização, antes da implementação dos Juizados Especiais. Este pleiteante, obrigatoriamente, teria que constituir um advogado e, com isso, muitos acabavam desistindo de lutar pelos seus direitos. Outro problema era o rito procedimental que, pela complexidade, gerava um tempo absurdo para a resolução da questão. Com a regulamentação do artigo 98 da Carta Magna, parte dos obstáculos de acesso à justiça foram removidos. Dentre as principais características, apresentam-se: • GRATUIDADE PROCESSUAL EM PRIMEIRA INSTÂNCIA; • TOTAL REMOÇÃO DOS ÓBICES PROCESSUAIS (FORMALISMOS INÚTEIS); • SIMPLIFICAÇÃO DO PROCEDIMENTO; • INTRODUÇÃO DOS CRITÉRIOS DE ORALIDADE, SIMPLICIDADE, INFORMALIDADE E CELERIDADE; • COMPOSIÇÃO PACÍFICA DAS CONTROVÉRSIAS. 6.2 JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 6.2.1 COMPETÊNCIA O Juizado Especial Criminal, também conhecido por JECrim, é um órgão da estrutura do Poder Judiciário brasileiro destinado a promover a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais consideradas de menor potencial ofensivo. Ao começar a dispor sobre os Juizados Especiais Criminais, a lei 9.099/95 leciona: CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. Observe que o texto legal fala em infrações de menor potencial ofensivo, mas o que exatamente quer dizer esta expressão? Para encontrarmos a resposta, devemos buscar o texto da própria lei que, no artigo 61, dispõe: Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO • JUIZ TOGADO � É O MAGISTRADO GRADUADO EM DIREITO E APROVADO EM CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS PARA O INGRESSO NA MAGISTRATURA. • JUIZ LEIGO � É AQUELE QUE, APESAR DA FORMAÇÃO EM DIREITO, NÃO É JUIZ DE DIREITO, OU SEJA, TOGADO. NÃO PRESTOU CONCURSO PARA A MAGISTRATURA, ATUANDO SOMENTE NOS JUIZADOS ESPECIAIS E DE CONCILIAÇÃO. • CONCILIAÇÃO � É UM MEIO DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS EM QUE AS PARTES RESOLVEM O CONFLITO ATRAVÉS DA AÇÃO DE UM TERCEIRO, O CONCILIADOR. ESTE, ALÉM DE APROXIMAR AS PARTES, ACONSELHA E AJUDA, FAZENDO SUGESTÕES DE ACORDO. A CONCILIAÇÃO É JUDICIAL QUANDO SE DÁ EM CONFLITOS JÁ AJUIZADOS, NOS QUAIS ATUA COMO CONCILIADOR O PRÓPRIO JUIZ DO PROCESSO OU CONCILIADOR TREINADO E NOMEADO. • CONEXÃO E CONTINÊNCIA � SÃO FENÔMENOS PROCESSUAIS DETERMINANTES DA REUNIÃO DE DUAS OU MAIS AÇÕES, PARA JULGAMENTO EM CONJUNTO, A FIM DE EVITAR A EXISTÊNCIA DE SENTENÇAS CONFLITANTES. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO O conhecimento da correta definição de crime de menor potencial ofensivo é importantíssimo para a sua prova e, diante do supra artigo, podemos resumir: A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal, e os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária. 6.2.2 PRINCÍPIOS Conforme você já sabe, o juizado especial criminal foi criado com características particulares e a própria lei define princípios diferenciados a serem seguidos por este meio legal. Veja: Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. Vamos analisar o supra artigo: 6.2.2.1 ORALIDADE CRIMES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO A oralidade pode ser explicada como a possibilidade de se permitir a documentação mínima dos atos processuais, sendo registrados apenas aqueles atos tidos como essenciais. Neste sentido, dispõe a lei: Art. 65 [...] § 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente. (grifo nosso) 6.2.2.2 INFORMALIDADE / SIMPLICIDADE Os atos processuais serão válidos sempre que atingirem as finalidades para as quais foram realizados. Tenta o legislador, com este princípio, retirar a idéia plasmada no procedimento comum de que o processoé o fim e não o meio para o cumprimento da lei. Veja: Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei. Isso que dizer que não há qualquer forma prescrita para o rito procedimental dos Juizados Especiais? A resposta é negativa, ou seja, existem formalizações exigidas por lei, MAS nenhuma nulidade será pronunciada sem que seja demonstrado prejuízo para a acusação ou para a defesa. Observe o disposto: Art. 65 [...] § 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo. Como uma espécie da informalidade, temos o conceito de simplicidade, segundo o qual o processo deve transcorrer da maneira mais simples possível e, visivelmente, esta foi a intenção do legislador na confecção da lei. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO Como exemplo de simplicidade, temos a desnecessidade da carta precatória para a prática de atos processuais em outras comarcas, podendo ser utilizado qualquer meio de comunicação. Veja: Art. 65 [...] § 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de comunicação. Desta forma, se um juiz no Rio de Janeiro quiser solicitar algo de um magistrado em São Paulo, basta pegar o telefone, ligar e pedir. Bem mais simples, concorda? Outra situação em que temos a aplicação da simplicidade diz respeito à citação. Esta, sempre que possível, será feita no próprio juizado, evitando o mandado e o deslocamento de um Oficial de Justiça. Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado. Do artigo 66, tiramos um importante ponto para a sua PROVA. Perceba que ao dispor sobre a citação, o legislador assinala a necessidade de que seja pessoal (no juizado ou através do mandado). Mas e se o agente não for encontrado? Neste caso, diferentemente do que muitos pensam, NÃO HAVERÁ CITAÇÃO POR EDITAL!!! Observe como trata do caso a lei: Carta precatória é um instrumento utilizado pela Justiça quando existem indivíduos em comarcas diferentes. É um pedido que um juiz envia a outro de outra comarca. Assim, um juiz (dito deprecante) envia carta precatória para o juiz de outra comarca (dito deprecado) para a realização de um ato processual. Citação, para o Direito, consiste no ato processual no qual a parte ré é comunicada de que está sendo movido um processo contra ela e a partir da qual a relação triangular deste se fecha, com as três partes envolvidas no litígio devidamente ligadas: autor, réu e juiz; ou autor interessado e juiz. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO Art.66 [...] Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. (grifo nosso). Sendo assim, podemos resumir que: Para finalizar este item relativo à informalidade / simplicidade, vamos tratar de uma última situação que diz respeito às intimações. Estas serão feitas por correspondência, com aviso de recebimento pessoal quando enviadas a endereço residencial. Quando enviadas a endereço comercial, a intimação será entregue ao encarregado da recepção, que obrigatoriamente será identificado. Esta é a regra geral para a intimação, MAS, visando à simplicidade, se necessário, as intimações poderão ser feitas por qualquer outro meio idôneo. Observe a norma: Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação. (grifei) 6.2.2.3 CELERIDADE O princípio da celeridade visa realizar a prestação jurisdicional com rapidez, celeridade, presteza, sem, contudo, causar prejuízos em relação à segurança jurídica. Com esse princípio, tem-se o cumprimento eficaz da NNOOSS JJUUIIZZAADDOOSS EESSPPEECCIIAAIISS,, AA CCIITTAAÇÇÃÃOO ÉÉ PPEESSSSOOAALL,, NNÃÃOO CCAABBEENNDDOO OO EEDDIITTAALL.. Intimação é uma comunicação escrita expedida por um juiz e que leva às partes o conhecimento de atos e termos do processo e solicita às mesmas que façam ou deixem de fazer algo em virtude de lei, perante o poder judiciário. Geralmente, esses serviços são executados por um oficial de justiça. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO função do Poder Judiciário e o alcance do seu objetivo de extinguir os litígios. A lei nº. 9.099/95 traz diversos dispositivos visando garantir a celeridade processual, tais como: Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando imprescindível, a condução coercitiva de quem deva comparecer. Art. 81[...] § 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias. (grifei) Apesar de alguns doutrinadores defenderem a tese de que quanto mais demorado um processo, maior a segurança jurídica para este e, ainda, maior o aprofundamento do julgador perante o mesmo, tem-se revelado, tal tese, ultrapassada. 6.2.2.4 ECONOMIA PROCESSUAL Tal princípio visa apresentar às partes um resultado prático, efetivo, com o mínimo de tempo, gastos e esforços. Podemos dizer que se entende por economia processual a realização do maior número de atos processuais com o mínimo de diligências. Ë importante ressaltar que o objetivo dos juizados especializados é justamente o de tornar as demandas rápidas, eficientes na solução dos litígios individuais, devendo garantir, para isso, a economia nas atividades processuais. Diante disso, todos os atos processuais devem ser aproveitados visando alcançar tal princípio, ou seja, nenhum ato processual é inútil, todos são proveitosos, com um único fim: o de garantir essa economia processual Audiência de instrução e julgamento é a sessão pública dos juízos de primeiro grau de jurisdição, da qual participam o juiz, os auxiliares da Justiça, as testemunhas, os advogados e as partes, com o objetivo de obter a conciliação destas, realizar a prova oral, debater a causa e proferir a sentença. Como sessão que é, a audiência de instrução e julgamento é integrada por uma série de atos, sendo ela própria um ato processual complexo. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO para que as partes possam chegar ao fim do processo o mais brevemente possível. 6.2.2.5 AMPLA LIBERDADE DO JUIZ A lei nº. 9.099/95 veio ampliar os poderes do juiz para que ele conduza ou oriente conciliações, suspenda ou não o processo, enfim, deu ao juiz a possibilidade deuma maior intervenção no processo, e é isso que você tem que saber para a sua PROVA. Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação. Assim como no Processo Penal comum, nos juizados especiais criminais também prevalece a verdade REAL sobre a verdade FORMAL. 6.2.3 FASE PRELIMINAR 6.2.3.1 INSTAURAÇÃO DO PROCESSO VERDADE REAL No processo penal, o Juiz tem a obrigação de colher o maior número de provas possíveis a fim de determinar efetivamente como ocorreu o fato concreto. Segundo o STJ: “A busca pela verdade real constitui princípio que rege o Direito Processual Penal. A produção de provas, porque constitui garantia constitucional, pode ser determinada, inclusive pelo Juiz, de ofício, quando julgar necessário”. Desta forma, para ficar bem claro, imaginemos a seguinte situação: Tício mata Mévio e, durante o processo penal, o pai de Tício assume a culpa do feito, exigindo, assim, que seu filho seja liberado. Será que o Juiz é obrigado a aceitar o que está sendo dito? A resposta é negativa, pois, como já dissemos, caberá ao judiciário, através da colheita de informações, atingir a verdade REAL e decidir através da livre apreciação das provas. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO Dentro do espírito inovador que norteia o procedimento nos Juizados Especiais Criminais, a lei 9.099/95, buscando ao máximo a eliminação de fases processuais e o registro de atos inúteis, aboliu, como regra, o inquérito policial como procedimento prévio à ação penal, bastando que a autoridade policial envie aos juizados termo circunstanciado sobre a ocorrência. Buscando dar celeridade ainda maior, se possível, o termo circunstanciado deve ser enviado, juntamente com as partes envolvidas, à autoridade judiciária, juntando-se documentos e outras informações necessárias ao esclarecimento dos fatos. Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. Nessa hipótese, dúvidas surgem quanto a que tipo de autoridade policial tem competência para lavrar o termo circunstanciado e enviá-lo ao juizado. Somente as Polícias Civis de âmbito estadual ou federal poderiam fazê-lo ou outras polícias, como a rodoviária e a militar, também poderiam se incumbir da tarefa? O entendimento que é sufragado pela maioria da doutrina é o de que a expressão "autoridade policial", prevista no caput do artigo 69 da lei 9.099/95, diz respeito não só às polícias civis estaduais e federal, mas engloba também as outras polícias previstas na constituição federal de 88. O inquérito policial é um procedimento policial administrativo previsto no Código de Processo Penal Brasileiro. É instrução provisória, preparatória, destinada a reunir os elementos necessários (provas) à apuração da prática de uma infração penal e sua autoria. Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) é um registro de um fato tipificado como infração de menor potencial ofensivo. O referido registro deve conter a qualificação dos envolvidos e o relato do fato, quando lavrado por autoridade policial. Nada mais é do que um boletim de ocorrência com algumas informações adicionais, servindo de peça informativa para o Juizado Especial Criminal. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO 6.2.3.2 AUDIÊNCIA PRELIMINAR É nesta fase que o Juiz tentará compor a lide, propondo às partes envolvidas a possibilidade de reparação dos danos, a aceitação imediata do cumprimento de pena não privativa de liberdade. Destina-se, portanto, à conciliação das partes. Nesta audiência, poderão ocorrer três situações: 1. A aceitação da proposta de composição dos danos civis pelo autor; 2. A transação penal; 3. Oferecimento oral de denúncia para que seja iniciada a ação penal. Também deverão estar presentes na audiência: 1. O representante do Ministério Público; 2. O autor do fato; 3. A vítima; 4. Se possível, o responsável civil. Observe: Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade. Vamos analisar cada situação: ***ACEITAÇÃO DA PROPOSTA DE COMPOSIÇÃO DE DANOS CIVIS PELO AUTOR � Na composição dos danos civis, há a reparação dos danos financeiros causados à vítima em razão do ilícito penal imputado ao autor do fato e, CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO uma vez homologado o acordo de composição dos danos civis, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente, acarretando a renúncia ao direito de queixa ou representação. Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente ***TRANSAÇÃO PENAL � A transação penal está consagrada no art. 76 da Lei 9099/95, o qual dispõe: Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. PARA FACILITAR O ENTENDIMENTO - AÇÃO PENAL – NOÇÕES GERAIS No nosso país, as ações penais são divididas em dois grandes grupos: 1. AÇÃO PENAL PÚBLICA � Subdividida em Pública Incondicionada e Condicionada. 2. AÇÃO PENAL PRIVADA Imaginemos que um indivíduo comete um homicídio. Este delito, obviamente, importa sobremaneira a toda sociedade. Desta forma, a ação recebe a classificação de pública Incondicionada e não depende de qualquer pedido ou condição para ser iniciada, bastando o conhecimento do fato pelo Ministério Público. O MP inicia esta ação através da DENÚNCIA. Pensemos agora em outra situação em que uma mulher chega para um homem e diz que ele é “mais feio que briga de foice no escuro”. Neste caso, temos claramente um delito de injúria e eis a pergunta: O que este delito importa para a sociedade? Na verdade, ele fere a esfera íntima do indivíduo e, devido a isto, o Estado concede a possibilidade de o ofendido decidir se inicia ou não a ação penal, atribuindo a este a titularidade. Temos ai a ação privada que é iniciada através da QUEIXA do ofendido. Em um meio termo entre a Pública Incondicionada e a Privada, temos a Pública Condicionada. Neste caso, o fato fere imediatamente a esfera íntima do indivíduo e mediatamente (secundariamente) o interesse geral. Desta forma, a lei atribui a titularidade da ação ao MP que a inicia pela DENÚNCIA, mas exige que o MP aguarde a manifestaçãodo ofendido para que possa iniciar a ação. Tal fato ocorre, por exemplo, no delito de ameaça. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO Antes do oferecimento da denúncia, portanto, na fase administrativa ou pré-processual, o Ministério Público poderá propor um acordo, transacionando o direito de punir do Estado com o direito à liberdade do "autor do fato". Sergio Turra Sobrane define a transação penal como: “o ato jurídico através do qual o Ministério Publico e o autor do fato, atendidos os requisitos legais, e na presença do magistrado, acordam em concessões recíprocas para prevenir ou extinguir o conflito instaurado pela prática do fato típico, mediante o cumprimento de uma pena consensualmente ajustada”. Para finalizar observe que o artigo 76 deixa claro a necessidade da participação do Ministério Público na definição da transação penal. Sendo assim, para a sua PROVA, considere que: 6.2.4 FASE PROCESSUAL – PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO Não havendo a transação penal, o Ministério Público oferecerá incontinenti denúncia oral, desde que, é claro, não existam novas diligências ou esclarecimentos a serem requisitados. Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis Portanto, neste momento inicia-se a ação penal nos JCrim, que poderá também se dar através de queixa do ofendido, dispensando-se para tanto o inquérito policial, conforme você já viu. AA TTRRAANNSSAAÇÇÃÃOO PPEENNAALL PPEELLOO JJUUIIZZ,, SSEEMM PPAARRTTIICCIIPPAAÇÇÃÃOO NNOO MMIINNIISSTTÉÉRRIIOO PPÚÚBBLLIICCOO,, NNÃÃOO ÉÉ AADDMMIITTIIDDAA!!!!!! CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO Cabe ao Juiz, nesta oportunidade, verificar a complexidade probatória do caso, tendo em vista que algumas situações exigem a prática de atos probatórios mais complexos, como perícias ou laudos técnicos, o que certamente não se coaduna com o espírito de simplicidade e informalidade existente nos juizados. Neste caso, cabe ao Magistrado, uma vez verificado que o caso demanda tais providências, enviar os autos ao Juiz comum, cuja estrutura procedimental estaria mais preparada para abrigar a apuração de fatos de maior complexidade. Oferecida a denúncia ou queixa, ficará o acusado cientificado do dia e hora da audiência de instrução e julgamento, momento em que haverá mais uma tentativa de conciliação ou, até mesmo, de proposta de transação penal, desde que não tenha ocorrido a possibilidade do seu oferecimento na fase preliminar. Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei. Daí por diante, o procedimento é basicamente oral, iniciando-se a audiência com a apresentação da defesa pelo réu. Importante salientar que só depois de ouvido o defensor é que o Juiz aceita ou rejeita a denúncia ou queixa. Se rejeitar a denúncia ou queixa? Segue o preceituado no artigo 82 da lei nº. 9.099/95: Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. Se ele aceitar? Ocorrerá a oitiva de testemunhas de acusação e defesa, interrogatório do acusado e debates orais, quando então o processo estará concluso para decisão. Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença. § 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias. § 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença. A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz. Veja: Art. 81[...] § 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz. Na sentença devem constar somente os elementos de convicção do Juiz, como, por exemplo, os depoimentos ou trechos mais importantes dos depoimentos prestados na audiência, a fim de que a decisão esteja devidamente motivada, sob pena de nulidade. 6.2.5 SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO Para concluir, resta comentar a inovação prevista no artigo 89 da lei 9.099/95, que trouxe um importante instituto ao ordenamento jurídico, qual seja: A SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. Diz o dispositivo que: Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO O supra artigo traz a idéia de desnecessidade da pena, uma vez que o magistrado se limitará a impor condições ao réu que, se aceitas, ensejarão a suspensão do processo. Para compreender bem, pense assim: Após ser aprovado no seu concurso público, você passará por um estágio probatório, correto? Então...para o acusado é exatamente a mesma coisa. Observe o disposto: Art. 89 [...] 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições: I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; II - proibição de freqüentar determinados lugares; III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. A medida também busca a reabilitação do escopo de reeducação do processo penal, possibilitando que o próprio acusado, de acordo com a sua conveniência, opte pelo cumprimento das condições ou pelo prosseguimento do processo. Não se trata de mero ato discricionário, sendo direito do réu a proposta de suspensão do processo. Além disso, estando presentes os requisitos legais, o acusadotem direito a deferimento da medida como forma de preservar os princípios informativos da lei 9.099/95. A suspensão condicional do processo é instituto de máxima importância para o desafogamento dos processos criminais, visando uma célere prestação jurisdicional e impedindo que a apuração de crimes de pouca repercussão venha a se arrastar por vários anos no judiciário, evitando a efetividade do processo. ************************************************************** Aqui chegamos ao término da parte teórica referente aos juizados penais especiais. Vamos, agora, resumir o exposto: CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO ELABORAÇÃO DO TERMO CIRCUNSTANCIADO (art. 71) AUDIÊNCIA PRELIMINAR Conciliação e aplicação da pena restritiva de direitos. (art. 72 a 76) DENÚNCIA OU QUEIXA. (art. 77) AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. (art. 79 a 83) Tentativa de Conciliação e aplicação da pena restritiva de direitos. Caso não tenha ocorrido audiência preliminar. (art. 79) Oportunidade da defesa rebater a acusação oralmente. (art. 81) RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA. (art. 81) Caso não seja recebida, cabe apelação. (art. 82) OFERECIMENTO DA SUSPENÇÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. (art. 89) Suspensão do processo e início da fase probatória. (art. 89 § 1º ao 6º) Oitiva da vítimas e testemunhas. Interrogatório do réu. Debates orais; (art. 81) PPEENNAA MMÍÍNNIIMMAA CCOOMMIINNAADDAA FFOORR IIGGUUAALL OOUU IINNFFEERRIIOORR AA UUMM AANNOO CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO ********************************************************************************************************** Caros Alunos, Neste momento, chegamos ao final do nosso curso (pelo menos da parte teórica) e queria que soubessem que para mim é uma grande felicidade saber que, mesmo com uma pequena parcela, pude contribuir nesta busca árdua pela aprovação. Espero sinceramente ter correspondido à confiança que depositaram no meu trabalho e ter conseguido atingir o meu objetivo principal de transmitir a vocês o Direito Penal de uma maneira clara, objetiva e agradável. Como não poderia deixar de ser... CHEGAMOS AO ÚLTIMO DEGRAU!!! Agora é seguir em frente com força total, pois, em breve, todo o esforço será recompensado. De agora em diante, deixo de ser simplesmente o “professor” e passo a ser mais um “concurseiro de carteirinha” que sempre estará pronto a ajudá-los no que for preciso de agora até a tão esperada APROVAÇÃO. Abraços e bons estudos, Pedro Ivo “O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos.” Eleanor Roosevelt CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO EXERCÍCIOS DE REVISÃO 1. (AFRFB / 2009) Com relação ao disposto na Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n. 9099/95), é correto afirmar que: A) essa lei aplica-se a todos os tipos de crimes cometidos após Janeiro de 1995. B) o processo perante o Juizado Especial objetiva, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima. C) essa legislação tem aplicação só no âmbito da Justiça Estadual. D) o instituto da transação penal pode ser concedido pelo Juiz sem a anuência do Ministério Público. E) nela está prevista a abolitio criminis dos delitos de menor potencial ofensivo. GABARITO: B COMENTÁRIOS: Alternativa “A” - Incorreta - Segundo o artigo 60 da lei 9.099/95 a lei não se aplica a TODOS os tipos de crime, mas somente aos considerados de menor potencial ofensivo. Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. Alternativa “B” - Correta - Exige o conhecimento do artigo 62 que dispões sobre as características principais dos Juizados Especiais Criminais: Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. Alternativa “C” - Incorreta - A legislação aplica-se tanto em âmbito Estadual quanto Federal. Alternativa “D” - Incorreta - A transação penal encontra previsão na Lei 9.099/95, CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO mais precisamente em seu art. 76 , segundo o qual: "Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta". A transação penal pelo Juiz, sem participação no Ministério Público, não é admitida Alternativa “E” - Incorreta - Não há qualquer previsão de abolitio criminis, mas apenas um rito diferenciado para as questões que envolvem os delitos de menor potencial ofensivo. 2. (Juiz Substituto – TJ – MG / 2008) Assinale a afirmativa incorreta. A) Sempre que o agente, por ato voluntário, reparar o dano ou restituir a coisa, antes do recebimento da denúncia ou da queixa, a pena será reduzida de um a dois terços. B) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. C) Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. D) A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado, sendo o dever de agir descrito no Código Penal. E) Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. GABARITO: A COMENTÁRIOS: A única alternativa que contraria o Código Penal é a primeira, pois emprega a palavra SEMPRE. Observe o que nos diz o CP: Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Segundo o texto supra, o arrependimento posterior só é cabível para os crimes praticados SEM violência ou grave ameaça. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO Alternativa “B” � Erro sobre elementos do tipo: Art. 20 - O erro sobreelemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Alternativa “C” � Trata do crime impossível. Alternativa “D” � Relevância da omissão: Art. 13 [...] § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Alternativa “E” � De acordo com o art. 14, parágrafo único: Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços 3. (CEHAP – PB / 2009) Joaquim, servidor público, desviou para a reforma da repartição pública em que trabalha determinada quantia de que dispunha em razão de seu cargo e que estava regularmente destinada à construção de escolas no município. Na situação hipotética acima descrita, trata-se de: A) crime de peculato, independentemente de Joaquim ter-se apropriado da quantia para proveito próprio ou não. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO B) crime de apropriação indébita, independentemente de Joaquim ser ou não servidor público. C) crime de emprego irregular de verbas públicas, já que o desvio da quantia ocorreu em proveito da administração. D) crime de prevaricação, posto que Joaquim agiu para satisfazer sentimento pessoal. E) NRA GABARITO: C COMENTÁRIOS: Realmente as bancas se esmeram para tentar confundir o candidato. Observe a maldade...No início da questão, a banca cita a palavra DESVIAR e na alternativa “A” coloca o peculato, induzindo o concursando ao erro. MAS VOCÊ NÃO VAI ERRAR ISSO NA PROVA, pois analisará as questões que tratam dos crimes contra a administração pública com bastante calma. No caso em questão, o agente desvia valores destinados a um hospital para aplicar NA PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO. Desta forma, temos o delito de emprego irregular de verbas ou rendas públicas, previsto no art. 315 do CP. Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei. 4. (PGE – PA / 2009) Assinale a alternativa CORRETA a respeito de crime contra a Administração Pública: A) No peculato-apropriação, o delito consuma-se quando o agente inverte a posse de um bem móvel, agindo como se dono fosse, que detinha em razão do cargo. Há previsão legal do peculato de uso, quando o agente utiliza um bem público sem autorização de seu superior hierárquico. B) O crime de concussão aproxima-se da corrupção. Naquela figura típica, o crime é unilateral; nesta, é bilateral. Na corrupção, o funcionário solicita ou aceita, sendo que na concussão, exige. C) Quem oferece a um funcionário público uma vantagem indevida em troca de um ato funcional comete o mesmo crime que o agente público que aceita tal quantia em face da teoria monista adotada pelo Código Penal. D) O crime de prevaricação consuma-se somente quando o agente deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício para satisfazer interesse próprio ou de outrem. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO E) NRA GABARITO: B COMENTÁRIOS: Vamos analisar as alternativas: Alternativa “A” � Incorreta � Nós falamos em nossa aula no peculato de uso? NÃO, logo não é crime. Essa expressão realmente existe, mas caracteriza ilícito administrativo e não penal. Alternativa “B” � Está perfeita. Diferencia a concussão da corrupção passiva. Alternativa “C” � Incorreta � Quem oferece comete corrupção ativa, quem aceita (funcionário), corrupção passiva. Alternativa “D” � Incorreta � Consuma-se o delito de prevaricação com a omissão, retardamento ou realização do ato. 5. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MP – SP / 2008) Não é modalidade de peculato prevista no Código Penal: A) peculato-apropriação. B) peculato-furto. C) peculato-concussão. D) peculato culposo. E) peculato mediante erro de outrem. GABARITO: C COMENTÁRIOS: Não existe a previsão da figura “peculato-concussão”. As demais nomenclaturas encontram previsão nos artigos 312 e 313 do Código Penal. 6. (AGENTE FISCAL – PI / 2008) Acerca dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, assinale a opção correta. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO A) Comete crime de prevaricação o funcionário público que, por indulgência, retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou pratica-o contra disposição expressa de lei. B) O funcionário público que, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, deixa de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe faltar competência, não leva o fato ao conhecimento da autoridade competente, pratica o crime de condescendência criminosa. C) Pratica apenas infração administrativa, conduta considerada atípica, o funcionário público que, na cobrança de tributo ou contribuição social, emprega meio vexatório ou gravoso não autorizado por lei. D) O abandono de cargo público, fora dos casos permitidos em lei, caracteriza crime contra a administração pública, e não apenas infração administrativa. E) NRA GABARITO: D COMENTÁRIOS: Alternativa “A” � Incorreta � Como vimos, indulgência é o ato de ter clemência por alguém. A prevaricação exige que o agente vise satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Alternativa “B” � Incorreta � Aqui sim há exigência da indulgência para caracterizar a condescendência criminosa. Alternativa “C” � Incorreta � Claramente trata do delito de excesso de exação.....Se você errar essa no dia da prova, vou chamar o “JUVENAL, CARA DE PAU, PAGUE O TRIBUTO E SEJA LEGAL” para conversar contigo. Alternativa “D” � Esta perfeita. Como vimos, fora dos casos permitidos, o abandono de função caracteriza CRIME contra a administração pública. Observe: Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO 7. (TSE – Analista Judiciário / 2007) Acerca das leis brasileiras que instituíram o conceito de infração penal de menor potencial ofensivo, assinale a opção correta. A) Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo os crimes a que a lei comina pena máxima não superior a um ano, ou multa. B) O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. C) Nos juizados especiais criminais é cabível a citação por edital. D) Mesmo havendo necessidade de diligências de maior complexidade para apuração dos fatos e da autoria de uma infração penal de menor potencial ofensivo,a exemplo de pedido de quebra de sigilo de dados, tais circunstâncias não autorizam o deslocamento de competência do juizado especial criminal para o juízo de direito comum. E) N.R.A GABARITO: B COMENTÁRIOS: Alternativa “A” � Incorreta � Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. Alternativa “B” � É a alternativa correta. Reproduz o art. 62 da lei 9.099/95. Alternativa “C” � Incorreta � Não há previsão de citação por edital na lei nº. 9.099/95. Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado. Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO Alternativa “D” � A idéia dos Juizados Especiais é justamente a simplicidade. Se esta não pode ser adotada, o Juiz deverá deslocar o processo para a justiça comum. 8. (TJ – SP / 2004) Nos termos do artigo 72 da Lei n.o 9.099/95, na audiência preliminar, deverão estar presentes: A) o autor do fato, a vítima e seus advogados. B) o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima, acompanhados por seus advogados e as testemunhas de acusação e defesa. C) o Promotor de Justiça, o autor do fato e a vítima, sendo dispensável a presença dos advogados. D) o autor do fato, a vítima, o Promotor Público, e o Curador de Menores, se for necessário. E) o representante do Ministério Público, o autor do fato, a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados. GABARITO: E COMENTÁRIOS: A questão exige o conhecimento do art. 72, que dispõe: Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade. Segundo o supra artigo, deverão estar presentes: 1. Representante do Ministério Público; 2. Autor do fato; 3. Vítima; 4. Se possível, o responsável civil. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO 9. (Analista Judiciário – Judiciária / 2009) Com relação ao disposto na Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n. 9099/95), é correto afirmar que o processo perante o Juizado Especial objetiva, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Exige o conhecimento do artigo 62 que dispões sobre as características principais dos Juizados Especiais Criminais: Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. 10. (TSE – Analista Judiciário / 2007) Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo os crimes a que a lei comina pena máxima não superior a um ano, ou multa. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 11. (TSE – Analista Judiciário / 2007) O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Reproduz o art. 62 da lei 9.099/95. 12. (TSE – Analista Judiciário / 2007) Nos juizados especiais criminais é cabível a citação por edital. GABARITO: ERRADA CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO COMENTÁRIOS: Não há previsão de citação por edital na lei nº. 9.099/95. Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado. Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. 13. (TSE – Analista Judiciário / 2007) Mesmo havendo necessidade de diligências de maior complexidade para apuração dos fatos e da autoria de uma infração penal de menor potencial ofensivo, a exemplo de pedido de quebra de sigilo de dados, tais circunstâncias não autorizam o deslocamento de competência do juizado especial criminal para o juízo de direito comum. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: A ideia dos Juizados Especiais é justamente a simplicidade. Se esta não pode ser adotada, o Juiz deverá deslocar o processo para a justiça comum. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO LISTA DOS EXERCÍCIOS DE REVISÃO APRESENTADOS 1. (AFRFB / 2009) Com relação ao disposto na Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n. 9099/95), é correto afirmar que: A) essa lei aplica-se a todos os tipos de crimes cometidos após Janeiro de 1995. B) o processo perante o Juizado Especial objetiva, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima. C) essa legislação tem aplicação só no âmbito da Justiça Estadual. D) o instituto da transação penal pode ser concedido pelo Juiz sem a anuência do Ministério Público. E) nela está prevista a abolitio criminis dos delitos de menor potencial ofensivo. 2. (Juiz Substituto – TJ – MG / 2008) Assinale a afirmativa incorreta. A) Sempre que o agente, por ato voluntário, reparar o dano ou restituir a coisa, antes do recebimento da denúncia ou da queixa, a pena será reduzida de um a dois terços. B) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. C) Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. D) A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado, sendo o dever de agir descrito no Código Penal. E) Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. 3. (CEHAP – PB / 2009) Joaquim, servidor público, desviou para a reforma da repartição pública em que trabalha determinada quantia de que dispunha em razão de seu cargo e que estava regularmente destinada à construção de escolas no município. Na situação hipotética acima descrita, trata-se de: A) crime de peculato, independentemente de Joaquim ter-se apropriado da quantia para proveito próprio ou não. B) crime de apropriação indébita, independentementede Joaquim ser ou não servidor público. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO C) crime de emprego irregular de verbas públicas, já que o desvio da quantia ocorreu em proveito da administração. D) crime de prevaricação, posto que Joaquim agiu para satisfazer sentimento pessoal. E) NRA 4. (PGE – PA / 2009) Assinale a alternativa CORRETA a respeito de crime contra a Administração Pública: A) No peculato-apropriação, o delito consuma-se quando o agente inverte a posse de um bem móvel, agindo como se dono fosse, que detinha em razão do cargo. Há previsão legal do peculato de uso, quando o agente utiliza um bem público sem autorização de seu superior hierárquico. B) O crime de concussão aproxima-se da corrupção. Naquela figura típica, o crime é unilateral; nesta, é bilateral. Na corrupção, o funcionário solicita ou aceita, sendo que na concussão, exige. C) Quem oferece a um funcionário público uma vantagem indevida em troca de um ato funcional comete o mesmo crime que o agente público que aceita tal quantia em face da teoria monista adotada pelo Código Penal. D) O crime de prevaricação consuma-se somente quando o agente deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício para satisfazer interesse próprio ou de outrem. E) NRA 5. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MP – SP / 2008) Não é modalidade de peculato prevista no Código Penal: A) peculato-apropriação. B) peculato-furto. C) peculato-concussão. D) peculato culposo. E) peculato mediante erro de outrem. 6. (AGENTE FISCAL – PI / 2008) Acerca dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, assinale a opção correta. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO A) Comete crime de prevaricação o funcionário público que, por indulgência, retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou pratica-o contra disposição expressa de lei. B) O funcionário público que, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, deixa de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe faltar competência, não leva o fato ao conhecimento da autoridade competente, pratica o crime de condescendência criminosa. C) Pratica apenas infração administrativa, conduta considerada atípica, o funcionário público que, na cobrança de tributo ou contribuição social, emprega meio vexatório ou gravoso não autorizado por lei. D) O abandono de cargo público, fora dos casos permitidos em lei, caracteriza crime contra a administração pública, e não apenas infração administrativa. E) NRA 7. (TSE – Analista Judiciário / 2007) Acerca das leis brasileiras que instituíram o conceito de infração penal de menor potencial ofensivo, assinale a opção correta. A) Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo os crimes a que a lei comina pena máxima não superior a um ano, ou multa. B) O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. C) Nos juizados especiais criminais é cabível a citação por edital. D) Mesmo havendo necessidade de diligências de maior complexidade para apuração dos fatos e da autoria de uma infração penal de menor potencial ofensivo, a exemplo de pedido de quebra de sigilo de dados, tais circunstâncias não autorizam o deslocamento de competência do juizado especial criminal para o juízo de direito comum. E) N.R.A 8. (TJ – SP / 2004) Nos termos do artigo 72 da Lei n.o 9.099/95, na audiência preliminar, deverão estar presentes: A) o autor do fato, a vítima e seus advogados. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO B) o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima, acompanhados por seus advogados e as testemunhas de acusação e defesa. C) o Promotor de Justiça, o autor do fato e a vítima, sendo dispensável a presença dos advogados. D) o autor do fato, a vítima, o Promotor Público, e o Curador de Menores, se for necessário. E) o representante do Ministério Público, o autor do fato, a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados. 9. (Analista Judiciário – Judiciária / 2009) Com relação ao disposto na Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n. 9099/95), é correto afirmar que o processo perante o Juizado Especial objetiva, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima. 10. (TSE – Analista Judiciário / 2007) Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo os crimes a que a lei comina pena máxima não superior a um ano, ou multa. 11. (TSE – Analista Judiciário / 2007) O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. 12. (TSE – Analista Judiciário / 2007) Nos juizados especiais criminais é cabível a citação por edital. 13. (TSE – Analista Judiciário / 2007) Mesmo havendo necessidade de diligências de maior complexidade para apuração dos fatos e da autoria de uma infração penal de menor potencial ofensivo, a exemplo de pedido de quebra de sigilo de dados, tais circunstâncias não autorizam o deslocamento de competência do juizado especial criminal para o juízo de direito comum. CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFT PROFESSOR PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP PROFESSOR: PEDRO IVO GABARITO 1-B 2-A 3-C 4-B 5-C 6-D 7-B 8-E 9-C 10-E 11-C 12-E
Compartilhar